Equívocos
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Novembro 1, 2013
Os Erros Do Low Cost Ou…
Posted by Paulo Guinote under Educação, Equívocos, Tio Patinhas1 Comentário
… como pode ser muito prejudicial a lógica do custo mínimo…
What’s Wrong With Low-Cost Private Schools for the Poor?
Maio 25, 2013
Maio 22, 2013
Para Quando
Posted by Fafe under Equívocos | Etiquetas: Ambiente Não Gay |Comentários Desativados em Para Quando
um ministro móvel, daqueles sem imi?
Agosto 29, 2012
Equívocos E Redundâncias Em Torno Do Chamado “Ensino Profissional”
Posted by Paulo Guinote under Ensino Profissional, Equívocos[39] Comments
Diário de Notícias, 29 de Agosto de 2012
Mais logo aprofundo o que penso acerca do que sei sobre o assunto, nomeadamente o erro que é voltar ás experiências-piloto numa dúzia de escolas seleccionadas para depois obrigar a uma generalização a todo o sistema no ano seguinte em mais uma medida centralista e avessa à autonomia. Para além de recordar estratégias de outros tempos… 🙂 é só recordar quais…
Por outro lado há paradoxos, como o de associar obrigatoriamente o Ensino Profissional a alunos com insucesso, acabando por afastar outros, ao mesmo tempo que o currículo tem equívocos nas suas adaptações, mantendo a origem de muito do insucesso. Até porque quase tudo isto já existe nos CEF e PCA, salvo uma maior ligação ao tecido empresarial que ainda resta e que nada garante que esteja pelos ajustes… a menos que seja para mão de obra gratuita.
Agosto 22, 2012
Se Correr O Bicho Pega, Se Ficar O Bicho Come…
Posted by Paulo Guinote under Ensino Profissional, Equívocos[37] Comments
O desejo do MEC em reforçar as matrículas nos Cursos Profissionais do Ensino Secundário deu-me mais um daqueles abanões ao mau feitio em que, confesso, sou useiro.
Vou deixar de parte a questão de essa ser uma forma do MEC engolir uns fundos para equilibrar o seu orçamento à custa dos negócios de empresários liberais encostados ao Estado em tudo o que cheire a milhões.
Vou-me concentrar na questão essencial que é o logro em que o Ensino Profissional se tornou, sempre a oscilar entre o argumento retórico demagógico e uma prática que está muito longe de corresponder, em tantos casos, às finalidades que deveria cumprir.
Querer metade dos alunos do Ensino Secundário a frequentar Cursos Profissionais não é, em sim, bom ou mau. Tudo depende da forma como funcionam, da adequação dos equipamentos disponíveis à teoria exposta nos programas e à efectiva relação estabelecida com o chamado tecido empresarial.
Se há bons exemplos de Cursos Profissionais, adequados a alguma procura local de mão-de-obra relativamente especializada, com meios adequados em termos humanos e técnicos, a verdade indesmentível é que há muitos (quantos mais?) em que tudo não passa de uma ficção modelada em tempos de Maria de Lurdes Rodrigues e Valter Lemos para encaminhar parte dos alunos para uma via alternativa à encarada como regular, em que as regras deslocam para os professores e formadores praticamente todo o ónus do insucesso, desde o modelo de avaliação às regras de assiduidade.
E é bom recordar que a avaliação dos órgãos de gestão dependia em parte da diversificação das alternativas propostas, o que fez com que aparecessem Cursos Profissionais de restauração em salas de aula normais, de jardinagem em jardins de pedra (que não os do Fafe) e de acompanhamento de crianças para turmas de crianças grandes incapazes de tomar conta de si mesmas. Isto para não falar dos milhentos cursos de informática destinados a formar pessoal com conhecimentos úteis para os tempos do Windows 98 e para quem multi core se confunde com uma qualquer prática pornográfica. Isto para não falar dos de multimédia que, pelo contrário, são meras iniciações ao que qualquer adolescente consegue fazer com um telemóvel de gama média e um computador com ligação à net.
Para além disso temos ainda o labirinto em que ficamos enredados no plano político, quando cada facção em confronto tem um argumento para cada situação.
- Se não há cursos de tipo profissional é porque não se oferecem ofertas alternativas ao percurso-padrão e não se adequam essas mesmas ofertas ao perfil e (des)interesses dos alunos.
- Se há cursos desse tipo é porque se criam percursos estigmatizadores e não-inclusivos, destinados a alunos a quem se pretende cortar horizontes.
