Afinidades


Descubra as diferenças:

12. Descentralização de atribuições e competências: Reforço de competências das autarquias locais.

(…)
Seguindo estes princípios, e no quadro de um amplo processo de auscultação das autarquias e avaliação das experiências-piloto em curso, passarão a ser exercidas pelos municípios competências nos seguintes domínios:

12.4) Educação, ao nível da gestão dos equipamentos, ação social escolar, transportes escolares, pessoal não docente e articulação com agrupamentos de escolas de todo o ensino básico e secundário, garantindo a igualdade de oportunidades entre diferentes territórios;

A deputada do PS Odete João congratulou-se hoje com as recomendações do CNE, tornadas públicas na segunda-feira, considerando serem a prova do “falhanço das políticas públicas” do ministro Nuno Crato.

Eis a “alternativa” que regressa ao passado.

PS e PSD de acordo em descentralizar educação

Líderes dos autarcas dos dois partidos já se reuniram para discutir assunto. Divide-os a forma como processo deve ser feito.

Os dois maiores partidos estão de acordo: a descentralização é para avançar. Primeiro a educação, depois o resto. Embora concordem na ideia, o “centrão” discorda na forma. O PSD avançou com projetos-piloto (que os socialistas dizem ser “pouco transparentes”). O PS vai apresentar uma proposta na próxima sexta-feira no Parlamento sobre o assunto (que os sociais-democratas desconhecem).

13 de Agosto de 2009:

José Sócrates anuncia “o princípio do fim da crise”

4 de Setembro de 2011:

Passos Coelho anuncia princípio do fim da crise em 2012

15 de Agosto de 2012:

Passos Coelho: 2013 será o ano do princípio do fim da crise

Como bem sabemos… ambos tinham razão… 🙂

… sobre a piolheira, a choldra, o pântano. Já cansa e não produz resultados, porque os mandantes encerram-se num casulo mental de auto-suficiência que roça o patológico.

Até porque o que diz o que está é exactamente o que dizia o anterior. Também Sócrates insistia em que avançar para o abismo era sinal de força, firmeza, liderança.

A cegueira que acomete aqueles que se sentam no cadeirão é quase imediata.

O líder social-democrata, Pedro Passos Coelho, disse hoje, na Guarda, que os políticos em Portugal não são todos iguais, dizendo que não se pode hesitar e «andar para trás» à primeira dificuldade.

«Nós só alcançamos na vida, com esforço, aquilo que sonhámos e porque nos batemos, se à primeira dificuldade, com medo de perder as eleições, de desagradar seja a quem for, começamos a hesitar, a andar para trás. Então, nesse dia, os portugueses têm razão para pensar que somos todos iguais [os políticos]», afirmou, na sessão de encerramento da Academia do Poder Local, na Guarda.

Comparemos com Sócrates em Março de 2011, a poucas semanas do descalabro:

O secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou na segunda-feira à noite que o partido “nunca virou a cara às dificuldades” e que “quando está no Governo faz aquilo que deve fazer para servir o seu país”.

(,,,)

Sócrates acrescentou que o PS existe “para servir o país” e quando “está no Governo o que faz é abdicar de qualquer sentimento egoísta de popularidade” e de “qualquer tentativa ou de qualquer tentação de resvalar para a demagogia e oportunismo”. “Os portugueses sabem que, quando nós estamos no Governo frente a situações difíceis, nós somos capazes de fazer aquilo que é preciso fazer, sem nunca vacilar e sem nunca pensar em nós próprios”, frisou.

Os políticos podem não ser todos iguais, mas alguns são muito, muito parecidos.

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Era este o programa até à hora de almoço de hoje:

XXXIX ENCONTRO NACIONAL das ASSOCIAÇÕES DE PAIS

Cascais – 25 de Outubro de 2014
Local – Auditório da Casa das Histórias Paula Rego
EDUCAÇÃO – um COMPROMISSO, diferentes Responsabilidades

PROGRAMA

09.00 – Receção aos participantes

09.30 – Sessão de abertura
Presidente da MAG da FAP Cascais – Maria João Camacho
Presidente da MAG da CONFAP – Helena Pedroso
Vereador da Educação da C. M. de Cascais – Frederico Almeida
Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário – João Grancho
(a confirmar)

10.15 – Coffee Break (com apontamento musical)

