Palhaçada Mesmo


Ex-ministros querem professores sem turmas a apoiar alunos

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O Conselho Nacional de Educação (CNE) quer que as reprovações sejam substituídas por uma aposta no apoio individual aos alunos em risco de chumbar. E os ex-ministros da Educação Roberto Carneiro e Maria de Lurdes Rodrigues concordam que a solução poderá passar por usar os todos os professores do sistema para fazerem esse trabalho.

“Tenho sempre defendido que não temos professores a mais, temos é alunos a menos. Os professores do sistema deviam ser reaproveitados para dar esse apoio aos alunos que têm dificuldades em aprender”, aponta a ex-ministra socialista.

Quanto ao mais… o erro fulcral é achar que quem não tem horário disponível está naturalmente destinado a este tipo de funções.

E se não for assim?

E se a solução passar por colocar estes professores a dar aulas e quem tem mesmo jeito para a coisa a apoiar estes alunos?

 

… e a vitória dos centralismos locais ao serviço da desorçamentação central:

Decreto-Lei n.º 30/2015 – Diário da República n.º 30/2015, Série I de 2015-02-12, da Presidência do Conselho de Ministros
Estabelece o regime de delegação de competências nos municípios e entidades intermunicipais no domínio de funções sociais.

E eu interrogo-me seriamente sobre o sentido de andar a debater isto, quando as decisões estão tomadas e retomadas.

E eu questiono que sentido faz “consultar a população” (como em Óbidos) depois da legislação publicada.

Isto é uma completa e total palhaçada…

Acabei de proceder às formalidades relativas à renovação aos 50 anos e tudo não passa de uma palhaçada completa, destinada apenas a sacar 30 euros à malta, mais o que custar o atestado (e algo haveria a dizer sobre esse negócio paralelo, mas fiquemo-nos por aqui).

Os desgovernantes sucedem-se (nesse aspecto a afinidade é total) em estratagemas para aumentar o esbulho em impostos e taxas, por tudo e nada. Se um tipo tirar a carta aos 28 anos, precisa de a renovar aos 30?

Ide…

Renovação da carta obrigatória aos 30 e 40 anos para ligeiros

Isto é como a inspecção periódica dos automóveis… há quem seja chateado por minudências e quem é que de nós não vê, numa base diárias, veículos a cair de podre, a largar mais fumo que a chaminé de uma fábrica daquelas antigas, a andar pelas estradas sem chatices? Basta serem levados pelas pessoas certas aos locais certos.

Tudo isto não passa, na sua larga maioria dos casos, de meros truques para sacar dinheiro de forma “legal”.

 

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Público, 24 de Janeiro de 2015

A mim parece-me concorrência desleal – só para usar termos “liberais” e “de mercado” e não entrar por outras áreas mais inóspitas como a ética – e este Rodrigo faz-me lembrar outros quando se trata do encobrimento das más práticas evidentes dos seus associados.

Aliás, foi em espaço público que ouvi alguém – quando as reportagens da TVI sobre os colégios do GPS estavam na actualidade – dizer que aquilo não era nada de especial e que se resolveria num instante.

E depois há aquela justificação peregrina e falsa de dizer que a opção entre um 14 e 15 pode ser uma “estratégia pedagógica” para “motivar” ou “picar” os alunos.

Ó Rodrigo, pá, vai gozar com outro, porque estamos a falar da nota de final de ano, de final de escolaridade não-superior, da classificação final e definitiva que serve para fazer a média de acesso à Universidade. Essa treta que dizes só será válida em outros anos e no 1º ou 2º período. Percebeste ou queres que te faça um desenho? Porque ou és parvo (e tudo indica que és bem espertalhão) ou disseste aquilo mesmo só para enganar os distraídos.

E assim foi e assim se vão confirmando muitas suspeitas sobre a opacidade do “negócio da Educação” em que uns se lambuzam e os outros definham, uns mantêm financiamentos incólumes à media década e outros sofrem cortes de 20-25%.

Por isso, é impossível existirem relações de confiança nesta área da desgovernação, em que o que está em causa é arrebanhar o dinheiro público, tendo a distinta falta de vergonha de dizer que o fazem em defesa das famílias e dos contribuintes.

