Ensino Básico


Ministério da Educação reduz exames nacionais para alunos dos ensinos profissional e artístico

E logo para o acesso ao superior…

… pelo Despacho n.º 2109/2015 – Diário da República n.º 41/2015, Série II de 2015-02-27, do Ministério da Educação e Ciência que determina o seguinte

1 – O Sub-Grupo de Trabalho das Metas Curriculares de Português,tendo sido mandatado para preparar uma nova proposta de Programa de Português para o Ensino Básico, fica incumbido de submeter essa proposta à consideração da tutela em março de 2015.
2 – A nova proposta de Programa referida no ponto anterior será colocada à discussão pública no mês de março, de forma a que possa integrar contributos, nomeadamente de professores, que não invalidem o constante nas metas curriculares em vigor, permitindo, assim a homologação do novo Programa durante o mês de abril.
3 – Na sequência das orientações já determinadas, o novo Programa de Português para o Ensino Básico deverá agregar as Metas Curriculares, de forma a constituir-se um documento único perfeitamente coerente, deverá conter as clarificações necessárias ditadas pela experiência destes anos da sua aplicação e deverá introduzir os eventuais reajustamentos mínimos indispensáveis à concretização da articulação necessária entre as orientações do Programa e das Metas, sem com isso obrigar à adoção de novos manuais.
4 – O novo Programa para o Ensino Básico deverá ainda harmonizar-se com as Metas Curriculares, designadamente no que respeita ao enquadramento das finalidades da disciplina, aos objetivos cognitivos e às capacidades gerais a desenvolver, dado ter sido assumido que as Metas se limitariam a enunciar de forma organizada, e sempre que possível sequencial, os objetivos de desempenho essenciais de cada disciplina.
5 –Em consequência, o Programa de Português para o Ensino Básico homologado em março de 2009 fica revogado, entrando o novo Programa e Metas Curriculares de Português em vigor já no ano letivo de 2015/2016.
6 – O presente despacho entra em vigor na data da sua assinatura.

23 de fevereiro de 2015. — O Ministro da Educação e Ciência, Nuno Paulo de Sousa Arrobas Crato.

Eu sei que isto é acessório, perante mais este solavanco no Português, mas… se o despacho entra em vigor já e revoga o programa… não teria sido melhor explicar as coisas como deve ser? Porque temos programa revogado legalmente e nenhum outro em vigor. Valem as Metas como programa a partir de já, é isso?

 

Informação-Prova Final ou Informação-Exame Final Nacional

Está aqui.

Nas conclusões, há coisa divertidas, desde logo o facto de estar tudo mal em Português, pois parece-me que nada sobra neste diagnóstico negativo:

Dos resultados obtidos ao longo dos quatro anos de aplicação, é importante destacar três áreas em que parece ser necessária uma intervenção mais específica: o domínio da Escrita, nomeadamente ao nível da textualização; o domínio da Gramática; e, tendo em conta as fragilidades na interpretação de alguns tipos de texto, o domínio da Leitura.

Dúvida: quem fizer esta formação terá de fazer a PACC?

ENSINO DO INGLÊS NO 1.º CICLO DO ENSINO BÁSICO
REGISTO DOS CURSOS DE COMPLEMENTO DE FORMAÇÃO SUPERIOR

A sério… porque não um cursinho oferecido pela Universidade de Cambridge?

Schools Guide 2015

Ah, schools. They can inspire endless fascination, nay obsession, in many. Have you registered yet? Do you have a back-up choice? Did you hear so-and-so is moving to blah-blah? But navigating your way through the options can be pretty tricky, and with fees rising faster than you can say International Baccalaureate, you’d better get plenty of bang for your buck. Herewith, the 11th edition of the Tatler Schools Guide, featuring the country’s top prep and public schools – your indispensible companion to steer you through the educational melee. With unparalleled knowledge and experience, we cut through the prospectus schtick to give you the inside track.

Our peerless team of researchers has travelled nationwide, grilling heads and registrars, chefs and groundsmen, grandparents and pupils. We have ears in the playground, eyes in the staff room and seats at the most heated dinner-party debates. We’ve surveyed the swankiest of new science blocks and peeked at the untidiest of dorms – and sampled a lot of treacle sponge along the way. (And no, Sir, you can’t buy your way into this guide – we choose each school on merit alone.) Whether you want your little one to come away with grubby knees or straight As, there is something here for everyone. So settle in and enjoy reading about the best schools that this country has to offer.

