Protagonistas


Talvez mais do que o Tsipras, porque este é que tem obrigação de fazer as contas, se possível sem ser à moda do nosso gasparzinho, que falhavam sempre.

Yanis Varoufakis

thoughts for the post-2008 world

Um ponto a favor… não fechou o blogue quando chegou a ministro.

António Sampaio da Nóvoa: Nunca tivemos uma política educativa tão extremista e tão fundamentalista, pelo menos desde os anos 50

A entrevista de Anabela Mota Ribeiro tem imenso material e a crítica que é feita por António Nóvoa radica-se num conhecimento profundo da nossa História da Educação.

Deve ser por isso (e por um evidente complexo de inferioridade académica que não consegue disfarçar) que o Ramiro Marques decidiu atirar-se a ele e branquear o seu próprio passado de “radical esquerdista” no pós-25 de Abril. 🙂

Da mesma forma, há quem agora o apareça a elogiar quando antes levantava reservas à sua análise fundamentada da situação da nossa Educação.

Em tempos destes, os extremos desorientam-se perante a sensatez.

Haverá camas para todos?

Porque isto é mais do que uma chuva de estrelas… é uma torrente… e todos querem ser CR7’s.

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Expresso, 1 de Novembro de 2014

A proporção dos votos parece ser de 2 para 1 ou mesmo acima. O update vai sendo feito por aqui.

Aqui pelo blogue, entre eventuais militantes e simpatizantes, o costismo ainda é mais forte do que no país (proporção de 3 para 1), embora mais de metade do pessoal não pareça ter ficado entusiasmado com a disputa.

SondaPS

A minha atenção vai agora para dança das cadeiras que se vai seguir, por exemplo, no Parlamento e direcção do PS. Se for para regressarem os lacões e outros assim ou para promoverem o galamba mais novo… phosga-se!

E sou obrigado a confirmar que o António Costa foi atropelado por um (inesperado) animal razoavelmente feroz.

O engenheiro deve ter roído as unhas até ao cotovelo.

O seu homem, fora da Quadratura do Círculo, perde o brilho.

Ligação enviada pela A. C.:

Apostar na educação para reinventar Portugal – Entrevista a António Nóvoa

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Expresso, 7 de Junho de 2014

Como com Costa, o problema são os “empurrantes”. Se é para servir de testa de ferro a oliveiras&rosas, mais vale ficar quieta e independente de quem sabe que não tem capacidade para fixar a atenção de um eleitorado. O que ela tem…

É sempre divertido encontrar estas velhas notícias e análises.

Já lá vão quase 25 anos, quando MRS se candidatou, a contragosto de Cavaco mas para alegria de Portas, à CML. Com os resultados que sabemos.

Para quem fala que o nosso país é pouco estável basta reparar como ainda são os mesmos – mais o pedrocas que nesta altura andava pela jota laranja – a construir boa parte da actualidade, só que mudando deposição relativa no tabuleiro.

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Independente, 30 de Junho de 1989

 

Guilherme Valente tem hoje, no Público, um artigo notável a vários os títulos, mas nenhum deles que me desperte especial afinidade.

Antes de mais, ao meter-se numa espécie de polémica com texto anterior de Maria Emília Brederode Santos, demonstra algo que vai sendo cada vez mais evidente e que é a enorme confusão que algumas pessoas fazem em torno de um conceito popularizado como “eduquês”, baralhando sistematicamente o que ele designava na formulação original e ocasional de Marçal Grilo – um discurso hermético, palavroso, redundante, alegadamente científico, em torno da Educação e destinado a dar a ilusão de só ser acessível a uma comunidade de iniciados, muitos deles ligados às Ciências da Educação mas também à Sociologia – e aquilo que alguns transformaram em práticas pedagógicas consideradas facilitistas por estarem na esteira da chamada “Pedagogia do Sucesso”.

Não tenho aqui tempo ou vontade para explicar em detalhe a Guilherme Valente que a intersecção entre teóricos e pedagogos palavrosos na tal “Pedagogia do Sucesso” não significa que o “eduquês” enquanto linguagem seja o mesmo que Guilherme Valente associa a práticas pedagógicas que ele considera erradas, não distinguindo retórica discursiva ou legislativa e prática pedagógica dos professores nas salas de aula. Mas esse “esquecimento” (do papel dos professores na tradução concreta das reformas) é muito habitual nos analistas comprometidos com uma determinada situação política.