10.30 – Descentralização de Competências – Comunidades educativas e comunidades aprendentes
Rede, competências, oferta e modelos – que (des) centralidade?
Rodrigo Queiroz e Melo (AEEP)
José Alberto (DGEstE)
(a confirmar)

11.30 – Debate

12.00 – Visita Guiada à Vila de Cascais (Casa das Histórias Paula Rego, Museu Rei D. Carlos I e Fortaleza Nossa Senhora da Luz)

13.00 – Almoço no Centro Cultural de Cascais

14.30 – As famílias e o MAP (movimento associativo parental) na intervenção da política educativa: REDE – oferta pedagógica e recursos pedagógicos e oferta territorial; Educação Especial.
O conselho municipal de educação, o conselho geral e os pais representantes de turma.
AP IBN Mucana – José Batalha ‘Papel por alimentos para as crianças’
AP Frei Gonçalo de Azevedo – Arminda Oliveira ‘Banco Manuais Escolares’
Educação Especial – Francisco Vaz da Silva
Diretor do Agrupamento de Escolas Frei Gonçalo de Azevedo – David Sousa
Vereador da Educação da C. M. de Cascais – Frederico Almeida

15.30 – Debate

16.00 – Avaliação – conceito – vantagens e constrangimentos
Hélder de Sousa (IAVE)

16.30 – Debate

17.00 – Encerramento
Presidente FAP Cascais – David Valente
Presidente CONFAP – Jorge Ascenção
Presidente C. M. de Cascais – Carlos Carreiras
Ministro da Educação e Ciência – Nuno Crato
(a confirmar)

É curioso observar a continuidade entre entusiasmada directora no consulado de MLR, vereadora do PSD e agora dgae de Nuno Crato.

A ver vamos, diz aqui o míope,mas com esperança muito diminuída, apesar das classificações do CRESAP.

DGAEMLR

Os dois Tós à noite.

O camarada Jerónimo, pela manhã, num saudável convívio no programa do Goucha.

Governo aprova cortes na função pública da era de Sócrates

E António Costa, o que acha?

Não se pedem promessas, claro, que essas existirão sempre, pois fazem parte do folclore.

… e para o provar estão aí múltiplas colaborações endogâmicas ao longo dos tempos.

Ainda pensei fazer o elenco das afinidades, com ligeiras mudanças de tom, mas depois percebi que ia ser longa a prosa e tenho coisas (muito) melhores para fazer na vida.

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Diário de Notícias, 3 de Julho de 2014

Sócrates afirma que “vida política de Paulo Portas é cheia de enganos e truques”

PS admite que não será possível repor pensões e salários cortados

Afinal há consenso.

Mas… assim sendo…

… deixem cá ver se isto faz sentido…

… não conseguem renegar a obra do engenheiro

…mas admitem que deixou isto tudo encalacrado e sem remédio?

O actual PM:

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O Zé Manel Taxista:

Zemanel

Fernando Costa. “Se me virem ao lado do dr. Soares na Aula Magna é porque estou doido”

Assim é que é, camarada!

O pessoal ligado à Ciência e Inovação tem muita razão, sendo notável como o debate sobre “A Ciência em Crise” ganhou uma enorme e veloz visibilidade, com inúmeros artigos de opinião sobre o tema, muitos deles pouco mais fazendo do que exibir o nome do autor no cortejo de notáveis.

Bons velhos tempos em que a “Educação (não-superior) em Crise” lutava para conseguir que esta ou aquela voz fora da parelha dos actores tradicionais se conseguisse fazer ouvir.

Guilherme Valente tem hoje, no Público, um artigo notável a vários os títulos, mas nenhum deles que me desperte especial afinidade.

Antes de mais, ao meter-se numa espécie de polémica com texto anterior de Maria Emília Brederode Santos, demonstra algo que vai sendo cada vez mais evidente e que é a enorme confusão que algumas pessoas fazem em torno de um conceito popularizado como “eduquês”, baralhando sistematicamente o que ele designava na formulação original e ocasional de Marçal Grilo – um discurso hermético, palavroso, redundante, alegadamente científico, em torno da Educação e destinado a dar a ilusão de só ser acessível a uma comunidade de iniciados, muitos deles ligados às Ciências da Educação mas também à Sociologia – e aquilo que alguns transformaram em práticas pedagógicas consideradas facilitistas por estarem na esteira da chamada “Pedagogia do Sucesso”.

