Conversa Da Treta


… desigual e desinteressante para a comunicação social, pelo que, segundo MST, não careço de qualquer protecção especial perante os funcionários da Autoridade Tributária, podendo os meus dados ser objecto de devassa sem que nenhum alarme toque.

A prosa do escriba do Expresso está a levantar entusiasmos em pessoas mais e menos inteligentes, mas quase todas com tons políticos na gama alaranjada.

Citando uma parte suculenta:

EXp21Mar15bExpresso, 21 de Março de 2015

Os entusiastas desta teoria cometem um erro básico, sendo que de MST eu já o esperaria porque papagaio velho só aprende repetições, e que é o seguinte: deve um filtro que alguns dizem não existir proteger apenas alguns por serem mais “comerciais” para a comunicação social ou proteger todos de acessos indevidos?

Não me digam que isso é impossível.

Por duas razões simples:

  • Se os Zés dos Anzóis despertam pouca atenção, gerariam poucos alarmes adicionais, pelo que não colhe o argumento de que isso seria impraticável.
  • Quem diz a MST e aos seus apaniguados que o acesso aos dados dos Zés dos Anzóis não existem em situações muito mais problemáticas para os ditos, exactamente por não serem públicas?

O que MST e muitos democratas e entusiastas da privacidade constitucional parecem esquecer é que o “sistema” deve proteger TODOS os contribuintes da mesma forma e se os dados são para manter em privado, os mesmos só deverão ser objecto de acesso em situações justificadas para TODOS os contribuintes.

Quanto à casta política dominante, numa democracia consolidada a sério, são obrigados a apresentar publicamente os seus dados fiscais pois a coisa pública não deve ser gerida por quem tenha uma relação opaca com o aparelho fiscal que usa para exigir o que não sabemos se pratica.

Dito de outra forma, para qualquer pessoa medianamente dotada de inteligência perceber: alguém que defenda valores morais e éticos fundamentalistas para os outros deve ser escrutinado se os pratica. Assim como quem defende que os países e cidadãos devem pagar as suas dívidas em devido tempo deve demonstrar que o faz na sua vida pessoal.

Isto não é uma devassa da privacidade… é um mecanismo de controle sobre a credibilidade daqueles que se candidatam a governar-nos.

Quanto a “filtros”, repito… devem servir para proteger TODOS, incluindo os Zés dos Anzóis que podem ser chantageados sem que a comunicação social (e o MST) se preocupe com eles.

Mas, pelos vistos, para MST e os apressados a igualdade é outra coisa.

E como nunca pretendi governar um país na base de uma honestidade e pureza de princípios, afirmando que nem todos somos iguais aos que não cumprem as suas obrigações fiscais e não pagam as suas dívidas em devido tempo, será que posso passar uns aninhos sem descontar para a CGA?

Posso ter essa liberdade de escolha, digo, opção?

Garanto que sou liberal desde piquinino e leio Hayek sempre antes de dormir e o Friedman ao amanhecer.

Não arranjam melhores justificações?

Eu vou ler o raio do relatório e depois logo vejo se lá há alguma coisa que vá além destas variações em torno da “eficácia” e “chá com bolinhos”..

Conselho Nacional de Educação defende fim dos chumbos

Órgão consultivo do Ministério da Educação diz que retenção dos alunos sai demasiado cara ao Estado, pode provocar “problemas emocionais” nos alunos e não é eficaz.

De uma coisa eu tenho a certeza… os nexos de causalidade apresentados podem ser perfeitamente revertidos com ganhos de lógica, nomeadamente os que associam a retenção à indisciplina e ao abandono. Não serão a falta de regras de disciplina e o abandono a motivarem, em primeiro lugar, a retenção e não o contrário?

Fizeram o estudo das causas das retenções? Terá sido apenas culpa dos insensíveis professores?

A investigação demonstra que alunos retidos, nomeadamente nos anos iniciais da escolaridade, não melhoram os seus resultados e são mais propensos a uma nova retenção, além da evidente associação entre a retenção e o aumento dos níveis de desmotivação, indisciplina e abandono escolar. Verifica-se igualmente que existe uma maior probabilidade de retenção de alunos com piores condições socioeconómicas, bem como de alunos provenientes de países estrangeiros.

A recomendação é fraquinha, fraquinha e não passa de muita conversa com pouca demonstração, mas eu não esperaria muito mais, confesso, porque sou muito preconceituoso e arcaico na minha mundivisão.

Eu gostava era de apresentar a certos “relatores” o aluno que hoje me comunicou que quer mesmo chumbar no 7º ano para fazer a terceira retenção e assim ter a possibilidade de fazer um vocacional de 2 anos e não ter de passar por exames para concluir o 3º ciclo.

