Segunda-feira, 30 de Agosto, 2010


Rolling Stones, Plundered my Soul

Lembrar-me-ei sempre sempre de ti, O Ice e companheiro.

Uma comunidade qualquer que se forme que não seja a deles. Mesmo eu, não sou assim tão totalitário.

O Meu Reino Por Uma Garrafa

Teacher fired for imposing discipline wins employment tribunal

A schoolgirl simulated a sex act in class – and the teacher who disciplined her was fired. Now he has been vindicated.

Vai daí, alguém teve a peregrina ideia de bote salva-vidas de tanto soprar na piscina até que encapelasse.

Vai daí, críticos do tanque e ainda respingando do betão transportado, com azulejos à frente polisário, são forçados a notar o contratado que se afoga.

Vai daí, alguém do comité central diz algo imperceptível.

Atiram-se para o salvamento? Pensam, ao menos, numa bóia?  Não, atiram um manual… da marquise.

Podiam ter colocado m/f.

FENPROF apresenta “Guia de Sobrevivência do(a) Professor(a) e Educador(a) Contratado(a)”

Dia 1 de Setembro, quarta-feira, inicia-se um novo ano escolar. Neste dia, é suposto que todos os docentes se apresentem nas escolas. Devido ao escasso número de docentes que, nos últimos anos, ingressaram nos quadros e face ao elevado número de aposentações, os níveis de precariedade têm vindo a aumentar em ritmo acelerado, razão por que muitos dos que se apresentarão apenas têm, no seu horizonte profissional, a possibilidade de leccionarem mais um ano e não a de ingressarem na profissão.

1. O anúncio da inauguração de 100 escolas no dia 5 de Outubro, ideia que José Sócrates atribui à Comissão do respectivo Centenário e, claro, nós acreditamos que foi mesmo assim.

Um desafio: quantas dessas 100 escolas já estão a funcionar e quantas só funcionarão bem depois da inauguração oficial.

E já agora apreciem este pequeno divertimento a propósito d’o Iluminado.

2. Cavaco Silva em Ourique a falar sobre o despovoamento e a necessidade de apoiar a agricultura. Não sei bem é se será uma agricultura na base do voluntariado dos mais velhos ou se será toda automatizada, porque gente para a fazer provavelmente andará algures:

De qualquer modo fica bem claro que Cavaco Silva continua do lado do governo em todas as medidas na área da Educação, mesmo as que promovem esse mesmo despovoamento que o preocupa.

Para finalizar, revisita-se (apropriadamente em Ourique terra de batalhas míticas) o mito da rodagem do Citroen

Enfim…

Como muito bem se diz no texto de enquadramento, esta série foi durante sete anos a favorita no Tintin entre finais de 70 e inícios de 80 e, embora gostos se discutam e os meus sejam preferencialmente outros, há qualquer coisa de derisão ingénua que seduz neste Robin da Mata.

Embora a ficha técnica aponte Fevereiro de 2009 como data da edição, só agora dei por ele. O autor é professor de Filosofia na Universidade de Miami, com vasta obra, e no original este livro chama-se Mindfucking. A revisão científica da tradução é de Desidério Murcho. Não estamos,pois, perante um volume meramente jocoso, pois a fundamentação é bastante cerrada em algumas passagens, mesmo se a linguagem técnica neste caso possa conduzir a equívocos.

Eu penso fazer umas citações (li em poucos minutos o capítulo dedicado ao Esboço Preliminar do Conceito de foder o juízo e é uma delícia absoluta.

Sei que depois do que se passou neste blogue nos últimos dias esta é uma proposta algo polémica, quiçá fracturante para algumas sensibilidades, mas garanto-lhes que são € 7,5 muitíssimo bem empregues.

Gostaria ainda de referir que esta sugestão não significa uma carta de alforria para alinharem ditos pseudo-espirituosos por aí abaixo, mas sem nexo com o tema, ok?

No site da DGRHE.

Adquiri hoje (viva, via, com o cartão de profe ficaram abaixo dos 7 euros) estes dois livros sobre experiências pedagógicas e organizacionais apoiadas pela Gulbenkian em Inglaterra.

