Domingo, 22 de Agosto, 2010


Lou Reed, Pale Blue Eyes

Notícia:

Comentário de Marcelo Rebelo de Sousa, com uma luminosidade feérica… mas um belo comentário sobre o despacho retroactivo.

Agradecimentos renovados ao Calimero Sousa do Blog do Cão.

De ensino: nada.

[aqui]

  • Alguém falou no Pontal.
  • Alguém falou em Mangualde.
  • Alguém arrulhou na Madeira.

Nada de relevante foi dito, logo este é quase um não-post.

Cambada de retrógrados.

Afinal, Se Encerrar 2.500 Escolas Foi Uma Medida De Bom Senso, Como Afirma o Ramiro

Arronches – Escola de Mosteiros resistiu à tempestade que varreu o país

Desertificação cultural !

encerramento de escolas a)

Encerramento de escolas b)

Encerramento de escolas primárias

Encerrar o país aos poucos

O ALANDROAL NA COMUNICAÇÃO SOCIAL

O(s) conto(s) do protocolo

Polémicas que chateiam

… encerramento de escolas. Há que dar lugar ao contraditório…

O encerramento de escolas

pré-conceitos

O Livresco consegue encontrar de tudo.

Mesmo quando X é muito superior a zero:

Fecho das escolas é gradual

Cerca de metade das escolas só fecham quando os centros escolares estiverem a funcionar

Das sete escolas apontadas para fechar este ano em Tomar, quatro só fecham quando o centro escolar de Casais estiver a funcionar. A mesma situação acontece em Ferreira do Zêzere e noutros concelhos do distrito de Santarém.
A primeira lista de escolas publicada era constituída por escolas com menos de 21 alunos, mas o seu encerramento é gradual e vai depender por exemplos da abertura de centros escolares e dos transportes escolares, entre outros factores.
No concelho de Tomar está concretizado o encerramento das escolas básicas da Cerejeira (Asseiceira), Vila Nova (Paialvo) e Montes (Olalhas), transitando os alunos, respectivamente, para as escolas básicas da Linhaceira, Curvaceiras e Olalhas.
As escolas de Alviobeira, Casais, Torre e Venda Nova só fecham quando o centro escolar de Casais estiver concluído, ou seja, em Janeiro próximo.

A questão já nem é o encerramento ou o número, mas sim a maneira completamente apalermada de insistir num número que parece ter propriedades místicas para alguém.

Não serão antes 666?

Câmara de Terras de Bouro diz que Ministério quer encerrar cinco escolas já fechadas em 2009

Em Setembro o pessoalo desenrasca-se como for possível. Tipo duodécimos.

Escolas abrem sem regulamentos internos adaptados ao novo Estatuto do Aluno

Então e ninguém fala dos regulamentos que é preciso adaptar para os mega-agrupamentos? Alguém já notou que, só com base na resolução nº 44 do Conselho de Ministros, há uma série de vazios e buracos legislativos que terão de ser as escolas a preencher, inovando soluções inexistentes na legislação em vigor?

Vai ser uma risota quando começar a dar problemas com os procedimentos para constituição dos novos Conselhos Gerais (de novo transitórios ou definitivos?) e depois o procedimento concursal para mega-director.

O melhor é ir encomendando bastantes baldes de pipocas…

De Chris Woodhead, na Standpoint:

Here’s How Schools are Set Free, Mr Gove

O artigo na Mother Jones:

How Kids Really Learn

O estudo (de 2007) que está em parte na sua origem:

U-Shaped Development in Math: 7-Year-Olds Outperform 9-Year-Olds on Equivalence Problems

As implicações em termos pedagógicos estão longe de ser simples, mas certamente aconselham algumk cuidado na própria forma de desenhar programas e currículos, neste caso na Matemática (mas não só).

CADA INDIVIDUO ES UN UNIVERSO

Cuando el taxista creyó haber alcanzado el grado de confianza de crucero, afirmó que cada familia era un mundo, para añadir casi sin transición:
– Mis suegros, por ejemplo, me toleran, pero no me aceptan.
– Pues los míos me aceptan, pero no me toleran – respondí yo para confundirle un poco. Detesto este tipo de conversaciones.
El hombre se hundió en un silencio rencoroso y en el primer semáforo se bajó del coche para cambiar la bombona. Por la radio, un individuo afirmaba que la mayoría de los accidentes mortales que se producían en el interior de los automóviles, cuando iban muy llenos, se debía a que las cabezas de los pasajeros chocaban entre sí, abriéndose como sandías. Un enfermo. El taxista volvió al coche tras realizar la operación en el maletero y afirmó:
– Eso que dice usted no puede ser. Si le aceptan, ¿cómo no van a tolerarle?
– Del mismo modo que yo acepto la existencia de la penicilina, aunque no la tolero, porque soy alérgico a los antibióticos. Mis suegros son
alérgicos a los yernos. Tienen tres más y aceptan a todos, pero no toleran a ninguno. Personalmente, preferiría tolerar la penicilina, aunque no la aceptara. Solamente me puedo tratar las infecciones con sulfamidas, que me dejan hecho polvo.

