… respeito e bastante muitas das pessoas que se manifestaram hoje. Mas não sou hipócrita e não sinto o mesmo pela maior parte dos mandantes, em especial aqueles que apenas obedecem a estratégias alheias aos educadores e professores, sacrificando-os sempre que isso lhes traz créditos para a progressão.
Se isto é ser anti-sindicalista, embora discorde desse tipo de acusações lançadas para encobrir os falhanços com demónios externos, então eu sou. E ainda acrescento… por mim há sindicatos que não deveriam ter direito a ter gente com redução a 100% da componente lectiva, anos a fio, se ninguém sabe nas escolas o que fazem.
Enquanto algum sindicalismo de gabinete e mesa de negociações não tiver coragem para descer à terra e partilhar o pão mal amassado que a grande maioria anda a comer…
Julho 12, 2012 at 10:04 pm
Concordando com a questão dos 100% de redução, acho que isso sim, é ser anti-sindicalista. A questão é que você tem uma ideia de sindicato e de intervenção sindical ideal, ou do “tipo ideal” (M.Weber) que não deve existir em lado algum. Assim sendo pugna por algo demasiado abstracto e mesmo quando insinua a ideia de ações “mais ousadas” sente-se que não alinharia nelas porque encontraria sempre um argumento para as desmontar. É um teório, um bom teórico mas ainda assim um teórico… 😐
Julho 12, 2012 at 10:07 pm
#1,
No dia em que um comentador souber o que eu verdadeiramente “sinto”, fecho a loja.
O problema é que a prática de quem se diz mover por ideais, deve nortear-se por esses ideais.
O que eu peço não é irrealizável… é apenas transparência de métodos, um sindicalismo à inglesa em que eram os sindicatos a determinar a agenda política partidária e não o contrário e em que os dirigentes sindicais só visitam as escolas mais fofinhas que podem.
Julho 12, 2012 at 10:08 pm
Guinote, assino por baixo.
E a acusação de ser “anti” é apenas um rótulo. Essas correntes políticas por detrás dos sindicatos de professores sempre viveram de pôr rótulos nos outros e com isso os amedrontaram ao longo dos anos. Não lhe chamarem fássssista já está com sorte…
Julho 12, 2012 at 10:09 pm
Concordo. De Portugal, poderia dizer-se algo semelhante.
In my view, Spain made only one big mistake: joining the euro.
Martin Wolf, editor senior do Financial Times
(gostava de ser mosca, para saber que lado da cabeça Vitor Gaspar coça ao ler artigos como este)
Julho 12, 2012 at 10:15 pm
Eu também sou anti-sindicalista nos termos em que vejos os sindicatos na atualidade. Mesmo na manifestação dos “200.000” a que fui, senti uma certa fragilidade no discurso e precaridade de argumentação…
Espero que não se refira ao sindicalismo à inglesa dos tempos da dama de ferro (Thatcher)… 😦
Julho 12, 2012 at 10:18 pm
#5,
200.000???
Esse foi heróico, embora derrotado…
Julho 12, 2012 at 10:18 pm
O que Paulo Guinote deseja não é nenhuma quimera, é tão realizável como ir comprar pão. Por que tem de haver sindicalistas há mais de 10 anos com redução a 100% muito mais colados ao partido do que aos professores? Não poderia haver um lei que não permitisse, por exemplo, mais de 2 anos de redução total? Seria algo de extraordinário, de eticamente utópico?
Julho 12, 2012 at 10:21 pm
# 5
Onde foi essa dos 200000 (sem ponto)? Estive lá e éramos bem menos, mas sim, com um entusiasmo de muitos mais. Infelizmente os sindicalistas gostam de piza e de se roçarem no poder e da tratarem da sua vidinha… e talvez não gostem muito dos trabalhadores.
Julho 12, 2012 at 10:37 pm
Sim… na ADD não constou que eram 200 000? Ouvi na altura…
A questão é que todos criticam o sindicalismo e aspetos particulares do mesmo (essa dos 100% de redução, que é crítica legítima… já conheci um…) mas acentua-se sempre pela negativa, pelos constrangimentos (tipicamente português…). Se se perguntar o que seria vedadeiramente um “sindicalismo moderno” ou um “sindicalismo à século XXI” ninguém de facto sabe, nem os próprios. Assim, sendo, quase apetece colocar nos dois pratos da mesma balança os atuais sindicóides e os críticos dos atuais sindicóides que se equilibram contribuindo ambos para o fracasso do movimento sindical. Uns fazem encenações improfícuas e os outros, meramente retóricos, menos ainda. E eu lamentavelmente sinto estar nos segundos mas confessando a limitação. Neste sentido, PG, nos segundos, é seguramente algo responsável por aquele fracasso dado o auditório que tem… 😐
Julho 12, 2012 at 10:39 pm
Não devem ter redução nem a 100% nem a 1%. O estado não tem de pagar ordenados a sindicalistas, sejam eles quais forem. Se o trabalho é tanto no sindicato, então que sejam remunerados com as quotas dos sindicalizados.
