Só agora, e graças ao Ricardo, descobri que , afinal, Alexandre Ventura conseguiu introduzir no relatório final do CCAP um elogio desmesurado à influência dos blogues na luta contra a tentativa de impor de modo totalitário e sem contraditório o modelo de avaliação do desempenho docente.
Repare-se que não se diz que a informação divulgada foi errada ou enganosa. Apenas que «perturbou» por ser «múltipla».
De qualquer maneira percebe-se que, afinal, os blogues tiveram uma penetração forte nas escolas, mesmo nas mais adesivadas ou com caciques mais papistas que a papisa. E que tiveram influência ao informar.
É o raisparta do problema da democracia em funcionamento e em rede. Isto na Coreia do Norte tinha sido implementado num instantinho.
Cortava-se o acesso do povinho à net ou colocavam-se uns filtros tais que só mesmo o Tony Carreira e a Ana Malhoa passariam pelo crivo, mas apenas se devidamente compostinhos, penteadinhos e com as tatuages e protuberâncias escondidas.
R ainda quem ande a querer dar lições de pluralismo ao Irão…
Junho 20, 2009 at 12:04 pm
Mais uma vez, Paulo, os meus parabéns pela excelente “desmontagem” que estás a fazer desta imensa palhaçada… 🙂
Mas tem cuidado contigo: tu PRECISAS de descansar mais… 🙂
Nota: beijinho da Raquel para a Marta… 🙂
Junho 20, 2009 at 12:20 pm
A confiança no sucesso dos projectos é o produto de dois factores: clareza e convicção.
Talvez a CCAP ande necessitada de um curso de gestão moderna, pois o conceito que tem da informação está mais alinhada com a tradição do lápis azul e da defunta e salazarenta Secretaria de Estado da informação (SNI).
Junho 20, 2009 at 12:27 pm
A informação é lixada, faz com que as pessoas pensem e questionem:
As autocensuras voluntárias, a nível colectivo – associações culturais, boletins associativos, Academias de Ciências, bibliotecas e boletins de empresa -, foram particularmente gravosas, quer pelo carácter colectivo que assumiam, atingindo por isso um vastíssimo número de cidadãos quer porque partiam de entidades que desenvolviam, em alguns casos, uma muito significativa actividade de natureza cultural. Essa censura não visava apenas uma proibição, fosse ela de que natureza fosse. Ela inseria-se, de facto, no objectivo mais vasto que o regime perseguia, que era o da modelação das mentalidades, do enquadramento cultural e ideológico dos cidadãos, no âmbito dos princípios doutrinários do regime, ou simplesmente, da «Verdade Nacional» por ele definida.
(…)
http://www.pcp.pt/publica/militant/244/p27.html
Embora seja proveniente do PCP, cujos regimes amigos sempre a praticaram, o texto acima é bem verdadeiro.
Há sempre “alexandres venturas” em todos os regimes absolutistas, sejam ditatoriais ou de “maioria absoluta”,
“Oh glória de mandar, oh vã cobiça..”
Junho 20, 2009 at 12:30 pm
Essa coisa da liberdade de expressão é uma gaita, caros amigos do CCAP! Sigam o meu conselho: abram umas valas grandes e metam essa canalha lá dentro! É remédio santo! Eu sempre fiz assim e até recebi bênçãos especiais do Papa! Se quiserem uns quantos torcionários para vos ajudar, apitem! O quê? Não precisam? Marooootos! 😉
Junho 20, 2009 at 12:31 pm
Gente totalmente incompetente e doidos … perigosos!
Esquema da avaliação dos professores
(Organigrama roubado no blogue A Educação do Meu Umbigo)
http://www.legoergosum.blogspot.com/2008/02/organigrama-roubado-no-blogue-educao-do.html
Alguém calculou quantos milhões de horas de trabalho é que isto vai custar por ano a nível nacional? Alguém se deu ao trabalho de verificar se isto, somado às outras tarefas de um professor, cabe nas cerca de 1600 horas de trabalho anual que lhe compete prestar? Alguém se perguntou se uma geringonça destas funciona?
Junho 20, 2009 at 12:39 pm
Fiquei a pensar naquela da informação excessiva. Onde é que eu já ouvi alguém dizer que muita informação é mau para o povoléu? Ah! Já sei: todos os ditadores. Era por isso que o Salazar tinha a censura, lembram-se? Acho que há por aí umas quantas pessoas que estão a precisar de um PAH (Plano de Acção de História) rápido.
Junho 20, 2009 at 12:58 pm
Informação excessiva foi TODA aquela que emanou do gabinete do ministério da educação e do site da DGRHE ao longo desta legislatura.
