Negócios


Dúvida: quem fizer esta formação terá de fazer a PACC?

ENSINO DO INGLÊS NO 1.º CICLO DO ENSINO BÁSICO
REGISTO DOS CURSOS DE COMPLEMENTO DE FORMAÇÃO SUPERIOR

A sério… porque não um cursinho oferecido pela Universidade de Cambridge?

… só que a tentação é demasiado forte e não se tem feito uma defesa eficaz, coerente e fundamentada para além da circunstância particular de cada momento da necessidade dos serviços públicos (como a Educação)  seguirem uma lógica assumidamente diferente da pretensa eficácia financeira privada. Que cada vez percebemos mais não passar de um logro e de uma construção tão artificial quanto outras…

Teaching Is Not a Business

Temple prof: Pa. cyber charters turning huge profits, sending tax dollars out of state

Fewer teachers. No school building. No heating bill. Same cost.

You’d think Pennsylvania’s 16 cyber-charter schools, which teach home-based students via the Web, would spend a lot less per student than bricks and mortar schools.

Not so.

They collect as much money per student as the state’s brick-and-mortar charter schools. Despite a call from Governor Tom Corbett to do otherwise, the state still doesn’t ask how much it actually costs to educate students in cyber-charters to proficiency standards (nor does it, actually, for any of its schools).

Por cá, já há estudos-piloto que… podem dar para o bem ou para o torto.

… é do negócio à maneira de um país do terceiro mundo (vamos a caminho, mas penso que ainda lá não chegámos) e/ou da Commonwealth.

Há uma grande diferença entre uma avaliação de qualidade das aprendizagens em Inglês e a dissimulada imposição do pagamento a alunos do Ensino Básico pelo certificado de algo que foram obrigados a fazer.

Key for Schools Portugal

O teste permite a certificação do nível de proficiência no domínio da língua inglesa pelo Cambridge English Language Assessment.

Foi para este tipo de coisa que o IAVE se tornou “autónomo” ou “independente”?

Eu sei que esta avaliação made in Cambridge seduz imensa gente mas o negócio em seu redor é injustificável por se servir de alunos (repito) do Ensino Básico como pretexto para vender produtos, desde a formação a professores aos ditos certificados, passando para materiais de apoio para todos eles.

Através do Olhe que Não:

Free schools narrowly escaped their first strike action – but there’s still much to protest about

Free schools were meant to give power to parents. Instead it seems that cost-cutting and profit will soon reign supreme.

Na passada 4ª feira foram publicados 50 despachos (do 1028 ao 1077) de autorização de funcionamento dos tais Centros para a Qualificação e Ensino Profissional.

Uma coisa é notória… o esforço para que estes centros e o dinheiro que canalizam deixassem de passar pelas escolas públicas.

Há outras clientelas a satisfazer, sendo que seria interessante analisar algumas das organizações que ganharam esta lotaria.

blat

Marchar, marchar, robin madeira.

Afinal quem ganha ou perde com esta ou aquela medida do MEC nesta área? Porque, depois de trapalhadas bem maiores no Português e na Matemática (para ficar apenas pelo currículo), estranhei ver e ler Nuno Crato tão atrapalhado a justificar as do Inglês.

Assim como estranhei a presteza de certos vultos do PSD a crucificá-lo nesta matéria, quando estiveram silenciosos ou lhe deram palmadinhas nas costas em disparates bem mais graves como o que aconteceu com a Educação Especial, a situação dos professores contratados ou o espartilho criado às alternativas que pudessem fazer sombra ao novíssimo vocacional.

Business interests influencing education laws in Virginia, report says

Ministério da Educação investiga grupo educacional em São Paulo

O grupo que está sob investigação é a Uniesp, que administra faculdades em 11 estados, no Distrito Federal e tem mais de 125 mil alunos.

Que certos apoios em campanha eleitoral – e não falo apenas dos simbólicos – tivessem como contrapartida isto, mesmo que seja com redução do subsídio.

Aliás, a demissão da condução do assunto pelo ministro, delegando a coisa no SE Casanova aponta, com alguma clareza, para o culminar de um processo desenhado antes das eleições, só assim se explicando a extrema impaciência de alguns dos actores.

Embora os factos objectvios indiquem que seria muito mais barato a inclusão de alunos de escolas com contrato na rede pública, parece apresentar-se o cenário de aumento dos contratos, levando ao aumento de horários-zero na rede pública.

A compensação para o abaixamento do valor do subsídio (condição indispensável para fazer a coisa passar em termos de opinião pública, alegando-se a “poupança”) será, quase por certo, a carta branca em termos de gestão e de esmagamento dos direitos laborais dos docentes seguindo o método daquele grupo sobre o qual não há inspecção conclusiva que termine.

De qualquer modo, os apoios em tempos de campanha eleitoral terõ vindo de outro lado, pelo que… dependendo do timing, até daria jeito que… a concorrência fosse menor…

Seria interessante, mas não tenho quaisquer ilusões acerca disso, seguir o dinheiro.

