Novembro 2013


Lloyd Cole and the Commotions, Rattlesnakes

Lá funciona? Por cá caiu em desuso, está fora de moda… os putos tóxicos ainda gozam com quem fala disso…

Wrestling with a teaching career: the classroom vs the ring

Deputy head and wrestling champion Mark Cocker uses his success in the ring and the RE classroom to show students they can achieve anything with the right work ethic.

O Porto perde, mesmo com ameaça de capelada?

Factura de Electricidade do MEC – 106 067 954,64 EUR, ao qual acresce IVA à taxa legal em vigor

… em que os básicos e secundários vivem há anos.

No caso da A3ES é notória a falta de confiança do MEC na acreditação que tem andado a ser feita aos cursos. Por acaso, é daquelas coisas em que não está completamente errado, porque – como no não-superior – há gente a avaliar que não parece ter a devida competência para o fazer e, mais grave, ter evidentes conflitos de interesses na avaliação feita.

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Público, 30 de Novembro de 2013

A propósito deste post do Paulo Pinto no Jugular, eu recordaria o que na altura escrevi, pois já então as passeatas davam em pouco e muitos dos que lá andavam acabaram por ordeiramente amochar e fazer os RFE, para manter todas as oportunidades em aberto.

Eu não fiz… fui dando aulas como contratado, por vezes de forma intermitente, mas a vida não acabou por ter sido coerente nos actos em relação às palavras.

Parte do  contexto já a (d)escrevi há mais de 5 anos, mas muita coisa curiosa se passou na altura, incluindo uma ida à TV, a uma programa com o ME da altura (João de DEus Pinheiro), estando na equipa de produção o actual secretário de Estado da Cultura e indo no grupo de quatro alunos da FCSH um agora esquecido do episódio Carlos Vaz Marques pelos adeptos do RFE que, na altura, eram muito bem conduzidos pela JCP e por malta que estava perto do que viria a ser o PSR e depois o Bloco.

Em conformidade com o que escrevi, limitei as minhas oportunidades ao recusar-me a fazer o RFE e fui sendo contratado até ao final dos anos 90 (por vezes de forma intermitente)… fazendo mestrado pelo meio e outras coisas… nunca culpando fosse quem fosse pelo que terei perdido e que foi só dinheiro.

Já quanto a alguns dos mais inflamados lutadores da altura… ou mantiveram as oportunidades em aberto ou foram incorporados nas capelinhas do sistema.

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Expresso, 21 de Março de 1987

… para ser recebida por um PS órfão de alguém que tenha um discurso (mesmo que errado ou oportunista) sobre Educação…

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Expresso, 30 de Novembro de 2013

Porque a prova feita pelos alunos foi com menos perguntas do que será a dos professores, mas mesmo assim a intenção inicial de a aplicar aos alunos de 6º ano revela bem algumas coisas…

Já quanto aos países que aplicam este tipo de prova, a propaganda do MEC cai pela base. O mesmo para quem associa este tipo de prova à existência de uma ordem profissional, como ac0ntece com alguns ortodoxos que temem muita essa possibilidade de auto-regulação, preferindo serem humilhados a partir de fora.

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Expresso, 30 de Novembro de 2013

 

E é o do costume… meter toda a gente a acusar-se mutuamente e a engrossar a voz sem se olhar ao espelho.

Por ter sido partilhado directamente no meu mural do fbook, reproduzo aqui a recusa de uma colega (Luísa Magalhães) em participar nesta palhaçada, numa atitude de verdadeira coerência, mesmo se assim mantém as suas oportunidades menos em aberto, para citar um grande líder de manifestações, em tempos professor.

E pronto, não me inscrevi na dita prova para professores!!!!
E porque ainda há pessoal com espinha dorsal!
“Vá xinguem-me à vontade, principalmente quem é a favor daquela bela m*rda ou então quem vai fazer porque acredita que pagando, consegue uma colocação no próximo ano…pelo amor dedeus, ganhai juízo nessas cabecinhas e já agora ponham-nas a funcionar!!!

Fi-lo em consciência e se me vou arrepender futuramente ainda não o sei, mas logo vejo as opções que vão surgir…afinal, toda a minha vida tem sido feita disso mesmo…opções!!”

