… de 49% ou 89% padece de uma virtuosa qualidade de hiper-objectividade que nunca atingirei.
Ou isso, ou gosta de gozar com as pessoas, em particular com duas e o seu trabalho, um@ colega professor@ e um@ alun@.
Mas aconteceu por aí e mais vezes do que seria recomendável, em especial na prova de Português que é aquela que conheço melhor e de que fui classificador, pelo que conheço os critérios.
Esclareço desde já: não se passou com qualquer aluno meu, pelo que não estou a vociferar em causa própria.
E esclareço ainda que o ano passado me calei acerca dos disparates das provas de 4º ano porque a minha petiza andou por lá e para o ano espero estar calado sobre as de 6º.
Estou, portanto, a aproveitar uma “janela de oportunidade” para “ganhar amigos”, uma especialidade minha.
Não quebro qualquer sigilo porque as pautas são públicas por todo o país e lá estão certas enormidades classificativas que demonstram até que ponto há gente do “melhor” por aí.
A única coisa que posso dizer a encarregados de educação de alunos com tal tipo de classificação é que não façam como eu, que nem quis ver as provas da petiza, muito menos a de Português que me cheirou intensamente a esturro. Peçam para ver qualquer prova com 49% e recorram se acharem por bem, porque, muito sinceramente, não têm nada a perder e há gente que só tem aquilo que merece e ainda deveria levar com mais.
E, quiçá, até fazem destas coisas por serem contra os exames. E por “estas coisas” entendam-se desnecessárias crueldades, pequenos sadismos de gente obviamente frustrada.
Mas os outros não têm culpa.
E a culpa não é dos “exames”.
É de quem os transforma em actos de uma estranha forma de vingança por procuração.
Junho 13, 2014 at 7:58 pm
“E, quiçá, até fazem destas coisas por serem contra os exames”.
– Essa não era necessária.
Assim, cais no posicionamento apriorístico ou ideológico, simétrico ao que estás sempre a apontar, nomeadamente ao AD.
(Porque até se poderia dizer que tais picuinhices são dos defensores do rigor examocrático levado até ao fim…).
Junho 13, 2014 at 8:00 pm
O que os exames valem depende do modo como são usados. Eles são “bons”, quer dizer úteis, se são bem usados – i.e., como instrumentos de regulação e de aferição, para orientar o sistema e os seus agentes; e são “maus”, se forem mal usados, se forme tomados como fins em si mesmos – como álibis para conferirem um falso rigor e exigência a uma política educativa miserabilista.
Os exames não são “bons” apesar da “incompetência técnica de uns e oportunismo político de outros”; dizer isso, é cair numa posição apriorista: deixa implícito que eles são bons por si: foram apenas mal usados. Ora, se consideramos que eles são apenas instrumentos, são-no num dado contexto, que lhes confere valor e sentido: se são usados de forma oportunista e inepta, não podem ser bons, e são apropriados de forma ilegítima ou abusiva.
No actual contexto, quem defende os exames está numa posição mais difícil: se não esclarece que apenas os defende de forma instrumental e não leva na devida conta as respectivas consequências, arrisca-se a ser ou a passar por cúmplice desta política examocrática (assume os exames como a sua finalidade mesma: não tem mais nada de positivo ou substancial para apresentar).
Junho 13, 2014 at 8:05 pm
Pelos vistos aconteceu por todo o lado. Por aqui até aconteceu mais na prova de Matemática, sem que o falso pretexto da objectividade da disciplina consiga convencer professores ou encarregados de educação.
Pelo que se sabe, já estão em marcha pedidos de fotocópia de provas, o primeiro passo para a reclamação.
Também acho que os colegas classificadores que assim procederam mereciam ser incomodados. Tenham dó! Isso não é rigor, é algum recalcamento ou trauma de infância a vir ao de cima, só pode. Mesmo na Matemática, quanto mais em Português, cujas provas eu também classifico há décadas.
Junho 13, 2014 at 8:13 pm
Concordo com tudo.
Esses Encarregados de Educação devem solicitar a consulta da prova e, se entenderem, pedir a reapreciação da mesma.
Isto é aquilo a que chamo uma crueldade, uma barbaridade para com os alunos, que merecem todo o nosso respeito.
