Trabalhador-Estudante


“Não aceito um país com portugueses de primeira e de segunda”

António José Seguro juntou-se ao grupo parlamentar do PS, reunido em Bragança. Em Vinhais, junto ao tribunal que está na lista para encerrar, pediu ao Governo que olhe para o Interior com outros olhos.

Aceita só com tugas de 3ª? É que já serem a maioria…

Situação chegada por mail e que partilho com a devida autorização, omitindo identificações de acordo com o pedido feito. Acrescento que recebi a troca de mails citada, que não incluo proque tudo está correctamente descrito jo que em seguida se pode ler.

Colega Guinote,

Sou leitora assídua do seu blog e dou-lhe desde já os parabéns pelo precioso contributo pela dignificação da classe docente. (…)

Envio-lhe este mail, porque me parece que vai achar graça ao fosso criado entre o ensino superior e não-superior em termos de obrigações dos professores. Estive durante muitos anos no ensino privado e tive a oportunidade de ingressar no público pela primeira vez este ano, ainda que com horário incompleto.

Decidi então inscrever-me noutra licenciatura no Politécnico de (…). Este semestre, as aulas laboratoriais de uma das disciplinas que tenho coincidem com o meu horário lectivo na escola onde lecciono.

De acordo com o Estatuto do Trabalhador-Estudante do próprio Politécnico, que mais não é que a transcrição do decreto que regula o regime do trabalhador-estudante, “os trabalhador estudante não estão sujeitos a quaisquer disposições que façam depender o aproveitamento escolar da frequência de um número mínimo de aulas por disciplina.

O docente deverá criar os mecanismos de substituição para a componente da avaliação e aprendizagem que implique à partida a presença obrigatória do aluno”. Pareceu-me assim pacífico enviar um mail ao professor responsável pela cadeira expondo o meu caso, propondo-me a fazer os trabalhos em casa e disponibilizando-me para uma reunião.

A resposta do professor veio de seguida (sem pontuação) e respondendo-me secamente que as aulas de laboratório são obrigatórias. Voltei a enviar mail questionando-o qual a solução então para o meu caso. O professor respondeu simplesmente que enquanto responsável da unidade curricular não consegue responder à minha pergunta.

Não pude deixar de comparar a postura deste professor, que não tem quaisquer escrúpulos em escrever que “peço desculpa mas não consigo responder à sua questão” e a ginástica a que os professores do não-superior são obrigados para cumprir legislação muitas vezes mal feita e com múltiplas interpretações…acho que para a próxima, quando um Encarregado de Educação me colocar uma questão enviarei na caderneta do aluno  “peço desculpa mas não sei como aplicar o Regulamento Interno”. Hei-de experimentar…

Envio-lhe de seguida a troca de mails que refiro na mensagem. Se achar com interesse para publicar, peço-lhe que omita a identidade dos envolvidos e o nome da entidade de ensino.

Mais uma vez, obrigada pelo trabalho que tem desenvolvido,

Com consideração,

C.