Junho 20, 2009 at 1:04 pm
Os nossos olhos estão abertos. Toda estratégia do mega Ministério mais os chamados espertos do êduques que proliferam por toda a parte desmontada a toda a hora, dói que se farta. A primeira grande medida de reforma seria reformarem-se a eles mesmos, simplificarem o ME e Direcções Regionais e não deixarem as ESEs cavalgarem a onda da formação constante, por vezes em coisa nenhuma,(como por ex. a formação em ADD)
Junho 20, 2009 at 1:06 pm
Viva a PERTURBAÇÃO!!!
Junho 20, 2009 at 1:11 pm
De facto, os eduqueses estão a começar a ficar «muito perturbados».
Junho 20, 2009 at 1:17 pm
O PECADO do conhecimento é tão velhinho como o Homem (como Eva ou Pandora). Tanto com Eva como com Pandora é pecado original — a origem de todos os males.
Recorde-se que Adão e Eva estavam proibidíssimos de comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. São assim todas as ditaduras, divinas ou humanas: limitar ao máximo o acesso ao conhecimento (reduzi-lo ao mínimo; escrever, ler e contar… se tal não foi “impedível”).
Junho 20, 2009 at 1:30 pm
Pois é, os OCS ainda podem ser controlados, mas os blogues ( alguns) são livres.
Não tenhamos dúvidas, a grande onda de contestação tem raiz na blogoesfera.
Este fenómeno será um dia estudado pelo Paulo num pos-doutoramento em “Educação em Portugal na 1ª década do sec. XXI” . 🙂
Junho 20, 2009 at 1:32 pm
Agora o Irão.
Estou muito preocupada.
Aquele maluco do lider religioso ( kahmeini, acho) condena a insubordinação.
Penso nos resistentes com uma grande admiração, ( há forças incontroláveis) e com um sentimento de alívio por não ter nascido naquelas bandas…
O que lhes irá acontecer?
Junho 20, 2009 at 1:49 pm
[…] verdadeira pérola que encontrei n’A Educação do meu Umbigo, do Paulo Guinote, mostra à saciedade o entendimento que a personagem tem do que é a liberdade de […]
Junho 20, 2009 at 1:50 pm
[…] verdadeira pérola que encontrei n’A Educação do meu Umbigo, do Paulo Guinote, mostra à saciedade o entendimento que a personagem tem do que é a liberdade de […]
Junho 20, 2009 at 1:51 pm
[…] verdadeira pérola que encontrei n’A Educação do meu Umbigo, do Paulo Guinote, mostra à saciedade o entendimento que a personagem tem do que é a liberdade de […]
Junho 20, 2009 at 1:55 pm
[…] verdadeira pérola que encontrei n’A Educação do meu Umbigo, do Paulo Guinote, mostra à saciedade o entendimento que a personagem tem do que é a liberdade de […]
Junho 20, 2009 at 2:01 pm
[…] verdadeira pérola que encontrei n’A Educação do meu Umbigo, do Paulo Guinote, mostra à saciedade o entendimento que a personagem tem do que é a liberdade de […]
Junho 20, 2009 at 2:09 pm
Os Blogs são espaços de liberdade de expressão. A Liberdade está a passar por aqui! Mas isso incomoda, claro!
Este Blog tem sido o farol que tem iluminado a nossa reflexão sobre a palhaçada educacional.
Os Blogs e os Movimentos fizeram toda a diferença nestes últimos dois anos.
Obrigado Paulo pelo teu Blog!
Junho 20, 2009 at 2:12 pm
Os blogs foram extremamente importantes para os professores informar-se .Sem eles acho que tudo teria sido diferente,para pior.
Obrigada mais uma vez
Junho 20, 2009 at 2:13 pm
Desculpem lá…mas sou eu que ando cansada ou todos os dias temos tido momentos hilariantes? É que eu só tenho sorrido …
Viva a pluralidade de informação 🙂
Junho 20, 2009 at 2:19 pm
…. o pluralismo é muito bom e recomenda-se mas… só quando convém.. ah pois é…
Junho 20, 2009 at 2:29 pm
Coreia do Norte, Tony Carreira e Ana Malhoa compostinhos e Irão, pois claro – era num vaipe que. 😆
Junho 20, 2009 at 2:30 pm
Este fim de semana calha estar a escrever um texto sobre a relação entre blogues e a luta dos professores.
Esta passagem vai servir para abrir as hostilidades.
Junho 20, 2009 at 2:30 pm
Digam-me uma coisa: não acham estranho que todas estas críticas ao modelo apareçam a 4 meses das legislativas e, ainda por cima, da parte de um órgão consultivo da confiança do ME?