São abordagens que me parecem muito boas e inovadoras mas, infelizmente para nós, ao arrepio do que se está cá a fazer. Basta dizer que uma das inspirações – dinamarquesa – associa os trajectos sem chumbos na escolaridade obrigatória a escolas para alunos dos 6 aos 16 anos (as Folkeskole) que não devem ter mais de 500 discentes. O que é exactamente a antítese dos Caixotes Escolares que cá estão a fazer.

Já no caso das school within schools foram fundadas cerca de 40 escolas entre Março de 2006 e Abril de 2009 no âmbito do programa Human Scale Schools, com o apoio financeiro da FCG.

Há alguma explicação lógica e razoável para que a Fundação Gulbenkian não esteja a promover projectos semelhantes em Portugal?

Continuam as medidas preventivas de baixa intensidade contra os trolls que invadiram no fim de semana este blogue. Portanto, quem não tiver feito um comentário aprovado no passado, vai para linha de espera para que eu o aprove quando voltar. Assim, é possível aos trolls manifestarem-se na sua identidade original, mas não através de uma multiplicação de identidades destinada apenas a infestar este espaço de obscenidades e provocações gratuitas.

As razões para a infestação foram óbvias: escrevi 3 ou 4 posts que beliscam certas instituições e certos nichos que se sentem como donos de um mono ou oligopólio representativo dos professores no espaço comunicacional. A reacção foi típica de manual e revela até que ponto as mentalidades tacanhas ainda imperam entre os operacionais de serviço. Como no caso dos abrantes e outros que tais, as cúpulas dirão sempre que nada sabem e que isto e aquilo.

A Excelência e a Diferença

Após vinte cinco anos a pregar no deserto, decidi, há três anos, abandonar definitivamente o ensino, porque me convenci de que era completamente impossível introduzir no sistema qualquer medida que fosse minimamente inteligente. Com efeito, o sistema só está preparado para adoptar medidas estúpidas e irracionais, as únicas que colhem o aplauso das nossas elites.

Mas se, com a estupidez, tenho ainda alguma condescendência, com a hipocrisia não tenho nenhuma. Por isso, desafio as pessoas que gostam de dar palpites sobre a Educação, inclusive a ministra, o primeiro-ministro e o Presidente da República, a responderem à seguinte questão: são ou não são favoráveis à escolaridade obrigatória?

É bom não esquecer, a título de exemplo, que a Academia de futebol do Sporting só consegue excelentes resultados porque pode seleccionar os melhores praticantes a nível nacional. Porque, se fosse obrigada a receber todos os praticantes do concelho de Alcochete e a aguentá-los lá até aos juniores, os resultados não seriam os mesmos. Obviamente. Por muito boas que sejam as instalações, por muito bons que sejam os treinadores, por muitos treinos que tenham, não se consegue fazer um Figo ou um Cristiano Ronaldo de um “perna-de-pau”. Sem matéria-prima não há resultados. O mesmo se passa nas nossas escolas.

Ora, quem é a favor da escolaridade obrigatória, não pode ter um discurso do género «quem sabe passa, quem não sabe chumba» em que está subjacente uma ideia de exigência, excelência e de rigor que é a negação pura da escolaridade obrigatória, porque pressupõe a existência de objectivos para cada disciplina antecipadamente fixados para cada ano de escolaridade.

As pessoas, em geral, e as nossas elites, em particular, confundem escolaridade obrigatória com a obrigação de ir à escola. São duas coisas completamente diferentes. A escolaridade obrigatória, ao contrário da obrigação de ir à escola, impõe que a escola se adapte ao tipo de alunos que recebe de forma a ser capaz de dar resposta às suas necessidades. Na escolaridade obrigatória, não pode haver objectivos antecipadamente fixados. Os objectivos têm de ser fixados tendo em conta cada aluno em concreto, consoante as suas capacidades, aptidões, nível de conhecimentos e ritmo de aprendizagem.

Ser exigente não é impor uma fasquia igual para todos os alunos. Não se pode exigir a um aluno aquilo que ele não pode dar. Se um aluno não consegue saltar um muro de meio metro de altura, não se pode colocar a fasquia a dois metros, mesmo que essa seja a altura que a maioria dos colegas da sua turma é capaz de saltar. Mas é precisamente isso que se faz nas nossas escolas. E depois admiram-se de que haja abandono escolar. Pudera! É como na fábula da raposa e da cegonha: se convidamos uma pessoa para vir comer à nossa casa, não lhe podemos pôr a comida num recipiente em que ela não consegue comer.