(e que venham agora dizer que isto é ad hominem e tal, que é necessário colocar os nomes aos bois desde que não os coloquemos, somos todos Charlie e o raio que os parta…)

 

…se sabe dar as suas.

Temos um modelo muito sui generis, isso é verdade. Construído a partir de cima, á pressa, para apresentar trunfos eleitorais e pseudo-coragem anti-corporativa, usando os recursos que se diziam não estar bem preparados e estratégias completamente sem sentido.

Por isso, se calhar é mesmo melhor que deixem as aulas com os professores, pois ninguém sabe se quem lá vai ver percebe mesmo do assunto, se apenas vai para impor a sua visão particular do que deve ser.

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Público, 18 de Janeiro de 2015

No despacho ao qual o PÚBLICO teve acesso, o juiz conselheiro Manuel Braz aponta aquilo que surge como uma desconsideração para com o STJ. O pedido foi feito “numa folha que é uma fotocópia de parte de uma página do Jornal de Notícias do dia 27/11/2014”, aponta o magistrado, considerando que “esta não é uma maneira séria de apresentar uma petição de habeas corpus”. Por este motivo, o tribunal considera que o pedido enviado “não pode ser tomado com uma verdadeira petição de habeas corpus”.

O juiz lembra que “o mínimo que deve exigir-se para a introdução em juízo desse pedido ou de qualquer outro é o uso de folhas de papel em branco”.

O segundo pedido foi enviado por Jorge Domingos Dias Andrade. Entrou nos serviços do tribunal esta quarta-feira, no mesmo dia em que os juízes decidiram rejeitar o primeiro habeas corpus requerido por Miguel Mota Cardoso, por “manifesta falta de fundamento legal”.

Jorge Domingos Dias Andrade usou então, acusa o tribunal, a uma forma peculiar para se dirigir à Justiça. Recorreu a uma “fotocópia de parte de uma folha de jornal, escrevendo em parte nos espaços deixados em branco pelos textos jornalísticos”, o que para os juiz do Supremo “revela o propósito de desconsiderar a instituição Supremo Tribunal de Justiça”.

De acordo com o despacho do Supremo, “a primeira parte do seu requerimento, manuscrito, encontra-se escrita nos espaços em branco que ficam entre os textos jornalísticos ou entre estes e as margens, apresentando-se um dos seguimentos na posição vertical e outro na posição horizontal; a segunda parte do requerimento, de difícil leitura e com rasuras, encontra-se no verso dessa fotocópia”.

… ou fazer algo a sério, pois já se percebeu que a BCE é uma fantochada?

Ministro da Educação diz que concurso não será anulado, mas que vai averiguar eventuais problemas

“Metade do país” não teve oportunidade de salvar professores de horários-zero

Associação denuncia que nem todos os directores foram chamados a retirar do concurso de colocação os professores sem componente lectiva a quem, entretanto, se tornou possível atribuir turmas.Fenprof diz que o ministério assegurou que, se forem transferidos para outras escolas, os professores lesados regressarão de imediato à de origem depois da colocação, marcada para o “início da próxima semana”.

17 de Abril:

Estão inscritos 120 mil alunos para a estreia do teste de Cambridge. Mas nem todos quiseram pagar para ter o diploma.

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De acordo com o números facultados ao Expresso pelo diretor do IAVE, Hélder Sousa, um terço dos alunos do 9º ano não quiseram até agora pagar pelo certificado. Há ainda 13% de estudantes abaixo do 9º ano que se inscreveram e 21% de níveis de ensino acima que o fizeram.

25 de Julho:

Apenas 20% dos alunos do 9.º ano pediram o certificado de Cambridge

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Dos cerca de 102 mil alunos que realizaram o teste, 92% frequentavam o 9.º ano. Dos restantes 8%, 3%  dos alunos frequentavam o 2.º e 3.º ciclos e 5% o Ensino Secundário.

O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) revela ao EDUCARE.PT que tendo sido dada a oportunidade a todos os alunos do 9.º ano de obterem o certificado assinado pela Cambridge, apenas 20% fizeram esse pedido.