Depois há a questão da avaliação… se as regras são mais flexíveis, uns clamam contra o facilitismo. Se existe algum rigor é porque se quer um ensino elitista.
Há sempre alguém pronto a discordar da solução adoptada, logo no plano teórico-político, mesmo antes de se conhecerem as condições concretas em que tais cursos decorrem.
A realidade que conheço através de colegas que leccionam esses cursos é, em especial nas zonas onde servem para agarrar jovens em risco de abandono e com comportamentos problemáticos, de um quase vale-tudo menos arrancar olhos. Os professores são positivamente privados de direitos laborais legalmente estatuídos e praticamente forçados a inventar formas dos alunos passarem por pressão da regulamentação ou da gestão interna. É uma verdadeira epopeia ouvir os relatos do processo que vai dos testes às provas extraordinárias, passando pelas de recuperação para quem nunca quis ser recuperado e goza com quem é obrigado a…
Sendo uma solução interessante, alternativa à regular e não a regra desejável num sistema vagamente normal, os Cursos Profissionais parecem ter-se tornado a fórmula mágica para promover à força um sucesso em que o ónus da prova está apenas de um dos lados. Foi assim que as coisas começaram a ser em tempos de Sócrates e, pelos vistos, é assim que continuarão em tempos de Passos.
E no meio, como peões, alunos matriculados ao engano ou a pensar que assim se safam às disciplinas madrastas e professores arregimentados (em tempos de escassez de horários) para trabalhos forçados com escasso sentido.
E um país enganado, de novo, acreditando que existe alguma formação profissional a sério onde só há truques.
Agosto 22, 2012
Mas Não Se Denunciava A Sua Escassa Qualidade?
Posted by Paulo Guinote under Ensino Profissional, Equívocos, Escolaridade Obrigatória[27] Comments
Para mim, o essencial passa pelo modelo de funcionamento destes cursos, que torna os professores quase escravos do desempenho dos alunos, com a obrigação de realizar provas de recuperação e provas extraordinárias sempre que os jovens decidem não estudar e reprovar nos testes de cada módulo.
Para além de que, na prática, os professores são obrigados e repor todas as aulas, sendo-lhes vedado o direito inscrito no ECD de faltar. Mesmo em caso de doença, as aulas terão de ser dadas, seja quando for. Uma pessoa falta uma semana por doença incapacitante nesse período? Tem de repor todas essas aulas, a bem ou a mal.
O ónus está sempre do lado do professor…
De quem foi a ideia desta nova valtice?
Crato quer metade dos alunos do 10.º no ensino profissional
Associações contestam a exequibilidade desta medida, pois “os alunos já estão inscritos nas escolas” e até temem que as inscrições baixem.
Agosto 15, 2012
é tornar a pescar o mesmo? Aviso já que aquilo tem forte odor.
Agosto 2, 2012
Afinal a 13 de Julho, 17.000 eram os professores em situação de mobilidade. Apenas 15.000 eram DACL… Mas uma coisa é certa… os números estavam consolidados e bem consolidados.
Maio 2, 2012
De quem evoca o povo e deseja as movimentações das massas revolucionárias, mas depois só demonstra não compreender a sociedade onde vive. Realmente, há vanguardas que mereciam povo mais militante emenos preocupado com a racionalidade da economia doméstica.
Uma leitura, entre muitas outras, com alguma utilidade sobre o consumo de massas e o que o rodeia.
Abril 28, 2012
O Meu Conceito De Liberdade De Escolha, Autonomia E Concorrência No “Mercado” Da Educação…
Posted by Paulo Guinote under Educação, Equívocos, Liberdade?, Penso Eu De Que...[30] Comments
… dificilmente passa pela concentração dos projectos educativo, pela subordinação de várias escolas com culturas (melhores ou piores) a um único órgão de gestão, com plenos poderes para impor a sua visão única em nome de uma accountability hierárquica e promotora de subserviência para baixo e para cima.
Mesmo não sendo eu um dos grandes arautos destes conceitos, por achar complicada a sua generalização entre nós, acho que a liberdade se define pela diversidade e que ela é tão mais necessária quanto se esteja em zonas afastadas dos grandes centros.
E a liberdade de escolha exerce-se escolhendo e não sendo encaminhado para trajectos únicos.
A opção deste Governo por continuar as políticas dos dois anteriores em matéria de concentração escolar e modelo único de gestão, agravando alguns dos seus erros mais evidentes e – em simultâneo – contradizendo os seus próprios princípios ditos liberais quando convém, significa que quase tudo o que antes diziam alguns dos seus membros eram fruto da ignorância ou apenas meros chavões incapazes de uma concretização prática.
