Coisas Manhosas


É ver do Diário da República o ritmo de criação de cursos de especialização para aceder a este grupo de recrutamento.

Estou sem perceber se os colegas vão desaprender inglês ou enfarinhar-se em mais métodos pedagógicos de antanho para o 1º ciclo… sendo que tudo poderia resolver-se de outra maneira que não obrigasse os candidatos a pagar por algo que me parece em grande parte desnecessário ou, se é mesmo necessário, que deveria ser assegurado pelo MEC no âmbito da formação contínua.

Porque isto de assinar de cruz uma série de cursos de que não se percebe sequer se os “especialistas” formadores são os mesmos que formam os professores do 220 e 330, não se percebe bem o que vão fazer…

Diferente e bem mais importante seria reorganizar de forma coerente o currículo dos 3 ciclos, porque as metas, enfim, são outra coisa.

Erro na fórmula matemática aplicada na colocação de professores, por Fernando Zamith (Docente do Ensino Superior – Universidade do Porto)

Entre 2011 e 2012, os salários dos professores em Portugal caíram 16%, à boleia dos cortes transversais que levaram os dois subsídios aos funcionários públicos em 2012. Esta quebra verificou-se, frisam os autores do relatório “Education at a Glance 2014”, depois de seis anos em que os salários dos docentes cresceram 11%, quatro vezes mais do que a média dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).

Durante seis anos, os salários dos professores cresceram nominalmente… pois eu gostaria de perceber como cresceram de forma real com um congelamento das progressões e a aplicação dos cortes socráticos, que agora estão de novo em vigor.

O problema da OCDE é este… compara coisas, mas não sabe se elas são assim fora do papel.

… e é isso que me distingue dos seus críticos actuais, que nunca viram os defeitos do processo, desdeque a eles corresse de feição.

O problema é que, agora, a ordem é para cortar logo à cabeça, no matter what. Antigamente, quando havia mais doe para dar e distribuir era mais simples, havia dinheiro para (quase) todas as clientelas e só se lixavam os outsiders.

Que tudo isto é uma palhaçada criminosa para o futuro do país? Claro que sim.

O verdadeiro problema é que nada garante que os que são subsidiados são os melhores… apenas havendo a sensação que serão os de maior agrado para o mestre cervejeiro…

Avaliação da FCT definia à partida que metade dos centros de investigação ficaria pelo caminho

 

É o meu profundo problema com estas organizações tão colectivistas que acabam por ser muito selectivas na forma como destacam ou esquecem os indivíduos.

Vídeo que assinala os 15 anos do partido deixou de fora ex-deputada que se demitiu da comissão política em Janeiro.

O vídeo dos 15 anos do Bloco de Esquerda projectado na última conferência nacional ignorou a participação de Ana Drago nas acções mais importantes do partido nos últimos anos.

A ausência da bloquista não deixou de ser notada por alguns militantes que acreditam que a demissão de Drago da comissão política em Janeiro, alegando uma “divergência profunda e fundamental” com a direcção de Catarina Martins e de João Semedo, terá sido determinante para apagar da memória colectiva do partido o contributo da ex-parlamentar bloquista.

No Grupo 530 apenas são “específicas” as Artes Visuais ( 1 e 2 ), Electrotecnia e Informática. Decerto as restantes especificidades já estarão cratadas grelhadas até ao esturro.

Haverá uma lista maior de incompetências; este poste é para alçar a perna nisso.

 

 

 

o valor a pagar

 

 

 

 

admoesto o ministro crato a fazer uma prova comigo

Disse!

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Adoro os defensores do “cheque-ensino” que clamam ser esse um mecanismo de “liberdade” e adjectivam os críticos da medida entre nós por serem adversários da “liberdade” como se ela verdadeiramente existisse em estado puro e absoluto na vida social de todos os dias.

Ahhh… e fazem-no com restrições aos comentários nos respectivos blogues e sem direito de resposta nos seus sites oficiais onde apenas apresentam estudos pró, muito teóricos e raramente com análises empíricas alargadas.

O triunfo do adjectivo sobre o substantivo.

Quanto à questão da “liberdade” só gostaria de saber onde vivem, as regras do condomínio, etc, etc.