Acham que, se este relatório tivesse sido feito em Maio ( por exemplo), teria saído logo no site do ME e na comunicação social?
Até aqui, todos os estudos e pareceres que se fizeram foram, simplesmente, ignorados.
O que lhes deu agora?
é fácil de perceber, não é? 😉
Junho 20, 2009 at 2:31 pm
#1,
Retribuição do beijo.
quanto a descanso, não me fales…
É um fim de semana com 3 frentes de “escrituras”, mas com bons objectivos…
Junho 20, 2009 at 2:34 pm
#25 Reb,
Votozinhos. 😉
Junho 20, 2009 at 2:52 pm
Pois…seria tão bom que a net e os blogues tratassem apenas de pornochachada e escort girls…sempre mantinham o povo entretido. Só que aos professorzecos deu-lhes para aderirem às novas tecnologias e desataram a fazer formação na área. É por isso é que a próxima só vai abarcar a componente cientifíco-didáctica…mas já não vão a tempo, temos pena.
Junho 20, 2009 at 2:53 pm
#27, João, votozecos. 🙂
Junho 20, 2009 at 3:00 pm
A informação “perturbou por ser múltipla”…compreende-se, há cérebros que apenas conseguem digerir uma informação de cada vez, só que estão bem colocados na vida, e tiraram umas férias para aliviar a pressão interna, ou seja, produzir diarreia mental qb, com espírito de missão e muito amor pátrio. Em setembro e Outubro cá vos esperamos para retribuir a bondade das medidas e o mea culpa virginal. Estou muito satisfeita comigo própria, e vocês?
Junho 20, 2009 at 3:13 pm
Obrigada por este espaço, Paulo!
Obrigada a todos os outros espaços de colegas que também foram informando e questionando.
Foi aqui e ali que tivemos a possibilidade de discutir e de manter viva a discussão, quando tudo parecia estar contra os professores deste país.
Já fez história.
E devia ficar registado.
Junho 20, 2009 at 3:17 pm
Paulo, um abraço e um grande grande Bem-Haja!
Obrigada pelos bons momentos de informação, contra-informação, alegria, partilha, boa disposição e até de “amoques” que passei aqui…
Foi a melhor prenda que esta ME nos podia ter dado: a elevação do Umbigo a site de interesse Nacional. O Paulo bem o merece pelo empenho e lucidez demonstrados.
Obrigada a todos os Umbiguistas pelo apoio e aos infiltrados por me encherem da adrenalina que por vezes faltava.
Vou molhar os pezinhos ao Zêêêêzere…
Junho 20, 2009 at 3:35 pm
#26
Percebo… 🙂
Mas achei-te um pouco cansado (embora com garra e a habitual clareza). E há momentos em que… é preciso mesmo parar um pouco… e olhar para a saúde “do nosso umbigo”! 🙂
Junho 20, 2009 at 3:42 pm
Que chatice! Esta coisa de encabrestar um povo é muito difícil!
Tantos anos de democracia permitiram que uma classe que tinha (obrigação de ter) acesso a uma certa cultura a utilizasse para inviabilizar a colocação de antolhos na maioria dos seus elementos.
Tudo isto é uma enorme maçada! Virou-se o feitiço contra o feiticeiro já que a classe utilizou a maior bandeira do governo, o choque tecnológico, para se unir na demonstração das iniquidades de um sistema, de uma pseudo-reforma, de um conjunto de leis e acções totalmente em contradição entre os objectivos propagados para a opinião pública e os resultados que produzem ou visavam produzir.
E tudo isto é uma enorme maçada! Porque houve uma classe por quem ninguém dava nada, que não tinha hábitos de mobilização, nem de união e se uniu e se mobilizou e não foi por dinheiro. Porque houve uma classe que serviu de rastilho para que outras contestassem, porque há uma classe, que é a que transmite ideias e conceitos, que não se deixou dominar e não se tornou um veículo de uma forma de estar subserviente e produtora de subserviências e de mesuras a um deus todo-poderoso.
E tudo isto é uma enorme maçada! Porque nos tornámos um pedregulho no sapato de um governo que pensa que governar um país é trazer o povo pela arreata.
Mas mais difícil, ainda, é encabrestar um povo quando o tratador é incompetente e não sabe colocar o cabresto! Com tanta gente convencida que tinha o poder nas mãos e as costas quentes o resultado foi que usaram arreios a mais para prender o cabresto, quase que sufocando o “bicho “que naturalmente escoiceou e fugiu e, assim, perderam, por completo o domínio da situação (“multiplicidade de informações contraditórias produzidas…” “factores de perturbação, em alguns casos resultantes da própria gestão inadequada a vários níveis do processo, do central…”).