Georgina Blackwell

Schools Guide editor

Despacho n.º 15717/2014. Diário da República n.º 251/2014, Série II de 2014-12-30, do Ministério da Educação e Ciência – Gabinete do Ministro
Homologação das Metas Curriculares para o 1.º ciclo do ensino básico.

De que muita gente não gosta, por convicção ou oportunidade. O Público traz um grande conjunto de matérias sobre o tema, desde o ranking propriamente dito à sua explicação e a diversas opiniões e análises, desde logo dos autores deste ranking específico.

Eu acho-os úteis se não os lermos de forma linear, unidimensional e maniqueísta. Por estranho que pareça, os rankings até nos podem ajudar a demonstrar aquilo que alguns mais lhes criticam.

É isso que tento demonstrar aqui:

Os rankings como retrato de uma Educação a várias velocidades

(…)

O que a última década de rankings nos revela de forma mais evidente é que não se pode perturbar continuamente o funcionamento das escolas, em especial das públicas, e esperar que ela acompanhem o desempenho das privadas que funcionam com estabilidade ao longo dos anos, praticamente imunes aos efeitos da incontinência legislativa do Ministério da Educação. Revela-nos ainda que, sejam públicas ou privadas, as escolas mais inclusivas, as que não praticam formas mais ou menos assumidas de selecção dos alunos, tendem a ter desempenhos menos positivos à medida que as condições de vida da parte mais desfavorecida da população pioram, mesmo se esse factor não determina, por si só, o insucesso individual. Complementarmente, demonstra-nos que a aposta num apoio diferenciado às escolas públicas, com investimentos concentrados numa minoria de equipamentos de elevada qualidade, em regra localizados em zonas que já antes dispunham de condições envolventes mais vantajosas, conduziu a um agravamento das desigualdades na própria rede pública.

Sobre as opiniões de cada um, muito haveria a dizer pois há quem defenda a transparências dos dados das escolas públicas, mas não exija o mesmo das escolas do sector privado, que continuam a não fornecer os dados de contexto. Mas não vale a pena entrar muito por aí, pois não se trata de um ranking de coerência.

A transparência, quando nasce, não é para todos e as virtudes exigidas por alguns são, em regra, apenas aos outros.

 

Setenta por cento dos docentes do 1.º ciclo dizem que ler livros ou revistas por iniciativa própria tem “muita” ou “bastante” influência na forma de ensinarem. Mais do que a formação inicial.

Acho que esta atitude até é razoavelmente saudável e tenho algumas dificuldades em assumir que os professores são incapazes de uma análise crítica das suas fontes de informação (pronto, pronto, temos o caso do SE Grancho para me desmentir), o que parece ser convicção do autor do estudo. Bem como parece mais interessado numa homogeneização dos métodos pedagógicos do que em abordagens diferentes e abertas a novidades.

O autodidactismo preocupa João Lopes por ser “muito permeável a coisas erradas do ponto de vista científico”. No estudo, pode ler-se que o autodidactismo levanta “algumas interrogações”, porque aumentará “a probabilidade de cada professor ensinar à sua maneira”.

Outro aspecto salientado pelo investigador prende-se com o facto de, num bloco de duas horas de Português, os docentes privilegiarem a leitura, a compreensão e a escrita de texto, mas valorizarem menos a literatura e a ortografia.

Já agora, a Literatura aprende-se lendo e compreendendo. Sem se ler e compreender, papagueia-se Literatura.

E papagaios presumidos já temos muitos.

Embora muito mais docemente… quase sem se dar por isso… nos contratos com os privados…

OE2015Prop1

Ficam aqui as minhas respostas às questões para a peça mencionada no post anterior. O que foi transcrito na dita cuja corresponde fielmente ao que transmiti e que só divulgo integralmente porque tem partes até potencialmente menos consensuais do que as que foram inseridas.

Pontos prévios:

As comparações no curto prazo, do nível de retenção no 1º e 2º ciclo, são prejudicadas pelo facto de corresponderem a um período de alteração nas regras, no peso dos provas finais e no próprio grau de dificuldade dessas provas, que variaram muito.