Numa avaliei alunos nestes moldes (quer em exames, quer nas reuniões de avaliação de final de período).
Também não deixa de ser verdade que muitos docentes/classificadores atiram as suas frustrações (assim, no plural…) para cima daqueles que estão isentos de culpa, os alunos.
Junho 13, 2014 at 8:15 pm
Por 0,1 se entra em medicina e por 0,1 não se entra..o rigor tem de ser à milésima…e exames a serem feitos terá de ser a nota rigorosamente dada..por mim devia constar até ás milésimas..exame é exame…ponto..imagina fazer isso num exame do secundário!!!
Junho 13, 2014 at 8:25 pm
# 5
Nos exames do secundário o rigor da classificação não faz com que a prova corrigida em percentagem seja convertida em um de apenas cinco níveis que fará média (com peso de 30%) com outro nível atribuído em classificação interna. O rigor é isto: atribuir 49% e fazer média com o nível 2 ao qual esta percentagem corresponde???
Junho 13, 2014 at 8:27 pm
E se for 48% ou 88?
Junho 13, 2014 at 8:30 pm
Já vi algumas vezes, nos exames do secundário, a atribuírem os 9,4. Sou a primeira a aconselhar o recurso e até o faço eu. Acho isso indecente e não sou grande adepta de exames, principalmente no 1º ciclo. Por isso, estou com o Farpas:
“E, quiçá, até fazem destas coisas por serem contra os exames”.
– Essa não era necessária.» – Não era mesmo!
Junho 13, 2014 at 8:35 pm
#7,
Rosalina,
nessas situações, tal como na que Paulo Guinote referiu, costumo reavaliar a prova e reflectir se a prestação do aluno é, na globalidade, mais próxima do nível 2/3 ou 4/5.
No Secundário ajo da mesma forma, ainda que usando uma escala diferente.
Junho 13, 2014 at 8:42 pm
# 9
Subscrevo totalmente.
Junho 13, 2014 at 8:51 pm
# 9
Creio que aqui se está a falar da classificação de uma prova e não da avaliação de um ano ou período.
Junho 13, 2014 at 8:55 pm
#11,
tem razão, Manuel.
( Apenas aproveitei o tema para dizer que tenho o mesmo procedimento, na classificação interna de final de ano)
Junho 13, 2014 at 9:00 pm
fácil.. acabe-se de vez com a treta de avaliar comportamentos e atitudes..valem por vezes 20 25 ou mesmo 30 por cento..isto no 2 ciclo..ou mais ainda por vezes…5 por cento e ponto vá lá dez por cento no máximo..assim não existiam as tais disparidades…primeiro um puto que tem 60 e que tem 4 não anda muito longe da verdade..tal como um com 3 que tire 42 44…and so on..ora se fosse obrigatório para qualquer aluno tirar no mínimo positiva era outra coisa…é que eles já sabem que com 2 é 3 com 3 é 4 com 4 é 5…
Junho 13, 2014 at 9:03 pm
#1 e 8,
Não, não era escusado, porque já o ouvi.
Mais de uma vez.
#7,
Que bela pergunta! Estás feliz com ela?
Então eu respondo… considero que tudo o que escrevo se aplica a 50%.
e agora faça lá a pergunta… e 47 ou 87%, que é para ficarmos todos muito felizes connosco próprios.
Se não entendeu o que escrevi, percebo que afinal tenho razão.
#11,
A uma prova aplica-se o mesmo princípio.
#5,
Eu respondia-te, mas depois era malcriado.
Penso que fazes parte daqueles que, em coerência, pedem escusa da classificação dos exames por seres contra eles.
Ou… surpresa… recebes a convocatória, amochas e só refilas sob nick?
Acertei?
Sorry.
Sabes que eu sou assim…
Junho 13, 2014 at 9:04 pm
Pior que 89 são os 19 e os 69 pois podem implicar mudança de nível na classificação final.
Junho 13, 2014 at 9:15 pm
não –até porque sabes melhor do que eu que não podes recusar um serviço desses paulo..nem a questão passa por aí…porque a ser assim muita coisa teria de se recusar a ser feita não é…??.com ou sem nick…e não desculpes ..conheço-te o suficiente para saberes és como és..discordo de várias coisas em particular esta dos exames..
porque não ao pé daqueles que se imolam os se sacrificam por uma coerência levada ao extremos somos todos uns cobardes..ou eras capaz de dar a vida +ara provar o teu ponto de vista??
não?? pois..eu também não.. ..mas há quem o faça..levando a sua coerência aos limites ..
