Post Friccionante


… aqui o “colectivo” bipolar está a considerar a hipótese de passar a “empreender” posts e dar “consultas” aos leitores. Tudo a bem do espírito pacóvio dos tempos.

Está em análise a hipótese de nos promovermos em truces ou com aqueles calções que têm vergonha em ser calças. Tudo também a bem da circunstância que vai passando e nos vai deixando labregos na costa.

… de 49% ou 89% padece de uma virtuosa qualidade de hiper-objectividade que nunca atingirei.

Ou isso, ou gosta de gozar com as pessoas, em particular com duas e o seu trabalho, um@ colega professor@ e um@ alun@.

Mas aconteceu por aí e mais vezes do que seria recomendável, em especial na prova de Português que é aquela que conheço melhor e de que fui classificador, pelo que conheço os critérios.

Esclareço desde já: não se passou com qualquer aluno meu, pelo que não estou a vociferar em causa própria.

E esclareço ainda que o ano passado me calei acerca dos disparates das provas de 4º ano porque a minha petiza andou por lá e para o ano espero estar calado sobre as de 6º.

Estou, portanto, a aproveitar uma “janela de oportunidade” para “ganhar amigos”, uma especialidade minha.

Não quebro qualquer sigilo porque as pautas são públicas por todo o país e lá estão certas enormidades classificativas que demonstram até que ponto há gente do “melhor” por aí.

A única coisa que posso dizer a encarregados de educação de alunos com tal tipo de classificação é que não façam como eu, que nem quis ver as provas da petiza, muito menos a de Português que me cheirou intensamente a esturro. Peçam para ver qualquer prova com 49% e recorram se acharem por bem, porque, muito sinceramente, não têm nada a perder e há gente que só tem aquilo que merece e ainda deveria levar com mais.

E, quiçá, até fazem destas coisas por serem contra os exames. E por “estas coisas” entendam-se desnecessárias crueldades, pequenos sadismos de gente obviamente frustrada.

Mas os outros não têm culpa.

E a culpa não é dos “exames”.

É de quem os transforma em actos de uma estranha forma de vingança por procuração.

Jogaram 7 portugueses…

Dois deles (curiosamente formados num certo clube que alguns arrogantes dizem ser de segunda ordem…) mereciam estar pré-convocados para o Mundial, mas só está o Beto.

O outro levou uma bandeira portuguesa para a festa final. Foi bem ensinado, onde o formaram. pena que o bento se tenha esquecido disso.

Por seu lado, há quem esteja pré-seleccionado e tenha revelado talento para disputar um lugar na selecção de Andorra.

Por fim… há sempre o Rio Ave para se desforrarem, essa potência do futebol internacional.

 

O que vale o conteúdo de uma acta negocial em que uma das partes não assina um acordo propriamente dito, mas apenas considera válida uma parte das negociações?

Terá um não-acordo desse tipo algum tipo de validade jurídica, mesmo que o processo do seu desrespeito revele óbvia má-fé da outra parte?

Porque uma coisa é a acta da FNE e restantes, que fizeram mesmo um acordo com Governo e parecem ter sido granadeirados e ter-nos levado todos atrás, outra coisa uma acta de um acordo não inalado até ao fim, como o da Fenprof.

Pelo que, em boa verdade, gostava MUITO de saber se a FNE está a gostar da sodomização pública (desculpem, não há forma delicada de colocar as coisas…) de que está a ser objecto e, através dela, os milhares de professores que acreditaram que os representantes profissionais mereciam sê-lo, quando lançaram foguetes acerca de um acordo que teria tantas vantagens que agora não conseguimos ver quase nenhuma.

Pessoalmente, penso que quem é sindicalizado deveria fazer uma avaliação do desempenho dos seus representantes, sem medo dos aparelhos.

Repito do post anterior: o balanço da greve começa a assemelhar-se a uma mão cheia de nada e outra de DACL.

A luta segue dentro de momentos.