Também é muito importante analisar a evolução da nota interna e da sua diferença em relação à avaliação externa nestes anos, pois podem ter sido colocadas em prática estratégias “de protecção” por parte dos docentes ou conselhos de turma, no sentido de “proteger” os alunos de um dia mau (ou dois) na realização das provas finais. Em termos lógicos, essa estratégia será mais fácil no 1º ciclo em que a decisão é de apenas um docente do que nos restantes.

Passando às questões:

1.O facto de os chumbos no ensino básico terem subido nos últimos dois anos (entre 2010/11 e 2012/13), nos três ciclos, surpreende-o?

Não me surpreendem, pois correspondem a anos, em especial a partir de 2011, que conjugam dois factores importantes e pouco estudados: por um lado a mudança da equipa ministerial, por muitos conflitos que tenha vindo a gerar o ministro Crato, levou a uma descompressão inicial nas escolas em torno do “sucesso” a todo o custo que vinha em especial dos tempos de Maria de Lurdes Rodrigues/Valter Lemos; por outro lado, os efeitos da crise – por cliché que pareça – fizeram-se sentir muito duramente entre os alunos de famílias social e economicamente mais desfavorecidas, que passaram a chegar às escolas em piores condições para uma aprendizagem de sucesso, seja por causa do desemprego crescente dos pais, da redução ou desaparecimento dos apoios sociais ou mesmo da degradação evidente das condições de vida dos agregados. Por muito que achemos que é um chavão, a crise económica e a inflexão das políticas sociais do governo tiveram efeitos na vida dos alunos.

2.Sendo certo que o efeito dos exames nacionais não é claro (pode ter-se feito sentir no 6º ano, mas não no 4º – em ano de estreia no 4º ano a taxa de retenção chegou a baixar), esta evolução pode estar relacionada com o quê? Maiores dificuldades dos alunos? Uma atitude diferente dos professores nas avaliações?

O efeito das provas nacionais nas taxas finais de retenção só se pode perceber bem como a análise conjugada da avaliação interna com os resultados das provas finais, sendo a retenção final a combinação de ambas. O maior aumento do insucesso no 2º ciclo em relação ao 1º pode ser visto como a consequência de estratégias ou formas diferentes de encarar e lidar com a “ameaça” da prova final. No 1º ciclo, em regime de monodocência, é mais fácil “defender” os alunos de um mau resultado nas provas, enquanto no 2º ciclo isso depende de dois docentes e envolve ainda a classificação de outras disciplinas.

Não devemos esquecer, para além disso, o progressivo aumento do número de alunos por turma, que prejudicou bastante as condições de aprendizagem nas salas de aula.

3.Como se explica que 10,5% dos alunos chumbem no 2º ano?  Com estes valores, acha que é benéfico não haver retenções no 1º ano? .

Há muito que sou contra o sucesso por decreto (especialidade de muitas equipas ministeriais) ou o seu reverso, o insucesso como forma de passar os problemas para outrem (neste caso para outro docente ou Conselho de Turma).

O que interessa é dotar as escolas de meios humanos que permitam despistar de forma precoce situações de problemas de aprendizagem e encontrar estratégias eficazes para as superar. isso não se coaduna, em nada, com a evolução verificada nos últimos anos em relação aos alunos com necessidades educativas especiais ou problemas de outra natureza . social, emocional – que impedem o seu regular acompanhamento dos conteúdos e objectivos de anos e ciclos de escolaridade. Não se devem proibir os chumbos em qualquer ano de escolaridade, a menos que se coloquem ao dispor dos docentes desses alunos os apoios indispensáveis, de modo a não permitir a reprodução do insucesso, anos após ano ou, em alternativa, a produção de um falso sucesso que depois esbarra numa lógica de provas nacionais.

4.Se um ministro, este ou outro, dissesse que o objetivo agora era caminharmos para uma retenção de 0%, como acontece noutros países, não tinha a opinião pública a cair-lhe em cima?

Penso que muita gente o apoiaria, pois essa seria uma afirmação populista e demagógica que cai bem em muitos sectores que consideram que o insucesso é apenas responsabilidade dos professores, algo que é repetido como um “mantra” desde o final dos anos 80 do século passado.

Só que esse tipo de objectivo, com este ministro específico e com este governo, seria um paradoxo total, pois quase todo o seu discurso e praticamente toda a sua prática tem sido no sentido de combater um alegado”facilitismo” existente nas escolas. ora… não se pode acusar um sistema de ensino de ser “facilitista” e depois querer que ele produza ainda maior sucesso, quando as condições materiais pioraram nas escolas, seja para alunos, seja para professores.

