Março 2014


Carmel, More, More, More

Ritmos de Rendimento da Aprendizagem

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E como se perceberá pelos comentários, na altura a discussão era mais calma e pausada.

Mas quanto ao essencial… será que o nosso calendário escolar e a organização dos horários diários e semanais têm uma qualquer fundamentação em estudos sobre a capacidade de concentração e ritmos de aprendizagem dos alunos das várias idades ao longo do dia e do ano escolar?

para se preocupar com o desemprego – imediatamente me preparei para beber a solução.

 

Nada, os jornalismo noticiava apenas um estado d’alma eleitoral.

 

Fui beber outra coisa…

 

 

O hollande foi para o maneta.

 

 De lambreta.
É a convicção de Joaquim Azevedo, o coordenador do grupo de trabalho nomeado pelo Governo para aumentar a natalidade em Portugal.

 

Reitores receberam carta do Governo a garantir reposição dos milhões em falta

Se eu mandar um postal ilustrado à moda antiga, também me garantem a reposição do que me têm tirado?

Estado gastou 3,5 milhões de euros com consultores externos na semana passada

(…)

Os gastos dos organismos públicos em consultoria e assessoria na última semana foram superiores às despesas com a alimentação. De acordo com a análise do i aos contratos de aquisição de bens e serviços divulgados no portal Base entre o dia 22 e as 16 horas de sexta-feira, o custo da contratação de serviços de consultoria e assessoria ascendeu a 3,5 milhões de euros, enquanto que o da alimentação (produtos alimentares e refeições confeccionadas) se ficou pelos 2,6 milhões.

O contrato mais elevado foi publicado pelo Banco de Portugal (BdP), que por 32 dias de “consultoria financeira” da Oliver Wyman pagou 322,2 mil euros. Este já é o segundo ajuste directo celebrado pelo banco central e esta empresa recentemente. Em Maio do ano passado, o BdP contratou os serviços (98 dias) desta consultora por 483 mil euros.

Vejamos o que é e o que faz a tal Oliver Wyman.

É tudo expertise em coisas que por cá ninguém sabe fazer, muito menos a obesa função pública, certo?

É muito mais prático sacar do dinheiro dos contribuintes e contratar alguém de que se ouviu falar ou conheceu numa qualquer jantarada.

Mas é assim o “Estado Moderno”. A malta entrega-lhes o dinheiro e ele contratam quem bem entendem.

É a macro-liberdade de escolha sem trela.

Ou em modo de segurança.

Ou de serviços mínimos.

A ver se não posto mais coisas com um ano de atraso.

E se amanhã entrego as três turmas de testes que faltam. Porque o fim de semana passou mesmo a ser sagrado. Tradição judaico-cristã. E tal.

S

Franz Ferdinand, All My Friends

refazer do vento que me regenere
e renegar da aragem a depressão violenta
concerto para piano e orquestra
e coisas que cegam por ausência extrema
tal e qual como daquela vez contínua

teutónicas as musas fluem desorganizadas
num charco de infusões de urtigas brandas
brancas como olhares perecidos de cancro
ou azúis ou verdes pântanos e todas pretas

ide consolá-las ó meu sonho de noites claras
ouvi o ronronar espreguiçado do fero da obliquidade
na balança que vos for mais infiel e gritai
com dores que a realidade está inclinada
para todas as dimensões que se contam depois

[eu]

A capelada não foi assim tão má… o pénalte a favor também não foi…

 

o hollande vai apresentar gqueixas ao seguro.

 

Sugestões da A. C.:

Ravitch: The best reason to oppose the Common Core Standards

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What if Finland’s great teachers taught in U.S. schools?

 

Este último artigo é mesmo muito bom para fazer pensar e discutir o conceito de “bom professor” e a centralidade que se tem inscrito do discurso oficial único dos últimos 10-15-25 anos de que a responsabilidade quase total pelo sucesso dos alunos +e dos professores.

Secret Teacher: where will our battle against time end?