Uma nota final sobre a reunião de amanhã, no MEC. A FENPROF não aceita negociar em período de férias, quando os professores que representa não se encontram nas escolas; mas a FENPROF também não reconhece credibilidade política ao MEC para negociar e assumir compromissos negociais.

Férias de quê?

Uma coisa é o MEC não ser de confiança, outra este argumento que reputo de lamentável, como já o fiz em outras ocasiões. Se o MEC não merece confiança, não a merece em Julho, Agosto,Setembro ou outro mês.

E, afinal, que tanto trabalho fizeram certos representantes no último ano lectivo?

Já agora… e as gravações, pá?

E o recibo de Julho, pá? A quantas reuniões faltaste, Mário? Olha… a mim não sobre assim muito para férias

 

… ganhou nesta temporada mais títulos em futebol sénior do que o Benfica.

Eu sei que há formalidades jurídico-legais para alterar aspectos do ECD, do horário de trabalho, etc, etc, mas se há algo que desde 2006-07 sabemos é que isso dificilmente trava o poder político no seu afã demolidor, para mais com ímpeto afundador.

E também sabemos como há sempre quem assine, alegando que poderia aí vir mal maior.

Pelo que vou colocar a coisa tal como ela tem sido despejada em centros de análise, decisão e comunicação.

A carga horária dos professores pode não aumentar, mas a carga lectiva é para aumentar, com ou sem redução de direitos adquiridos ou por adquirir na base do artigo 79º do ECD. O que Nuno Crato disse há dias é mera forma de encobrir o que tem sido despejado em cima do que é opinador simpático ou redacções solícitas.

Aviso desde já que acho obscena a hipótese de colocar colegas acima dos 55 anos a dar horário completo ou perto disso. Não por eu lá estar a chegar dentro de uns anos (ainda faltam uns quantos, é verdade…), mas porque basta olhar para o que nos rodeia e esquecermos aqueles que, sem tremores, eu qualifico como docentes necrófagos, ou seja, os que anseiam pelo mal dos outros como forma de se elevarem melhor (há as variedades hiena que ri e abutre que guincha). Ou imprevidentes, porque acham que nunca chegará a sua vez de caírem para o lado.

Mas voltemos ao essencial.

Temos agora 1100 minutos legislados de horário lectivo, do qual está ausente muito trabalho com alunos, considerado injustamente como não lectivo. isto dá 22 tempos de 50 minutos ou 24 de 45, mais uns acertos ridículos em cada período.

Vamos tomar como base de argumentação que se mantêm as reduções actuais e que estamos a falar na base do horário completo.

Pessoalmente, dando de barato outros direitos adquiridos, preferiria ter 22 horas de 60 minutos (a carga lectiva subiria muito, de 1100 para 1320 minutos) do que 25 de 50 (subida “apenas” para 1250 minutos), desde que contabilizassem na carga lectiva de forma transparente e justa todo o trabalho com alunos, mesmo que em pequeno grupo, e a direcção de turma.

Os actuais 14 tempos de 50 minutos que os docentes em fim de carreira leccionam (700 minutos) tornavam-se 840, mas mantinham-se esses 14.

As aulas passariam a ser de 60 ou 90 minutos. Apoios de 30 ou 60 minutos. O cálculo para efeitos de faltas consegue resolver-se, não vamos prender-nos com isso.

Sei que esta não é uma posição fácil de aceitar por muita gente, mas mais vale começar a pensar em propostas para evitar surpresas.

Sei que esta é uma discussão em terreno cedido ao adversário, mas eu recapitulo: manutenção das reduções do 79 e 22 tempos de 60 minutos ou 25 de 50? Contabilizando na lectiva o que passa por trabalho de ensino e aprendizagem com os alunos, mais DT.

Posso mudar de opinião perante argumentos convincentes para outras soluções.

Desculpem lá mas… acham que os tipos que assaltaram a Bastilha levavam casas de banho portáteis?

E pensam que na Sierra Madre havia antenas da Vodafone?

Ou que no Gulag o room service era do melhor?

Ou que a malta na Praça Tahir só usava desodorizantes amigos do ambiente?