Agora reparem num dos comentários que lá apareceu e que me fez amarinhar pelas paredes:

os professores do quadro que alinharem nessa farsa esses sim é que devem ser “xingados”. Numa primeira fase deviam ser postos de quarentena e ninguém lhes falar, ninguém os ouvir em suma ostracizados. Podiam ser postos por exemplo numa gaiola para exibição futura em feiras e circos. Assim tipo porcos. A classe sempre andou por baixo mas agora pode bater no fundo.

Em primeiro lugar, este é o tipo de linguagem agressiva e trauliteira que faz muito pouco por qualquer solidariedade activa com a causa dos contratados, pois é do género ou fazes o que me dá jeito (a mim que me inscrevi e não tive a tomatina de não inscrever) ou és um porco fascista (estou a caricaturar, claro). Em segundo, quem poria nos tais professores colaboracionistas de quarentena? Os contratados aprovados, logo que (em 20120-2025) conseguirem mais umas vinculações extraordinárias? Em terceiro, esta postura é muito vulnerável ao contra-ataque dos professores do quadro que viram muitos contratados ir vigiar os exames dos alunos há poucos meses, alegando que estavam numa posição muito vulnerável para entrar numa luta (a das horas lectivas e não só) que não era deles, pois nem sequer beneficiam das reduções do artigo 79º.

O MEC já conseguiu o que é habitual. Em vez de uma oposição concertada, sem declarações disparatadas dos grandes líderes mal lhes metem a porcaria de um microfone à frente dos olhos e da boca, com multiplicação de mensagens públicas de luta enquanto em privado se admite que a coisa está muito difícil, acabamos por ter uma fragmentação desnecessária, com hesitações, detecção de potenciais bodes expiatórios e batida em retirada da própria consciência.

Claro que a mensagem deveria ser a da não inscrição e não a da convocatória para passeatas que têm pouco para correr bem por comparação a outras. Ou então uma estratégia de boicote claro – mas espera-se isso de gente que prima pela responsabilidade e fica satisfeita quando o governo elogia a sua contestação bem comportada? – através da dupla ou tripla inscrição por forma a termos 100.000 e3 não 40.000 candidatos à prova, tornando-a verdadeiramente impraticável, mesmo que os sindicatos tivessem de arcar com esses custos.

Se podem andar a comentar em blogues sob perfis falsos, também poderiam fazer isso, pois quem vem e veio aqui (e a outros blogues) só para tentar ofender e desestabilizar, daria o seu tempo por bem melhor aplicado se o dirigisse contra diz ser o Grande Malfeitor.

Mas isso implicaria a saída da zona de conforte e o assumir de uma estratégia de confronto aberto, mas a sério, não o das passeatas que já deram o que tinham a dar.

Se Crato e muitas das suas ideias vierem a cair, a médio prazo, será por serem manifestamente despropositadas e não por causa de cartazes de ocasião pela rua de São Bento abaixo, por muito legítima que seja essa forma de protesto. Mesmo se já vimos que não funciona sem ser para créditos na progressão na carreira de lutador-agora, autarca-depois ou coisa parecida.

Recomendar-se-ia que, perante sucessivos fracassos, se apostasse numa nova forma de fazer as coisas e se investisse em menos comunicados dos secretariados e mais em formas concretas e reais de boicotar a prova.

Se é que estão mesmo contra ela.

Porque com base nos elementos que disponho até à data, recolhidos por observação directa de todos nos últimos meses e anos: haverá sempre quem vigie boa parte ou a quase totalidade das provas (basta mandar fazê-la nas escolas onde os directores conseguiram que a greve às avaliações e exames quase não fizesse efeito) e haverá sempre quem ache que é bom a avaliar colegas, mesmo se nunca prestou provas de competência para isso.

E em vez de dizer, com utilidade nula, que devem ser tratados como porcos, a ostracizar e a mostrar em montras, deveria apostar-se em demonstrar como é a união voluntária que faz a verdadeira força.

Um último detalhe… se procuram um espaço onde se ecoem discursos oficiais de luta de forma acrítica e truncando os factos para esta se enquadrar na construção mítica da realidade, este não é o endereço certo.