Junho 13, 2014 at 9:16 pm
porque nós ou se …digo..
Junho 13, 2014 at 9:21 pm
#14
Guinote,
Eu gostava de ser capaz de não ir rever as provas quando, após a aplicação dos critérios de classificação, acontece verificar que há provas de 47%, 48% e 49%, 87%, 88% e 89%.
E gostava de ser capaz de o fazer, porque dessa forma estaria a respeitar todo o trabalho responsável que faço, quando estou a classificar as provas.
Não consigo, vou rever e altero. Mas tenho tanto respeito por mim que o faço como por todos os colegas que, como eu, aplicando os critérios de classificação, reveem e manteem a mesma classificação.
Junho 13, 2014 at 9:24 pm
*mantêm
Junho 13, 2014 at 9:41 pm
Junho 13, 2014 at 9:55 pm
200% de acordo. Já vi a fazerem-no ao meu lado. Revoltante,
Junho 13, 2014 at 10:03 pm
compreendo muito bem, Paulo, mas tb fiquei calada estupidamente pelo meu filho.
corrijo e somo todos os testes 2 vezes, então exames até corrijo, leio e releio 3 vezes, porque estamos a lidar com vidas.
No ano passado um professor deu 9 ao meu filho no 12º numa opção. Este ano o miúdo andou por lá para fazer uma opção, com outra professora, teve 15, nota de hoje, fresquinha…..
depois admiram-se que haja recursos!
Junho 13, 2014 at 10:12 pm
#18,
Mas há quem não reveja.
Atinge o valor, é indiferente e segue em frente.
Claro que podemos fingir que não.
#16,
Há mais coisas que podemos recusar do que se pensa.
Mas, mesmo aceitando com reserva, penso que existem níveis mínimos de profissionalismo e respeito por alunos e colegas.
E ha quem os não tenha.
#22,
O pior é termos de nos calar para não se dizer que é em causa própria.
O ano passado comi e calei.
Mas como não eram milésimas para a Faculdade, fiquei quietinho.
Para não ter de dar em algum focinho.
(citando Trabalhadores do Comércio)
Junho 13, 2014 at 10:15 pm
pois concordo que devemos pensar nos nossos filhos mas também não sei se é de proposito, mas aqui na ilha para se pedir recurso de prova tem de se pagar 25 euros 😦
Junho 13, 2014 at 10:31 pm
Percebo perfeitamente que o bom senso e o sentido de justiça de qualquer professor o leve a rever a avaliação feita a uma prova de avaliação escrita na qual obtenha um 49, um 69 ou um 89%.
O que me deixa bastantes dúvidas é:
1. Rever as classificações atribuídas implica obrigatoriamente subir a nota inicial, ou também se poderão considerar as hipóteses de a baixar ou a manter na mesma?
2. Há algum “critério de classificação” que diga que, depois de rigorosa e criteriosamente ser classificada cada uma das respostas e, feitas as somas, se obtém um “número mágico”, como 49%, a prova deva ser revista em busca de uns pontitos perdidos, de forma a chegar aos 50%?
De resto, acho que estas situações mais não fazem do que evidenciar o óbvio, a escala de 1 a 5 usada no ensino básico funciona muito mal com os exames que lhe foram enxertados, e num sistema de ensino que querem orientado cada vez mais para a prestação de exames finais de ciclo deveria voltar-se à anacrónica escala de 0 a 20 que ainda é usada no secundário ou a algo de semelhante.
Junho 13, 2014 at 10:41 pm
Há, irremediavelmente, uma margem de subjectividade no processo de avaliação. É essa margem que deve ser invocada quando nos deparamos, após trabalho rigoroso, com classificações do género das que foram referidas.
Passar um 47%, um 48%, um 49% para 50%, ou um 9.3 para um 9,5 não é deixar de ser rigoroso: é assumir que que são diferenças tão pequenas, que cabem nessa margem de subjectividade. E, já agora, na possibilidade do erro não grosseiro.
Junho 13, 2014 at 10:44 pm
O professor despachado que classificou, somou, e o resultado que deu é o que fica, está ainda assim a fazer um bom trabalho para aquilo que lhe pagam, que é zero.
