Vai-te Catar


João Carlos Espada (i. e. o sumo apóstolo de Popper na Terra para desgosto da alma do próprio) está muito preocupado com a aproximação de alguns partidos, movimentos ou governos europeus à Rússia.

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Público, 16 de Fevereiro de 2015

Eu é que devo andar distraído, que não o li tão preocupado com a subserviência económica de alguns governos, a começar pelo nosso, em relação a Angola ou à China.

Aliás, o que li em relação à China – esse farol vibrante da democracia – foi muito instrutivo a propósito do Dia Mundial da Democracia, em 2008:

Em segundo lugar, esse clube não visa excluir ou subverter, ou derrubar pela força regimes não democráticos. A China, aliás, compreende isso muito bem e está a integrar-se com bastante compostura na comunidade internacional.

Ou em 2012, quando depois de visitar o Brasil, decidiu erigir a China como um dos exemplos do empreendedorismo internacional:

Foi uma sociedade civil vibrante, em perpétuo movimento, com uma energia empreendedora que só tem paralelo nos EUA (e talvez na China e na Índia, mas devo admitir que não senti aí a mesma energia).

 

Ainda não percebi se foi sempre assim tão idiota, se lhe lavaram o cérebro nuns quantos retiros.

É capaz de acagachar-se todo se de Angola o mandarem dar pulinhos ao pé coxinho, mas com um homólogo europeu, com a mesma legitimidade democrática porta-se com um menino birrento, engraxador da mamã-ângela e todo borradinho de medo que se perceba que não passou de um capacho ocasional daqueles que encara como donos de Portugal.

O primeiro-ministro ouviu as «preocupações» de Alexis Tsipras, mas avisou que é no «quadro» do programa de resgate que «devem ser discutidos quaisquer alterações ou ajustamentos». E destacou ainda que Portugal foi, «de longe», o país que mais ajudou a Grécia, quando comparados os «esforços» ao PIB.

(…)

Questionado pela TVI sobre não ter cumprimentado Tsipras, Passos Coelho confirmou a informação, mas notou que espera «conversar» com o primeiro-ministro grego numa «próxima ocasião», até porque não tem nenhuma «antipatia» em relação ao seu homólogo.

Eu sei que formalmente é ele que representa Portugal lá fora, mas a mim não representa absolutamente nada e volto a citar aqui João Quadros:

Queria começar por lhe pedir desculpa pelo nosso primeiro-ministro. Não. Esse é o Paulo Portas. O nosso primeiro-ministro é o alto. Um que caminha a passos largos para ser como o vosso Varoufakis; infelizmente, só a nível capilar.

Gostava muito que nos perdoasse, pelo menos, metade das coisas horríveis que o nosso PM tem dito sobre si. Mas se acha que as declarações do nosso PM ofendem a sua pátria, lembre-se que ele usa um pin com a nossa bandeira. Como é que acha que nós nos sentimos?! Se ele não usasse o maldito pin, talvez passasse por PM da Baviera e não tínhamos de sofrer tanta vergonha.

A ameijoa branca? Aquela vietnamita que é só casca?

A lambujinha/lamejinha?

O caranguejo?

Apesar da crise, “quem se lixou não foi o mexilhão”, garante Passos

 

Embirro com o homem, que querem, é uma coisa que não dá para evitar. Tinha decidido ignorar os seus escritos presunçosos (pois nem vale a pena tentar explicar-lhe as coisas mais simples, em especial se formos mexilhão, zecos sem nome), mas o seu mais recente texto é de uma confrangedora ignorância em termos políticos e históricos.

O homem só deve ter livros de história do século XX para enfeitar as estantes e reduz a “experiências de sentido distinto” realidades históricas como a Frente Popular (em que os comunistas viabilizaram o governo de Léon Blum) e a Guerra Civil de Espanha, em que a posição do governo francês esteve muito longe de ser clara.

É demasiado mau para se armar em “reserva” da República.

Há agora um novo crime no código penal doutrinário desta gente: um homem de esquerda não pode advogar a vantagem de um entendimento político de fundo com formações de centro-direita. Não ocorre a estes novos puristas lembrar o que foi grande parte da história do século XX europeu, e tampouco o que foi o percurso político da democracia portuguesa nos últimos quarenta anos. Na Europa, desde a célebre cisão do Congresso de Tours, ocorrida no já longínquo ano de 1920, foram raras as ocasiões em que a esquerda democrática e liberal esteve mais próxima da extrema-esquerda do que de uma certa direita liberal e republicana. Não valerá a pena recordar o essencial do percurso histórico do movimento social-democrata alemão, sem sombra de dúvida o mais poderoso movimento político de toda a esquerda democrática europeia. É verdade que pelo meio se verificaram, aqui ou ali, experiências de sentido distinto, condenadas quase sempre a um curto período de sobrevivência.