A semana passada perguntaram-me de um jornal que preparava uma peça sobre o assunto, qual é a minha opinião sobre a introdução de uma tabela salarial única para os trabalhadores do Estado, na minha perspectiva de professor.

Penso que ainda não saiu a notícia mas, na falta de outro assunto dominical (não, não vou refilar com a arbitragem de ontem, porque lá se ganhou…), fica aqui de forma resumida o que disse, com mais este ou aquele detalhe:

  • A elaboração tabela salarial única, com o devido respeito pelas regras laborais e constitucionais em vigor, levanta uma série de problemas técnicos que me parecem muito acima da competência dos servidores deste Governo. E é uma tarefa que me parece perfeitamente demagógica, porque irrelevante em termos práticos, em especial se for para introduzir prémios de desempenho. É estranho ver malta liberal a defender sistemas de matriz igualitária e “socialista”. Aliás, é curioso que a indiferenciação dos funcionários públicos, eliminando diferenças entre carreiras, não é algo que desagrade por completo a alguns sectores do sindicalismo.
  • Do ponto de vista material, os professores devem temer o muito desejado aplainamento salarial da sua carreira, com a redução de escalões e a limitação do topo salarial actual. A redução do leque salarial entre a base e o topo (mesmo que o topo com o índice 370 seja uma quimera criada por Sócrates para engodar os titulares e avaliadores que estavam no antigo 10º escalão e que muitos engoliram) é uma desejo partilhado pelos nossos actuais governantes e os seus parceiros preferenciais para discutir estas coisas, ou seja, a AEEP. Isto é difícil negar, pois foram este meus ouvidos que ouvirem directamente a conversa, por exemplo, no Palácio Foz. Claro, há o recorrente argumento “orçamental” e a evidência de serem os educadores e professores o corpo profissional qualificado mais numeroso ao serviço do Estado.
  • Do ponto de vista simbólico – e por muito que alguns neguem, esse aspecto ainda tem peso – a tal indiferenciação da carreira e da tabela salarial seria o passo final no esforço pela diluição da identidade profissional dos docentes, um esforço que tem vindo a ser laboriosamente desenvolvido há perto de uma década com o objectivo de quebrar a capacidade reivindicativa dos professores e os domesticar, tornando-os executores acríticos de todo o tipo de experimentações políticas na área da Educação, desde as mais apalermadas (discutir se as aulas devem ter 45 ou 50 minuto e chamar autonomia a isso) às mais lesivas do interesse público (as negociatas com os interesses privados no sector, à custa da erosão da rede escolar pública o do estatuto profissional e remuneratório dos seus professores), passando por aquelas que são apenas programas ideológicos disfarçados de outra coisa (a avaliação do desempenho de vão de escada que está em vigor).
  • Por fim, esta fixação em tornar o funcionalismo público uma espécie de massa indistinta de gente (porque não é apenas a tabela remuneratória que está em causa)  e não um conjunto de corpos profissionais especializados nas suas funções é apenas um dos passos mais importantes para justificar a contratualização de serviços fora da órbita do Estado, exactamente com a justificação de serem necessária uma especialização (lembremo-nos das pequenas fortunas pagas a gabinetes de advogados para assessorar o Estado em diversos negócios, contratos ou implementação de medidas, escritórios que por vezes encontramos mais tarde do lado dos interesses privados que contestam qualquer renegociação de contratos por parte do Estado), deslocando os fluxos financeiros dos orçamentos de muitos ministérios para empresas “privadas”, constituídas fundamentalmente para sobreviverem fora de uma lógica de mercado e de acordo com o conforto da subsidiodependência, empresas essas que beneficiarão sempre do know-how de antigos governantes, chefes de gabinete, assessores, consultores, etc, não poucas vezes ligados às decisões políticas destinadas a defender os interesses que mais tarde eles passam a servir formalmente. Na Educação, por exemplo, sabe-se bem que foram e quem são.

Foto2195

Por belíssimas razões.

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