Charb : « Je préfère mourir debout que vivre à genoux»
E assim foi.
Janeiro 7, 2015
Dezembro 30, 2014
As arrumações de final de ano fazem aparecer coisas curiosas que nos fazem sentar, abrir e ler umas páginas.
Quem disse/escreveu isto e quando, sendo que eu eliminei apenas alguns termos muito próprios do contexto em causa?
As escolas custam ao povo português enormes meios financeiros. Não é de admitir que muitos milhares de jovens filhos de classes trabalhadoras queiram estudar e não possam por falta de recursos e, ao mesmo tempo, existam numerosos estudantes que não querem trabalhar nem estudar, que querem passar o ano a perturbar, desorganizar e paralisar a vida escolar, que querem passar o ano dando o permanente espectáculo da arruaça, dos golpes, da chantagem, das desordens e ainda com a exigência de, no fim de tudo isso, obterem a passagem administrativa.
(…) não é de admitir que entre na escola quem pensa que na escola não interessa estudar. As escolas devem ser para aqueles que queiram estudar. Quem não quer estudar vá trabalhar para as oficinas, nos campos ou nos escritórios como fazem centenas de milhar de jovens.
Não se pode aceitar que o povo português, de cujo trabalho vêem afinal os recursos para pagar o funcionamento das escolas, esteja a alimentar a ociosidade e o parasitismo [dos que] nem estudam nem deixam estudar os outros.
Dezembro 29, 2014
“Shukov adormeceu completamente satisfeito, feliz. Fora bafejado por vários golpes se sorte durante aquele dia: não o haviam posto no xadrez; não haviam enviado a brigada para o Centro; surripiara uma tigela de kasha ao almoço; o chefe da brigada fixara bem as rações; construíra uma parede e tirara prazer do seu trabalho; arranjara aquele pedaço de metal e conseguira passá-lo; recebera qualquer coisa de Tsezar, à noite; comprara o tabaco. E não caíra doente.
Um dia sem uma nuvem carregada, sombria. Quase um dia feliz.
Contava já no seu activo três mil seiscentos e cinquenta e três dias como este. Desde o primeiro até ao último toque na barra de carril.
Os três suplementares pertenciam a anos bissextos.”
(Alexandre Soljenitsin, Um dia na vida de Ivan Denisovich, 1972, p. 198)
Dezembro 9, 2014
Ó shôr@ deputad@…
Dezembro 2, 2014
E para piorar o conteúdo, agora passou a falar sempre com aquele ar de seminarista engonhado e amnésico (será que ele se esquece quando fez de rufia que não aceitava sugestões de ninguém?) que não sei se mete dó, se mete outra coisa.
Gente crescida, gente preparada?
Mas que raio de intervenções públicas são estas, vindas de quem a cada oportunidade diz coisas do mais bacoco e infantil que se pode arranjar?
Exemplos:
“Despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma, tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida.”
11-05-2012
“O Governo não está a preparar um aumento de impostos. Não estamos a pôr porcaria na ventoinha e a assustar os portugueses.”
Debate do Estado da Nação, 11-07-2012
“Todas as dificuldades porque passámos não terão servido para nada. Servirão para alguma coisa (…) quando não nos comportarmos como baratas tontas e soubermos bem para onde vamos.”
25-07-2012
“Amigos. Fiz um dos discursos mais ingratos que um primeiro-ministro pode fazer – informar os portugueses, que têm enfrentado com tanta coragem e responsabilidade este período tão difícil da nossa história, que os sacrifícios ainda não terminaram.”
Facebook, 09-09-02012
“O ano que agora está a terminar foi talvez o ano mais difícil de que tenho memória desde 1974, mas foi também o ano em que mais semeámos para futuro.”
21-12-2012
“[O programa de rescisões na Função Pública] deverá ser encarado como uma oportunidade e não como uma ameaça para trabalhadores e serviços.”
18-03-2013
Fonte: Jornal de Negócios.
Setembro 21, 2014
… mas a citação é fiel ao pensamento transmitido. Faz parte de uma peça do Jornal de Letras desta semana acerca do arranque do novo ano lectivo e da situação da Educação.
Numa altura em que se volta a reforçar a necessidade de ter os melhores professores nas escolas, para trabalhar com os alunos da melhor maneira possível, é frustrante constatar que temos quase uma década de desinvestimento no capital humano dessas mesmas escolas, quantas vezes manipulando os dados sobre as despesas com pessoal, os rácios e muitas outras coisas.
O engenheiro desinvestiu no humano, justificando-se com o investimento tecnológico.
Este justificou-se com a troika e depois com umas manigâncias estatísticas.
Que tais opções, porque excessivas e mantidas na base de preconceitos e animosidades, já estão a ter consequências graves, é uma evidência pela qual dificilmente pedirá as devidas desculpas.