Comprendí que acababa de romperle al hombre una frase que quizá había repetido a todos los pasajeros que caían en sus manos. Fue una crueldad, pero la vida es dura y el pez grande se come al chico, etcétera.
Llegamos al Vips de Velázquez y le pedí una factura, para hacer gasto: así aprendería a dar conversación a los clientes. Por la boca muere el pez. Asco de peces.

A los pocos días tomé un taxi en la plaza de Cataluña. Cuando empezaba a hundirme en mis cavilaciones el conductor decidió darme conversación.
– Cada familia es un mundo – dijo.
– Claro – respondí yo sin dejar de pensar en mis cosas.
– La familia de mi mujer me acepta, pero no me tolera.
– Pues la de la mía me tolera, pero no me acepta – dije mecánicamente, por llevar la contraria.
Entonces el coche se echó a un lado, sentí un frenazo brusco y el taxista se volvió hacia a mí con expresión de triunfo. Era el mismo al que sus suegros toleraban sin aceptar.
– Le cacé – dijo -, es usted un demagogo. Siempre dice lo contrario de lo que oye por afán de discutir.
– Eso no es un verdadero demagogo – respondí – el verdadero demagogo es el que dice lo contrario de lo que piensa para engrasar las neuronas.
– Pues el otro día me dijo usted una cosa y hoy me ha dicho la contraria. O mintió entonces o ha mentido ahora.
– No tengo suegros, eso es lo que pasa. Soy soltero y lo mismo me da que acepten sin tolerarme o que me toleren sin aceptarme.
En esto llegamos a mi casa.
– ¿Vive usted aquí? – preguntó.
– Sí – dije.
– Una casa muy grande para un soltero.
No respondí a esa impertinencia, pero volví a pedirle una factura que tiré al suelo delante de sus narices, apenas me bajé del coche.

A los pocos días salía de casa con mi mujer y dio la casualidad de que en la puerta mismo había un taxi, que cogimos sin dudar, pues teníamos prisa.
Al poco, escuché una voz que conocí enseguida.
– Cada familia es un mundo – dijo.
– Y cada individuo es un universo – añadió mi mujer, entrando al trapo a cien por hora.
– Mis suegros me toleran, pero no me aceptan – añadió el taxista, amenazándome con la mirada a través del retrovisor, para que no hablara.
– Con el tiempo acabarán aceptándole también – aseguró mi mujer, y se enredaron en una de esas conversaciones detestables sobre simpatías y antipatías familiares.

Cuando llegamos a nuestro destino, me preguntó si  quería factura y tuve que decirle que no, claro, para no dar explicaciones a mi esposa. Ahora llevo varios días buscándole por todas las paradas, para vengarme, pero parece que se lo ha tragado la tierra.

Juan José Millás, Los objetos nos llamam, pp. 126-126 desta edição.

Now come days of begging, days of theft. Days of riding where there rode no soul save he. He’s left behind him the pinewood country and the evening sun declines before him beyond an endless swale and dark falls here like a thunderclap and a cold wind sets the weeds to gashing. The night sky lies so sprent with stars that there is scarcely space of bliack at and they fall in bitter arcs and it is so that their numbers are no less.

Cormac McCarthy, Blood Meridian, p. 15 desta edição, de outras não sei.

Estando fora perto de duas semanas, houve imprensa que não li em devido tempo. Ontem estive a ler os números da Visão das duas últimas semanas. No da outra semana, vem este recorte sobre as maravilhas das escolas no concelho de Paredes, as quais não contesto e desejaria para perto de mim, apenas apontando dois pormenores:

  • Como é possível afirmar-se que numa escola para o pré-escolar e 1º ciclo existirá apenas 1 professor por cada 45 alunos?
  • Existindo tantas valências, que incluem academia de ténis, escola de equitação e consultório para questões de nutricionismo, nada surja sobre o pessoal técnico especializado para acompanhar crianças com NEE ?

