Abril 2012


The Knife, Heartbeats

E o carracinha a ajudar, ali ao fundo…

E tem uma parte de ficção científica que é esta:

A nossa candidatura é protagonizada por professores, delegados e activistas sindicais que estão nas escolas, exercendo funções lectivas e conhecendo profundamente a realidade escolar e as dificuldades com que se deparam os professores no seu dia-a-dia.

Se contarem bem, pouco mais de metade está no activo…

Primeiro o ideal era a escola a tempo inteiro. Agora já não é. E encontramos certos figurões a defender tudo e o seu contrário.

E depois há pérolas como aquela ali pelos 52 segundos em que o pai eterno afirma que não é tanto aquilo que se ensina, mas os conteúdos que são ensinados. E em primeiríssimo lugar. E depois em segundo, a forma como se ensina, que deve ser coisa que ele saberá muito com a vasta experiência pedagógica que tem…

O Carrillo e o Polga a marcarem golos.

Bem… no caso do Polga é o segundo na carreira no Sporting, na baliza errada. Já não é assim tão raro.

(c) Olinda Gil

Belém nega ligações de Cavaco ao BPN

Presidência garante que, «contrariamente ao que tem sido afirmado», as aplicações no banco «não se têm traduzido em ganhos, mas sim em perdas».

Passos: Reposição de subsídios dependerá da margem orçamental

mentir como o engenheiro.

Recordando… há menos de um ano:

É um número como qualquer outro daqueles que, ao longo das décadas, foi abandonado quando se achou conveniente. Pelo que a notícia não carece de especial atenção ou indignação.

Só falta o Tribunal, dito Constitucional por obrigação mas escassamente por convicção, decidir, alegando que não sabe.

A notícia faz 1ª página do Público, mas não tem link. E eu é acho que é treta para ganhar tempo.

O Governo admite pagar todas as ajudas de custo a funcionários públicos que sejam deslocados. A garantia foi deixada ao jornal «Público» pelo secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino.

Em entrevista ao mesmo jornal, o secretário de Estado lança uma novidade para as negociações sobre o futuro dos trabalhadores da função pública. O Executivo prepara-se para rever as ajudas de custo pagas a quem vá trabalhar para qualquer concelho do país, no âmbito da mobilidade interna temporária, mostrando assim abertura para ceder a algumas das exigências dos sindicatos.

Até aqui a proposta do Executivo apontava para ajudas de custo de 50 euros, por dia, no primeiro mês e metade nos seguintes. Mas Hélder Rosalino admite agora que o pagamento seja feito por inteiro no primeiro ano, sendo certo que, numa primeira fase, a mobilidade será voluntária.

Enviado pelo Prof. Luso (não confundir com o Ricardo do ProfLusos)

… com o que leio, até por ser surpreendente pelo local onde se encontra, um editorial do DN (não assinado, pelo menos na edição online, deixa-me na quase certeza de quem não é o autor):

Manda o bom senso que se ouça quem sabe. E os professores, estando no terreno, terão a autoridade necessária para se pronunciarem sobre esta matéria. A verdade é que, parece evidente, para se obterem ganhos de eficiência em matéria escolar é necessário reduzir a carga horária em vez de a aumentar. Mas para que tal seja possível, é obrigatório rever os tais programas que, de tão extensos, não cabem num ano letivo, por maior que seja a carga horária.

Cansado ando eu de dizer que quantidade só acerta com qualidade em estrofe de rima pobre e que mais não significa melhor.

Mais horas de uma disciplina é algo que não faz sentido por si só. De que adianta apostar apenas em mais horas de aulas, se os erros cometidos durante e em torno dessas horas permanecerem?

Seria boa ideia que os grupos de trabalho coordenados por quem não dá aulas no terreno e que do acto tem apenas uma ideia parcial, tivessem noção de que nada se consegue com reformas às parcelas, de forma pouco integrada.

Isto não significa que as reformas tenham de ser globais, totais, num momento único.

Mas significa que devem seguir uma certa lógica. Ora… se o primeiro passo foi uma reforma em torno das disciplinas que vão existir ou deixar de existir e que horas vão ter, deduz-se que isso é para durar pelo menos um ciclo de escolaridade e que, portanto, não se vai mexer nos ditos ciclos, sendo espúrias especulações a esse respeito. Certo? Podemos dar isso como adquirido?

Por outro lado, não deixa de ser estranho que, mudando as cargas horárias e não mudando programas (embora se anunciem mudanças para programas que entraram recentemente  em vigor como os de Matemática e LP), se anunciem estudos sobre as metas curriculares por ciclo de escolaridade. Metas sem novos programas? Ou os programas serão subordinados ás metas? É isso?

Quando vão entrar em vigor? Por quanto tempo? Com base nos actuais ciclos? E em que estrutura curricular, a agora aprovada e de que se disse ser apenas uma etapa, ou de uma ainda por definir?

Há demasiadas dúvidas e parece não existir um plano claramente definido, um cronograma que nos tranquilize acerca de tudo isto e que nos garanta que não se trata apenas de mais uma manta de retalhos, mal cosipada em torno de uns quantos nichos académicos com umas ideias sobre tudo e mais alguma coisa, mas que se poderiam restringir mais à sua área de especialidade – a Matemática. Eu sei que o actual ministro percebe principalmente e confiará mais nas pessoas dessa mesma área, mas… continuamos com os especialistas a mandar e os cavalinhos a correr.