Enquanto o sistema permitir estes truques, deixemo-nos de conversas fiadas sobre “problemas emocionais” e discursos tremendistas deste tipo:

Chumbos são “a situação mais grave do sistema de ensino em Portugal”

O que eu queria era vê-los a dar a volta a este texto em vez de relatarem tretas que já caem de tão velhas. A começar pelo “novo” pai dos pais que cada vez parece tão instrumental quanto o anterior.

Custa muito ver o CNE a render-se aos argumentos mais primários da “eficácia financeira” e dos referidos “problemas emocionais”.

em que momentos da sua carreira, foi Hélder de Sousa avaliado com uma qualquer prova que permitisse conhecer as suas capacidades e competências?

(…) a classe docente quer considerar-se à parte destas exigências, que são comuns às profissões mais qualificadas? É que se quer, de certa forma pode ser até uma forma de desqualificação.

Porque isto é tudo muito interessante, mas quem certificou o senhor Iavé como avaliador-mor do reino? Ou como sabemos nós que quem elabora e classifica estas provas têm competência para tal?

Porque a mim quer parecer que quem mais clama pelo rigor, pela cultura da perfeição é exactamente quem fez carreiras sem que seja perceptível a que avaliação foi sujeito. Porque uma coisa é ter cargos, outra ter sido avaliado por mais do que a fidelidade aos senhores que passam.

Vamos lá a tentar saber… que provas fez Hélder de Sousa, quem o avaliou, quem foram os júris das suas provas?

Porque isto de mandar fazer, quase todos sabem mandar. Fazer é que é o caraças…

O senhor até pode ser o mais competente entre os competentes no reino de Iavé, mas a verdade é que o seu trajecto académico e profissional é… aquilo que é e não mais do que isso.

E percebemos o quanto a coisa é curta quando lemos tiradas como estas, cheias de ausências de detalhes específicos ou conhecimentos concretos.

As provas são semelhantes, não há aqui nenhuma invenção. Agora os modelos são todos diferentes. As provas normalmente têm uma componente comum e outra específica, mas desconheço em pormenor se são classificadas separadamente. Sei, por exemplo, que as linhas de corte entre o ser aprovado e não aprovado são variadas. Nuns casos são mais exigentes, noutros menos.

Provas “semelhantes”, modelos “diferentes”… linhas de corte “variadas”… nuns casos “mais exigentes, noutros menos”.

Phosga-se, pá… isso até eu seria capaz de dizer e não percebo nada do assunto.

 

Avaliação continua justifica diferença entre classificações

Isto significa que as escolas que não dão notas inflaccionadas não fazem esse tipo de avaliação?

A culpa é, então, dos que dão notas alinhadas?

Foi interessante a lavagem que a RTP fez acerca deste assunto. Eu tenho uma teoria sobre isso, mas… baseia-se apenas na observação de afinidades e trajectos.

Vejo tanta gente da esquerda vipe encostada ao PS a elogiar o Syriza que até me farto de rir quando me lembro do que eles fizeram e disseram sempre que existiu uma verdadeira possibilidade do PS se aliar cá aos partidos do mesmo quadrante “esquerdista”. E do verdadeiro cagaço que têm em irem além de uma pesca à linha dos sociais-democratas europeístas que saíram do Bloco.

E só o querer disparar em todas as direcções, incluindo aquelas a que nunca deu importância, explica o desafio de Mário Soares.

Eu acho que o problema é mesmo da boina.

E para piorar o conteúdo, agora passou a falar sempre com aquele ar de seminarista engonhado e amnésico (será que ele se esquece quando fez de rufia que não aceitava sugestões de ninguém?) que não sei se mete dó, se mete outra coisa.

O primeiro-ministro, que se escusou a comentar o discurso do secretário-geral do PS, António Costa, no congresso socialista do fim-de-semana passado, quis “apenas reafirmar a importância que para o país tem que gente adulta, gente crescida, gente preparada, gente que tem responsabilidades políticas possa olhar para o futuro sem ser com a perspectiva de contar espingardas, que seja com a perspectiva de chegar a respostas que os portugueses entendem como sendo respostas para os seus problemas”.

“Quando as soluções políticas parecem ter outra solidez, as pessoas sentem-se mais à vontade para comprometer a sua palavra, para poder chegar a um entendimento sem que isso pareça uma derrota para ninguém. Essas condições estão reunidas e só não haverá um espírito de compromisso se ele não for desejado”, enfatizou.

Gente crescida, gente preparada?

Mas que raio de intervenções públicas são estas, vindas de quem a cada oportunidade diz coisas do mais bacoco e infantil que se pode arranjar?

Exemplos:

“Despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma, tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida.”

11-05-2012

“O Governo não está a preparar um aumento de impostos. Não estamos a pôr porcaria na ventoinha e a assustar os portugueses.”

Debate do Estado da Nação, 11-07-2012

“Todas as dificuldades porque passámos não terão servido para nada. Servirão para alguma coisa (…) quando não nos comportarmos como baratas tontas e soubermos bem para onde vamos.”

