Certificação


O problema é que depois dizem que os professores portugueses de Inglês nem de Inglês sabem. Eu acho que o melhor seria deixar em branco ou alegar uma qualquer objecção de consciência pois, caso contrário, os professores de Físico-Química ainda acabam a ter de obter certificações in MIT e os de História em Oxford.

Porque – cada vez há que ter menos dúvidas – o senhor Iavé duvida da qualidade da generalidade dos professores portugueses (o que pensará dos de Geografia com profissionalização feita ali nos loucos anos 80?) e arranjará maneira, com o beneplácito da tutela política perdida em combate com sorriso nos lábios prá-TV, de mandar examinar toda gente pela sua preclara entourage ou amigos distintos de passagem.

Mas alguém, no seu perfeito juízo, se tenciona esforçar para passar num teste (que pretende comprovar algo que não deveria carecer de comprovativo) para estar habilitado a fazer algo que legitimamente não quer fazer?

H. R.

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Agora já percebo porque é necessário tanto curso para o novo grupo 120. Ou não. Sei lá!

Despacho n.º 2384-A/2015 – Diário da República n.º 46/2015, 1º Suplemento, Série II de 2015-03-06, do Ministério da Educação e Ciência – Direção-Geral da Administração Escolar
Regulamentação da certificação da qualificação profissional para a docência no grupo de recrutamento 120 – Inglês do 1.º ciclo do ensino básico e do modo de apuramento da duração da experiência de ensino de Inglês no 1.º ciclo do ensino básico, no âmbito da Oferta Complementar ou das Atividades de Enriquecimento do Currículo.

Não deveria ser o senhor Iavé a decidir isto? Porque se quem dá aulas não tem competência para classificar provas ao nível do 9º ano… deveria ser ele a determinar a certificação.

17 de Abril:

Estão inscritos 120 mil alunos para a estreia do teste de Cambridge. Mas nem todos quiseram pagar para ter o diploma.

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De acordo com o números facultados ao Expresso pelo diretor do IAVE, Hélder Sousa, um terço dos alunos do 9º ano não quiseram até agora pagar pelo certificado. Há ainda 13% de estudantes abaixo do 9º ano que se inscreveram e 21% de níveis de ensino acima que o fizeram.

25 de Julho:

Apenas 20% dos alunos do 9.º ano pediram o certificado de Cambridge

(…)

Dos cerca de 102 mil alunos que realizaram o teste, 92% frequentavam o 9.º ano. Dos restantes 8%, 3%  dos alunos frequentavam o 2.º e 3.º ciclos e 5% o Ensino Secundário.

O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) revela ao EDUCARE.PT que tendo sido dada a oportunidade a todos os alunos do 9.º ano de obterem o certificado assinado pela Cambridge, apenas 20% fizeram esse pedido.

O senhor Iavé é muito mau em contas… não admira que fizesse mal as contas aos classificadores… e depois dissesse que a culpa era dos professores.

Em Abril havia 120.000 inscritos, dos quais (ao que parece) 34% de anos que não o 9º… sobravam 66% de 120.000, ou seja… perto de 80.000.

Desses, um terço não tinha pago o certificado… ou seja, uns 24.000, sejamos generosos, uns 25.000, mas sempre seriam uns 66,6% dos alunos do 9º ano, a acreditar na palavra do sehorn Iavé.

Comparem com os números dados actualmente, mesmo descontando a malta que decidiu não fazer o teste.

Fica aqui o excerto da entrevista ao Expresso em que o senhor Iavé disse o que disse:

Exp12Abr14c

É a baralhada total.

Já sei… vai dizer que se inscreveram mas não pagaram, mas a pergunta era explicitamente sobre quantos tinham pago.

Que não se enganou, muito menos que mentiu…

Pois… isso… ou então é apenas… the dark side of simple arithmetics…

Alguém me explica porque é a COFAC uma das entidades que certifica os manuais de Geografia e Inglês?

Então não há associações profissionais que possam fazer isso?

O despacho: Desp6581de2014.

… é quando os exercícios estão errados (na sua formulação) ou então estão as soluções, baralhando por completo os miúdos que tentam fazer o que lhes é pedido. E o manual em causa está de acordo com as metas curriculares de Junho de 2013 e até está certificado por uma instituição pública de nomeada.