A herança destas medidas será um sistema educativo público com menor diversidade, mais monolítico, com os centros de decisão mais afastados dos interessados, ou seja, menos liberal, igualitário no mau sentido e centralista a um grau nunca visto.
Que os defensores da liberdade de escolha o percebam apenas agora é pena, pois acabaram por aceitar, ou tomar como boas, algumas medidas danosas, na esperança de uma miragem que, por definição, é ilusória.
A menos que o verdadeiro plano seja o de saturar de tal modo as unidades de gestão e tornar indistintos os seus projectos, que a liberdade passe exclusivamente pela saída para o sector privado.
E nada se resolve com a nomeação, formal e informal, de grupos de trabalhos de professores universitários de Matemática e Ciências para acharem a fórmula mágica, a regra ou número de ouro, que tudo permita resolver através de uma enunciação simplista.
E muito menos se resolve com um encapsulamento mental em torno de ideias (mal) feitas, com origem em experiências pessoais de sucesso em outra década, outro século, algures, em outro contexto.
Abril 26, 2012
Há Responsabilização Sem Democracia?
Posted by Paulo Guinote under A Coisa Da Accountability, Democracia, Equívocos, Escolas[11] Comments
Quem defende que a accountability se define apenas pela obediência a relações hierárquicas, está defender qualquer coisa próxima da ditadura.
As escolas não são empresas e, embora sejam organismos do Estado com necessárias relações de obediência às coordenadas da tutela, o seu funcionamento não pode ser regulado como se a autonomia fosse possível na base de um modelo único de gestão centralizada.
Sei que tenho uma certa tendência para recordar batalhas perdidas, mas eu espero sempre, com, irritada paciência, que o tempo demonstre os equívocos alheios.
Os pseudo-liberais que olham a escola de fora, com evidente acrimónia em relação às práticas de decisão partilhada, no fundo apenas defendem um modelo de dirigismo e servidão que está nos antípodas dos princípios explicitados pelos seus putativos gurus inspiradores.
The alarming democratic void at the heart of our school system
Where’s the accountability in the new world of academies and free schools agreeing contracts with the government?
Janeiro 7, 2012
E Depois? Considera A Hipótese De Descer Ao Terreno?
Posted by Paulo Guinote under Currículo, Debates, Equívocos, Reformas[43] Comments
Crato vai debater reforma curricular com directores de escolas
O ministro da Educação e equipa começam na próxima quarta-feira a reunir-se com os directores de escolas de todo o país para discutir a proposta governamental de revisão curricular do ensino básico e secundário.
Nuno Crato começa por Beja e Faro na próxima quarta-feira a receber propostas e sugestões dos directores de escolas para a discussão pública da proposta, que o ministério quer ver concluída até fim do mês.
Consultar apenas os directores vai acentuar o divórcio existente entre os professores e as estruturas de mando em presença na Educação.
Nuno Crato sabe, certamente, que sem a colaboração activa dos professores (que globalmente não se sentem representados por muitos directores) nenhuma reforma avança com sucesso. E que eleger os directores como interlocutores privilegiados pode ser um erro enorme, pois acentua a sensação que se quer reforçar a sua função de delegados do MEC nas escolas. E eles,a nível da reforma curricular, querem principalmente saber como agir com a malta que é para lançar borda fora.
O MEC pode responder que é impossível fazer uma consulta alargada aos professores.
Errado. Se lhes tem sabido fazer chegar um boletim de informação e propaganda, também lhes conseguiria fazer chegar um inquérito. Responderia quem quisesse e existiria, pelo menos formalmente, uma consulta às bases. E poderia fazer o mesmo às associações de pais e outros agentes educativos, não se limitando a consultar as cúpulas.
Assim, temos apenas a conversão ao método MLR, tal como preconizado numa recente entrevista do director Adalmiro da Fonseca, saudoso do convívio fraterno com o poder político.
Os directores devem ser consultados. Mas que isso nunca venha a ser apresentado como uma consulta às escolas e aos professores.
Outubro 3, 2011
Agosto 11, 2011
Porque Atropelam Tanto A Curva De Gauss?
Posted by Paulo Guinote under Conversa Da Treta, Equívocos, Matemática Impura[31] Comments
Hoje é a vez de Maria Filomena Mónica no DN, no balanço dos 50 dias do Governo. Eis a base do seu argumento a favor das quotas na avaliação dos professores, que ela recomenda a Nuno Crato: não é por serem funcionários públicos é porque existe a Curva de Gauss.
