Comédia De Enganos


A posição do PS em relação a esta matéria é semelhante a diversas outras. Não tem nada de alternativo a dizer ou propor, mas fica bem dizer que está contra.

Quando chegar ao poder, continuará a fazer o que está a ser feito, como o PSD continuou as políticas do PS em matéria de Educação. E nem sequer dando grandes justificações.

Aliás, António Costa, na sua aliança com os Ruis do Porto (o laranja e o independente), está de acordo com tudo isto e até mais, pois desde que foi autarca (como o outro) descobriu as maldades do poder central (que não viu enquanto ministro) e as imensas potencialidades do poder local.

E tudo isto não passa de uma imensa palhaçada, em que os especialista do PS apoiam autarcas do PSD e vice-versa, nos seus “projectos”.

O Partido Socialista está contra a proposta de descentralização de competências para as autarquias, que está a ser negociada pelo Governo com alguns municípios, mas há autarcas socialistas que não recuam nas negociações. E há até quem já venha a público exigir respostas ao próprio partido sobre o tema.

“Não temos de nos preocupar com o caminho pré-eleições”, afirmou o presidente da Câmara de Águeda, Gil Nadais, esta manhã no Parlamento, deixando uma questão entre muitas afirmações sobre o assunto: “O que é que o Partido Socialista pensa sobre a descentralização de competências?”

A mesma pergunta, minutos mais tarde, repetida pelo socialista António Gomes Ferreira, coordenador do grupo de políticas e organizações educativas dinâmicas educacionais da Universidade Coimbra, que está a colaborar com um município social-democrata na discussão do projeto-piloto de descentralização de competências na área da educação. “O que o Partido Socialista pensa sobre isto?”. “Respostas até aqui”, prosseguiu o socialista, foram “zero”.

“Temos de dizer que não [ao modelo proposto pelo Executivo] por alguma razão”, atirou o professor, que deixou mais algumas perguntas no ar: “Como é que o PS vai trabalhar com os municípios que assinem estes contratos?”

Mas as perguntas ficaram sem respostas concretas. Nesta conferência promovida pelo Partido Socialista para debater a transferência de competências na área da educação para as autarquias, a secretária nacional do PS responsável pelo poder local, Maria da Luz Rosinha, voltou a dizer que o “Partido Socialista não está de acordo com o atual modelo, nem com o calendário, nem com a forma como está a ser tratado” pelo Governo, embora esteja “absolutamente de acordo com a transferência de novas competências para as autarquias”. A dirigente socialista defendeu um debate mais alargado sobre o tema, “em que ninguém seja excluído”.

E tudo parece correr de forma demasiado parecida com um guião.

Deve ser de ser 6ª feira, ando desconfiado.

Ou isso ou é da PDI.

Porque a sensatez parece estar distribuída de forma muito desigual neste nosso mundinho.

Por exemplo, é sensato manter os apoios à rede privada no mesmo nível de há 4 anos, enquanto se fazem cortes sobre cortes no sector público no mesmo período, com a alegação da “quebra demográfica”?

MEC garante dinheiro para repor aulas de alunos dentro do que é “sensato”

Plataforma sindical está a ouvir professores sobre formas de luta. E diz que depende do governo não haver contestação.

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Percebi… só ouvem os quotizados.

 

Cavaco convidado a presidir a homenagem a Medeiros Ferreira

É este o título de um texto a publicar, em princípio, amanhã, no Público.

Como a maior parte dos textos que peço para serem publicados em papel e não apenas online, nasceu de um daqueles momentos de irritação que me toldam o bestunto quando o nível do disparate sobre um dado assunto atinge a estratosfera.

Escrito quase como uma resenha histórica dos concursos na última década e meia, embora à mistura com a produção dos testes a aplicar a 5 das minhas turmas, atingiu uma dimensão impossível de enquadrar num artigo de opinião num jornal, caminhando mais para um pequeno ensaio.

Desatei a cortar, cortar e a versão longa tinha mais de três páginas A4 e de 6500 caracteres, o que ainda é muito quando se quer transmitir uma mensagem clara pela concisão, embora o espaço até existisse, se necessário fosse. Mais uns advérbios, adjectivos e ápartes deitados abaixo e ficou com menos de 6000 caracteres, ou seja, mais maneirinho e digerível, de forma a não adormecer os leitores leigos na poda.

Eu sei que muita coisa ficou de fora e que há dezenas ou centenas de comentadores que fariam melhor e diriam tudo com maior acerto, visando o algo com olho mais arguto.

É normal. Até eu, amanhã, acharei que podia ter escrito melhor.