Foi publicado há dias o volume das Estatísticas da Educação relativo ao ano lectivo de 2012-13.

Até passou despercebido, porque há assuntos que andam muito mais quentes, mas foi impossível não reparar na mensagem básica que foi transmitida:

Ensino nacional perdeu quase 100 mil alunos

O sistema de ensino nacional perdeu quase 100 mil alunos entre os anos letivos de 2011/2012 e 2012/2013, segundo o Ministério da Educação, destacando-se o ensino básico, com menos 64.288 estudantes.

De acordo com os dados do relatório «Estatísticas da Educação 2012/2013», houve um total de 2.139.977 alunos inscritos, entre a educação pré-escolar, ensino básico, ensino secundário, ensino pós-secundário não superior e ensino superior.

Comparando com os dados do relatório relativo ao ano letivo 2011/2012, é possível constatar que há uma redução de 98.956 alunos entre os dois anos letivos, já que naquele ano letivo estiveram inscritos 2.238.933 alunos.

Estes dados incluem alunos matriculados/inscritos e adultos em atividades de educação e formação.

Entre os vários níveis de ensino, é no básico que a quebra é mais acentuada, passando de 1.157.811 em 2011/2012 para 1.093.523 em 2012/2013, o que representa menos 64.288 alunos.

Só lá muito mais para o fim da peça é que se pode ler que:

Olhando apenas para a educação e formação de jovens, a quebra é menos acentuada, passando de 1.710.075 no ano letivo 2011/2012 para 1.696.696 em 2012/2013, o que representa menos 13.379 estudantes.

Comecemos pelas partes giras… em primeiro lugar, ao usar-se a expressão “ensino nacional” mete-se tudo ao molho, sabendo-se que será lido algo mais parecido a “ensino público”; em segundo, estas estatísticas continuam a sofrer de velhos males… os dados ora aparecem sobre Portugal, ora apenas sobre o Continente, ora incluem o ensino privado, ora não incluem e temos nós de os calcular… quando pura e simplesmente os valores nuns quadros não batem certo com os de outros, apesar de se referirem à mesma realidade… é o caso do número de docentes do ensino público que num quadro geral têm um valor, mas quando se vai ao quadro do vínculo contratual já têm outro…

Mas, passemos ao que interessa. Quando se vão ver os números e se comparar com os de 2011-12 o que achamos?

Estat2013a

Os tais 100.000 que se perdem, têm uma distribuição muito assimétrica… na rede pública perdem-se 3% e na privada quase 10%.

Como já sabemos que estas conversas se destinam, em primeiro e último lugar, a justificar os cortes em decurso na rede pública de escolas e no número de professores, que tal vermos a evolução do número de docentes (do quadro e contratados) neste mesmo período?

Estat2013b

Como parece ser fácil perceber, em termos relativos, a redução de docentes foi quase o triplo da redução do número de alunos… sendo muito maior entre os contratados que desceram de 31.000 para menos de 22.000.

Mas isso não é notícia…

Só mesmo para terminar… a evolução do número de alunos e escolas da rede pública do 1º ciclo em Portugal Continental:

Estat2013c

Certamente, haverá quem diga que isto significa ganhos de eficiência do sistema

Eu não descreveria ou qualificaria assim a coisa

 

Subiram qualquer coisa. O resumo é muito resumido.

… em que vários ministros da Educação já deste milénio se juntam em ambiente de tertúlia e exibem os seus pergaminhos em matéria de retrocesso da rede escolar do 1º ciclo em nome do progresso, da racionalidade económica e eficácia dos recursos.

Cada um no seu tom, reclamando o que é seu: David Justino relembrando que foi ele a dar novo alento um processo que já vinha do fim dos anos 80 (enquanto técnico camarário em 89-90 assisti ao início do processo), Maria de Lurdes Rodrigues a destacar que foi ela a principal encerradora de escolas e Nuno Crato a sublinhar que foi no seu mandato que se chegou onde nunca antes se chegara.

Algumas coisas podem dividi-los, mas esta é daquelas orientações políticas que os três partilham e defendem com o mesmo tipo de argumentos: os recursos são finitos, há margem para poupanças, os alunos ficam a ganhar com a deslocação para melhores instalações e assim até se combate o insucesso que será maior nas escolas mais remotas e menos equipadas.