Vou tentar ser o mais elegante que consigo perante esta asneira:
- A Curva de Gauss é um modelo idealizado de distribuição de um dado tipo de fenómenos. Não é a própria realidade e não se pode aplicar a todas as distribuições (por exemplo, temperaturas ao longo do ano, de um mês). A sua utilização abusiva em fenómenos de tipo social e cultural é conhecida.
- A Curva de Gauss só ganha maior valor operatório quando o número de ocorrências verificadas é bastante elevado. Qualquer definição de Curva de Gauss ou de Bell Curve, incorpora esse detalhe que não é um pormenor.
O que MFM descompreende é que aplicar a dita curvinha em universos de 5, 10, 20 professores, como acontece actualmente com a ADD aplicada a grupos dentro de cada escola, é um rematado disparate. Se o universo global dos 140.000 professores pode – mas repito que apenas em termos teóricos – dar origem a uma distribuição do desempenho (de acordo com que padrões?) em forma de curva de Gauss, isso não é válido para micro-grupos de ocorrências.
Já agora, nunca me passou pela cabeça aplicar a Curva de Gauss ao desempenho dos meus alunos, nem mesmo a turmas com mais de 20 elementos. Se o tivesse feito este ano, teria cometido diversas injustiças.
Temo sinceramente pelos alunos de MFMónica no passado, se ela está assim tão convencida que a Curva de Gauss regula o valor do desempenho das pessoas em pequenos grupos.
Agosto 1, 2011
Se isto seguir em frente é um erro enorme. Se é para haver avaliação, todos devem ser avaliados. Estando no topo da carreira (o que não acontece pois ninguém está no actual 10º escalão) até devem ser os primeiros a revelar o que valem pois, de acordo com um dos princípios anunciados pelo ministro, devem sr eles os avaliadores da maioria dos colegas. Pelo que não devem estar acima do modelo e devem, isso sim, mostrar o que valem.
Estou a ficar cansado de todos os que se deixaram prender pela ideologia dos titulares e de um sistema de castas hierarquizadas.
Se assim é, também não quero ser avaliado, pois tenho mestrado na minha área científica e doutoramento em Ciências da Educação e não fiz teses sobre as asas da mosca na gastronomia hindu do século XVI ou sobre a autoestima dos alunos com peúgas azuis em salas com nº ímpar durante as tardes das 4ªs feira de Fevereiro, em anos bissextos.
Agosto 1, 2011
Desconhecimento?
Posted by Paulo Guinote under Equívocos, Língua Portuguesa, Matemática, Programas[30] Comments
Vamos lá a ver se nos entendemos… o programa de Matemática do Básico é novo, tem um par de anos, mas pronto… pode-se achar que precisa de retoques, só que o de Português, para o bem e mal (e eu nem gosto muito dele) é novinho em folha e andamos há dois anos a tentar preparar a sua aplicação que deve acontecer agora em Setembro, tendo sido escolhidos novos manuais e tudo.
O ministro quer que seja reformulado quando e em que termos? Antes de ser aplicado?
Note-se que desgosto do novo programa, pois é herdeiro da da TLEBS e é um programa de uma facção dos estudos linguísticos mas – raios! – ainda nem o aplicámos e foram teoricamente adoptados manuais para 4 anos.
Confesso: Nuno Crato estava melhor quando não falava destas coisas, porque escusava de demonstrar sta falta de conhecimento sobre os detalhes das coisas. Mais valia que enviasse um memorando às dgidcs e dgrhes a impedi-las de enviar ou telefonar instruções sobre o ano lectivo às escolas antes de autorização superior.
Um último reparo: quem puxa ou não pelos alunos são os professores e os métodos usados, não necessariamente os programas. Podem estar mal concebidos, ter objectivos meio nhónhós, mas tudo isso é ultrapassado se os docentes sentirem que têm apoio no seu trabalho e busca de exigência.
Ora… isso está neste momento em evidente risco pois o MEC não soube ainda retomar a confiança perdida pelas suas antecessoras e que foi inicialmente depositada nele.
E os próprios professores, se optarem por uma estratégia de terra queimada em matéria de ADD, perdem credibilidade se quiserem apresentar-se como modelos de uma cultura de rigor nas escolas.