Mas, já agora, quero desenvolver um pouco um dos assuntos que ficou diluído no meio do resto.

Trata-se da peregrina ideia de fazer a “avaliação curricular”, definida por um@ director@, valer tanto quanto a graduação profissional, resultado de anos de estudos superiores e anos de trabalho efectivo.

Dizem-me que há distorções nas classificações dos cursos e das profissionalizações, argumento com o qual concordo, mas não julgo suficiente para se poder equiparar tudo à satisfação de critérios semi-aleatórios, como ter leccionado turmas de CEF, PCA, PIEF, trabalhado em escolas TEIP ou com alunos NEE. Isto para não falar de outros critérios bem mais manhosos que podem ser alegados sem que ninguém os tenha certificado.

Porquê?

Porque o facto de se ter feito uma coisa, não significa que se fez isso bem. Pode ser que sim, pode ser que não. admito a bonificação de um valor por cada experiência deste tipo, mas não considero razoável que valha tanto quanto a velha graduação profissional.

Dizem alguns “novos” que há “velhos” acomodados, que nada fazem de diferente, que se arrastam pela escola, que escolhem horários, que deixam o pior para quem chega. Mas também dizem alguns “velhos” que há “novos” que são o máximo a engraxar as direcções, que fazem floreados com escasso valor e muito fogo de artifício e que revelam uma arrogância sem especial razão de ser.

Eu acho que há de tudo e que generalizar, só para denegrir, está errado. Eu não sei se sou velho ou novo, mas penso que estarei mais do lado dos velhos e a verdade é que estou à espera de conhecer muita gente “nova” que já tenha tido horários totalmente preenchidos com turmas de PCA e apoio individualizado a alunos NEE. Ou que em 10 anos, o peso relativo mais baixo deste trabalho no horário seja de um terço das horas lectivas (ou não).

E isso de nada me serve se eu concorrer para outra escola, num concurso de mobilidade interna.

Como não me servirão de absolutamente nada as 10 participações em debates, conferências, jornadas, que tenho vindo a fazer desde o final de Setembro até ao início de Dezembro, todas elas relacionadas com História ou Educação. E só não foram mais porque uma veio a não se realizar, outra foi adiada e uma ainda está com data por marcar. Umas melhores, outras piores, admito. Umas com mais entusiasmo, outras mais cansado, após um dia ou semana com aulas a deitar por fora.

Mas, de qualquer maneira… eu também gostaria de ter “avaliação curricular” em cima da minha graduação profissional, se a justiça dessa avaliação é assim tão grande.

Também quero que a minha experiência de trabalho com turmas de PCA, em escolas TEIP, assim como com alunos NEE me dê um valor adicional à alegadamente vetusta “graduação profissional”, esse grau zero da inteligência para as pessoas inteligentes que usaram esse mesmo critério para designar os professores titulares ou que escrevem muito sobre a “qualidade” dos professores, quando eu quiser concorrer para onde bem entenda.

E como eu, muitos mais “velhos” que já fizeram de tudo um pouco e continuam a fazer e depois são obrigados a ouvir e ler “bocas” do mais sem vergonha que pode existir sobre o seu desempenho.

Querem justiça e equidade nos concursos de contratação?

E que tal transparência?

E, porque não, igualdade para todos nessa coisa da “avaliação curricular”, pois a avaliação do desempenho que temos é talvez a maior das palhaçadas e mistificações que andam encobertas pelas nossas escolas públicas.

Eu também quero “avaliação curricular” a contar para a nota e não estou a falar de um qualquer “Muito Bom” dado por um qualquer avaliador externo, escolhido de uma lista de nomes, por causa de duas aulas assistidas com olho e meio fechado.

Ou tratamos disto tudo, com justiça mesmo, de cima abaixo ou então não andemos com fingimentos.

Há coisas erradas, mas as regras de contratação, tal como estavam antes desta rebaldaria criada em tempos do PS e elevada ao desvario pelo PSD/CDS, não eram das mais graves. Arrisco mesmo dizer que eram das coisas mais transparentes que existiam.

Até ter sido lançado este imenso manto de opacidade com base em falsos pretextos e necessidades inventadas.

Mesmo se a guerra entre PSD e CDS (de que o exemplo maior são as declarações do tipo “vocês sabem que eu…” de Paulo Portas) é moderadamente divertida.

Quanto a este deputado justiceiro, o seu currículo político deixa muito a desejar em demasiadas matérias.

De qualquer modo, querer que Casanova de Almeida dê a cara por algo incómodo é o mesmo que esperar que Maomé venha da montanha com um saco de toucinho para o almoço dos amigos.