Eu percebo que tudo se pode considerar uma etapa de um plano muito bem concebido. Acredito que seja e que o secretismo seja a alma do sucesso.

Mas visto assim de fora, não é essa a sensação que se tem.

Fica-se com a sensação de uma navegação à vista, apenas com atenção para não bater em nenhum icebergue, mas sem se saber bem o rumo ou mesmo destino final. Não afundar é uma preocupação legítima, mas andar à deriva não chega. Mesmo em dias de tempestade..

Recebido por mail:

Em Ourém (cerca de 5.000 alunos no ensino estatal, os 3 colégios de Fátima asseguram o resto), a história é estranha. Num primeiro momento, a DREL propõe 2 agrupamentos a partir dos 4 atuais. Os diretores propõem uma alternativa em 3 agrupamentos: dois ficavam sem alteração e os dois menores juntavam-se num só. Proposta que… surpreendentemente acaba aceite pela DREL e aprovada pelo município. Consenso generalizado. O problema é que dos 3 agrupamentos, um tinha um pouco mais de 2.000 alunos e dois ficavam perto dos 1.500. Números que o MEC não aceitou e devolveu tudo à procedência. A DREL voltou à proposta inicial, que agora tem a oposição de 3 dos diretores. Amanhã, consta, o assunto vai ser discutido na reunião da Câmara e estou muito curioso para ver se o parecer volta a ser positivo, como foi para o seu contrário.

Tudo isto é muito bizarro, porque segundo os relatos mais ou menos lacónicos houve grande prontidão da DREL em acolher a proposta que veio a ser chumbada. Parece tudo muito “coreográfico”, mas confesso que não vislumbro o alcance. Só me dá a impressão de uma qualquer manobra para ganhar tempo. Porque a DREL tinha seguramente consciência de estar a aceitar uma proposta indefensável à luz dos critérios usados pelo país fora.

Mas a proposta até que era boa e agora sempre se percebe melhor quem anda a impor o encaixotamento “racional e equilibrado”.

O dia está trabalhoso, ficam mesmo os pdf completos, sem transformação em imagem, o que facilita sempre a leitura.

1) Proposta_Braga. 2) ATA_EScolas_BRAGA.

 

Gato!

MAis uma gloriosa manhã de 2ª feira!

(c) Maurício Brito

GNR, Portugal na CEE

Tese de 2010, de António Manuel Amaral da Fonseca. Pesquisa do Livresco:

Escolas, Avaliação Externa, Auto-avaliação e Resultados dos Alunos

Páginas 123-124:

Esta constatação induziu-nos a concluir que há uma valorização da avaliação de escolas numa “lógica instrumental”, de prestação de contas sobre a verificação do cumprimento dos “procedimentos burocráticos”, revelando subjacente uma exigência do cumprimento formal dos requisitos legais, ou seja, a importância da verificação da existência de um relatório de autoavaliação com referência aos pontos fortes e fracos e recomendações, mais do que a valorização da sua componente de efectiva mobilização dos resultados na promoção de melhoria organizacional e de aumento da qualidade dos serviços.  Não obstante, verificou-se também que escolas “melhor” posicionadas no ranking apresentando um processo de auto-avaliação com fragilidades obtiveram a classificação Bom e, em contra-senso, escolas “pior” posicionadas, apresentando um processo de auto-avaliação mais robusto, este foi também classificado com Bom.

(…)

Este epílogo, ainda que sujeito a limitações ao nível da complementaridade desta investigação com um estudo in loco sobre os processos e o uso e os fins dados aos resultados desses mesmos processos, permitiu constatar nestas escolas uma possível “contaminação positiva” do posicionamento das escolas nos rankings sobre as classificações atribuídas no domínio Capacidade de auto-regulação e melhoria. Como verificado, estas escolas, apresentando debilidades mais significativas, ao nível do uso e fins dado aos resultados do processo de autoavaliação, do que os processos de auto-avaliação das escolas “pior” posicionadas, obtiveram, no entanto, a mesma classificação.

(…)

Uma investigação desta natureza comporta sempre limitações, a nossa não foge à regra. Uma das limitações prende-se, logo à partida, com o facto de somente nos baseamos na perspectiva da IGE. Como já referimos, essa realidade construída pela IGE não deixa de ser um breve vislumbre da realidade, não podendo corresponder à complexa realidade vivida nas escolas relativamente à auto-avaliação. Esta falta de complementaridade entre a imagem transmitida nos relatórios acerca da auto-avaliação e a realidade vivida nas escolas pode ainda estar sujeita a outros factores, em que as escolas, quando visitadas por pessoas exteriores à comunidade educativa, procuram realçar os aspectos mais positivos, deixando os aspectos menos positivos despercebidos. Portanto, ter em conta a perspectiva das escolas daria com certeza outra segurança às conclusões apresentadas.

De Lícinio Lima:

O Agrupamento de Escolas como novo Escalão da Administração Desconcentrada

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