Não estamos a falar de disciplinas soft, nem sequer de problemas complexos.

Pronto, não verificaram tudo. Acontece. É das certificações à la minute.

(respondam-me lá… se alguém conta um segredo a duas pessoas e cinco minutos depois cada uma delas conta a mais duas, quantas pessoas ficam a saber do segredo, excluindo o original língua de trapos? e se a progressão se mantiver, quantas ficarão a saber ao fim de 10 e 15 minutos?)

Traduzindo… os sucessores dos CNO.

O Arlindo publicou uma lista das candidaturas aprovadas (CQEP-Relatório-Preliminar) que, dizem-me ao ouvido, tem algumas particularidades ao nível de interesses de certos e determinados grupos de interesses na matéria, incluindo alguns mais mediáticos e outros mais discretos.

Ou seja, o problema da reformulação da rede de qualificação de adultos parece marcada pelo costumeiro hábito de apaenas reorientar os fluxos financeiros e pouco mudar de essencial.

Deixo apenas a adaptação de um excerto do mail recebido, para posteriores desenvolvimentos, em especial por parte de quem conheça cada zona:

(…)

Para além disso a nossa escola sempre teve cursos EFA e cursos de português para estrangeiros em funcionamento.

Apesar da nossa vasta experiência na educação e formação de adultos (EFA), fomos reprovados porque, segundo consta das parcas informações cedidas ao telefone pela ANQEP, os nossos protocolos não eram novos (ou seja, apresentámos os protocolos com que trabalhávamos e que se encontravam em vigência à data da extinção do CNO, e não forjámos protocolos novos, com base em suposições de trabalho, muitas vezes forjadas apenas para o momento da candidatura) e porque não enviámos os CV de todos os elementos da equipa a constituir (sendo nós uma escola, não poderíamos enviar CV de professores que não sabíamos se se manteriam cá na escola para este quadriénio).
Quando consultámos a lista das entidades selecionadas pela serem CQEP, verificámos com surpresa (ou não) que na nossa NUT (Pinhal Litoral) duas delas eram do mesmo grupo (a EPAMG e o colégio Pereira da Costa), sendo que não só nenhuma delas detém experiência na EFA, como distam entre si cerca de 8 km.
Quantos às restantes NUT, não consigo fazer leituras, pois não conheço a realidade.
Que mais dizer?


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Estou impaciente, claro que estou!

Exmº Senhor Reitor da Universidade Lusófona

Campo Grande, 376,

1749 – 024 Lisboa

reitoria@ulusofona.pt

 

Por lapso, acabei de receber, indevidamente, 2 requerimentos dirigidos ao senhor reitor da Universidade Lusófona, para apreciação curricular.

Desta forma, por ser um assunto do maior interesse para essa Universidade, e tendo em conta o, aparente, também interesse premente dos requerentes, seguem em anexo os referidos requerimentos.

Aproveito a oportunidade para lhe enviar os meus mais respeitosos cumprimentos e as minhas mais vivas felicitações pela forma como tão dignamente, essa Universidade, tem contribuído para a melhoria do ensino e da educação em Portugal.

Sem mais de momento, aceite-me como um admirador sincero de V. Exª

 

Francisco Teixeira Homem – BI 7356693

(professor, com 13 anos de formação no ensino público universitário, antes de Bolonha)

 

  ________________________________________ 

REQUERIMENTO 1

Exmº Senhor Reitor da Universidade Lusófona

Campo Grande, 376,

1749 – 024 Lisboa

reitoria@ulusofona.pt

 

 

A signatária é Guilhermina Condon Pito, profissional da prostituição, Condon da parte da mãe e Pito da parte do pai, mais conhecida por Guilhermina Pito, “Pitinho” para os amigos, moradora na rua das Pegas, nº 69, Coina, concelho do Barreiro, distrito de Setúbal.