Agosto 21, 2014
É de espantar tamanha ingenuidade em quem chegou a PM no nosso país, para mais ao colo de um Relvas que, por sua vez, andou ao colo de tanta outra gente que, ao que parece, só agora se percebe que…
Visão, 21 de Agosto de 2014
Isto não é ser sério, é ser hipócrita e querer fazer-nos passar por parvos.
Ser sério, como em tempos ouvi a alguém, é conhecer o que há de mal e não recear falar, pois isso é essencial para que o país mude a sério.
Junho 6, 2014
Chris Hedges, American Fascists, pp. 16-17.
Lá como cá.
“Liberdade”, “verdade”, são palavras que eles usam com profusão, mas que esvaziaram do sentido que costumavam ter. É uma das estratégias mais habituais de todos os movimentos que visam manipular as consciências ou cidadãos. Independentemente do credo, político ou religioso.
Maio 26, 2014
Umberto Eco, “Eternal Fascism: Fourteen Ways of Looking at a Blackshirt” in Chris Hedges, American Fascists. NY: Free Press, 2006.
Porque é preciso ter algum cuidado com aqueles que se aceitam como colegas de caminho nas críticas aos males de uma Europa que, como Weimar, se apresenta como irremediavelmente decadente e corrupt(or)a.
E cuidado com o caminho, como é óbvio.
Março 15, 2014
Março 8, 2014
… citemo-lo a preceito e com propriedade e não usando citações em defesa de escolas livres operárias para fingir que ele fala de escolas integradas grupos económicos ou confessionais e disfarçando isso com a “liberdade”:
Universale non vuol dire assoluto. Nella storia niente vi è di assoluto e di rigido. Le affermazioni del liberalismo sono delle idee-limiti che, riconosciute razionalmente necessarie, sono diventate idee-forze, si sono realizzate nello Stato borghese, hanno servito a suscitare a questo Stato un’antitesi nel proletariato, e si sono logorate. Universali per la borghesia, non lo sono abbastanza per il proletariato. Per la borghesia erano idee-limiti, per il proletariato sono idee-minimi. E infatti il programma liberale integrale è diventato il programma minimo del Partito socialista. Il programma cioè che ci serve a vivere giorno per giorno, in attesa che si giudichi giunto l’istante piú utile. (Tre principi, trei ordini, 1917, que se pode encontrar nesta versão dos Scritti Politici)
Avançando um pouco nesta divergência. A “liberdade” como ideia-limite esgota-se quase em si mesma e os liberais d’agora acham que o mercado trata do resto. A liberdade como “ideia mínima” parte da liberdade para tentar construir uma sociedade mais justa, em que a “liberdade” não é um cheque em branco para os predadores económicos e sociais.
O desejo de uma sociedade livre e justa não é uma questão de esquerda ou direita, nem sequer algo do Direito Natural, construção teórica divertida e tão conjuntural quanto aquelas que visa criticar.
O desejo de uma sociedade livre e justa não é uma questão de mais ou menos mercado, de mais ou menos Estado. É uma questão de decência humana, que podemos ver defendida de forma exemplar por, penso que estamos de acordo, Jesus Cristo, há quase 2000 anos.
Fevereiro 12, 2014
Fevereiro 11, 2014
Fonte: FunçãoPublica1869.
Claro que os assessores e consultores não se sentem funcionários. São Algo mais.
Janeiro 5, 2014
“Stop the Madness,” Interview with Rupert Cornwell, Toronto Globe and Mail (6 July 2002)
(mais informações e continuação da citação aqui)
Janeiro 2, 2014
Novembro 24, 2013
Novembro 23, 2013
Outubro 1, 2013
Setembro 20, 2013
Também eu tinha bebido profundamente do elixir que prometia uma solução rápida para problemas intratáveis. Também eu tinha saltado para bordo do comboio, festivo e engalanado, celebrando o poder da responsabilização, dos incentivos, dos mercados. Também eu tinha sido cativada por estas ideias. Que prometiam acabar com a burocracia, assegurar que as crianças pobres não eram negligenciadas, dar poder aos pais pobres, possibilitar que as crianças pobres escapassem às escolas falhadas e acabar com a disparidade de resultados (achievement gap) entre ricos e pobres, pretos e brancos. Testar permitiria fazer brilhar um holofote sobre as escolas com mau desempenho e a escolha criaria oportunidades para os alunos pobres partirem para escolas melhores. Tudo isto parecia fazer sentido, mas havia poucas evidências empíricas, apenas promessas e esperança. Eu queria partilhar a promessa e a esperança. Eu queria acreditar que a escolha e a responsabilização produziriam grandes resultados. Mas ao longo do tempo fui persuadida pelas evidências acumuladas que as últimas reformas não pareciam estar à altura das suas promessas. Quanto mais eu via, mais perdia a fé. (Diana Ravitch, Op. cit, 3-4)
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Apenas umas opiniões e pouco mais.
Gaveta aberta de textos e memórias a pretexto da Educação que vamos tendo. Este blogue discorda ortograficamente. Contacto: guinote@gmail.com
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