E isto não é qualquer preconceito contra isto ou aquilo, é apenas ser contra a opacidade que caracteriza tudo isto, as cumplicidades mal disfarçadas e as panelinhas em mantidas em lume brando…

Boa tarde,

Estive a fazer uma contas que, embora sejam apenas relativas ao colégio de Santo André, podem servir para perguntar se algo não estará mal na fórmula de cálculo dos valores a pagar por turma (não deveria ser por aluno?) aos colégios com contrato de associação:

Aceitando como fidedignos os nºs referidos nas últimas reportagens da TVI quanto ao total de turmas e de alunos com contrato de associação no Colégio de Santo André, cruzando-os com o valor das propinas cobradas a alunos do mesmo colégio em regime particular, conclui-se que saía mais barato ao estado pagar o valor das propinas do que o subsídio por turma. Estamos, portanto, a contribuir alegremente para a aquisição da modesta frota automóvel daqueles “cidadãos”.
Se os nºs forem semelhantes nos restantes colégios do grupo, chega-se a lucros muito interessantes. Generalizando: os contratos de associação são mesmo um bom negócio, para os colégios, é claro.

Anexo um PDF que encontrei no site do Santo André, onde se encontram os valores das mensalidades cobradas no regime privado em 2011/12:

http://www.csandre.pt/LinkClick.aspx?fileticket=xZz2YWqAue0%3d&tabid=123

Não sei se houve alterações nos valores cobrados este ano. Para fazer contas, parti do princípio de que as mensalidades não foram aumentadas entretando (até porque é o próprio colégio a manter esta informação no site). Considerei também que o estado, pagando por atacado, deveria ter direito (no mínimo) ao mesmíssimo desconto de 5% que o colégio faz a quem pague anualmente (cf. p. 5 do PDF).

Na reportagem sobre o professor com mais de quinhentos alunos estão os dados para o 3º Ciclo. Na peça de ontem refere-se o total de turmas e de alunos com contrato de associação. As últimas 9 turmas resultam da diferença entre este total e os nºs do 3º Ciclo. Anexo as contas. Pode utilizá-lo como quiser, se achar que tem algum interesse.

Cumprimentos e parabéns ao Umbigo!

Ester Campos

GPS

Como começa a não ser para demasiada gente, para que os que ficam possam desfrutar do seu encostanço liberal ao Estado.

O meu pai foi hemodialisado durante um punhado de anos, pelo que sei os encargos que este tipo de doença tem e é certo e seguro que sem o pagamento pelo Estado dos tratamentos ele teria morrido (muito) mais cedo e a minha família teria ficado, mesmo assim, com a necessidade de contrair um brutal empréstimo.

Mas também sei como funciona a rede de tratamentos de hemodiálise e os lucros fabulosos que gera.

O que o Governo agora propõe, a coberto da maior mobilidade dos doentes, é uma variante que só é prática para uma minoria, aumentando imenso os riscos de complicações para os outros. Mas, pelo que se percebe, não propõe cortar onde os lucros com o negócio da saúde/doença alheia se acumulam em força. Duvido que saísse mais caro ao Estado ter uma rede própria de clínicas de hemodiálise, as quais no sector privado funcionam num regime de quase monopólio, com uma oferta pressionante, em instalações dignas de um colégio, mas sem quaisquer valências adicionais em situações críticas. A cada falha cardíaca lá vinha o INEM buscar o meu pai para o depositar no hospital público, porque nem a capacidade de uma reanimação parecia existir.

Quanto ao pessoal, algum dele muito dedicado, por vezes estava cansado porque isto de fazer turnos duplos tem que se lhe diga e, enfim… nem sempre chegam com muita paciência ao segundo.

DN21JAn13

Diário de Notícias, 21 de Janeiro de 2013

… deve-se a Alexandre Homem Cristo, que assina como investigador uma coluna no jornal I.E é este:

A lição é esta e é fácil de assimilar: atacar as escolas com contrato de associação é errar o alvo. É que, se as irregularidades do Grupo GPS são fáceis de sancionar e corrigir, a impunidade com que são geridos os dinheiros públicos continuará, mesmo que se acabe, como sonha a esquerda, com os privados na educação. Porque essa impunidade pode existir nos privados, mas existe sobretudo no próprio Estado. Sim, a lição é que precisamos de mais fiscalização na gestão dos dinheiros públicos. Nos privados, mas também no Estado.

Conheço o AHC pessoalmente e pessoalmente já tivemos hipóteses de discordar por via bloguística ou presencial. Não com a devida frequência porque não frequentamos habitualmente os mesmos ambientes. Recentemente fiz o prefácio de um livro em que ele apresenta um estudo, mas o raio da coisa parece ter encravado na impressora, e convivemos de forma pacífica já num par de debates.