Porque ao contrário da opinião consensualizada à força que muitos colegas, infelizmente, interiorizaram, continuo a discordar de que corrigir exames nacionais faça parte das funções de um professor, que é funcionário de uma escola ou agrupamento. Não é funcionário-para-todo-o-serviço do MEC, muito menos do IAVE.
Mas o sistema funciona com uma lógica perversa que até permite que um professor pouco domesticável pelos critérios do IAVE ou do JNE, os escritos e os não-escritos, aumente, com a sua cooperação relutante, as possibilidades de não ser chamado no ano seguinte.
O que é sempre uma perspectiva aliciante para quem tem coisas mais interessantes para fazer na vida do que corrigir exames…
Junho 13, 2014 at 10:46 pm
#27,
Não percebi o 3º parágrafo.
Junho 13, 2014 at 10:49 pm
#26
Sendo a coisa assim tão taxativa, acho que isso deveria ser assumido pelo próprio sistema e pelos paladinos do rigor&exigência que o defendem.
Gostaria de ver escrito, preto no branco, algo deste género: as notas de 46 a 49% não são para se dar. Arredondam-se, de preferência para cima.
É que o sistema é muito “rigoroso” mas depois há toda uma “subjectividade” mal assumida e remetida para o “bom senso”, a “crueldade desnecessária” e o “erro grosseiro”. Dos culpados do costume. Os professores, claro.
Junho 13, 2014 at 10:53 pm
António Duarte
o problema não é o santo Iave, estou-me a borrifar para a farandola de ministros que por lá têm passado.
o problema são as vidas, centenas, que temos nas mãos e isso torna-me muito prudente, e muito cautelosa na tarefa dos exames. São vidas.
Junho 13, 2014 at 11:00 pm
#27,
António,
este seu 1º parágrafo: “O professor despachado que classificou, somou, e o resultado que deu é o que fica, está ainda assim a fazer um bom trabalho para aquilo que lhe pagam, que é zero.” deixou-me chocada!
O António é pai. Aceitaria, de verdade, que um professor classificador pudesse prejudicar os seus filhos só porque a classificação de provas não é paga?
Junho 13, 2014 at 11:00 pm
O problema é que a mathema, a ciência das regularidades e dos padrões, é também a ciência da proporcionalidade e da justa medida… o que implica que a sua aplicação seja acompanhada de bom senso… mesotes… justo equilíbrio…
se há os que não sabem o que “isto” é… porque não têm definição, e porque é subjetivo, e porque blá blá…
então têm muita *erda que não percebem… e não é só a matemática… na sua pseudo exatidão exata, não percebem o que é ensinar-aprender-avaliar.
Junho 13, 2014 at 11:01 pm
#27
O que quis dizer é que se não é para se dar o 48 ou o 49 isso deveria estar escrito e assinado por quem de direito.
Da mesma forma que está escrito que a positiva no secundário se obtém com o 9,5 e não com 10 valores como geralmente se pensa.
Ou que se tem aprovação em cursos CEF sendo corrido a negativa a metade das disciplinas, porque se fazem médias de médias e claro que um 2,5 se transforma sempre num 3.
Quis dizer que quem não se conforma com estas habilidezas de quem prega o rigor&exigência para os outros deveria ser dispensado de ver provas, em benefício de quem entende os subentendidos todos sem precisar que lhos expliquem…
Junho 13, 2014 at 11:06 pm
Bem, embora não possamos riscar das pautas esses 3 números, é bem verdade que temos capacidade para os evitar nas provas de português (nos 30 pontos a atribuir à composição, é facílimo). Enquanto classificadora, fi-lo. Assumo. Contudo, quem classificou as provas dos meus 20 alunos de 6.º (é uma turma com 1 NEE) não achou por bem fazê-lo e apareceram dois 69.
“Morrer na praia” foi desagradável, mas não vou julgar ninguém. Sou contra os exames nesta fase e só acrescentei este argumento à minha lista.
O exame não lhes serviu rigorosamente para nada. A mim, também não.
Lamento ter de ensinar alguns conteúdos à velocidade de TGV e de não ter tempo para os praticar. E repugna-me ser uma pecita num jogo de interesses que nem conheço bem!
