Já têm alguns dias e como, no entretanto, não dei pela peça sair, ficam por aqui neste dia de prosas curtas, com parte da introdução explicativa que inclui para justificar a impossibilidade de dizer mais:
Todos os dados sobre insucesso, assiduidade, abandono, são fornecidos ao ME para registo na base de dados MISI@ e tratamento por este organismo.
Portanto, é impossível qualquer entidade independente ter números alternativos, que não sejam ao chamado “olhómetro”, bem falível conforme os contextos em que cada um se insere.
E o ME gere de forma política esses dados, não sabendo nós exactamente como é que é calculado o abandono escolar, pois não é possível verificar dados.
1- Quantas crianças/adolescentes desistem da escola por ano?
Esses números só o ME poderá disponibilizar, em especial os que correspondem ao abandono real dos alunos que apresentam uma baixíssima assiduidade mas que, graças aos mecanismos burocrático-legislativos, permanecem oficialmente dentro do sistema de ensino, mesmo mal frequentando quaisquer aulas. O número de abandonos reais excede em muito os dados oficiais divulgados pelo ME.
2- Qual a média de idades das crianças que desistem?
Dentro da escolaridade básica – que é o que aqui interessa – os abandonos verificar-se-ão principalmente a partir dos 11-12 anos, nos 2º e 3º ciclos do Ensino Básico. Muitas vezes é um abandono temporário ou intermitente, voltando a matricular-se no ano seguinte. Ao contrário do que se afirma muitas vezes, não é o insucesso que leva ao abandono. O que se observa é que as situações de “abandono encoberto” conduzem naturalmente ao insucesso e depois quando é impossível ocultar mais esse abandono, surgem casos de alunos com 3 e 4 repetências na escolaridade básica, que mais não são do que casos de abandono que, por razões de ordem política e burocrática, não se registam como tal.
3- Quantas crianças há que não têm a escolaridade mínima obrigatória?
É um número impossível de calcular.
4- As suas principais razões da desistência?
Normalmente passam pelo modo de vida das suas famílias. Há os casos mais óbvios de pobreza extrema em que as crianças entram de forma precoce e marginal no mercado de trabalho precário, ou de desagregação familiar em que a ausência de um controle parental faz com que essas crianças e jovens possam ausentar-se da escola sem que ninguém as responsabilize e sem que a escola tenha meios para as “ir buscar” e trazê-las, mesmo quando se accionam os mecanismos disponíveis (contactos com as Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, por exemplo)
Outro caso é o dos chamados “itinerantes”, ou seja, de famílias com um modo de vida não totalmente sedentário, sem uma residência fixa verdadeiramente permanente, que se deslocam sazonalmente ou em intervalos curtos, de um local para outro, impedindo as crianças de completarem com sucesso os anos lectivos.
Por fim há o caso de emigrantes, que levam os seus filhos para fora do país, sem que seja possível saber se eles irão frequentar efectivamente alguma escola.
5- Ainda são as famílias mais pobres ou de bairros sociais que menos colocam os filhos na escola?
Sim, se considerarmos como “bairros” sociais não apenas aqueles que oficialmente se designam assim, mas mais todas as zonas habitacionais degradadas em termos socio-económicos. Pode acontecer, por exemplo, em zonas rurais, em que não existem propriamente “bairros sociais”.
6- Há casos de crianças que não frequentam a escola de todo, isto é, que nunca foram à escola?
É possível que sim, mas também acredito que esses sejam casos verdadeiramente residuais.
Setembro 26, 2009 at 7:10 pm
Segundo os dados do vereador da educação de lousada…abandono é de 0% no concelho.Segundo a sua comunicação no jornal Verdadeiro Olhar, não há crianças nem jovens fora da escola em LOUSADA.
Neste concelho não há nenhum caso de abandono escolar!!
Como é isto possivel?
Este jornal é credível?
O senhor vereador como chegou a este imperativo?
A ministra da educação tem que visitar o concelho e fazer dele um caso de estudo!
Ou será muita parra…e pouca uva?
Alguém conhece este fenómeno?
Setembro 26, 2009 at 8:27 pm
#1,
Conheço o caso apenas de ler.
Dizem que há realmente um grande envolvimento da autarquia na gestão da Educação em Lousada.
A ser assim seria excepcional, sem eu sequer saber qual o partido que ocupa a câmara.
Setembro 26, 2009 at 10:06 pm
Qual o OCS onde deveria sair a peça?
—
Também tenho a ideia que Lousada faz uma bom trabalho na Educação.
Click to access RevistaSetembro2009.pdf
É PS.
Setembro 27, 2009 at 12:42 am
Alguém me pode esclarecer como é apurado o abandono escolar ? É que, apesar de já ter pertencido a um orgão de gestão, nunca me foi pedida tal informação nem sequer consegui apurar o que tal significa. Sendo, por lei, a matrícula automática do 1.º ano até ao fim da escolaridade obrigatória o que acontece aos alunos que abandonem é ficarem retidos. Ou não?
Setembro 27, 2009 at 3:33 am
#4
Julgo que os números constam naquele mapa que anualmente é enviado por cada escola para o antigo GIASE, actual GEPE (estarei enganado?) E suponho que coincidam com os casos comunicados à CPCJ.
Sempre achei os números do abandono escolar exagerados, mas tenho que admitir que no interior eles possam, de facto, ser altos. Aqui na região de Lisboa, Almada e Seixal, os abandonos, na generalidade das escolas, não andarão longe dos 0,5%. Fui PCE num agrupamento de escolas com 1800 alunos e nunca tivemos mais de 3 ou 4 abandonos por ano (todos na comunidade cigana). No ano lectivo passado, na escola secundária onde leccionei houve 2 abandonos em 980 alunos. Mas, sublinho, estou a falar de uma zona fortemente urbanizada.
Março 1, 2010 at 4:18 pm
O abandono escolar em Portugal deve-se a muitos factores.Tem a ver com o factor social,cultural e económico.A maioria dos pais portugueses não tem uma formação intelectual devido ao baixo nivel cultural que possuem.Os pais portugueses não se interessam pela vida escolar dos filhos.Depois de um dia de trabalho esses pais ficam sentados na TV com barriga de cerveja a ver novelas,programas culturalmente pobres e com pouca qualidade.Os pais portugueses não incentivam os filhos a ler livros para desenvolverem a sua intelectualidade,não os levam ao teatro nem a uma exposição.Os pais portugueses educam os filhos com o futebol e a playstation ou comparecerem aos bailaricos a ouvir temas de tony carreira.
Março 1, 2010 at 4:23 pm
sou a favor da criação de artes dramáticas como disciplina nas escolas portuguesas como o Teatro para despertar uma influencia intelectual aos alunos.
Março 30, 2010 at 7:38 am
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Fevereiro 6, 2012 at 12:53 am
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Março 7, 2012 at 5:01 pm
Ainda que seja informação datada, mas porque me interesso particularmente pelo tema do abandono escolar, gostaria,s e fosse possível, que indicasse a fonte do que cita no post. obrigada
Janeiro 27, 2014 at 4:33 am
Eu tou para fazer um debante sobre as principais causas do abadono da escola de muitos jovens no nosso dia a dia.