“Não nos deixaram ir à casa de banho, não nos deixaram sequer fazer um telefonema”

Revolução e papel higiénico perfumado não rimam.

Volta Cunhal que esta malta precisa de lições sobre coisas muito básicas…

Ando por aí e leio coisas quase:

Olá, sou licenciada em Educação das Plantas para Florir ao Domingo e o ano passado dei aulas de Horticultura, mas só há horários incompletos. Será que posso concorrer para dar Inglês no 2º ciclo e Filosofia no Secundário? Quem me responde, por favor… se possível até às 11.00 da manhã de ontem.

A sério… é quase assim…

Que não substitui nem se sobrepõe a(o) que está a ser decidido em comum.

É apenas um post pessoal sobre o que envolveu a reunião dos autores de seis blogues sobre a Educação e as reacções que suscitou.

É daqueles posts que me dá imenso gozo escrever, em especial porque sei que vai desagradar a quem eu pretendo que desagrade. Porque é do tipo míssil teleguiado.

O contexto é simples… pessoas habituadas a ler-se e que, em muitos casos, não se conheciam, decidiram reunir-se, conviver e discutir alguns assuntos. Deram disso conhecimento público nos respectivos blogues de uma forma concertada. Não fui o promotor da ideia, mas partilhei de forma activa o que em seguida foi feito e confesso que me tenho divertido sobremaneira.

Isto provocou reacções de curiosidade, esperança, paranóia e parvoíce.

Comecemos pelas reacções sãs e normais:

  • A curiosidade foi óbvia em tentar perceber que tipo de objectivos teria a reunião, se dela sairia um qualquer tipo de documento ou agenda de acção comum. A seu tempo será satisfeita a curiosidade porque ninguém levava conclusões a priori e é chato escrever em guardanapos de tecido.
  • A esperança é natural perante a situação existente de desorientação no sector da Educação, seja por parte da tutela, seja por parte de uma atomizada representação, dividida entre quem quase não diz nada e quem grita com tudo, as plataformas que duram até não serem recebidas, não esquecendo os 726 movimentos que surgiram nas últimas semanas no FBook em defesa da Educação. perante a confusão é natural que se espere que alguém apareça com alguma nova forma de encarar a situação, em especial quando se trata de um núcleo de pessoas que nos últimos anos têm mostrado trabalho em prol do esclarecimento e apoio aos colegas. Em meu entender, a esperança é desmedida, mas a ela também será dada a devida resposta, pois respeitamos muito os nossos colegas de profissão, e não só, que diariamente visitam os nossos blogues e depositam em nós a esperança em algo honesto.

Passemos agora às reacções mais ou menos patológicas, embora normais:

  • A paranóia daqueles que sentiram no ar uma qualquer ameaça ao establishment mais do que instalado no terreno. O medo do reavivar de ameaças sentidas em 2008 e mesmo 2009 fez tocar a rebate, muito em especial, as brigadas de arménios e berloques, os donos e senhores da contestação ao MEC (desde que seja de Direita!) desde tempos imemoriais. Esta foi a parte mais divertida, saber dos questionamentos e das perguntas, feitas aqui e ali, em busca de pistas. Fossem um bocadinho inteligentes e não medissem os outros por si e pelas suas limitações, perceberiam que as pessoas envolvidas não querem, nem com pinças, substituir ninguém na missão de representação que tão bem é desempenhada pelos actores consagrados em cartaz há muitos anos. Bastava olhar para cada um de nós e perceber que se há coisa que não queremos é fazer a figura que outros fazem ou fizeram. Falo por mim, mas julgo ser extensivo a todos os presentes no almoço de ontem.
  • A parvoíce de alguns (felizmente poucos) que, não tendo sido convidados para estar presentes ou não tendo sido informados sobre o que se ia exactamente passar, decidiram aparecer aqui e em outros blogues, especialmente em comentários, a atirar bojardas, graçolas, desafios e demais coisas muito inteligentes que nunca colocariam em prática, caso um dia lhes fosse dada a oportunidade de dar a cara como alguns dos presentes ontem têm dado. Muito menos de terem o trabalho que alguns têm, preferindo apenas ir descarregar ou copiar o que os outros fazem.