Teria de lhe relembrar escritos que ele certamente conhece que remontam ao Movimento Escola Moderna e aparecem mais em força desde finais dos anos 60 e inícios dos anos 70 ligados ao Centro de Investigação Pedagógica da Gulbenkian e mesmo à reforma Veiga Simão. São textos críticos das pedagogias dirigistas dominantes da altura e que só num segundo momento são utilizados como fundamento para uma outra vaga de autores, mais sociólogos do que pedagogos, de que podem ser exemplos Stephen Stoer ou Boaventura Sousa Santos que criam um aparato conceptual de matriz pós-moderna destinado a cobrir muito do relativismo que enxameou posteriormente alguns sectores das Ciências da Educação.

A História desta deriva desde os anos 80 não cabe neste post que, para além disso, se destina a sublinhar um outro aspecto, certamente notável para mim porque confirma algumas das coisas que escrevi neste últimos dois anos, das políticas de Nuno Crato e que passa pela continuidade.

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Guilherme Valente é muito claro e, em meu entender, muito útil ao explicar que as políticas do seu amigo Nuno Crato surgem na continuidade das de Sócrates/Maria de Lurdes Rodrigues que por sua vez terão aprofundado as políticas do também seu amigo David Justino (o qual talvez já seja mais céptico do que parece em relação a muitas das suas ideias quando aplicadas à nossa realidade).

Mesmo quando erra – nem tudo o que Crato tem feito decorre em linha recta do que fizeram os seus antecessores, dos quais é apagada Isabel Alçada – Guilherme Valente presta-nos o inestimável serviço de confessar que, no seu entender, muito próximo do actual MEC, as actuais políticas mais não fazem do que continuar e aprofundar as anteriores.

E é esta confissão, clara, límpida, transparente, de que todos os estes ministros tiveram e têm uma luta comum – o combate ao “eduquês” na versão baralhada e distorcida de Guilherme Valente que apenas ignora como reagiram os professores nas escolas a essas teorias – que nos é extremamente útil para contextualizar tudo o que vivemos e demonstrar que, afinal, não é uma teoria da conspiração afirmar que existe uma confraria de ex-ME(C) que sentem a necessidade de defender-se entre si no essencial, mesmo quando parecem estar em divergência.

… resta informá-lo ou ele perceber isso.

Na semana passada, numa avaliação por parte de jornalistas do Expresso que o acolhera como articulista residente surgiu como terceiro pior ministro (classificação baixo de 8 não dava sequer acesso a um exame nos meus tempos) de um Governo com nota abaixo de 10, apenas à frente do inenarrável Machete e do dúbio Aguiar Branco.

Hoje, no Público, o balanço destes dois anos e meio revela o ponto até ao qual Nuno Crato se afundou na sua incapacidade política e incompetência técnica para o cargo.

Algo que já várias vezes lamentei, pois nunca fui dos que o recusaram desde o primeiro dia por ser “de Direita”. Só que é impossível não ver como ao avançar pelas questões a resolver Nuno Crato foi falando a destempo, errando nas apreciações, sendo desastrado e desmentindo-se sucessivamente.

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Não são balanços corporativos feitos por professores malvados. São balanços feitos no ambiente que sempre o recebeu de braços abertos, dando-lhe todo o espaço para explanar as suas ideias.

A entrevista de Maria de Lurdes Rodrigues ao Público de hoje. Limita-se a elogiar o seu próprio trabalho na FLAD e enquanto ME, mantendo aquela visão que atravessa todo o livro que fez sobre o seu mandato: para ela tudo o que fez foi bem feito e de acordo com todos (os que lhe interessavam).

Para ela as críticas à sua acção não existem e nunca existiram.OPu se existiram eram apenas por parte de gente que não lhe interessava sequer ouvir,por muita razão que tivessem. É como se apenas ouvisse o eco da sua própria voz e dos seus fervorosos apoiantes numa bolha hermética.

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Quanto ao futuro, percebe-se que não tem sido sondada por António José Seguro, pelo que aposta fortemente numa futura liderança do PS por parte de António Costa. O que para mim é o primeiro grande factor a factor do TóZé.