No acordo (apressado, vago, omisso) entre a ANMP e o ME nada existe de concreto sobre esta matéria, deixando a acordos particulares entre as DRE e as autarquias os termos específicos de cada caso. O que tem algumas vantagens, mas também poderá levar a tratamentos muito diferenciados, entre filhos e enteados. Será que este valor de 300 euros por criança vale como referencial para todas as situações, independentemente das condições.

A finalizar o primeiro período (ou mesmo mais cedo) seria muito educativo fazer o ponto da situação destes acordos DRE’s/CM’s.

Recolha do Livresco. Há mais, mas todos estes merecem uma leitura bem atenta, sem desprimor dos que se venham a seguir…

Chumbe-se e encerre-se o país e pronto!

Educação, Escolarização e Desenvolvimento (1)

Escolas a fechar, país a desertificar

Falem-lhe ao coração… falem-lhe de dinheiro!

O sonho republicano chegou ao fim…

Pela educação é que não é!!!!

TALVEZ À BOLEIA

Cada um deles custou 3 euros numa espécie de saldos finais em Ponta Delgada. São ambos bons livros, pecando apenas o primeiro por se repetir am alguns capítulos, notando-se isso mais a partir de certa altura e retirando algum brilhantismo à sensação inicial da primeira centena de páginas. Mas é um guia indispensável para se perceber a origem (comparada) do sindicalismo tanto em termos geográficos como organizacionais (com destaque para a distinção entre sindicatos exclusivos e inclusivos), as relações do sindicalismo com os partidos políticos de esquerda socialista, comunista ou trabalhista, bem como as características próprias do sistema americano.

O segundo livro é o compêndio de décadas de textos de um dos principais inspiradores do neoconservadorismo, nem de propósito alguém com origem no trotskismo. Mas talvez o mais interessante é que o livro é originalmente de meados dos anos 90 e o autor considera que o conceito do neoconservadorismo tinha chegado a uma espécie de final de trajecto (ainda antes da eleição do Bush Jr.), enquanto por cá ainda se fala na coisa como sendo a última moda da direita política internacional.

Abrir a caixa de comentários de um post inofensivo sobre as agruras do futebol e apanhar com a presunção e água-benta de um qualquer Leonel que começa a dar lições de moral sobre os meus amigos e as qualidades do blogue. Tivesse eu a certeza sobre o leonel em causa e certamente muito haveria a falar sobre amigos, a qualidade disto ou daquilo e mais coisas incómodas.

A seguir abre-se a caixa de mail e aparece-me alguém a solicitar a retirada de um post porque eu acrescentei uma frase à divulgação de um documento que essa pessoa me enviou. A ideia-base é a de que isto é um espaço de ressonância onde se plantam coisas e eu nem sequer posso fazer uma qualquer observação.

É impressão minha ou começa a haver demasiada gente a achar que faz tudo muito bem, que tem imensas qualidades, que sabe distinguir referências de outras coisas e que este blogue serve para plantarem cá coisas?

Não é que sinta que o que escrevo e publico, e como o faço, seja imune a críticas, mas gostava que essas críticas fossem construídas sem ser na base do egoísmo e interesses particulares de quem um dia acabará por sentir a falta daquilo e que disse mal e, quando teve oportunidade, sentiu prazer ou vontade em destruir.

Portanto, leonéis e afins deste mundo, esforcem-se um pouco mais. Com toda a sinceridade, prefiro os abrax, carlosmarques, xibangas e outros que aqui aparecem, não disfarçando ao que vêm.

Não preciso que me passem a mão pelo pêlo para ficar animadinho, mas certamente não preciso de presunçosos a largar bitaites do 3º balcão que nada fizeram de útil, nem sequer entendem um post a brincar, e fortamente autocrítico, com o futebol.

Uma aventura no Governo

Isabel Alçada assegura “que o Ministério da Educação tomou todas as medidas para que o início do ano lectivo se faça com a alegria que é própria de uma actividade desta natureza”. Eu cá não consigo imaginar que alegria terão os pais que não sabem nem em que escola os filhos vão ser colocados, nem em que condições de segurança vão ser transportados. Já para não falar da alegria das crianças que passarão a acordar com os galos.

A ironia serve para demonstrar que o país não pode ser desenhado a régua e esquadro a partir da 5 de Outubro (onde mora o dito Ministério).

Parece-me inquestionável a mais-valia de integrar três alunos de uma recôndita escola num centro escolar, dotado de infra-estruturas e de avançados equipamentos de aprendizagem. Mas se assim é, por que razão se investiu dinheiro a modernizar escolas que sabemos hoje que vão fechar?

Página seguinte »