Por outro lado, a referência a Savonarola é completamente apalermada, pois ele acabou morto, após tortura, pelos poderes políticos e económicos da Europa estabelecida de então, a que se acoitava nos mantos de um papado debochado e corrupto.

Este gajo é um idiota, filhinho do papá, o novo Nobre Guedes (e Manuel Monteiro) do Portas, que já com a expressão “brigada do resgate” merecia levar com uma [piiiiii] bem assente no meio da fronha.

Isto para ser claro sobre o que penso desta forma de ser labrego. Entre este ar chocarreiro e os corninhos do Pinho venha o Quim Barreiros e escolha.

Pires de Lima ironiza com “Antóóóónio Cooosta”. E é toda uma nova forma de ironia

Foi no Parlamento: o ministro da Economia estava a falar de “taxas e taxinhas” nos setores do turismo e serviços, dirigindo-se à oposição, e protagonizou um momento inesperado e insólito – daqueles que é mesmo preciso ver (e sobretudo ouvir), porque não vai lá com palavras e descrições.

São vocações!

Angela Merkel diz que Portugal e Espanha têm demasiados licenciados

Chanceler alemã defende que facto impede que os dois países valorizem o ensino vocacional.

E como nem a miudagem nem tem de fazer os exames que o MEC diz serem a marca de rigor do sistema, as escolas que mais empurrarem os alunos mais “vocacionados” para a serralharia e a pintura de automóveis, melhores resultados conseguem e sobem nos rankings e tudo.

É toda a gente a “ganhar”.

Uns, as migalhas, mas muito alegretes (incluindo os capatazes locais dos patrões germânicos), os outros o bolo todo, tipo floresta negra, a abarrotar de natas e frutos das silvas.

(longe de mim – gesundheit! – insinuar que a Alemanha tem tido ao longo de menos de 150 anos de História, demasiadas pulsões… coiso… em relação aos outros países… sei lá…)

Passos acusa comentadores e jornalistas de serem “patéticos” e “preguiçosos”

O que é que o senhor PM quer… que sejamos todos duques daqueles que dão honoris causas aos salgados?

Que nos transformemos em consultores e assessores insurgentes com cursos de economia para zombies?

Que ignoremos as vezes quem que, por desconhecimento, incompetência ou manobra de psin, o actual PM fez lembrar tantas vezes o anterior na relação difícil com os factos ou na sua forma (quase sempre inábil, diga-se de passagem) de tentar manipular a realidade, pensando apenas no curto prazo, para adiar más notícias?

E é isso que deveria ser mudado no futuro.

“Ser professor era aquela profissão para onde se ia quando não se tinha mais nada, em alguns casos”, disse, para demonstrar o que quer mudar no futuro.

Mas que treta de conversa para quem se pretende rigoroso no que afirma. Isto é conversa de café de esquina das Avenidas Novas, para betos de outras eras que ainda se acham o supra-sumo do coiso.

Claro que isto só é dito em ambiente controlado e amigo, Confap style, vê lá se não te atrasas na transferência.

Percebe-se, pela linguagem corporal, que considera que a salsicha é grande.

Mas… por todos os santinhos do altar… quão parvo se pode ser?

É de espantar tamanha ingenuidade em quem chegou a PM no nosso país, para mais ao colo de um Relvas que, por sua vez, andou ao colo de tanta outra gente que, ao que parece, só agora se percebe que…

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Visão, 21 de Agosto de 2014

Isto não é ser sério, é ser hipócrita e querer fazer-nos passar por parvos.

Ser sério, como em tempos ouvi a alguém, é conhecer o que há de mal e não recear falar, pois isso é essencial para que o país mude a sério.

Porque a coerência fica para os outros e para a perdigotagem com muitos decibéis.

Marinho Pinto: Salário de eurodeputado é ‘vergonhoso’, mas ‘sou pobre, preciso do dinheiro’

Desde que, dependurado, viabilize uma qualquer solução governamental será devidamente acolhido no seio de todos aqueles que, como ele, denunciaram tudo e mais alguma coisa até lhes acenarem com um lugarzinho bom em Londres ou Paris.

… mas neste caso aceito.

Passos pede aos portugueses que condenem demagogia

A parte da “agenda populista e demagógica” é uma refrescante admissão de culpa em relação ao que o Pedro e o Paulo têm feito recentemente…

Quem dizia que ele não é capaz de admitir os seus próprios defeitos?

Já está suficientemente slim para não ir ao ginásio?

Paulo Rangel. “O período dos verdadeiros sacrifícios acabou”

Agora vamos apenas bincáre!