Dito isto, amanhã haverá uma declaração comum, ainda em discussão, assim como algo mais. Quem quiser, espera com calma. Quem não quiser, azar, terá de esperar na mesma, com ou sem calma. Mais ou menos parvoíce, mais ou menos paranóia.

E pronto, ó arménio nogueira, larga lá o tm e recolhe os varguitas que ninguém te quer tirar o lugar. Vai dormir a sesta descansado.

… respeito e bastante muitas das pessoas que se manifestaram hoje. Mas não sou hipócrita e não sinto o mesmo pela maior parte dos mandantes, em especial aqueles que apenas obedecem a estratégias alheias aos educadores e professores, sacrificando-os sempre que isso lhes traz créditos para a progressão.

Se isto é ser anti-sindicalista, embora discorde desse tipo de acusações lançadas para encobrir os falhanços com demónios externos, então eu sou. E ainda acrescento… por mim há sindicatos que não deveriam ter direito a ter gente com redução a 100% da componente lectiva, anos a fio, se ninguém sabe nas escolas o que fazem.

Enquanto algum sindicalismo de gabinete e mesa de negociações não tiver coragem para descer à terra e partilhar o pão mal amassado que a grande maioria anda a comer…

O Tribunal Constitucional e o Presidente da República conseguiram que fossem colocadas em prática, a um tempo, a ideia de suspensão da democracia por seis meses de Manuel Ferreira Leite e o desejo de alterar por completo a Constituição dos gurus do actual Governo.

A decisão do Tribunal Constitucional sobre o corte dos subsídios, ainda mais do que a que tomou sobre as reduções salariais na Função Pública, significa que os Governos podem, anualmente, fazer um truque qualquer com os direitos dos cidadãos, alegando um qualquer imperativo de emergência, e ficar certos de que a coisa passará até ao fim desse ano, altura em que deverão renovar o estratagema.

O Presidente da República que tem o poder de pedir a fiscalização preventiva da inconstitucionalidade das leis, já mandou avisar que não o fará porque isso significaria que – por causa de uma alínea, nas suas doutas palavras, esquecendo-se que era numa alínea que a Constituição do Estado Novo (mais exactamente um parágrafo, o 2º do artigo 20º do título II) suspendia, ou tornava dependente de regulamentação específica, todos os direitos enunciados nos artigos anteriores – o Orçamento ficaria por aplicar e o país não pode ficar sem esse tipo de ferramenta ou lá o que disse.

As consequências são devastadoras enquanto Cavaco Silva estiver na presidência com este Governo (já com Sócrates tinha sido um assinar de cruz sem parar…) e o Tribunal Constitucional desmerecer a sua função primeira.

A Constituição será anualmente parcialmente suspensa sempre que necessário.

E, para que este post não fique muito inclinado, é bom que se diga que a aliança que levou a análise da constitucionalidade ao TC foi formada pelos herdeiros do socratismo (entre eles os marimba boys and girls que agora querem estabelecer pontes com as esquerdas que gozaram de forma chocarrenta anos a fio) e um Bloco de Esquerda em processo de evidente eerosão e perda de influência, onde a pseudo-tendência social democrata espera pelo tempo de ganhar protagonismo fora da SICN.

E é bom ainda não esquecer que aparecem por aí alguns comentadores todos excitados a apontar o dedo a quem levou esta maioria ao poder, apagando da memória que o chumbo do PEC4 foi obra de todos os partidos da oposição de então. Portanto, é bom que não andem por aí a apontar dedos. Todos colaboraram (acertamente) na queda de Sócrates, mas nem todos conseguiram os votos que queriam. Se o plano do Bloco ou do PCP era conseguir uma maioria “de esquerda” que obrigasse Sócrates a aliar-se ao Bloco ou mesmo ao Bloco e ao PCP isso é esquecer o que se passou em 2009 e, mais grave, esquecer que a irmandade que une PS e PSD nunca permitiria que essa aliança fosse além dos oliveiras úteis do bloco.