Julho 17, 2011
Um Disparate (Repetido) Extremamente Perigoso
Posted by Paulo Guinote under Equívocos, Esta Não Esperava, Sindicalismo[41] Comments
Afirma o comentarista Maverick que já admitiu ser um ex-dirigente sindical, docente actualmente aposentado, com relações estreitas à direcção da Fenprof:
Revogação ou alteração de artigos do ECD podem ser feitas sem revisão do ECD.
Adorei, adorei, adorei…
Mas então para que querem tanto ser recebidos?
Têm mesmo a certeza que pretendem abrir esse precedente?
A sério? Aguardam-se esclarecimentos e não a verborreia do chico (que não da cuf):
Julho 16, 2011
Autonomia, Livre Arbítrio E ADD
Posted by Paulo Guinote under Autonomia, Avaliação, Colete De Forças, Comédia De Enganos, Docentes, Equívocos[49] Comments
Para além dos materiais já divulgados, tenho cerca de 20-25 documentos sobre a ADD enviados pelo Livresco a partir de uma pesquisa online. Tenho mais uma dezena de guias/manuais/orientações/directrizes que me foram enviado(a)s por mail e sei de muitas mais por conversas com colegas. O que faz um acervo de cerca de meia centena de exemplos.
Há de tudo: bom senso e equilíbrio, mas também delírio; há simplicidade e rigor q.b mas também complexidade bacoca. Os critérios tanto podem ter um critério reconhecível como não se perceber se aterraram numa nave espacial.
Isto pode ser apresentado como resultado de uma autonomia desejada. Mas a mim parece-me mais o descambar do mau uso do livre arbítrio das CCAD e de algumas Direcções.
Este é o modelo remendado, herdado de uma equipa ministerial que deixou de governar muitos meses antes da demissão do Governo, beneficiando do beneplácito de um acordo com os representantes sindicais que, em nenhum momento, denunciaram concretamente estes atropelos, limitando-se pelos comunicados generalistas e os pedidos de reuniões.
Vários testemunhos sobre o decorrer do processo dão-me conta de atropelos diversos, quebras sistemáticas de regras mínimas de civilidade e respeito, já para não falar de ética profissional ou pessoal. Abusos de poder sobre avaliados, em especial contratados, incompetência declarada dos intervenientes no processo de observação de aulas, amiguismo e nepotismo às claras na atribuição de classificações.
É este o retrato de nós, afinal. Somos assim, como sociedade, como país, como microcosmos nacional e local. Mas o fatalismo e a resignação não podem ser as soluções, deixando que os predadores e os espertalhões assumam a condução das coisas, enquanto os acomodados ou receosos se calam para evitar problemas. Deixando isolados meia dúzia de gauleses que pensam que isto pode mudar.
Enquanto os abusos são sofridos e calados, apenas tartamudeados em conversas de amigos, como desabafos quase escondidos, os abusadores continuarão a sentir-se impunes, pavoneando o seu micro-poderzinho.
Esta ADD tem peças boas, exemplos maiores de respeito, competência e solidariedade, mas tem tantas ou mais de puro arbítrio, prepotência e incompetência.
E as coisas não podem, nem devem, ser deixadas assim apenas porque chegaram a este ponto.
Julho 12, 2011
Concordo TOTALMENTE Com O Ricardo
Posted by Paulo Guinote under Avaliação, Blogosfera, Docentes, Equívocos, Parlamento, Suspensão[35] Comments
E convém ir lá ler tudo ao Proflusos:
Tiros nos pés…
(…)
Já escrevi várias vezes neste blogue, que a saída mais inteligente (pelo menos para mim e a esta altura) seria mexer apenas no Decreto-Lei n.º 51/2009 (que regulamenta os concursos de professores) e revogar/alterar a alínea c), do ponto 1 do artigo 14.º que estabelece os “bónus” de 1 e 2 valores (para Muito Bom e Excelente, respectivamente) na graduação para efeitos de concurso (e chamo a atenção que isto não é só para os colegas contratados – como muitos pensam – mas para todos). É esta bonificação que move a maioria dos colegas. Tudo o que vá para além disso, vai esbarrar na oposição do PSD, CDS e até mesmo do PS. Para além disso, este modelo tem realmente os seus dias contados, como tal, porque não jogar pelo (mais) seguro?! Se o Governo não optou por suspender este modelo de ADD de forma autónoma, não o deverá fazer por intervenção da Assembleia da República (basta lembrarem-se do que aconteceu em Março deste ano).
No final, uma conclusão: no meio deste circo todo, os palhaços são sempre os mesmos…