… o que aflorei aqui. Para lá do Marão acontecem coisas engenhosas como a que a seguir se descreve, confirmada por docente em exercício… mas não das turmas em causa…

Nem sequer vou publicar o ponto 1º do mail que até a mim daria dó… e ainda me acabavam novamente a prometer porrada… e nem este generoso S. Pedro estival me valeria…

2º o diretor de lá (ai senhor…) pediu autorização ao ministério para substituir as atividades letivas por não letivas quinta e sexta. Os alunos estiveram com os de educação física em atividades e na quinta conseguiu despachar 15 reuniões. Todas do 12º ano e algumas do 9º. As que ficaram para sexta já não se realizaram…

… ver a revista do Expresso colada a uma brochura de uma agência de viagens naquele formato de dupla capa que muitas revista usam em números especiais, duplos, ou apenas para efeitos criativos.

Percebe-se… um folheto-revista separado vai directamente para o caixote do lixo.

Assim somos obrigados a carregar quase 30 páginas compactas de publicidade a viagens na outra fase de um Paulo Portas, colheita de 1988.

 

… exterior às tertúlias, agremiações e lobbys que representam.

Comentadores crescem e multiplicam-se pelos canais de TV

A influência dos políticos-comentadores está a crescer nas televisões nacionais.

Na Visão desta semana vem uma interessante peça sobre a origem maoísta (nos anos 70) da maioria destes analistas e políticos, embora com a proeza de esquecer o principal líder histórico do MRPP (Arnaldo de Matos) em 15 perfis traçados. Jornalismo xitas-style.

… embora eu duvide que o tipo que aldrabava a própria Fundação que dirigia para receber mais uns trocos faça alguma coisa de borla.

FMI: Relatório da reforma do Estado “foi uma oferta” do Fundo

E escusavam de se esticar no manto de tretas. O que lá está não são inputs técnicos, são proclamações ideológicas para que se foram buscar uns dados a gosto:

Fonte oficial do Fundo Monetário Internacional veio clarificar que o relatório “técnico” da instituição sobre como cortar mais de 4000 milhões de euros na despesa oferece apenas “inputs técnicos” e “não teve custos para o Governo”.

O ensino dual alemão é uma maravilha e pode ser importado com ganhos entre nós?

Quiçá…

Em especial se evitarmos (o que é difícil porque os empresários já mandaram dizer que não é exequível o que o MEC quer), coisas como estas:

DualAlemanha2

Mais de metade dos participantes nestes anos (cerca de 60% em 2006) frequentavam escolas vocacionais que não permitiam certificação das aprendizagens ou então não tinham qualquer contrato de estágio.

Ou seja:

The current transition system is both inefficient and costly
Current arrangements to take care of students at risk of leaving the system with very poor qualifications are problem-ridden. The transition system has been characterised by stakeholders as being not a system but a ‘jungle’, with a confusing variety of isolated measures that too often fail to lead to successful outcomes.
On average, transition participants attend 1.3 programmes and spend a total of almost 17 months in the transition system. Often transition system programmes do not lead to a full qualification. Relatively few of those exiting a transition measure immediately begin a training course leading to a full qualification (Beicht, 2009). Only a third find an apprenticeship place and many become unemployed (Baethge, Solga and Wieck, 2007).

O estudo tem 2 anos e é da amada OCDE.

O desperdício? Mais de 2 mil milhões de euros por ano, ou seja metade do anunciado buraco do nosso Estado Social. 5800 euros de custo por aluno (bem acima do nosso) sem qualquer garantia de entrada no mercado de trabalho qualificado.

Os ramirílios contam-nos isso nos seus blogues e na propaganda enviada para a comunicação social?

Claro que não!

A mentira e o engano tornaram-se a sua forma natural de estar.

É esperar que os amigos no poder façam, antes de concessionar a coisa, tudo para embaratecer os “custos de produção”:

  • Afastando das escolas os professores com maiores salários, forçando aposentações.
  • Pulverizando os direitos laborais dos que restam, ao cortarem horizontes de progressão e precarizando a sua ligação contratual.
  • Segregando os alunos mais problemáticos e que implicam maiores encargos para vias alternativas às regulares, alegando que lhes estão a descobrir “vocações”.

No fundo… fazendo aquilo que lhes é difícil reprovar a quem já o pratica, até por serem os seus modelos. É difícil esperar que sejam criticados ou punidos aqueles que praticam o que os inspectores desejam fazer praticar.

Acho que chamam a isso mudança de paradigma.

Thomas Khun, obviamente, revolve-se lá onde quer que esteja pois parece que qualquer bicho careta toma por paradigma a sua opinião pessoal sobre qualquer coisa.

demasiado licenciado.