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Entrevista de Mário Crespo a Nuno Crato

É mais simples quando o entrevistador completa as respostas do entrevistado, sempre que este hesita… 🙂

Quem lá chega, só sai se não puder fazer tudo para lá continuar. O contrário é a excepção. Achará Rui Tavares que é nas europeias que se agitam as águas internas’ Ou isto não se trata da formalização organizacional da cisão pessoal com o Bloco? Terá ele mais sorte do que o MAS?

Rui Tavares poderia ter dado um exemplo de desapego. Optou por achar que era melhor outra coisa.

E jjá agora… o que vai restar do Bloco daqui por um ou dois anos, após a desavença das cúpulas, sem serem as envelhecidas bases da UDP e alguns ex-PCP?

E da Esquerda “alternativa” em migalhas o que valerá a pena o PS ir pescar para as suas listas? Porque ex-personalidades bloquistas (mesmo que “independentes”) à solta é o que há para aí mais…

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Expresso, 2 de Novembro de 2013

… naquele jornal que tantos camaradas gostam de zurzir. Isto não é engolir um sapo ou um elefante. É engolir uma serviço inteiro de louça das Caldas pelas mãos de um dinossauro.

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Expresso, 2 de Novembro de 2013

Já tivemos Eduarda Maio e o seu menino d’oiro e Felícia Cabrita com o seu homem invulgar. Ainda é cedo para uma maria joão fazer a entrevista pós-coisa a Passos, pelo que ficamos com a Clara a entrevistar Sócrates pós-coiso.

Anuncia-se frontalidade, a qual se resume no essencial a algum vernáculo soft que cairá bem nas bermas esquerdas do PS e no Bloco manco. Filhos da mãe, quiçá da puta, mais uma merda ou outra e tiradas assim aplicadas a adversários internos e externos parece que dão patine de qualquer coisa.

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Os galambas e demais marimba boys delirarão e apontarão que o tó zé deveria ser mais assim. até os soares e os sousapintos terão o seu extasezinho bissexto.  O que até tem a sua parte de verdade, mas só vale a pena quando tem alguma substância dentro e não apenas oportunismo.

A entrevista adianta pouco, pois o contraditório é feito sempre com a sensação de que a entrevistadora sente ali um frémito de identidade que a postura alegadamente frontal encobre mal.

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O problema mais grave é que parece que aprendeu pouco com o tempo que esteve afastado e que parece considerar que tudo foi uma enorme conspiração “da direita” quando o PEC IV foi chumbado por toda a oposição parlamentar. E continua a achar que foi “traído”, caso contrário teria conseguido fazer a quadratura de três círculos em cima de um alfinete.

Ainda não percebeu – mas o que é grave é que há muitos com(o) ele – que acham que a incompetência de Passos justifica a má governação anterior.

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… o gajo político que os tinha no sítio para meter os invasores na ordem!

Governo faz a vontade ao FMI e corta quase tudo

 

paulo portas - pirata

 

Entrevista a Diane Ravitch, agradecendo o link à Anna P.

Um Rui Machete na “gestão sã e prudente” de cinco bancos concorrentes

 

Rui Machete acumulava 31 cargos nas mais variadas entidades até ser indicado como ministro dos Negócios Estrangeiros. Cessou funções na véspera de tomar posse, a 24 de julho. Era presidente das assembleias gerais do BPI, BCP, grupo de seguros Ageas, SAER – Sociedade de Avaliação de Empresas e risco, EDP renováveis e era presidente dos conselhos fiscais do BCP investimento, Taguspark e membro do conselho consultivo da Comissão Nacional de Luta contra a Sida e do conselho geral da Fundação Mário Soares.

 

… e dirá que tudo começou maravilhosamente, mesmo se a minha petiza, em 2013, terá piores condições pedagógicas para trabalhar do que eu em 1975, no mesmo 5º ano de escolaridade, até porque a sua escola não foi das bafejadas pela festa da Parque Escolar do engenheiro e de Maria de Lurdes Rodrigues, pelo que os pavilhões são daqueles que fizeram escola na margem sul ali no fim dos anos 70 e não os palácios de milhões construídos para servir algumas elites urbanas e/ou locais mas bafejadas pela sorte.

E nem falo na dimensão da turma, porque ainda me aparecem a dizer que as turmas maiores (29 dela contra os 22 ou 24 que éramos então), é resultado da quebra demográfica. 👿

… embora não seja bem perguntar. Amanhã explico melhor.

O que gostaria de perguntar ao ministro da Educação?

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