O que se vai passando pelas escolas nos dias que correm é dramático. A necessidade de definir os docentes para DACL, bem como a evidência da quase total inexistência de vagas para contratados com muitos anos de serviço, está a provocar situações pessoais e profissionais muito problemáticas.

Não há justificação para isto, por muito que os betinhos-da-Católica, os relvas-lusófonos ou os liberais-dos-mba-saxónicos-que-visitam pobrezinhos-na-índia se desdobrem em teorização sobre o Estado Gordo e com a vida a cima das possibilidades. Há demasiados argumentos que demonstram que as gorduras estão do lado deles e não dos funcionários públicos comuns. Os que entraram para o tacho ou para o grupinho de trabalho não são os professores de carreira. São os engravatadinhos que, na última leva, saíram directamente de blogues contra o Estado para a mama desse Estado.

Dito isto e espalhada a bílis prévia, vamos lá ao que me interessa aqui.

Que é tentar relembrar que se por todo o lado está gente a ser indicada para DACL isso quer dizer que não há lugares para absorver esses mesmos DACL.

O que significa que as pessoas acabarão, na larga maioria dos casos, por ficar nas escolas de origem.

Acho que o MEC e os sindicatos sabem isso, só que não o querem dizer.

  • O MEC porque anda a tentar perceber o número máximo de docentes que poderão estar nessa situação (só assim se entende o desplante da instrução dada aos directores de, na-dúvida-mandem-para-DACL-e-depois-logo-se-vê), para ver que solução de recurso pode arranjar já em Setembro. A inépcia de toda a equipa política do MEC está neste momento bem à vista de todos, assim como a permanência de um certo feudalismo em alguns nichos não implodidos, nem pouco mais ou menos.
  • Os sindicatos porque se dividem entre um ténue magistério de influência em virtude de assinaturas concedidas (FNE), a percepção da completa desmobilização dos docentes em virtude de erros recentes pelo que mandam balões ao ar (Fenprof) e a total irrelevância (quase todos os outros), partilhando a ausência de um rumo e preferindo fustigar em privado a classe que sentem não merecer e não reavaliar o seu modo de actuação. No entretanto, nas escolas só papéis… certos zés voam baixinho e tratam da sua vidinha, se necessário lixando o próximo como qualquer outro.

Pelo que os professores se encontram, de novo como no caso dos OI e não só, entregues a si mesmos e à sua capacidade de discernir um caminho individual de sobrevivência, perdida que foi aquela unidade poderosa de 2008-09.

E a emoção e o medo apoderam-se das pessoas que preferem não arriscar, não desagradar, não falar. Sobreviver, apenas, no meio de um terramoto.

A revolta – por muito que alguns queiram dar a entender que basta acender um fósforo – não está ao virar da esquina. Infelizmente. Pelo menos a revolta que os vanguardistas das massas gostam de evocar e manipular.

Eu poderia dizer o contrário, rasgar vestes (mau gosto e pouco racional em termos económicos) e arrepelar alguns dos cabelos que me vão sobrando, fingindo ver o que não vejo.

A única coisa que posso dizer é que, de tão má, a situação torna-se praticamente insolúvel, pelo que a maioria das pessoas ficará onde está, por ausência de alternativas.

Resta saber se certas portas entreabertas em acordos diversos do passado não levarão a testarem-se experiências de mobilidade até agora evitadas.

Mas em 2012-13 ainda não deve ser possível.

Está a dar alguma celeuma o facto de se prever o prolongamento das aulas para alunos com dificuldades de aprendizagem no final dos 1º e 2º ciclos de escolaridade, uma tentativa curta de summer schoool por cá.