Saiba V. Exª que a minha profissão ao longo de mais de 30 anos de trabalho árduo, sem horário, de busca e de total entrega a longas e profundas experimentações e ensaios que considero científicas, significa o culminar de um trabalho que não deixa de ser académico e de ensino e pesquisa permanente, de grande relevância para um ramo de investigação como é a área do conhecimento científico da Sexologia. Trabalhei com equipas jovens e até veteranas, de forma isolada e em grupo, o que me conferiu o domínio do conhecimento e a possibilidade de ensinar numa perspectiva teórico-prática, com recurso a suporte audiovisual, sempre que necessário, e uma participação activa do aluno ou alunos envolvidos, conforme o caso. Adquiri, por isso, conhecimentos necessários ao diagnóstico, classificação, avaliação e intervenção de todo o tipo na área da sexualidade. Tenho um domínio completo em todos os instrumentos de intervenção e na avaliação dos mesmos nesta área.

Desta forma, venho requerer a V. Exª se digne reconhecer, através da atribuição de créditos, a experiência e competência profissional que fui adquirindo ao longo da vida, tendo por base o Decreto-Lei 74/2006, atribuindo-me o Doutoramento em Sexologia.

PEDE DEFERIMENTO

 

Coina, 9 de Julho de 2012

A requerente

Guilhermina Condon Pito

A ANQ tomada de assalto pelo aparelhismo. Sai Capucha, entra Xufre. Muda o cartão, estranha-se a qualificação (tese em Aprendizagem Automática por Redes Neuronais de Unidades Locais).

Curiosamente mantém-se a ligação a Vila Franca de Xira.

E ao ISCTE. Talvez ligeiramente menos eduquesa, mas mesmo assim.

Porque há muito dinheiro envolvido. As coisa não podem implodir assim, antes de retirada a seiva.

O Afonso, que era monárquico, fundou um país e uma nacionalidade – com a qual sempre nos identificámos, tirando para fora os comunistas.

Os republicanos, dos quais há inúmeras bustos de bronze oco roubados e já fundidos, afundaram-no.

Salva-se o zé das socas – para o qual, claramente, continua tudo de ouro. E seguro.

“Novas Oportunidades” empurram Portugal para o sucesso

Estudo hoje divulgado conclui que, graças ao programa “Novas Oportunidades”, Portugal tem a maior taxa de obtenção de diplomas do final do ensino secundário (96%) da OCDE.

Não tenho quaisquer dúvidas sobre o sucesso quantitativo. O Governo de Sócrates, com a inestimável coordenação política de Maria de Lurdes Rodrigues/Valter Lemos e a execução do brilhante Luís Capucha, colocaram em prática um brilhante plano para diplomar todo o seu vivente no nosso país. Resta saber se isso resiste a um escrutínio que ultrapasse a constatação da certificação, coisa que não tiveram a coragem de fazer, excepto em estudos encomendados a gente segura de concluir o que deveria ser concluído.

Porque para isso dinheiro não faltou à ANQ.

Já para estudar a empregabilidade dos diplomados… e no que esta onda certificadora contribuiu para a economia nacional… nem que seja ao nível ultra-micro…

… afinal apenas precede o espírito certificador das Novas Oportunidades.

Lima de Carvalho “nunca foi aluno” mas tem certificado

O ex-director dos serviços administrativos da Universidade Independente (UNI) garantiu hoje, em tribunal, que Amadeu Lima de Carvalho nunca constou como aluno da licenciatura de direito, apesar de o arguido apresentar vários certificados da sua formação académica.

[via Blasfémias]

Confesso, só usando o léxico catroguês me seria possível comentar esta notícia. Por todas as razões e mais uma.

Formação profissional: Estudo liderado por Paulo Pedroso sugere “reflexão sobre evolução das qualificações”

Mealhada, Aveiro, 13 mai (Lusa) — Um estudo sobre formação profissional de nível secundário, apresentado hoje pelo sociólogo Paulo Pedroso, recomenda uma “reflexão de médio prazo sobre a evolução das qualificações face às dinâmicas de escolarização”.

Há em tudo isto uma enorme falta de pudor…

Aposto que é encomenda capuchinha… ou aparentada.

… e da produção de tinteiros e toners.

Novas Oportunidades certificam 10 mil portugueses por mês

Um destes dias concorro para ser certificado em qualquer coisa. Assim numa tarde cinzenta, em que a auto-estima balance, inscrevo-me para serem reconhecidas as minhas competências em escrítica pop (direitos de autor para o MEC) e vicío bedéfilo.

Também quero que se interessem por mim lá fora.