Não tenho aqui tempo ou vontade para explicar em detalhe a Guilherme Valente que a intersecção entre teóricos e pedagogos palavrosos na tal “Pedagogia do Sucesso” não significa que o “eduquês” enquanto linguagem seja o mesmo que Guilherme Valente associa a práticas pedagógicas que ele considera erradas, não distinguindo retórica discursiva ou legislativa e prática pedagógica dos professores nas salas de aula. Mas esse “esquecimento” (do papel dos professores na tradução concreta das reformas) é muito habitual nos analistas comprometidos com uma determinada situação política.

Teria de lhe relembrar escritos que ele certamente conhece que remontam ao Movimento Escola Moderna e aparecem mais em força desde finais dos anos 60 e inícios dos anos 70 ligados ao Centro de Investigação Pedagógica da Gulbenkian e mesmo à reforma Veiga Simão. São textos críticos das pedagogias dirigistas dominantes da altura e que só num segundo momento são utilizados como fundamento para uma outra vaga de autores, mais sociólogos do que pedagogos, de que podem ser exemplos Stephen Stoer ou Boaventura Sousa Santos que criam um aparato conceptual de matriz pós-moderna destinado a cobrir muito do relativismo que enxameou posteriormente alguns sectores das Ciências da Educação.

A História desta deriva desde os anos 80 não cabe neste post que, para além disso, se destina a sublinhar um outro aspecto, certamente notável para mim porque confirma algumas das coisas que escrevi neste últimos dois anos, das políticas de Nuno Crato e que passa pela continuidade.

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Guilherme Valente é muito claro e, em meu entender, muito útil ao explicar que as políticas do seu amigo Nuno Crato surgem na continuidade das de Sócrates/Maria de Lurdes Rodrigues que por sua vez terão aprofundado as políticas do também seu amigo David Justino (o qual talvez já seja mais céptico do que parece em relação a muitas das suas ideias quando aplicadas à nossa realidade).

Mesmo quando erra – nem tudo o que Crato tem feito decorre em linha recta do que fizeram os seus antecessores, dos quais é apagada Isabel Alçada – Guilherme Valente presta-nos o inestimável serviço de confessar que, no seu entender, muito próximo do actual MEC, as actuais políticas mais não fazem do que continuar e aprofundar as anteriores.

E é esta confissão, clara, límpida, transparente, de que todos os estes ministros tiveram e têm uma luta comum – o combate ao “eduquês” na versão baralhada e distorcida de Guilherme Valente que apenas ignora como reagiram os professores nas escolas a essas teorias – que nos é extremamente útil para contextualizar tudo o que vivemos e demonstrar que, afinal, não é uma teoria da conspiração afirmar que existe uma confraria de ex-ME(C) que sentem a necessidade de defender-se entre si no essencial, mesmo quando parecem estar em divergência.

A discussão ia ficar-se pelo número de professores que fizeram ou não a muito polémica prova de avaliação, mas Nuno Crato tem especial habilidade para atear fogos sem precisar de combustível. As desconfianças manifestadas pelo ministro em relação às Escolas Superiores de Educação equivalem a um número de malabarismo: sem apresentar dados ou números (que existem, mas que ele ignorou), deixou no ar a suspeição de que os professores não estariam a ser bem formados de raiz o que, supõe-se, justificaria a existência das actuais avaliações. Azar de Crato, só um número ínfimo de cursos sucumbiram ao crivo da Agência para a Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (seis em mais de 300). Se o problema fosse esse, em lugar de criar novo e artificial “filtro” de qualidade, o ministro tinha a obrigação de corrigir, a tempo, os erros de que suspeita. Como não o fez nem sugeriu fazê-lo, é o ministro quem si desclassificado.

O problema – um dos muitos – do actual MEC é que não acredita nos mecanismos de avaliação do seu próprio ministério, seja a ADD para os professores, seja a A3Es para os cursos de formação.

Entrevista de Mário Crespo a Nuno Crato

É mais simples quando o entrevistador completa as respostas do entrevistado, sempre que este hesita… 🙂

Será o Machete um Relvas?

… e não para se demarcarem daquilo que devem ser em primeiro lugar… professores.

Diretores de escolas falam a uma só voz

União entre dirigentes escolares começa a ser desenhada já no próximo mês.

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