Agosto 2010


Paramore, Brick by Boring Brick

Ainda está aberta. Os resultados são pouco animadores e temos de contar com os votos do Fafe no Xalente

Votei no Vai-se vivendo… porque é a (minha) verdade…

Ao longo do dia fiz diversos trajectos de carro e fui ouvindo diversos noticiários sobre o tema do desemprego. Confesso que as primeiras vezes que ouvi as declarações de Valter Lemos me ia escangalhando a rir com aquela de alguém como ele (tão pressuroso com os estudos tipo-OCDE) questionar o rigor das estatísticas do Eurostat (que usa os dados oficiais do INE e não os vai buscar a Marte).

A partir da terceira vez fiquei algo anojado, até porque – afinal e por muito mal que anda a nossa coisa pública – esta criatura continua a fazer parte de um governo.

Governo aponta constantes oscilações e revisões nos dados do Eurostat sobre o desemprego em Portugal

(…)

A posição do executivo foi transmitida aos jornalistas pelo secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, Valter Lemos, depois de o Eurostat ter revisto em, alta a taxa de desemprego em Portugal.

Entre maio e junho, o Eurosat reviu em alta para um máximo de 11 por cento e confirmou que a taxa de desemprego em julho recuou para 10,8 por cento.

Falando aos jornalistas após a inauguração de uma creche do grupo Auchan na Amadora, em que esteve presente o primeiro ministro, José Sócrates, “o número do desemprego no segundo trimestre de 2010 é de 10,6 por cento, que foi divulgado pelo INE ainda há bem pouco tempo”.

“Esse é o número oficial do desemprego em Portugal”, salientou o secretário de Estado, antes de se referir às sucessivas revisões que o Eurostat tem feito em relação às suas próprias estimativas.

“As estimativas hoje avançadas pelo Eurostat, que revê em alta as estimativas que já tinha feito para esse segundo trimestre – e que dá um número de queda para o mês de julho de 10,8 por cento – representa uma divergência em relação aos dados do INE”, apontou o membro do Governo.

Para Valter Lemos, a explicação dessas alterações das revisões do eurostat “terá de ser perguntada ao próprio Eurostat ou ao INE”.

“Os números que o Eurostat tem dado para o desemprego em Portugal têm mudado todos os meses. Todos os meses o Eurostat tem corrigido as estimativas que tem apresentado. Aliás, a estimativa agora corrigida corrigiu a estimativa de junho do ano passado”, observou ainda Valter Lemos.

No entanto, o secretário de Estado negou estar a levantar dúvidas sobre a relação entre esta entidade da União Europeia e o Estado Português.

Corrida às listas ‘bloqueou’ site

Dezoito mil professores para cobrir as “necessidades transitórias” das escolas

30 mil professores não foram colocados

Professores: contratações revelam sistema educativo «precário e instável»

Sindicatos voltam a exigir entradas no quadro em 2011

Mais uns papelitos vindos do além… Um é de 1993 e é o da primeira cópia que fiz de um boletim de concurso preenchido. Outro é o formulário do chamado mini-concurso de meados dos anos 90 e o último é a impressão da aplicação do primeiro ano em que me foi possível, enquanto QZP, não concorrer para efectivo (2004-05, até nessas datas o questionador se baralhou e muito remetendo para 2002-03).

Acredito que muitos comentadores esclarecidos não tenham a percepção, no terreno, de tudo isto, do que foi atravessar quase 20 anos de concursos de diversos tipos, mais de metade do tempo como contratado.

Com jeitinho ainda acho papéis de final dos anos 80 e certamente haverá quem os tenha mais antigos. Mas a continuidade de concorrer, sem ser para destacamentos e requisições, deixa marcas fortes. Assim como colocações em Março, Novembro, Outubro e, finalmente, lá por 1999 ou 2000 em Setembro.

Talvez seja por isso que duvidam de forma sistemática de quem fala, só porque acham bem duvidar. Talvez por isso, muitas vezes aconselhem mal os colegas que precisam. Talvez por isso,se sinta, umas quantas vezes, uma fractura entre quem moureja e quem apenas esbraceja.