Querendo desde já ressalvar que excluo deste tipo de medida os alunos com insucesso resultante de falta de assiduidade por motivos injustificáveis (mais do que injustificados, porque já vi demasiadas justificações manhosas) ou por problemas de comportamento, considero que:

  • A ideia não é tão peregrina quanto parece quando se tratem de alunos que revelem a necessidade de um trabalho em pequeno grupo para consolidação de conhecimentos ou competências (já estou por tudo!), caso isso não tenha sido possível durante o ciclo de escolaridade, a partir do momento em que foram detectadas as dificuldades.
  • Pior, acho que os alunos que fiquem retidos, apesar deste tipo de medidas ou outras, no ano seguinte devem ter apoio com os professores que detectaram essas dificuldades e não por outros que se vejam na necessidade de conhecer o aluno e passar por todo o processo de adaptação às suas dificuldades, pois a maioria dos relatórios que ficam de um ano para o outro de pouco valem, para não dizer que são muitas vezes inúteis.

Dito isto acrescento dois pontos, um no cravo, outro na ferradura:

  • Este tipo de apoios deve ser contabilizado na componente lectiva dos docentes. E ponto final. Discordo dos truques ministeriais nesta matéria. É trabalho com alunos, obrigatório, destinado a promover aprendizagens e obter sucesso. Não é um clube, uma workshop ou essas coisas a que os alunos vão quando lhes apetece. Logo… componente lectiva.
  • Mas, por outro lado, no caso do prolongamento das aulas, era boa ideia que muita gente se lembrasse de que as “férias” só começam quando começam mesmo. E que todos se lembrassem que os professores que leccionam CEF e/ou Cursos Profissionais (do 3º CEB ou especialmente do Secundário) há muito que passam por este tipo de prolongamento que agora encrespa tanto os colegas do 1ºciclo que se sentem esquecidos e vítimas de desconhecimento, quando foram os primeiros a esquecer e e desconhecer o que se passa com colegas de outros ciclos.

Para que fique ainda mais clara a minha candidatura ao cadafalso, quero sublinhar que estou cansado de uma minoria de pessoas que despacham alunos só com o objectivo de não os voltarem a ver e não estou a falar de mal comportados. Não vale a pena negar… há quem os despache com sucesso para outro ciclo de escolaridade, para não os tornar a apanhar, e há quem fique feliz quando ficam para trás, porque assim pode seguir-se em frente sem este ou aquele contrapeso que implica maior investimento. Sim, as turmas estão a ficar enormes e a energia tem limites, assim como a paciência, mas… o que escrevi é verdade.

E que fazes tu, ó moralista da treta? Podem perguntar-me…

Olhem… sempre que pude e tive horas disponíveis, fiz questão de manifestar disponibilidade para dar esses apoios ou mesmo tutorias…

Porquê? Porque acredito mesmo que por vezes a retenção é a melhor medida para certos alunos, mas que deve ser colocada em prática do modo certo.

Já agora, o que não fiz… depois de 190 aulas ao longo de um ano lectivo, não senti qualquer necessidade de dar uma semana de aulas suplementares para preparar os alunos para exame… dei uma e acho que chegou. se não fiz o trabalho bem feito no resto do tempo, uma semana não dava para remediar…

Álvaro Santos Pereira foi e é um erro de casting neste Governo. Ele deveria ter sido o primeiro a percebê-lo mas, infelizmente, cedeu à tentação de se aproximar do poder com a crença de ser possível fazer algo. Acredito na sinceridade dele, mas não sei bem no que acredito em relação ao que estava a pensar quem o convidou. Quanto ao seu desempenho… há coisas feitas, mesmo se discordo de algumas das suas opções, e há uma falha enorme, a qual resulta da sua profunda inabilidade em lidar com os média e os feudos instalados na nossa vida política.

Para além disso, é um ministro desprotegido, estranho à máquina laranja que o encara como intruso, visto como fraco e, portanto, uma vítima ideal para o que eu chamaria de hienas políticas.

Essa fragilidade agrada em especial a dois sectores: o dos que promovem activamente protestos como o da Covilhã e o dos que, na sombra, querem substituí-lo para levar o que de pior tem a coligação PSD/CDS para nos oferecer em matéria de interesses. Rui Rio sabe disso.