O senhor Iavé é muito mau em contas… não admira que fizesse mal as contas aos classificadores… e depois dissesse que a culpa era dos professores.

Em Abril havia 120.000 inscritos, dos quais (ao que parece) 34% de anos que não o 9º… sobravam 66% de 120.000, ou seja… perto de 80.000.

Desses, um terço não tinha pago o certificado… ou seja, uns 24.000, sejamos generosos, uns 25.000, mas sempre seriam uns 66,6% dos alunos do 9º ano, a acreditar na palavra do sehorn Iavé.

Comparem com os números dados actualmente, mesmo descontando a malta que decidiu não fazer o teste.

Fica aqui o excerto da entrevista ao Expresso em que o senhor Iavé disse o que disse:

Exp12Abr14c

É a baralhada total.

Já sei… vai dizer que se inscreveram mas não pagaram, mas a pergunta era explicitamente sobre quantos tinham pago.

Que não se enganou, muito menos que mentiu…

Pois… isso… ou então é apenas… the dark side of simple arithmetics…

Afinal, o que é que um professor tem de saber para dar aulas?

Este ano, o Ministério da Educação e Ciência deixa cair as componentes específicas da prova de avaliação de conhecimentos e capacidades dos professores. Sobra a comum, que a associação de professores contratados considera “absurda”.

Isto não passa de uma tonteria que eu não qualificaria apenas como absurda, mas como algo bem pior, em especial tendo a chancela de alguém que afirma(va) querer rigor e deixou a avaliação do desempenho dos docentes cair numa palhaçada total com gente incompetente a armar-se e uma prova de ingresso que faz uma avaliação irrelevante das qualidades efectivas de um bom professor.

Depois de Maria de Lurdes Rodrigues ter cavado um buraco imenso para onde tentou atirar a classe docente, Nuno Crato vem e ainda consegue cavar mais fundo e alienar de vez e por completo qualquer possibilidade de mobilização dos professores para a melhoria do sector.

Claro que resta a FNE, que já não protesta com nada e apenas quer ser parceira.

Se o MEC propusesse o linchamento público dos professores com verrugas na ponta do nariz, como prova de ser feiticeiros negros, a FNE apareceria a afirmar a necessidade de verificar se o terreno escolhido era o melhor para que, depois de linchado, nenhum professor se magoasse na queda.

Docentes admitem invadir escolas e apelam à população para protestar no dia da prova

FMI diz que afinal teria sido melhor reestruturar a dívida de Portugal

Não é só obrigar as pessoas a serem voluntárias. É também o facto de, sendo consideradas voluntárias, só o IAVE ter o direito a cessar essa ligação.

Agradecendo ao A. Leite o alerta.

Key for1Key for2

Então a coisa é anunciada antes de se escrever ou enviar a carta e depois a dita é colocada a público?

A carta de Passos a Seguro (na íntegra)

Disponibilizam-se os enunciados e os critérios de classificação da PACC

Prova – 100001100002Critérios

Não deixa de ser curiosa a natureza profundamente ideológica de alguns exercícios, desde a questão da emigração à dos pensionistas.

Usar uma citação de António Nóvoa é, por seu lado e no mínimo, soft-core.

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  • Completar provérbios.
  • Completar sequências geométricas.
  • Ordenar alfabeticamente palavras iniciadas com a letra X.

A partir do Ad Duo, dei com a mais nova e inovadora novidade da ADD: Nota Informativa – Avaliação do Desempenho Docente 5Nov13.

ADDNov13

É uma palhaçada. Não há outro que se possa aplicar a esta ficção.

Com jeitinho, ainda aparece por aí a MLR a fazer um artigo de opinião a dizer que a ADD não serve para nada e os papalvos batem palmas.

 

Avaliação para novos docentes do quadro

Um ano à experiência para professores que ensinam há 15/20 anos. Fenprof exige dispensa.

Contratados este ano estão isentos de aprovação na prova

Os professores não integrados na carreira docente que celebrem contratos até ao final deste ano ficam isentos de ter aprovação na prova de avaliação para poder dar aulas, segundo o diploma hoje publicado.

É possível que tudo isto faça sentido.

Possível não é sinónimo provável.

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