A Vidinha


… quase, quase, quase.

Mais do que merecida e mais do que necessária para muita gente, desde alunos a professores.

Quem não percebe isso e encara as escolas como campos de trabalho permanente, percebe muito pouco de Educação.

… porque as actividades extra-lectivas dão cabo de mim.

Em especial quando não são para ficar de rabo sentado…

… o que já não é mau para começar a última semana de actividades lectivas do 2º período.

Dia de receber carta da Autoridade Tributária e Aduaneira é sempre dia de azar.

Vou fingir que é opção abrir ou não e ver o valor do IMI.

Está aqui a dar-me uma inconsciência das grandes.

… fiquei a saber que qualquer pessoa pode chegar a um multibanco e, com os dados dados por uma empresa (PT, EDP, Galp), dar ordem para ser feito um débito directo a partir de um NIB sem fornecer mais elementos.

O banco recebe a indicação da empresa e assume que ela fez verificação dos elementos e prontos…. alguém pode ser lixado em muito pouco tempo a partir do momento em que o NIB seja do conhecimento alheio.

Se da outra vez tive acesso à identidade da esperta, agora só indo falar com a PT.

Já cancelei tudo e estou com curiosidade de saber o que acontecerá quando o débito não for autorizado e a conta não for paga…

Enquanto ouvia, com razoável delícia, o Tubo de Ensaio quase a chegar à manhã de trabalho, lembrei-me daquele tipo de pessoas que, aqui na minha zona ainda com a ruralidade num passado muito próximo, eu qualifico como olha-me este é de certeza um dos condutores de boina.

O condutor de boina define-se, antes de mais, em meu aprofundado entender após observação directa de muitos anos, por ser pessoa de uma certa idade, embora a expressão se refira, em regra, a pessoa de idade indefinida, ali para cima da idade da reforma quando a reforma era em idade decente.

O condutor de boina é pessoa de alguns meios materiais, quase sempre conseguidos após venda de prédio rural de dimensão competente para construir uma urbanização de estilo suburbano (ou condomínio a fechar) no final dos anos 80 ou anos 90, ocasião que aproveitou para adquirir um símbolo de estatuto automobilístico, vulgo uma banheira das grandes, em 74,6% dos casos um Mercedes com muita cilindrada, mais raramente um BM e ainda mais raramente outra coisa qualquer, mas sempre alemão que é bom. Nos casos mais recentes há a variante da pick-up para andar nos carreiros a caminho da quinta que restou.

Mas com isso posso eu bem.

O que me irrita um ‘cadito é o facto do condutor de boina andar sempre em 2ª ou 3ª e entre os 40 e 60 km/hora, seja em que circunstância for, seja num cruzamento em que tem o stop do seu lado, seja em plena recta desimpedida de trânsito ou mesmo auto-estrada.

É o símbolo da constância e estabilidade. Meter uma velocidade só mesmo para arrancar e colocar em movimento. A partir daí mete-se a 3ª e é sempre o mesmo, não se olha para lado nenhum, com a pala da boina a tapar a testa toda e olhar fico no destino, nem que o dito cujo esteja a 300 km, sendo de mau tom usar o travão (assim as pastilhas duram mais) ou pisar mais o acelerador (o gasóil está muito caro, assim gasta-se menos e não se estraga a cacha).

Não há hipótese… ou travamos nós ou travamos nós, seja em que situação for, porque aquilo são normalmente carripanas quase blindadas e quem fica com a frontaria toda amolgada somos nós e ainda temos de ouvir um ofendido e zangado custava-lhe muito ter dado um jeitinho para justificar que nos tivesse atropelado a evidente prioridade.

É inútil usar-se qualquer sinalética com o condutor de boina porque ele não vê (parece ter um torcicolo permanente, não vira a cabeça em circunstância alguma), não ouve e mesmo que ouvisse era como se não tivesse ouvido. Ao menos, não nos ofende logo a família toda e ameaça atirar-nos o carro para cima como acontece com o seu filho ou neto mais velho ao volante de um Peugeot 208 todo kitado.

E prontossss, desabafei.

CarroVelho

Say no more, say no more.

… considero que é melhor não reagir e ficar calado – para não criar chatices que a vida são dois dias – quando me defronto com disparates, parvoíces ou apenas manifestações despropositadas de competências que – a bem dizer – ninguém viu demonstrar.

cat-in-pool

… o desgaste pessoal que vai fazendo com que eu tenha começado a reduzir imenso – e até com pesar meu – a aceitação de convites para ir conversar ou debater aqui ou ali temas que muito me interessam.

O meu lamento por ter recusado idas a Odemira (seria já amanhã), Tondela (esteve marcado para Janeiro), Idanha-a-Nova (era para Março) ou mesmo, embora sem decisão final, a Felgueiras. Depois da ida a Aveiro, penso ir a um debate em Lisboa e talvez outro em Odivelas, mas a decisão é mesmo a de reduzir drasticamente um esforço que dá gozo pessoal pelos contactos estabelecidos e mantidos, mas que vai pesando e retirando tempo ao descanso e à família, a grande sacrificada por estas coisas.

Vai sendo tempo de me lembrar que já fui mais novo, que agora tenho mais horas de trabalho e tenho aturado muita gente doida ao longo destes anos e não falo apenas daquele tipo de submarinos que nem dão comissão.