Nem tudo o que afirmam é verdade, nem sequer foi cabalmente demonstrado que o sucesso específico dos alunos deslocados para os centros/caixotes escolares melhorou. Pode ser que tenha melhorado, mas até ao momento isso não foi demonstrado. Há mesmo elementos que indicam que as escolas de turma única têm resultados bem acima da média. E mesmo que sejam verdadeiros alguns argumentos, não foi demonstrado que não seria possível fazer melhor com outro tipo de acção.

Porque não foi demonstrado, por exemplo, que os encargos com o equipamento básico das escolas mais pequenas, de proximidade, é de tal forma incomportável que justifique a deslocação de miúd@s de 6 anos mais de uma ou duas dezenas de km, fazendo-os levantar-se e estar prontos (e regressar) quase uma hora antes (depois) do que precisariam.

A lógica desumanizadora e concentracionária, por baixar o custo médio por aluno, une a lógica da acção de todos os ministros, pois “quando se chega lá, há coisas que é impossível não fazer”.

Discordo.

Pub24Jun14

Público, 24 de Junho de 2014

É um período muito interessante para a análise psicológica dos servidores de Iavé.

O IAVÉ já divulgou (Português 91 | Prova Critérios de classificação),

Saiu o Brás Cubas. Pessoalmente, preferia o Quincas Borba.

Já nem falo no Dom Casmurro, um bom título para a minha pré-autobiografia.

Em tempos de AO, alegadamente por causa do mercado brasileiro, é uma opção subversiva.

… de 49% ou 89% padece de uma virtuosa qualidade de hiper-objectividade que nunca atingirei.

Ou isso, ou gosta de gozar com as pessoas, em particular com duas e o seu trabalho, um@ colega professor@ e um@ alun@.

Mas aconteceu por aí e mais vezes do que seria recomendável, em especial na prova de Português que é aquela que conheço melhor e de que fui classificador, pelo que conheço os critérios.

Esclareço desde já: não se passou com qualquer aluno meu, pelo que não estou a vociferar em causa própria.

E esclareço ainda que o ano passado me calei acerca dos disparates das provas de 4º ano porque a minha petiza andou por lá e para o ano espero estar calado sobre as de 6º.

Estou, portanto, a aproveitar uma “janela de oportunidade” para “ganhar amigos”, uma especialidade minha.

Não quebro qualquer sigilo porque as pautas são públicas por todo o país e lá estão certas enormidades classificativas que demonstram até que ponto há gente do “melhor” por aí.

A única coisa que posso dizer a encarregados de educação de alunos com tal tipo de classificação é que não façam como eu, que nem quis ver as provas da petiza, muito menos a de Português que me cheirou intensamente a esturro. Peçam para ver qualquer prova com 49% e recorram se acharem por bem, porque, muito sinceramente, não têm nada a perder e há gente que só tem aquilo que merece e ainda deveria levar com mais.

E, quiçá, até fazem destas coisas por serem contra os exames. E por “estas coisas” entendam-se desnecessárias crueldades, pequenos sadismos de gente obviamente frustrada.

Mas os outros não têm culpa.

E a culpa não é dos “exames”.

É de quem os transforma em actos de uma estranha forma de vingança por procuração.

Os cerca de 220 mil alunos do 4.º e do 6.º ano que no mês passado fizeram provas nacionais saíram-se melhor a Português do que a Matemática. No caso das crianças mais novas, a classificação média na prova da língua materna saltou da negativa (48,7%) para uns confortáveis 62,2%. No 6.º ano, o destaque vai para as notas de Matemática, que continuam a baixar: mais de metade dos finalistas do 2.º ciclo não chegaram à positiva e a classificação média nacional afundou-se um pouco mais, para os 47,3%.

Os resultados globais foram divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), que em comunicado destaca “a melhoria considerável na disciplina de Português do 1.º ciclo” e a “ligeira melhoria” (de 52% para 57,9%) dos resultados na prova na mesma disciplina feita pelos alunos do 6.º ano.

O IAVE remete para mais tarde a análise detalhada dos resultados por tema (em Matemática) e por domínio (em Português). Para já, revela apenas que 81% dos alunos do 1.º ciclo e 75% dos do 2.º ciclo tiveram uma classificação igual ou superior a 3, a Português. Nas provas de Matemática tiveram positiva 64% dos estudantes do 1.º ciclo e 46% dos alunos do 6.º ano.

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