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Sex Pistols, No Fun

… em matéria de demagogia e inutilidade ao nível da invenção dos titulares por Maria de Lurdes Rodrigues.

Parece-me claro que é coisa que não durará muito, mas @s criador@s sentem-se muito bem com a sua criatura e fazem-na passar por coisa de grande rigor quando não passa de uma parvoeira.

Professores inscreveram-se na prova de avaliação de forma «compulsiva», diz FNE

João Dias da Silva lembra que os professores que se inscreveram nesta prova «estão a realizar uma imposição que o Ministério da Educação está a fazer em relação ao seu futuro».

A Federação Nacional de Educação considerou que os cerca de 37 mil professores contratados que já se inscreveram na prova de avaliação estão a fazê-lo «compulsivamente».

«Ao inscreverem-se, não estão a dar a sua concordância à realização da prova ou concordância a que a prova faça algum sentido para a sua vida profissional», adiantou João Dias da Silva.

… quando os rosalinos oferecem migalhas a quem merece ser tratado com dignidade, após uma carreira de trabalho sério, e não ser desdenhado por gentinha sem passado e apenas à cata de garantir um lugar de futuro.

Apenas cerca de três mil se candidataram, ficando muito aquém da meta dos 15 mil funcionários. O Orçamento para 2014 tem 285 milhões de euros disponíveis para as rescisões amigáveis.

Mário Nogueira: “Vamos invadir a Assembleia”

Mário Nogueira (Fenprof) apelou à presença massiva de professores no Parlamento quando diploma da prova for discutido, na próxima quinta-feira.

A prova do Crato.

Uma Posição Pessoal Sobre a Prova de Acesso à Docência

O INDIGNO EXAME DO MINISTÉRIO DA EXAMINAÇÃO, O GRAU ZERO DA “POLÍTICA EDUCATIVA”

… e sete meses até é muito tempo comparado com as alterações pedidas para a semana seguinte do não-superior.

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) apresentou às universidades e politécnicos um projeto-lei que implica alterar todos os cursos de Educação, que formam os futuros professores, a tempo das candidaturas ao Superior de julho do próximo ano.

No artigo 31.º do “Projeto de decreto-lei que procede à revisão do regime jurídico da habilitação profissional para a docência”, ao qual o DN teve acesso, é especificado que “a partir do ano letivo de 2014-2015, inclusive, só podem ter lugar novas admissões de estudantes em ciclos de estudos conferentes de habilitação para a docência quando estes sejam organizados nos termos do presente diploma”. Ou seja: ou as instituições reformulam as suas ofertas em tempo recorde, num processo que implica a sujeição destes novos cursos à Agência de Acreditação e Avaliação do Ensino Superior (A3ES), ou têm as vagas destes cursos suspensas.

Resta saber quais são os termos. Ramirismos?

Porque a ideia de reformar os cursos de habilitação para a docência é boa. Resta saber a substância e a quem é entregue a missão, porque se for para reforçar as asneiras e os tiques… sejam os eduqueses ou os anti-eduqueses…

É A ISTO QUE SE CHAMA DEMOCRATOCRACIA?

Na educação vivemos um momento singular: ninguém sabe o que faz, porque o faz e, mesmo, se o faz. Se exceptuarmos os docentes, que continuam a exercer, diariamente, com sentido de profissionalidade a sua actividade (apesar de tratados como pessoal indiferenciado, desqualificado e descartável) todos os restantes responsáveis do Ministério da Educação (ME) agem com uma indigência quase malévola, raramente prevendo (à excepção das de carácter financeiro) as consequências pessoais, familiares, materiais, técnicas e organizacionais, do impacto de grande parte das suas medidas aprovadas “à la carte”.

Os últimos meses têm sido, como diria o nosso povo, “um fartar, vilanagem”. Basta considerar os títulos das primeiras páginas dos jornais: “Ministério quer ver professores a comprar escolas”; “Ministério tem milhões para despedir professores”; Ministério tem milhões para o ensino privado”. “Quem quiser educação de qualidade, que a pague”; “A inclusão regressa ao passado”; “Professores contratados têm que pagar a sua própria avaliação”.

Vale a pena citar mais?