Meu caro homínimo… o seu lugar está garantido, assim como a derrota da sua lista. Seria tempo para deixar de fazer este tipo de figuras… eu sei que o mundo da política é volátil… mas isto fica impresso e um dia atormenta-nos a consciência (se ela sobreviver, é claro…).

Durão Barroso não admite “ir de cavalo para burro”

Depois de 10 anos à frente da Comissão Europeia, e prestes a concluir esta etapa do seu percurso, muito se tem especulado sobre o futuro de Durão Barroso. O seu nome tem sido apontado para a corrida a Belém, todavia, essa hipótese estará completamente posta de parte, adianta o semanário Sol. Para onde irá, então? Ainda não resultou claro, mas fonte próxima garante que Barroso não admite “ir de cavalo para burro”.

Durão lembra “cultura de excelência” promovida nas escolas antes do 25 de Abril

(…)

Durão Barroso, que falava na cerimónia de entrega do donativo do prémio europeu Carlos V à CAIS e à Escola Secundária de Camões, em Lisboa, recuou ao tempo em que ele próprio estudava no então chamado Liceu Camões, onde beneficiou de “uma educação de exigência” numa “boa escola”.

“Estamos a falar de antes do 25 de Abril, de uma sociedade portuguesa que não conhecia ainda a liberdade, estamos a falar de uma escola pública (…) num período em que ainda não havia democracia e, no entanto, estou a dizer que foi uma boa escola”, frisou. Pois, continuou, embora algumas liberdades estivessem “cortadas” e se vivesse num regime ditatorial, “havia na escola uma cultura de mérito, de dedicação, de trabalho”.

“Penso que foi uma pena na evolução posterior não ter sido sempre possível conciliar a indispensável democratização do ensino com o mesmo nível de exigência”, acrescentou, considerando que apesar do nível de educação mais elevado que existe hoje e das “possibilidades imensas” que são oferecidas aos jovens perdeu-se alguma coisa em termos de “exigência, do rigor, da disciplina, do trabalho”.

O meu comentário é o seguinte:

Embora a liberdade blogosférica permita estas interacções indesejadas, eu preferia que o minúsculo vitorcunha se limitasse a emitir juízos animais sobre quem lhe é próximo e conseguisse distinguir uma brincadeira. Mas, como sabemos, o humor (mesmo que simplório) não está acessível a qualquer asno de duas patas.

Ricardo Araújo Pereira: “Prefiro ter filhas lésbicas a serem do Sporting”

A boca até tem graça. Está mais ou menos ao nível da macheza do Nuno Melo no congresso do CDS. Faz-nos sorrir e depois ter pena do emissor. Do RAP porque achou ter sido engraçado e do Nuno porque pretendeu falar a sério.

O problema de se subir muito depressa e se encher os bolsos com a venda do humor à PT é que depois só sobram graçolas alarves para consumo generalizado dos 60 milhões de benfiquistas.

Deste género eu arranjo às dezenas… vamos lá… eu prefiro que a minha gata seja do Cascalheira do que ter humoristas precocemente senis em prime-time (e é bom que se note que não falo no Herman durante a primeira década deste milénio).

Para quem andou a criticar as críticas intelectuais “à bola” e quem andou a escrever que um dia deu boleia a Deus, isto é um grande trambolhão e uma baboseira difícil de justificar, mesmo com a desculpa do “humor”.

Mais outra, mais outra… eu prefiro que o meu pintarroxo seja do Offenbach do que ter um árbitro cego num jogo de homenagem.

Que tal? Que tal?

Estou bom para um contrato milionário com a Vivo?

Mais outra piada, munta gira, de alto nível linguístico, a pensar no eventual fundo de maneio do RAP:

Estudo procura homens com disfunção erétil

Laboratório faz estudo sobre disfunção erétil em Lisboa e pede voluntários.

Só acrescento isto porque estava a pensar se o Steven Seagal não poderia dar um pontapé nos tintins do RAP só para testar a sua resistência ao impacto.

Afinal, estamos numa de piadolas brejeiras, num é?

É tudo humori!!!

Um dos especialistas em Educação do Blasfémias explica o fracasso sueco nos PISA 2012 com a imigração.

Claro que o gráfico tem daquelas escalas manhosas em que parece ser o que não é e falta o peso relativo dos imigrantes no total da população.

Claro que o “especialista”, qual paquiderme analítico, nem sequer se lembra que a composição da população portuguesa – de acordo com a sua lógica estreitinha – explicaria facilmente os maus resultados de Portugal durante as décadas de retorno de muita gente de África ou, mais terde, de imigração.

O problema é que temos esta malta a botar opinião e até há quem ache que aquilo é uma análise qualquer quando se trata de outra coisa, bem mais complicada.

Ou Zé das Medalhas?

Pires de Lima diz que Portugal está a viver um “milagre económico”

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