… da degradação da imagem profissional dos professores que, anos após anos, anunciam o cataclismo que nenhum estudo de opinião confirma.
Uma coisa são as opiniões particulares de algum jornalismo engravatado, precoceituoso e achista, outra coisa a realidade que se conhece a partir de factos e do contacto directo com as pessoas reais, fora das tertúlias de fim de dia.
A verdade é que a imagem dos professores continua – ao contrário do que possam dizer os habituais profetas – mais ligada à de profissionais competentes e merecedores de confiança do que a de muita outra gente (cf. aqui, aqui e aqui, com dados para estudos de 2008 a 2013).
No Económico, Bruno Proença é apenas mais um que acha aquilo que vários acham, esquecendo-se que eles não grande coisa e certamente só representam uma fatia muito estreita de papás que querem professores domesticados e pela trela, em vez de profissionais autónomos, capazes de resistir ao arbítrio e de dar um exemplo de luta permanente contra os desmandos governamentais.
A prosa de Bruno Proença é, neste particular, das mais pavlovianas e menos imaginativas, nem merecendo maior reparo do que dizer que, ao contrário dele, não acho que a classe digna dos jornalistas fique irremediavelmente manchada pela sua ignorância (compara o incomparável, pois um professor profissionalizado na docência é muito diferente de um licenciado em Direito, sem uma especialização profissional) e pelos seus preconceitos (ele acha que todos os professores são contra qualquer avaliação, esquecendo-se que ao longo da sua carreira académica e profissional os professores são muito mais avaliados do que opinadores de bancada formados não sei bem onde).
Nos últimos tempos passei a achar que é perda de tempo adjectivar estes profissionais da treta ou tentar demonstrar-lhes as suas limitações conceptuais.
Que vivam felizes no seu labirinto mental, de onde não conseguem sair, tão confortáveis que estão na sua pesporrência.
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