25-07-2012

“Amigos. Fiz um dos discursos mais ingratos que um primeiro-ministro pode fazer – informar os portugueses, que têm enfrentado com tanta coragem e responsabilidade este período tão difícil da nossa história, que os sacrifícios ainda não terminaram.”

Facebook, 09-09-02012

“O ano que agora está a terminar foi talvez o ano mais difícil de que tenho memória desde 1974, mas foi também o ano em que mais semeámos para futuro.”

21-12-2012

“[O programa de rescisões na Função Pública] deverá ser encarado como uma oportunidade e não como uma ameaça para trabalhadores e serviços.”

18-03-2013

Fonte: Jornal de Negócios.

polish-a-turd

Porque a sensatez parece estar distribuída de forma muito desigual neste nosso mundinho.

Por exemplo, é sensato manter os apoios à rede privada no mesmo nível de há 4 anos, enquanto se fazem cortes sobre cortes no sector público no mesmo período, com a alegação da “quebra demográfica”?

MEC garante dinheiro para repor aulas de alunos dentro do que é “sensato”

Plataforma sindical está a ouvir professores sobre formas de luta. E diz que depende do governo não haver contestação.

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Percebi… só ouvem os quotizados.

 

E é isso que deveria ser mudado no futuro.

“Ser professor era aquela profissão para onde se ia quando não se tinha mais nada, em alguns casos”, disse, para demonstrar o que quer mudar no futuro.

Mas que treta de conversa para quem se pretende rigoroso no que afirma. Isto é conversa de café de esquina das Avenidas Novas, para betos de outras eras que ainda se acham o supra-sumo do coiso.

Claro que isto só é dito em ambiente controlado e amigo, Confap style, vê lá se não te atrasas na transferência.

Um presidente ausente na maior parte dos momentos que foram dramáticos para a nossa Educação vem agora com reminiscências de uns quantos meses que viveu em Inglaterra há 40 anos?

Presidente da República alerta que “alguma coisa não está bem em Portugal” no que toca à colocação de docentes, que “alunos foram prejudicados” e “professores viveram tempos de angústia”. Quando vivia em Inglaterra, estes problemas não aconteciam, disse, porque o modelo era descentralizado.

É triste quando a Presidência da República – que jura não intervir na governação – aparece a defender soluções de lobbys muito específicos presentes na nossa socieade.

Antes

Já agora… penso que na China ou Albânia (o João Carlos Espada poderá confirmar), por essa mesma altura, o sistema de colocação de professores era centralizado e funcionava bem.

Lá mais para o fim do dia, faço o guião dos saltos sobre a realidade.

Porquê?

Mas os problemas não eram todos residuais e periféricos?

Assim sendo, para quê “dois grandes procedimentos concursais”?

Mesmo se a guerra entre PSD e CDS (de que o exemplo maior são as declarações do tipo “vocês sabem que eu…” de Paulo Portas) é moderadamente divertida.

Quanto a este deputado justiceiro, o seu currículo político deixa muito a desejar em demasiadas matérias.

De qualquer modo, querer que Casanova de Almeida dê a cara por algo incómodo é o mesmo que esperar que Maomé venha da montanha com um saco de toucinho para o almoço dos amigos.

O deputado do PSD Duarte Marques quer que o Secretário de Estado da Administração Escolar dê a cara pelos erros na colocação de professores.

 

Eu bem ouvi o presidente da ANDE, numa rádio, a dizer que não fazia enquanto fosse apenas recomendação. Que se chegasse a ordem formal do MEC faria.

Portantossss…. predominará sempre a responsabilidade.

É como com os reitores.

Diretores de escolas recusam cumprir ordem de Crato

 

 

Ainda de acordo com os esclarecimentos obtidos junto da DGAE, foram indeferidos todos os requerimentos relativamente aos quais se considerou que a rescisão poderia pôr em causa a ocupação do “número de postos de trabalho necessários ao desenvolvimento das atribuições cometidas aos estabelecimentos de educação ou de ensino dependentes do Ministério da Educação e Ciência” (nos termos do n.° 3 do art. 9.° da Portaria n.° 332-A/2013), tendo em atenção o grupo de recrutamento, o quadro a que os docentes requerentes pertenciam, bem como as necessidades específicas de cada estabelecimento de educação ou ensino.
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Isto não chega. Há que fazer a demonstração do que é apenas enunciado. E há casos em que isto é manifestamente falso.
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Respostas em piloto automático de quem acha que se safa de tudo.

Quer a ministra Cristas.

Ocorre-me feno.

… por isso só hoje posso comentar a forma dócil e quase enamorada como o implacável José Gomes Ferreira engoliu ao vivo e a cores a estórinha de nanar sobre a solução para o BES da nossa gasparinha

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