Novas Oportunidades motivam interesse de parceiros europeus

Se bem se lembram, em tempos de Maria de Lurdes Rodrigues, foi em especial Vital Moreira, mas não só, que falou muito numa verdadeira revolução que estaria a assolar a Educação em Portugal.

Se por revolução entendermos um processo de demolição, sem que se perceba se o edifício a construir não é bem mais atroz do que o anterior, talvez ele tivesse razão.

Só que MLR foi-se embora e houve quem dissesse que as suas reformas (ou revolução) estavam comprometidas e que tudo ia regredir para o que havia antes, que o Governo tinha cedido aos tenebrosos interesses dos conservadores e atávicos professores (visão partilhada por muita gente, com destaque para o MST mas não só…).

O que não repararam é que permaneceram em posições estratégicas alguns dos vultos que, ainda mais do que MLR que durante muito tempo foi testa-de-ferro e só a meio do trajecto se começou a sentir imbuída de aura, de forma mais consistente corporizavam uma investida inédita contra um modelo de Escola que consideram conservadora, elitista e selectiva, para além de partilharem imensos preconceitos contra os professores, fruto de personalidades com especificidades que me vou coibir de caracterizar para não entrar em terreno traumático.

Fiquemos assim: são pessoas que da classe docente têm uma visão muito marcada e distorcida pelos seus percursos pessoais, ao longo dos quais se instalou um desdém imenso pelo trabalho dos professores, a quem desejam cortar toda a autonomia e torná-los meros executores das suas brilhantes teorias de gabinete, recolhidas em leituras muito na moda nos anos 50, 60 e 70, com estertores nos anos 80 lá fora, mas que cá foram chegando com o atraso habitual de uma ou duas décadas.

A dupla mais óbvia desta tendência no aparelho de Estado é aquela que eu designaria por Capucha-Lemos connection e que, fugindo à esfera mais restrita da tutela da Educação, conseguiu, com um pé dentro e outro fora do ME, criar um feudo com um poder imenso que se prepara para continuar, verdadeiramente, a revolucionar os percursos escolares dos portugueses, construindo sucesso a todo o custo, mesmo que seja cilindrando tudo on que se lhes oponha.

Apesar de não cumpridas as metas certificadoras das Novas Oportunidades, Capucha & Lemos decidiram que os desempregados, se querem continuar a receber o cada vez mais curto e escasso subsídio, devem inscrever-se obrigatoriamente nas NO e serem formandos, fazer um portefólio e contar a sua história de vida para ganharem uma certificação para engordar estatísticas e ao mesmo tempo auxiliarem ao estender do poder da ANQ em matéria de Educação/Formação.

O que se está a passar é a contaminação completa do Ensino Secundário pelo espírito NO, depois do Básico ter sido modelado à imagem das teorias do direito ao sucesso que Lemos debitou desde o início dos anos 90, na altura a partir do IIE e que Capucha abraçou como sendo o mecanismo ideal para um teórico nivelamento social, que nega ser pela bitola baixa, que nenhum estudo comprova ter funcionado como fomentador de qualquer mobilidade socioprofissional.

Mas tudo está a pleno vapor. Aos milhões de pretendidos certificados, juntam-se agora mais centenas de milhar de novos formandos, recrutados de forma compulsiva nos centros do IEFP.

A isto vão chamando um processo inédito de qualificação da população portuguesa.

Perante isto, o ME parece uma simples secretaria de Estado sem qualquer capacidade comparável aos domínios de Luís Capucha, o homem que anuncia que os professores têm demasiadas horas de redução e que isso não pode continuar, como se fosse ele o califa em vez da califa. Embora o negue, a aliança com Lemos é objectiva e evidente. Ambos querem transformar o sistema educativo público numa imensa rede de certificação, com 110% de sucesso garantido à nascença.

Movendo-se numa pouco discreta sombra, num claro-escuro que não oculta a vaidade e presunção, a Capucha-Lemos connection constitui-se como o verdadeiro soviete revolucionário da Educação Nacional.

Temei… porque está é uma forma de terror educacional… em tons rosa…

Um dos maiores e mais poderosos feudos naquela cartografia improvável entre a Educação e o Trabalho estende os seus tentáculos reclamando vassalos.

A ideia até pode(ria) ser boa. A prática totalitária, mas coerente com os seus mentores, é que…

Desempregados podem perder subsídio se recusarem programa Novas Oportunidades

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