O deputado do PSD Duarte Marques quer que o Secretário de Estado da Administração Escolar dê a cara pelos erros na colocação de professores.

 

Eu bem ouvi o presidente da ANDE, numa rádio, a dizer que não fazia enquanto fosse apenas recomendação. Que se chegasse a ordem formal do MEC faria.

Portantossss…. predominará sempre a responsabilidade.

É como com os reitores.

Diretores de escolas recusam cumprir ordem de Crato

 

 

O Observador achou um relatório internacional e vai de anunciar que:

Portugal está entre os países menos eficientes na educação

Fui ler a notícia, mas entretanto deixaram-me a ligação para o relatório original e pasmei.

Porquê?

Porque ou no Observador não sabem ler um relatório inteiro ou então fazem aquela coisa gira de truncar os dados e ignorar o que desinteressa.

Comecemos pelo quadro que o Observador usa como referência para o mau desempenho do sistema de ensino português…

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Para os mais distraídos, esta tabela revela que Portugal é alegadamente pouco eficiente (24º lugar) mas consegue melhores resultados que muitos outros países (19º lugar), batendo países como os EUA, a Suécia ou Israel no desempenho em Matemática.

Mas podemos ver um outro gráfico muito interessante que demonstra como Portugal consegue bons resultados com o mesmo ou menos dinheiro que outros países:

Eficiencia

A leitura é simples: Portugal está juntinho da média no desempenho dos alunos, acima dos EUA e do Reino Unido (os lampiões do “liberalismo), bem como dos vizinhos latinos (Itália e Espanha) e bem perto da Nova Zelândia (um dos países que querem que copiemos na privatização das escolas), mas gastando muito menos do países como a Holanda ou a Suíça, para além dos referidos EUA e Reino Unido.

Surpreendidos?

Então vão ficar mais.

Qual é a lógica deste estudo? A “eficiência” é apresentada como valor único e absoluto?

Longe disso!

Eis o título do capítulo em que se procede à “arrumação” dos países por características afins:

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Ora bem… ora bem… a “eficiência” quase parece ser considerada antónimo de “qualidade”, mas eu não chego a esse ponto.

O que está em causa é que há países em que se dá prioridade à eficiência financeira, acima de tudo, enquanto outros pretendem apostar mais na qualidade dos resultados.

Eis como o relatório distribui os países, sendo notório que Portugal não está na “cauda” do que mais interessa… a qualidade do ensino, ao contrário das más-línguas.

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O caso português está equiparado ao de países como a Áustria, a Alemanha, a Dinamarca,a  Holanda e etc, que apostam mais na qualidade do que na eficiência.

Já alguns países que nos querem fazer engolir como dignos de ser emulados (Suécia, Reino Unido, EUA) são exemplos de poucos gastos com a Educação e MAUS RESULTADOS.

Claro que temos sempre os exemplos da Coreia, do Japão e da sacramental Finlândia (outrora muito elogiada, mas agora caída em desgraça entre os nossos decisores, pois tem poucos exames…), que são mestres na eficiência e desempenho.

Pois… cada um escolhe as suas prioridades.

Seja em matéria de Educação, seja de Informação.

… e para o provar estão aí múltiplas colaborações endogâmicas ao longo dos tempos.

Ainda pensei fazer o elenco das afinidades, com ligeiras mudanças de tom, mas depois percebi que ia ser longa a prosa e tenho coisas (muito) melhores para fazer na vida.

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Diário de Notícias, 3 de Julho de 2014

Prostituição e drogas vão aumentar riqueza portuguesa entre 1 a 2%

Drogas ilegais e prostituição movimentam milhões e deverão passar a integrar a economia portuguesa, fazendo aumentar o PIB nacional entre 1% e 2%, segundo cálculos do Eurostat. Por exemplo, a prostituição no Reino Unido será o somatório de prostitutas de rua declaradas pelas polícias e o número de trabalhadoras de bordel. Ao INE caberá desvendar a metodologia de cálculo a aplicar em Portugal.

Medida equivalente foi já anunciada em Espanha, Reino Unido, Itália, Estónia, Áustria, Eslovénia, Finlândia, Suécia e Noruega. Entre outras vantagens, o crescimento do PIB permite “reduzir” os respetivos défices, mantendo-os dentro dos valores definidos pela UE.

 

 

Claro que os exames deveriam ter uma época própria, coordenada com o resto das actividades, mas… isto anda tudo enxertado…

Não se segue um plano lógico, encavalitam-se as coisas…

Pais acusam MEC de “chantagem” para viabilizar a realização dos exames do 4.º e do 6.º anos

O FMI considera que os salários continuam altos em Portugal. Numa crítica à «rigidez do mercado de trabalho», o fundo escreve que uma flexibilização salarial ajudaria a combater o desemprego.