Ele tem uma opinião. Eu tenho outra.

Acho que parte da discordância se deve à forma como olhamos a informação sobre a liberdade de escolha. Ele parece só ver o lado da luz e eu tento ver o lado da luz mas também da sombra.

No caso da crónica de hoje ele parece esquecer-se, como é habitual, de diversos factos.

Desde logo que isto não é um problema de direita/esquerda. No grupo GPS coabita um pouco de tudo, assim como as escolas com contrato de associação têm um pouco de tudo, do bom e do mau, assim como do mediano. Como as escolas públicas.

A diferença é que nas escolas públicas o dinheiro chega, na sua maior parte, para salários que são pagos com base naquilo que é o índice salarial dos docentes e nas escolas com contrato de associação chega conforme o número de turmas, paguem o que pagarem aos professores, exijam as horas de serviço que exigirem. A margem para desmandos é muito baixa, ao contrário do que nos querem fazer crer. Há abusos? Há. Mas são mais de pequenos favores do que de embolsamento de milhões.

O que AHC parece também esquecer é que em certos grupos privados presentes no mercado da Educação (não apenas no GPS) está muito boa gente que tem como principal trunfo já ter passado pelos corredores do poder, fosse em cargos de natureza política ou de confiança política e assessoria. Raramente são gente saída do nada, cheia de boas intenções e um projecto na manga.

E não vale a pena tentar colar este grupo em particular a este ou aquele partido, porque o que se nota, pelo menos neste aspecto, é um grande pluralismo nos protagonistas e nos contactos.

AHC quer fazer crer que a “esquerda” defende os gastos desregrados nas escolas públicas e a “direita”, em especial a “direita boa”, defende a gestão ética dos bens públicos.

É uma generalização como qualquer outra, que de pouco vale quando não se suporta em mais do que achismos e números colhidos aqui e ali.

Consiga AHC apontar uma investigação em que uma ou duas dezenas de escolas públicas de uma região apresentem aquele índice de situações anómalas (não falo sequer nas que nem foram afloradas) e já será possível debater qualquer coisa.

Até lá, o que resta é uma profissão de fé de AHC nas virtudes privadas.

Ahhhh… ia-me esquecendo… as irregularidades que AHC dá por adquirido existirem naquelas escolas com contrato de associação não serão assim tão fáceis de sancionar e corrigir. Aliás, como se pode constatar, sem uma reportagem de uma televisão, lá continuariam e a instituição que de mais perto tem obrigação de controlar isto – a AEEP – quedou-se no mais absoluto silêncio.

Não sabiam de nada?

São como aquele director que nada sabia sobre o que se passava na escola que dirigia?

A verdade é que estas situações se multiplicaram tanto com responsabilidades do PS como do PSD/CDS, que são os partidos que deixaram que este tipo de negócio florescesse (na Holanda é proibido, o Alexandre bem sabe…). Verdade se diga que é ao PSD que se deve a primeira tentativa de moralização destes contratos através de David Justino, assim como (sob pressão orçamental) Foi por ordem de Sócrates que os valores dos contratos se viram reduzidos.

Já nos tempos que correm, apesar da proximidade de diversas pessoas ligadas ao sector à equipa actual do MEC, as coisas pareciam bem encaminhadas para ficarem na mesma, com o beneplácito implícito de todos e a promessa de florescimento (foi o ministro Nuno Crato que mandou aumentar o valor dos contratos o ano passado, enquanto cortava despesas nas escolas públicas).

Resta saber se há coragem para duas coisas, antes de avançarem de forma afoita pelo terreno da fé, a ser feitas:

  • Investigar, para além do que fez a TVI, porque a IGEC tem outros meios para o fazer, o que foi agora denunciado pela superfície, sem aquele truque que se adivinha de dizer que há desmandos que são de um foro exterior à esfera de acção do MEC.
  • Alargar essa acção de inspecção a outros nichos de mercado que, em boa verdade, esfrega(ria)m as mãos de contentamento perante a eventual queda em desgraça do grupo GPS, quiçá apostando (erradamente?) nisso para se expandirem à sombra do Estado.

 

 

 

…voltando a passar a reportagem Dinheiros Públicos, Vícios Privados, agora na TVI24 e abrindo o noticiário generalista com os milhões em subsídios a alguns colégios entre 2010 e 2012.

Já agora, uma leitura complementar, no Público de hoje:

Created by Readiris, Copyright IRIS 2009

Enviado aos encarregados de educação:

Contra1Contra2

Clicar na imagem…

 

5 Ways to Make College Much More Affordable for All Americans

If colleges rethink the way they teach and do business, they can save students and taxpayers billions without compromising their educational missions.

The schools crusade that links Michael Gove to Rupert Murdoch

The education secretary has close ties to Rupert Murdoch and would be a key figure if he attempts to move into the UK schools market.


Dona da Jerónimo Martins passa totalidade do capital para subsidiária na Holanda

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