Outubro 2013


Bjork, Possibly Maybe

 

refundar um país sem espada

 

Governo impõe serviços mínimos para os exames nacionais da educação

Alteração foi introduzida na lei geral do trabalho em funções públicas enviada nesta quinta-feira aos sindicatos.

Estavam à espera de quê?

Aquele contexto foi irrepetível e sabia-se disso. As ameaças de legislação específica sobre as reuniões existiu e já se sabia que isto viria por aí.

Repito: estavam à espera de quê? Que eles se arriscassem a nova rebelião?

agora só com alguma imaginação…

Entrega de escolas e cheque ensino, FENPROF e Associação de Directores respondem a estas ideias do guião da reforma do estado de Paulo Portas.

… mas não é.

Governo quer professores proprietários e gestores de escolas.

Este é o spin escolhido para encobrir outra coisa, muito diferente. Os gps, os queirozes e muñozes estão felizes e andam à pesca por aí.

Penso que agora já posso contar, enevoando o contexto e o momento específico, aquele episódio em que alguém me dizia algo como… se eu for criar um colégio já sei que o Paulo [je] e o [… ] são óptimos professores para o meu projecto…

Claro que era conversa de ocasião… eu nem sequer reparei muito. Mas acredito que há por aí quem salivasse e ficasse a pensar no assunto como se fosse para levar a sério.

Da Educação pública como um negócio: as escolas “independentes”

 

 

Lilliane Marise (re)apresentará a segunda versão da Reforma  Kitch.

A Educação entre a Ideologia e os Interesses

… sobre a reforma do Estado na área da Educação. A necessidade de adaptar a prosa ao espaço e de focar mais o documento do que a performance levaram à necessidade de reduzir a versão final, mas fica aqui a minha bílis original:

 

O guião para uma alegada reforma do Estado é uma novela política ao pior estilo de qualquer  dramalhão televisivo e com muito menor qualidade no enredo do que os antigos folhetins de pé de página dos jornais de início do século XX.

Começou por ser um desígnio central do Governo, passou a ser um pretexto para todo o tipo de cortes feitos na administração pública e culmina agora com uma espécie de one-man-show destinado a alimentar o ego do político que há poucos meses ia fazendo cair o governo para satisfazer os seus caprichos pessoais.

Ao longo deste processo conheceram-se arranques, recuos, hesitações, contributos, tudo envolto em muita inabilidade política, incompetência técnica, em falácias argumentativas e dados truncados. Com cem, dez ou mil páginas a suportá-lo, o presente guião aparece porque era preciso aparecer qualquer coisa. A sua credibilidade é nula, pois o assunto é demasiado sério para ser tratado por uma terceira ou quarta escolhapara guionista  e apresentado para cumprir calendário.

A apresentação feita por Paulo Portas foi hesitante, vaga, medrosa, cheio de lugares-comuns, com contradições nos argumentos e entre a fundamentação (ferramenta para a recuperação da soberania) e a cronologia proposta (tarefa para depois da presença da troika em Portugal) e a tentativa para esconder propostas que estão no documento. Portas afirmou que reformar é diferente de cortar e que equivale a melhorar e a qualificar a administração pública. O problema é que não faz ideia de como isso se faz para além de fórmulas ideológicas.

O que diria o jovem Portas deste tipo que agora aparece a tropeçar nas palavras, com um discurso entaramelado, ao pé do qual até o Gaspar nos aparece agora como um tipo com uma enorme fluência…

Portas lança apelo a consenso constitucional para fixar “regra de ouro” e emagrecer o Estado

A falta de trabalho, que não só dinheiro

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É normal, usual, sermos crianças, brincarmos e depois ir estudando para sermos grandes, e, aí chegados tenhamos que ser razoavelmente independentes a nível económico e financeiro, para nos fazermos à vida.

Os laços de afecto mantidos ou não, com as famílias de onde provimos, cada um foi – e vai – gerindo como melhor conseguiu/conseguir – e nós humanos complicamos sempre, muito – e sendo uma vertente da vida muito importante e necessária, não será aqui e agora o foco.

Por certo muitos teremos só estudado, outros estudado e trabalhado, e outros interrompido estudos e voltado aos estudos, trabalhando pelo meio, com o fito de em qualquer trajecto sabermo-nos sustentar, para a vida. E depois até ter reforma! Ou não!

Claro que estudar implica  – também! – ter que ler e aprender de forma mais moderna ou nem por isso, e cria ou não, o “bicho” da leitura e aprendizagem, até ao fim da vida.

Mas, o que de intensa e desgraçadamente estamos a viver, é um tempo em que a normalidade deixou de o ser ou deixou de ser “assim”! Piorou, a normalidade!

O percurso referido:  brincadeira, estudo, trabalho não tem a continuidade que deveria ter e os objectivos possíveis estão-se a tornar cada vez mais difíceis de alcançar. E, estamos com um desemprego jovem de 35% e global de 18,5%.

Facilmente vemos raparigas e rapazes pelos vintes a andarem sem destino, de olhos tristes, a encher o tempo tão longo de cada 24 horas diárias, por não conseguirem encontrar trabalho, já não unicamente pelo dinheiro, mas também para fazerem parte da sociedade – e para a mesma construírem –  no tempo de o ser.