… tendo sido informado que poderia, durante a inquirição e conforme as minhas declarações, passar a arguido. O que não aconteceu, como é natural, pois não cometi quaisquer actos criminais e isso é por demais evidente, no meu escasso entendimento.

O curioso é que uma das duas criaturas que levantaram este processo, me apareceu ontem, apresentando-se “de carne e osso” para me dirigir algumas observações abusivas.

Quando a questionei sobre a razão porque tinha hoje de ir prestar declarações teve a distinta e rematada lata de me dizer de não saber de nada, embora eu hoje tenha disto a sua assinatura e nome na autoria do processo.

E é assim que conhecemos com quem lidamos.

(e este post não tem direito a comentários porque, ao contrário de outras pessoas, eu não tenho tempo para criancices…)

… com a zona central a não obedecer pelo que não dá para escrever agora grande prosa sem uma vogal e a v´rgula – notaram a vogal ausente? – pelo que só posso postar algo bom em forma de boneco.

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Ligam, quando se atende desligam, sendo impossível ligar para trás.

Quer-me parecer que é alguém chateado comigo porque não gosto de telemarketing e a vingança é ligarem desta forma para o fixo e tm a qualquer hora. Foram para os bloqueios automáticos, mas é interessante ver que já começaram a trabalhar esta semana. São apenas alguns que registei, para que cosnte.

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… mas um tipo já fica feliz por conseguir chegar mais ou menos em estado são a uma semana da mini-pausa do Carnaval.

Há uma situação, dentro ou fora de portas da aula, que infringe claramente as regras básicas da convivência em espaço escolar? Participa-se a ocorrência o mais depressa possível em documento apropriado e dá-se a conhecer ao DT ou órgão de gestão de forma concisa e objectiva.

Sendo-se DT e sendo a ocorrência grave, encaminha-se para o órgão de gestão, sugerindo a abertura de procedimento disciplinar. Se é por acumulação de “amarelos”/participações, o procedimento automático está previsto na lei e não carece de se andar a bater a nenhuma porta, pedindo autorização ou sugestões.

O órgão de gestão, defendendo a sã convivência em espaço escolar, dará naturalmente encaminhamento ao que lhe chega, tudo se desenvolverá a contento e sem necessidade de muita conversa em redor. As penas de carácter disciplinar devem ser usadas de acordo com o bom senso, mas igualmente seguindo a necessidade de manter o respeito por todos.

No caso de EE malcriados e que servem de exemplo (mau) aos seus educandos, pode sempre apontar-se o caminho da esquadra mais próxima, pois a parte das comissões de tal e coiso é para esperar deitado de tanta freguesia.

Claro que há excepções a estas regras muito básicas, mas são isso mesmo, excepções.

O latim gasto em redor disto tudo pode ser radicalmente reduzido e a energia gasta em queixumes encaminhada para coisas mais úteis.

Muita coisa também depende apenas de nós.

E isto é escrito por um tipo que só manda um@ alun@ sair da sala quando está mesmo a chatear os colegas para além do razoável.

 

… e eu confesso que ando com falta de pachorra com quem se preocupa muito com o “bom nome”, mas se preocupa muito pouco com o dos outros.

Tudo isto porque, cada vez mais, me irritam os pequenos déspotas locais que clamam por Justiça, quando apenas anseiam por Poder.

Ainda bem que vou a Aveiro no dia 18… pode ser que nos encontremos antes de eu ir prestar declarações como testemunha num processo parvo, podendo assim dizer de viva voz o que penso de gente com pouco que fazer de útil e tempo para chatear o próximo.

 

Qual é exactamente o momento em que acabamos por achar que há uma turma, mais do que um aluno ou grupo deles, que não merece o esforço que aplicamos para lhes transmitir algumas noções do que é exigido pelo bom senso, mais até do que por programas e metas? Quando é por demais evidente que qualquer prazer ou sequer mediana satisfação está ausente daquelas horas semanais que se arrastam de minuto em minuto?

E quando tomamos essa consciência, o que fazer? Preencher o tempo, a ver se todos sobrevivem à experiência com o menor grau possível de danos, ou continuar a batalhar porque é essa a nossa função ou, até mais do que isso, o nosso imperativo ético categórico?

Era uma prosaica contra-ordenação e não uma intimação por causa do cidadão Bruno de Carvalho.

Ora bolas! E eu a armar-me em importante.

… mas em que se sai da escola com uma sensação de difuso incómodo, de quase indefinida irritação, como se o copo se fosse enchendo gota a gota, berraria a berraria nos corredores, má educação a má educação nos pátios, desleixo a desleixo nas aulas.

Em que quem não está faz (mesmo) falta e em que quem está mais valia ir tratar de ficar em condições (por difícil, que isso seja).

Nada de especialmente anormal ou diferente, mas apenas o sensor de enfartamento a dar sinal de ser tempo de algumas coisas deixarem de ser como são, as mesmas rotinas do acomodamento quase geral, assim porque sempre assim foi e não há maneira de as alterar sem fazer ondas estrepitosas.

Aquela que é tão indigente que nem chega a grunhice, pois falta-lhe tudo menos o olhar bovino a tentar ser engraçado ou outra coisa pior.

Tive direito a dose dupla logo pela manhã.

E nem é sexta-feira, 13.

Amigo, nem entres por esse caminho para justificar não teres caderno e nem apareceres no dia do teste, porque muito teria eu a reclamar de acordo com a mesma lógica.

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