… as trapalhadas eram condimentadas com coisas giras e divertidas. E os governos ainda caíam por desígnio presidencial baseado em estados d’alma baseados em declarações incoerentes dos governantes.
Agora já se pode tudo.
Não vale a pena usar Sócrates como desculpa.
Este Governo tomou posse explicitamente para acabar com o lamaçal imenso de interesses privados que parasita(va)m o Estado e com as manipulações da realidade para efeitos de manutenção do poder.
E vai-se afundando cada vez mais, entre insuficiências diversas e muita incapacidade para admitir os erros.
Falam-nos em credibilidade lá fora, quando aqueles que avaliam essa credibilidade são eles próprios um excelente exemplo de falta de credibilidade.
Os de cá são credíveis apenas porque reproduzem os erros daqueles que assim os consideram.
Se eu achei que poderia ser diferente? Sim. Nem sempre as vitórias acontecem com as super-equipas e a humildade e trabalho podem conseguir coisas muito boas. Só que neste Governo não há super-estrelas fora da cabeça dos próprios, incluindo o consultor e os assessores, inebriados pela sua própria alegada inteligência e o fracasso já é por demais evidente.
Se dei o benefício da dúvida, acreditando que os patos marrecos poderiam fazer, pelo menos por algum tempo, de flamingos? Sim, mas saíram-me só avestruzes.
Em tempos de Santana, o Governo já teria caído. E não vale a pena falar da crise, da dívida, dos mercados, da falta de dinheiro para me pagar o salário.
Em tempos ainda de Sócrates perguntei a quem de direito quando é que o desvario iria ter um fim. Disseram-me que seria logo a seguir e que a aldrabice e a mistificação acabariam.
Não acabaram e não se vislumbra qualquer luz ou esperança que acabem, pois não há nada para além do túnel em que nos enfiaram. Não pode existir esperança em quem acha que devem ser, através das restrições nos subsídios, os desempregados a pagar pelo dinheiro dos accionistas do BPN ou os doentes e os mais velhos a ser sacrificados para que as rendas das PPP permanecem quase inalteradas.
Este Governo, enquanto tal, não existe. E já não vale a pena usar o engenheiro como desculpa para todas as falhas.
Que me caiam já os dois braços mas até o Teixeira dos Santos começa a parecer um tipo competente e rigoroso comparado com estes.
E volto ao princípio… pelo menos em tempo de Santana ainda havia algumas coisas giras com que nos divertirmos nos intervalos das trapalhadas.
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