Claro que conjuntamente já vemos pessoas pelos quarentas/ cinquentas , talvez menos habilitadas literariamente mas com muito trabalho consumado, que andam em desnorte, por o emprego terem perdido e não saberem se algum dia outro encontrarão. E ainda novos para a reforma, se esta é ainda para o ser! Ou acaba para todos, amanhã!

Estamos num tempo difícil em que a falta de trabalho, já não é só – apesar de claro, também – a falta de dinheiro para pagar a água, luz, comida, casa, roupa, escola e alguma distracção. Estamos num tempo desesperançado em que esta crescente falta de trabalho,  faz com que os jovens não se vejam com futuro e até os menos jovens o tenham tido que interromper. O trabalho, e o futuro!

Claro que se acumula a estes todos os que estão, já hoje, nos sessentas ou  acima e a única via que lhes resta de subsistência nesta última etapa da vida é a reforma, e a sentem diminuir a cada dia que passa. Havendo o susto de diminuir até onde mais encolher não possa.

Tempo de facto muito difíceis e complicados. De caras e olhos tristes por todo o lado.

Claro que emigrar em massa, ou de tudo desistir, não deverão ser as únicas possíveis soluções.

Assim, por muito duro que seja, está chegado o momentum de todos, jovens, menos jovens e velhos tentarmos empenharmo-nos a encontrar saídas, muito difíceis sem dúvida ! Os políticos de serviço, dentro e fora das governações não estão a dar conta do recado! Fácil é  de o constatar.

Assim, todos temos que fazer parte da solução dado que quem tem achado que o faz, só problemas nos acumula.

Talvez aproveitando a nossa diferença positiva quanto aos restantes animais, ir conseguindo canalizar o nosso pensamento para situações construtivas e reais e não para desfazer mais, o que vem sendo desfeito. Com mais educação – não só instrução! – , cidadania, respeito por nós e pelos outros, organização, vontade e alegria de vida!

Augusto Küttner

Antero112

(c) Antero Valério

Mumford and Sons, Winter Winds

Ou Zé das Medalhas?

Pires de Lima diz que Portugal está a viver um “milagre económico”

Quais 6000? A sério que existem? Ou alguma vez existirão nos termos em que o MEC os apresentou?

CGA atrasa reformas de 6.000 professores

… alegadamente a ser geridas por grupos de professores que contratualizariam o uso das instalações de uma escola pública para um projecto educativo específico e diferenciado.

A hipocrisia discursiva é a seguinte:

Essa oportunidade significa uma verdadeira devolução da escola aos seus professores e garante à sociedade poder escolher projetos de escola mais nítidos e diferenciados; (p. 73 do guião)

Amiguinhos… devolver a escola aos professores não é isto. A menos que subitamente se tenham tornado colectivistas defensores de cooperativa ou da recuperação do modelo colegial da gestão democrática das escolas. Para isso bastaria “abrirem” a legislação sobre administração escolar a outras vias dentro da rede pública.

O que isto significa, embora não sendo assumido, é a porta de entrada para a alienação dos estabelecimentos públicos de ensino e a entrada de grupos económicos privados a gestão directa da rede pública, usando um “grupo de professores” como testas de ferro, pois dificilmente um verdadeiro “grupo de professores” tem actualmente meios e a possibilidade realde estabelecer um contrato com o Estado sem ter a personalidade jurídica de uma cooperativa ou empresa, ou seja, aquilo que já existe no terreno, pois os grupos que gerem a maioria dos colégios privados são exactamente organizados em forma de cooperativa, empresa ou sociedade anónima.

Estão a perceber o desenho?

Um “grupo de professores” é subitamente seduzido pelo empreendedorismo e propões contratualizar a gestão de uma escola pública? A sério? E o Estado acede e faz o contrato, assim sem mais, nem menos. E a “comunidade educativa” e o Conselho Geral têm palavra a dizer no processo? Ou também serão seduzidos pelas contrapartidas da “independência”?

Deixemo-nos de véus… esta foi a fórmula encontrada para disfarçar a privatização directa da gestão das escolas públicas.

Rescisões por mútuo acordo, reunião entre o ministério e sindicatos. Sindicatos dizem que esta é uma opção barata para despedir os professores mais velhos.

Protesto dos alunos do secundário contra a política educativa.

Parque Escolar com obras sem fim à vista, protesto na escola João de Deus, Faro.

 

 

Uma bosta!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

a proximidade é, em geral, mais
humanista, a descentralização, por regra, é mais eficiente. A
organização e direção das escolas têm hoje um modelo
estabilizado e a qualidade do ensino é um fator de concorrência
saudável entre municípios

lançar concursos públicos para que as autarquias que o
desejem e, sobretudo, associações de várias autarquias, se
candidatem a verdadeiras “concessões de escola”

Concedo que, a partir da prisão, as experiências apareçam.

… com uma ou outra manobra de ilusionismo como as “escolas independentes”, híbrido de escola com contrato de autonomia com escola com contrato de associação, em que os professores servem de testa de ferro para um grupo económico.

Perigo maior… as ânsias da municipalização que não vêm de agora, são transversais a quase todo o espectro partidário parlamentar, mesmo quando dizem que não.

Municipalização, privatização, as palavras chaves destinadas a retirar responsabilidade financeira ao MEC, atomizar a gestão e potenciar os caciquismos locais.

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