O comentador questionador cometeu mais um equívoco perfeitamente dispensável ao recomendar-me a leitura do manual da DGRHE relativo à manifestação de preferências, no sentido de sublinhar que os candidatos só poderiam concorrer a 173 opções e não a centenas de escolas como eu disse na TVI24.

A página que ele me recomenda é esta:

Ora bem: se o questionador tivesse um pouco mais de atenção, uma coisa são opções e outra escolas a que se concorrer. Ao inserir-se um código de QZP ou de concelho está a concorrer-se a todas as escolas desse concelho ou QZP, o que significa muito mais do que as 173 opções.

Entende, caro questionador e, por tabela, cara serena?

Só a introdução dos códigos dos 23 QZP, por exemplo, com a opção de horários completos, significa que o candidato concorre a todas as escolas com o seu ciclo de ensino no país. Logo, largas centenas, realmente não sei o número correcto, mas para o caso do 3º ciclo, penso mesmo que mais de mil.

Será isto tão difícil de perceber para alguém que critica o desconhecimento alheio quando, afinal, parece ser quem efectivamente não percebe os mecanismos reais do concurso?

Claro que não concorri, nem preenchi a aplicação, mas ao menos sei ler e pensar, sem estar a tentar desdizer por desdizer, como alguns que, desse modo, apenas revelam – talvez por prematura instalação – da realidade apenas se conhecerem os salpicos.

Agora imaginemos que o questionador é alguém com responsabilidades no esclarecimento de colegas contratados, com dúvidas sobre os mecanismos do concurso… Belo aconselhamento…

Ponto prévio: este modelo de concurso só para DACL e contratados é algo diferente do que acontecia em outros tempos, só tendo um equivalente mais claro na chamada 2ª parte dos concursos antigos, dos tempos em papel.

As regras mudaram bastante nos últimos 8 anos, em especial depois da tentativa do ministro Justino unificar o concurso, o que mexeu com interesses e não acabou muito bem, como (quase) todos se lembrarão.

Mas até então, e ao contrário do que alguns questionadores afirmam, os contratados para terem a hipótese de ingressar nos quadros tinham de concorrer pelo menos a uma grande zona do país (eram 4).

Isso não se passava apenas na 2ª parte do concurso, ou na fase regional (mini-concurso). como fui passando por tudo isso, ainda me lembro bem do processo, mas admito que quem se efectivou antes do nascer do sol e nunca mais concorreu se tenha esquecido.

Eu deixo aqui 5 das 6 páginas do formulário então usado (no fim acrescento o rosto de outro com cor diferente de outro ano), em que é possível perceber como as coisas eram preenchidas.

Bónus:

As fusões a Norte

Estive a ler os comentários ao post anterior. Um a priori: nos minutos em que falei, houve pensamentos que não completei e processos que não descrevi por completo.

Mas… isso não é desculpa para nada.

Só que há formas um pouco estranhas de apontar erros onde não existiram.

Há críticas que me ao apontadas que são absolutamente caricatas porque ou são feitas por quem não passou pelos concursos desde 1986/87 a 2000/2005 por dentro, ou então gente que andou por lá mas efectivou-se tão depressa que nem se lembra como era ser contratado.

Podia começar por aqui a demonstrar os equívocos do “questionador” e da “serena”, mas seria perda de tempo, porque não me parece que as críticas visem repor uma qualquer verdade que eu tenha adulterado. Ao poderem concorrer a 50 concelhos, tal como antigamente, os candidatos a contratados concorrem a centenas de escolas tal como eu disse. Dizer que são 100 escolas, 50 concelhos e 23 QZP é um falso rigor, porque nesse caso é que se esconde a quantas escolas os contratados podem para tentar garantir um lugar.  Dizer que a aplicação só tem 173 opções, é esconder que nelas se podem inscrever códigos de qzp com dezenas de escolas.

Outro equívoco (?): dizerem q1ue atribui à Fenprof a responsabilidade pelo atraso no concurso. Falso, porque disse que o concurso foi lançado tarde e foi atrasado pelas questiúnculas judiciais que se mostraram irrelevantes, mas também disse que nada disso impediria que uma boa aplicação informática resolvesse o concurso em poucas horas.

Não me custa nada admitir falhas, o que me custa é o evidente desconhecimento (a não ser seria desonestidade) de quem aponta como erros aquilo que é fruto da sua aparente ignorância ou incapacidade de compreender o que é dito.