Julho 12, 2012 at 10:43 pm
#10,
Não sou assim radical.
Mas há coisas que…
O tipo que passa lá nos meses bissextos pela escola vai ter 68% de redução?
O que faz ele nesse tempo, todas as semanas, gostava eu de saber.
Por isso aparece com ar tão “folgado” e pronto a mandar calar quem lhe coloca dúvidas.
Julho 12, 2012 at 10:57 pm
Ai sim senhor! Nem 1%. Teriam direito a redução letiva com perda de vencimento sendo esta perda complementada pelo sindicato com dinheiro das cotas. Esses 100% seriam muito melhor gastos com psicólogos, animadores, assistentes sociais, professores de apoio ou afins… é ridículo e nem sequer antidemocráico o Estado pagar vencimentos a quem exerce aquelas funções.
Um dia conheci um deles. Era pago a 100% porque constava que era tão mau professor que o sindicato deu-lhe essa abébia. Se não estou em erro era do SPGL…
Julho 12, 2012 at 10:58 pm
#
11
Não, o mundo não é só preto ou branco, há nuances, muitas. Eu só queria que eles fossem dar aulas todos os dois anos, só isso!
Julho 12, 2012 at 10:59 pm
# 13
Upps, referia-me ao # 9
Julho 13, 2012 at 12:24 am
O quê, descer à terra???
Ir dar aulas??
“Aturar” alunos??
Nem pensar!! Livra!!
Julho 13, 2012 at 12:26 am
Os parvos que não se sabem esquivar do “ter que dar aulas”, que fiquem lá na escola com as turmas!!
Julho 13, 2012 at 1:59 am
Li atentamente os vários comentários e que reflectem o que são os portugueses (infelizmente): pessoas mesquinhas que só estão bem com o mal dos outros, pessoas que invés de procurar melhores condições de vida para si e para os demais ficam felizes se o vizinho tiver menos que ele. É triste constatar esta realidade todos os dias, em cada post nos fóruns, no facebook, no trabalho e na rua.
Julho 13, 2012 at 2:04 am
Os sindicatos têm muitos defeitos tal como todos nós os temos mas são os únicos que nos pode garantir uma forma de luta, que nos podem ajudar a lutar pelos nossos direitos.
Os sindicatos são tanto mais fortes quanto mais forte for a união da classe que defendem. No caso dos professores essa união simplesmente não existe.
Já viram a união dos médicos? Viram a união dos pilotos? É essa união na acção que os professores não têm.
Julho 13, 2012 at 2:54 am
# 18
No dia em que os sindicatos deixarem de ser correias de transmissão dos partidos políticos, nomeadamente os dos professores, talvez nesse dia haja mais união. Uma união efectiva dentro de um conceito efectivo.
Tudo o resto, no actual sistema é conversa de aviário.
Julho 13, 2012 at 9:17 am
#17,
Nota-se que, no seu caso pessoal, não faz críticas desse tipo. Aliás, todo o seu comentário é uma forma exemplar de crítica construtiva do género “vocês não prestam, eu é que tenho valores!”.
Os tais fóruns estão cheios disso.
Julho 13, 2012 at 11:30 am
Relativamente a esta questão do Sindicalismo na educação e nos demais sectores públicos, tenho a argumentar que nunca entendi por que razão é o estado que sustenta os vencimentos daqueles que não exercem as funções publicas para que foram contrados. Admito que proteja e fomente o sindicalismo através da figura do destacamento ou outra…mas o vencimento!!! A partir do momento que um funcionário “salte” para um sindicato deverá ser este organismo que se deve responsabilizar pelo seu salário. Afinal para que servem as cotas pagas? Se tal acontecesse haveria tantos sindicatos e sindicalistas? Quantos milhões de euros anuais se pouparia ao Estado?
E já agora,quando um funcionário faz greve perde o seu rendimento desse dia! E o sindicalista, alguém sabe?…
Julho 14, 2012 at 8:05 am
O post levanta uma questão pertinente. Se quem nos devia unir só nos liga a conta-gotas, difícil é a união. mesmo assim, não é impossível.
http://margarida-alegria.blogspot.pt/2012/07/um-cognome-nao-basta-manif-de.html