Os manifestantes têm toda a legitimidade para manifestar o seu desagrado em relação às políticas económicas e financeiras do Governo e o fazerem da forma que entendem. Só é pena que tenham optado por atacar quem sentem ser o elo mais fraco do governo e por, objectivamente, se colocarem ao serviço dos que querem fazer Álvaro Santos Pereira sair para lá colocarem pequenos (ou grandes) isaltinos (equivalentes aos gomes e varas) em seu lugar para melhor manobrarem as rédeas dos negócios que passam pelo ministério da Economia. O episódio QREN foi apenas a face mais visível da tentativa de esvaziamento dos poderes do ministro Álvaro. Feita a partir de dentro do Governo e do PSD. Agora temos a tentativa de assalto a partir de fora, visando exibir a cabeça do ministro como vitória de uma luta sem programa que não seja armar barraca para aparecer na televisão.

Pessoalmente, não gosto de hienas de nenhuma cor (vermelha, rosa ou laranja) que atacam aqueles que sentem estar mais fracos ou debilitados, para alcançar objectivos duvidosos. Assim como acho que 0 cidadão que se atirou para cima do carro do ministro escusava de mentir, porque as imagens demonstram claramente que o carro não avançou.

Que os puros do costume me ofendam como bem entenderem porque mantenho o que escrevi: há uma objectiva aliança multicolorida de hienas políticas para afastar o ministro Álvaro. E como todos os bullies de pátio de escola, acho-os cobardes.

É só cá uma dúvida!

Pessoalmente (ou não), acho terrivelmente liberal que cada um se vista a seu gosto.

  • Nos intervalos não, que é para ir tomar um cafézinho.
  • Durante as aulas sim, que é para saber quem são os malandros dos profes que deixam os alunos sair para regar a água aos tremoços.

Desperta-me moderada curiosidade a razão porque Passos Coelho escolheu este timing para anunciar o prolongamento do corte dos subsídios, depois da entrevista da passada semana na qual (tirando as entrelinhas) afirmava a desnecessidade de medidas de austeridade adicionais.

Fala-se que precisavam do empurrão fictício da troika para o fazerem. Do género, eles dizem para vos tirar tudo, mas nós não o fazemos, pois só vamos tirar mais uns tempos.

É uma explicação lógica e digna, no seu imediatismo fraquinho, de um spin relvado.

Mas a ideia terá nascido quando?

Logo no OE para este ano? Antes? Depois?

Mesmo se a ideia fosse antiga, porque revelá-la agora, já no início de 2012 e não na sequência de qualquer coisa menos agradável que certamente acontecerá a nível da economia nacional ou internacional?

Quando?

Eu tenho uma teoria, fraquinha e perversa como muitas outras.

E radica no dia 22 de Março.

… com alguma precaução do PCP no caso da PE, são as seguintes e remontam a Sócrates/Maria de Lurdes Rodrigues:

  • A defesa do modelo das Novas Oportunidades para a certificação em série de competências.
  • A desculpabilização das ilegalidades e derrapagens da gestão da Parque Escolar.
  • O combate à introdução de mais exames no Ensino Básico.

Estranhamente (?) não se unem quanto às questões da gestão e da concentração da rede escolar que são bem mais centrais nas preocupações da maioria dos professores do que as três acima identificadas juntas.

Não se admirem depois se, quando batem a rebate, pouca gente vos segue.

Já agora… não acham curioso que, num momento em que os partidos que constituem a base de apoio das várias sensibilidades da maior organização de docentes se encontram unidos com um inimigo comum (e que foram os que promoveram o entendimento de Abril de 2008 e o acordo de Janeiro de 2010) e apesar de tanta coisa negativa a acontecer, a capacidade de mobilização sindical nas escolas esteja num dos níveis mais baixos de que há memória?

Serão certamente menos indefinidas… quiçá duas vezes várias? Quantas escolas fecharão por falta de professores mesmo e quantas por falta de funcionários para serem dadas aulas em segurança? Quantos agrupamentos paralisarão? Falo em números acima de zero, desculpem, de dez…

FENPROF espera que várias escolas fechem portas durante a greve

Acho que se aplica o lema: perdemos os professores mas ganhámos a estima do Arménio.

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