Por acaso tenho acessíveis os meus verbetes de concurso, alguns formulários e as publicações de apoio aos concursos para alguns anos. Se fazem questão coloco-as online para demonstrar que, como contratado, se quisesse efectivar-me ti nha de concorrer pelo menos a uma das 4 zonas do país. Dizer que isso era apenas para os qzp é ignorância pura de quem não passou pelo processo ou já se esqueceu.

Eu não!

Na TVI24, depois das 16 horas, sobre os concursos. Ai…

Uma peça simpática na SIC:

Ai… os picos de afluência

Deixem-me só questionar uma coisa: o que fizeram nos últimos 20 anos estes autarcas que agora dizem que as escolas de sua exclusiva responsabilidade eram impróprias? A responsabilidade não era vossa? Agora que já podem abrir os centros comerciais aos domingos, está tudo bem…

“As escolas antigas eram impróprias de um país que tem os centros comerciais que tem”

O Vale do Sousa, uma das regiões mais densamente povoadas do país, perde 65 escolas. Não houve protestos.

(…)
“As escolas antigas eram simpáticas mas, por mais que investíssemos nelas, nunca passariam de carochas restaurados”, sustenta o vereador da Educação de Paredes, Pedro Mendes, segundo o qual os novos edifícios, que custaram em média três milhões de euros cada, “têm uma arquitectura despertadora dos sentidos”, da autoria do arquitecto Nuno Lacerda.

Para colmatar o fecho destas 14 escolas, a autarquia vai inaugurar três centros escolares. E a ideia é que, no ano lectivo seguinte, mais 12 centros escolares abram. “Nessa altura, vamos fechar mais 54 escolas. Aí haverá 10 freguesias que ficam sem escola e, nestes casos, foi preciso explicar com muito cuidado à população por que razão estávamos a fechar escolas que, nalguns casos, tinham perto de 100 alunos”.

O facto de nenhuma criança ter de percorrer mais de cinco quilómetros para chegar à escola ajudou. E o facto de esse trajecto ser garantido pela autarquia, num autocarro amarelo-torrado, “para ser facilmente identificado por todos”, também.

  • Que esforços fez o ME para baixar os níveis de contratação?
  • Se este era um concurso para necessidades transitórias, como poderiam baixar os níveis de contratação, num contexto de alargamento da escolaridade?
  • Os quadros das escolas e agrupamentos estão sub-ocupados por responsabilidade de quem? Não será dos órgãos de gestão que, tendo possibilidade de abrir vagas em 2009 não o fizeram?
  • Afinal, é melhor que os níveis de contratados se mantenham (existindo mais desemprego) ou que aumentem (reduzindo o desemprego), num ano em que não  há concurso externo para os quadros?
  • Têm a certeza que está mesmo previsto – já que em actas negociais o compromisso não está expresso, mas apenas a intenção de analisar a possibilidade – um concurso de ingresso para 2011?
  • O quinto ponto deste documento (entre outros) está escrito em que língua (popotês, albinês?)?

Apanhado!

É sempre bonito…

Numa primeira apreciação das listas de colocação de professores, o que a FENPROF pode afirmar é que:

Apesar do esforço do ME, nos últimos meses, não conseguiu baixar os níveis de contratação verificados de há dois anos a esta parte, apenas lhe foi possível evitar que esses níveis tivessem disparado, de acordo com as necessidades que realmente as escolas têm de professores;

A construção gramatical é supimpa porque, se lerem bem, o ME esforçou-se, mas não se percebe bem quem não conseguiu baixar os níveis de contratação. Numa leitura apressada da frase, terá sido a Fenprof a não conseguir.

Ao que parece, ao ME «apenas lhe foi possível evitar que esses níveis [de contratação] tivessem disparado».

Aceito outras leituras e certamente aceitaria que esta passagem estivesse escrita em… sei lá… discurso não beijoqueiro.

Apetecia-me perguntar algumas coisas, mas deixo para o decorrer de mais logo…

Rolling Stones, Plundered my Soul

Lembrar-me-ei sempre sempre de ti, O Ice e companheiro.

Uma comunidade qualquer que se forme que não seja a deles. Mesmo eu, não sou assim tão totalitário.

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