Além disso, a colocação de fasquias de conhecimento por anos de escolaridade, com base no aluno médio, tem um efeito perverso, uma vez que elimina precocemente indivíduos cujas capacidades ainda não desabrocharam completamente. Com efeito, é totalmente falsa a ideia de que as qualidades e as capacidades dos alunos podem ser comparadas nas mesmas idades. Ou seja, o facto de um aluno aos dez anos ser um aluno brilhante e outro da mesma idade ser um idiota não significa que, aos dezoito anos, as posições não se possam inverter completamente. Não é impossível que um aluno que só salte meio metro, quando os seus colegas saltam dois, possa vir, dentro de dois ou três anos, a saltar mais do que os seus colegas, se tiver o acompanhamento adequado. Agora não se pode é atirar o desgraçado para um canto da sala porque o professor não tem tempo para lhe dedicar, uma vez que só tem duas horas de aula por semana, tem um programa a cumprir e a maioria dos alunos da turma está numa fase muito mais adiantada. Ora, ninguém gosta de fazer o papel de burro… A reacção natural será o de passar a fazer o papel de insolente: «eu não faço, não é porque não saiba, mas porque não quero».

No entanto, por aquilo que eu leio e ouço, a maioria dos professores e as nossas elites são contra a escolaridade obrigatória. Defendem, antes, uma escola onde todos devem ser obrigados a ir mas onde só devem ficar aqueles que correspondam às expectativas do aluno médio tipo. Os restantes deverão reprovar tantas vezes quantas as necessárias até se convencerem de que o seu lugar não é ali. Acontece que as reprovações acabam por provocar o efeito precisamente contrário ao pretendido.

Na verdade, as reprovações dos alunos com menos aptidões, para além de não resolverem o problema destes alunos (que, o mais certo, se houver rigor, é reprovarem, de novo, no próximo ano), só servem para desestabilizar, por completo, a turma onde irão ser integrados no ano seguinte, tornando-a ainda mais heterogénea e qualitativamente pior. Com a agravante de os alunos reprovados, por serem mais velhos, acabarem por liderar a turma, com toda a carga negativa que isso tem, com prejuízo evidente dos melhores alunos e da qualidade do ensino. As reprovações na escolaridade obrigatória têm o mesmo efeito numa turma que as pedras num carrinho de mão: quanto maior for a carga de pedras, mais dificuldade tem o professor de andar com o carrinho.

Por isso, das duas uma: ou defendemos a escolaridade obrigatória com todas as consequências que isso implica ou defendemos a ida obrigatória à escola para que se seleccionem os melhores.

Quem defende a segunda solução, deve defender a exclusão por faltas e as reprovações de quem não atinja os objectivos mínimos antecipadamente fixados para cada disciplina e anos de escolaridade. Mas quem defender esta solução tem de ter também a coragem de defender que os alunos excluídos e reprovados abandonem o ensino. Ninguém tem o direito de humilhar, durante vários anos, uma criança ou um jovem exigindo-lhe, logo à partida, aquilo que sabe que ele não pode dar.

Por outro lado, quem defende (como eu) a escolaridade obrigatória, tem de defender uma escola preparada para dar resposta a todos os alunos que recebe, tendo em conta as suas capacidades, aptidões, nível de conhecimentos e ritmos de aprendizagem. Tem de ser uma escola para todos: para os super, para os médios e para os mais limitados. E o sucesso desta escola tem de ser medido por aquilo que acrescenta a cada aluno e não pelo resultado dos seleccionados para os exames finais.

Santana-Maia Leonardo

Câmara da Régua preparou frota de dez viaturas para transportar alunos aos centros escolares

A Câmara da Régua preparou uma frota de dez viaturas para fazer o transporte directo dos alunos do primeiro ciclo do ensino básico das aldeias para os novos centros escolares que abrem portas a 13 de Setembro.

Expectativas de segurança nas escolas em alta

Pais, professores e alunos acreditam que o ano lectivo que se aproxima terá mais segurança e menos casos de violência nas escolas. A “autoridade” impressa no novo Estatuto do Aluno e a instalação de videovigilância em 700 escolas contribuem para o optimismo.