Nota: é assombroso verificar que gentinha que não revelou nenhuma ética legislativa, nem contratual, nem, muito menos, negocial, não tenha percebido, ainda, que a história do memorando é outra e insistam em culpabilizar os sindicatos pelo seu não cumprimento, como se estes tivessem tido capacidade de conter o tsunami que as ondas de choque, a que o Paulo se refere e que começaram agora a chegar à superfície, constatadas por outros que não nós, tinham provocado no seio de uma classe, no seio das escolas.
Junho 20, 2009 at 3:46 pm
O isolamento dos professores acabou de vez -situação irreversível e que apanhou de surpresa muitos dos (des)governantes e seus acílitos.
O Umbigo tem sido o motor de um movimento histórico que promoveu o encontro, a partilha, a discussão sobre “as coisas” da Educação – desejo que o berço da nossa classe profissional.
Isto faz muito medo aos ditatorzecos de serviço, e que sonham com tempos idos da iliteracia informática.
Parabéns, Paulo!
E a todos os Umbiguistas que têm alimentado este caudal de ideias, sonhos, atitudes, sentimentos…
Cá estaremos, bem acordados, em Setembro/Outubro. O tempo da escrita em papiro já vai longe… azar o deles!!!!!
Junho 20, 2009 at 4:00 pm
“Cá estaremos, bem acordados, em Setembro/Outubro. O tempo da escrita em papiro já vai longe… azar o deles!!!!!” (35)
Cá estaremos sempre, Working On A Dream! 🙂
Força, Paulo. 😉
Junho 20, 2009 at 4:02 pm
Desconhecia que Portugal tinha o seu próprio Conselho de “Ayatollah`s”. Enfim… estamos sempre a aprender.
Junho 20, 2009 at 4:05 pm
DAQUI NINGUÉM ARREDA PÉ. 🙂
Junho 20, 2009 at 4:10 pm
a título de balanço, já pensaram o que teria sido de nós nas escolas, nestes 2 anos lectivos, ( em especial neste último) sem o Umbigo?
Eu nem consigo imaginar…
Junho 20, 2009 at 4:18 pm
“Os relatorios mencionaram que a informação surgia não apenas na comunicação social mas tambem em blogues e em mensagens electonicas”
Olha! Esquecerem-se dos bilhetinhos que circulavam às escondidas entre os professores… Posso assegurar que era tambem uma importante fonte de informação …
Tá mal!
Junho 20, 2009 at 4:21 pm
E os segredinhos? E as reuniões à porta fechada? E as mensagens de SMS? E o MSN? E as mensagens encriptadas?
Bem, o trabalho está incompleto.
Junho 20, 2009 at 4:29 pm
Que mania é esta de manter todos os interessados com informação quase ao segundo?
Na cabeça dos governantes que primam por nada explicar, tudo decidir e melhor impor, deve haver um novelo de conflitos com a própria razão (a deles!)
A rapidez (de fabricar despachos, decretos e afins sem sequer haver tempo útil de “digestão”) é tanta…
Como é que se consegue estar atento e reagir a tudo?
Em frente Umbigo e outros blogues! Obrigada.
Junho 20, 2009 at 5:03 pm
Paulo, não lhes dê ideias…
Junho 20, 2009 at 11:10 pm
Xotores ! ATENÇÃO!!!
O terceiro capítulo do romance Lai e salseiro da Maria campos e corrigido por tr~es xotores das primárias e por este controleiro amigo JÁ FOI PUBLICADO NO DIA 15 DE JUNHO!!!!
PODE PARECER QUE ESTÁ Apagadito e incompleto mas os xotores carreguem lá onde diz Não sei quê… PDF AQUI e enytão ele aparece numa caixita e os xotores lêem o capítulo todo todo, cheio de entrelinhas e novas personagens e tudo!!!
Capítulo importante!!!
Junho 20, 2009 at 11:14 pm
Xibanguice por xibanguice como estas descovertas pelo xotor guinote… mais valem as da Maria prado e da sua agência de validação de aplicação das leis, as da “Padaria Jeitosa” e outras mais…mas fechaditas nos caítulos de um romance lei- leigue— leih… Lai… (muito leve como pão levedado e oco e como as bolhitas das gasosas!
Mas fazem cócegas ao espírito como as bolhitas fazem à garganta!!!
Fevereiro 28, 2021 at 2:54 pm
[…] verdadeira pérola que encontrei n’A Educação do meu Umbigo, do Paulo Guinote, mostra à saciedade o entendimento que a personagem tem do que é a liberdade de […]