 

Vai começar a época de incêndios. Aonde andarão as 150 mil cabras socialistas do armani & socas?

Farto de conversa da treta… se a coisa é para 2015 e se o problema tem mais de uma década, porque andam agora apressados? Já sabemos e também já sabemos que a FNE até já assinou, não pode é dizer que as negociações coreográficas estão ser feitas depois das que são a “sério”.

A dirigente da Federação Nacional de Educação (FNE), Lucinda Dâmaso, afirmou esta quarta-feira que saiu “com mais dúvidas do que com informações” da primeira reunião com o ministério para a negociação do diploma sobre os concursos de colocação dos professores. “Estamos a falar de um assunto essencial para a vida profissional e pessoal dos docentes – não vamos abordá-lo com pressas e em cima do joelho”, afirmou ao PÚBLICO, criticando a forma como o Ministério da Educação e Ciência (MEC) está a conduzir o processo. A Federação Nacional de Professores (Fenprof) não se queixa da falta de tempo e já identificou pontos de divergência, como a continuidade da contratação de escola, que contesta.

A promessa, tenho quase a certeza, não passará de treta para FNE assinar e arvorar uma vitória de Pirro, que será destruída pelos mecanismos concretos para que não passe verdadeiramente à prática.

Entretanto, como em outros momentos, o MEC ganha tempo e finge ter resolvido um problema.

Ministro da Educação quer vinculação “semi-automática” de professores contratados

Norma está a ser negociada com os sindicatos e poderá entrar em vigor no ano lectivo 2015/2016, seguindo-se aos processos de vinculação extraordinários.

 

Governo recua e não devolve 30 milhões a universidades

Reitores não ouviram «o que esperavam». Crato vai falar com o primeiro-ministro novamente. Conselho de Reitores alerta para as dificuldades.

(…)

De acordo com o presidente do CRUP, «a situação vai ser analisada mensalmente», mas frisou que espera uma solução por parte do Governo antes do meio do ano, até porque, disse, será o estado a que as universidades vão chegar nessa altura que o vão exigir.

«Há-de haver um momento em que o CRUP decide quando é que vamos passar das reuniões à ação. Acho que esse momento vai acontecer nos próximos meses», afirmou.

Em novembro, quando o CRUP cortou relações com o Governo, Rendas colocou o seu lugar à disposição, e fez depender do evoluir da situação a sua continuidade, tendo decidido manter-se em funções até ao final do primeiro trimestre deste ano.

«Mantenho o que disse desde o princípio, não costumo mudar de opinião. Vou aguardar», disse hoje Rendas sobre a sua condição de presidente demissionário do CRUP, como cita a Lusa.

E assim se defende o rigor da formação académica, a qualidade do ensino politécnico e… se conseguem manter uns lugares à custa dos filhos do vocacional. E ainda há quem diga que os ramiros não fazem falta ali nos corredores…

“Meias licenciaturas” nos politécnicos aprovadas nesta semana mas sem se saber número de vagas

Cursos superiores de curta duração arrancam no próximo ano lectivo e duram dois anos mas não dão equivalência a nenhum grau académico. Politécnicos estão preocupados por não saberem várias respostas, nomeadamente em termos de financiamento.

Ministro Poiares Maduro vaiado

O ministro-Adjunto do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, foi vaiado quando entrou na sala e cumprimentou o novo lider da Anafre. O governante sentou-se na tribuna para assistir à sessão de encerramento do conclave e ignorou a vaia dos eleitos de freguesia que durante o Congresso deixaram muitas críticas ao Governo de Pedro Passos Coelho.

O ministro fez um discurso no encerramento do XIV Congresso da Anafre, que decorreu durante três dias em Aveiro.

Muitos congressistas abandonaram a sala quando o governante se preparava para discursar. Mal o ministro se levantou, imediatamente muitas dezenas de congressistas levantaram-se das cadeiras permanecendo nos seus lugares em sinal de protesto, lançando uma enorme vaia com frases alusivas ao 25 de Abril e abriam cartazes em que se lia “Defender os serviços públicos e servir as populações” e “Pelas freguesias 25 de Abril sempre”.

(corrigi umas belas gralhas neste pedaço de notícia)

Poiares Maduro quer mobilizar freguesias para espalhar “espaços de cidadão”

“Queremos promover uma administração de proximidade”, afirmou o ministro.

Deve ser por isso que fecham os serviços quase todos…

Para quando um mínimo de respeito pelo significado das palavras?

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