No actual contexto, não é possível vislumbrar uma medida preditiva do comportamento do ministro, ou de um qualquer dos seus secretários de Estado, talvez porque deve haver algum efeito de indução ao “chip” cerebral, quando entram, pela primeira vez, num qualquer elevador da 5 de Outubro.

O que afirmavam antes de entrarem para o governo, já não é palavra que se cite, ou aceite, como vinda de gente coerente e fiável.

Hoje, todos eles agem nos antípodas. Mais parecem personagens erráticas de um qualquer enredo dos antigos teatros de revista em que, de uma semana para a outra, se mudava a narrativa, os cenários e os diálogos, mas os personagens permaneciam, sempre os mesmos.

A generalidade dos professores contratados foi formada em instituições de ensino superior, avaliadas a acreditadas pelo próprio Estado? Tiveram estágios profissionalizantes, tutelados por professores seniores, que assistiram às suas aulas e avaliaram e classificaram a sua actuação? A maioria deles serviu (e bem) o sistema durante décadas?
Para o ME, nada disso interessa, porque o ministério entende que toda a profissionalidade docente se reduz a uma meia dúzia de conhecimentos teoréticos e pode ser avaliada, através de uma simples prova, corrigida, avaliada e classificada, por outros docentes, os quais nem foram preparados para isso.

Se essa prova foi construída, ou não, para ter um efeito de descriminação negativa, o que interessa ao mundo? Se a malfadada prova foi, ou não, estatisticamente validada, que importância tem isso para a ciência e a fidelidade dos seus resultados? Nada, mesmo nada interessa, desde que Nuno, o Incrato, e os seus secretários de Estado metam uns tostões a mais na caixa de esmolas do Orçamento.

E, pasme-se! As instituições de ensino superior que ainda formam docentes, face a todo este cenário, remetem-se a um silêncio que as envergonha, perante tamanho atestado de suspeita incompetência que o ME lhes pretende passar!
Admiro, também, que, até hoje, ninguém se tenha dado ao trabalho de coligir o que pensavam, ministro e alguns dos seus secretários de Estado, sobre estas matérias, meses antes de subirem as escadas do poder.

Que percurso científico e académico permite, a alguns deles, a insistência no disparate constante, tão nítido no nervosismo com que, publicamente, anunciam cada nova medida a implementar, e a acrescentar ao rol do vai vem de decisões inconsequentes, mas todas elas com um objectivo certeiro: o de promover a total desarticulação organizacional da Escola Pública que tínhamos – fiável e confiável – como o provaram centenas de estudos científicos, efectuados na última década.

Diariamente lançam-se para as escolas instruções aleatórias, descoordenadas, que uma boa parte dos responsáveis regionais e locais não sabe como interpretar e aplicar. Num dia avançam-se, impensadamente, mil passos, para, no dia seguinte, se regredirem dois mil: e, em ambas as situações, sem qualquer esclarecimento convincente, do porquê do fazer e do desfazer.

Nos pais, nos alunos, nos docentes, no pessoal não docente, no conjunto da comunidade educativa, cresce a incredulidade. Ninguém dá a cara por ninguém. É o reino do “Deus dará”, do desencanto, das rotinas, do tempo preenchido em deslocações, em reuniões, em burocracias redundantes, em incongruências organizacionais e, sobretudo, na produção de muito estímulo à resiliência.

Como qualquer mortal sabe, estas situações ajudam em tudo, menos à promoção da qualidade do ensino que devíamos estar a proporcionar aos nossos alunos e, logo, ao futuro do nosso país.

Na Europa, Portugal introduziu, hoje, um fenómeno invulgar e inimaginável há meia dúzia de anos atrás: os milhares de professores que ficaram desempregados e foram obrigados a emigrar ou a mudar de profissão, constituem o maior desperdício de formação e de qualificação (e aí também estamos a falar de gasto verbas, de tempo perdido, de estruturas malbaratadas…) a que a Europa jamais assistiu, em qualquer outra profissão.

Um dia, estes (des)governantes deverão prestar contas pelo que fizeram à Escola Pública portuguesa, que com tanto custo foi erguida sobre os escombros do salazarismo. Que o tempo seja curto e o juízo justo.

João Ruivo
ruivo@rvj.pt

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