Junho 13, 2014 at 11:17 pm
33,
A minha supervisora disse-o. Aconselhou-nos a rever as provas que apresentassem esse quadro inicial. O IAVE deve ter-lhe dado cobertura.
Junho 13, 2014 at 11:20 pm
#30, #31
Vamos por partes.
Para começar, o 49% num exame do 1º ou do 2º ciclo, que é o que se tem estado a discutir, não altera a vida de ninguém. Se vai a exame com 1 ou 2 não é o 50% que o safa. Se já tem positiva, não é o 49% que o desce para a negativa.
No secundário, as questões colocam-se de outra forma, como é óbvio, mas o facto de estarem em jogo “vidas”, ou seja, expectativas académicas que podem ou não concretizar-se em função dos resultados obtidos, deve levar-nos a uma maior exigência de rigor, não ao sistemático “arredondar para cima” que, pensamos nós às vezes, é sempre benéfico para os alunos. A verdade é que não é, e num curso sujeito a numerus clausus, beneficiar um para que consiga entrar significa que haverá um outro que fica de fora.
Quanto à referência ao “professor despachado”, não quis dizer que ele deva corrigir de forma apressada ou negligente. O que digo é que, depois do trabalho feito, nada o obriga a andar às voltas a tentar “puxar para cima” a nota, embora se perceba que em muitos casos acabe por o fazer.
Já para os casos em que a prova é mal corrigida, existem os recursos e claro que as pessoas devem recorrer.
O pagamento do serviço, como durante anos se fez, seria uma oportunidade para o MEC valorizar um trabalho que considera essencial e ganhar uma autoridade acrescida para definir e impor as regras que permitissem garantir uma maior qualidade e formar equipas de professores voluntários e motivados para os desígnios examocratas desta equipa ministerial.
Junho 13, 2014 at 11:22 pm
Quem faz isso só pode ser má pessoa e há professores que são más pessoas…
Quanto aos exames,não sei muito bem para que servem no 4º ,6º ou 9º ano.
A minha filha que estudou o ano todo vai agora fazer exames e eu tenho plena consciência que isso não vai acrescentar nada de positivo ,não vai acrescentar nada ao saber que foi acumulando nestes três anos. No Secundário é uma forma de aceder ao ensino superior e mesmo aí acho que o sistema deveria ser revisto pois todos os anos vejo alunos do Ribadouro com notas altíssimas internas a ultrapassarem alunos nossos excelentes
.Isto sim ,deveria a nossa luta ! Farta deste país onde o dinheiro compra tudo,até as notas !
Junho 13, 2014 at 11:23 pm
No ano em que meu filho mais velho fez o 12ano depois de terminar o exame de matemática, uma específica para o acesso a universidade, ao saírem os critérios de classificação, ficou desvairado porque as opções de resposta a uma pergunta não previa sequer a resposta que ele tinha dado. E ele considerava-a uma resposta possível ao problema apresentado. Falou com o professor de matemática que concordou totalmente com ele… Eu e o pai aconselhámo-lo a reclamar para o JNE, para a Ministra da educação (MLR), Ministro da Ciência e tecnologia e Ensino Superior, APM, etc etc… Durante toda a tarde ele elaborou sozinho a sua reclamação, fundamentou-a e justificou o seu raciocínio… Depois traduziu tudo para inglês e enviou também para o MIT, Cambridge,e mais umas universidades conceituadas nacionais, como o IST, solicitando pareceres sobre a sua proposta de resolução do problema apresentado e deu conhecimento ao GAVE, JNE, ME, MCTES de que tinha solicitado pareceres as várias universidades nacionais e estrangeiras…
A verdade é que os exames foram corrigidos pelos profs classificadores pelos critérios apresentados e depois das provas já corrigidas e devolvidas ao JNE, foram novamente convocados de urgência todos os professores classificadores, foi-lhes entregue novos critérios de correção, onde constava a opção de reposta apresentada pelo meu filho que foi pontuada com 0,8 valores, e foram dadas orientaçôes aos professores para reverem todas as provas novamente devendo verificar se em alguma constava aquela resposta para ser alterada a classificação em todas as provas onde tal resposta constasse…
Depois dos professores devolverem novamente as provas ao JNE e antes da saída da pautas, o JNE enviou um resposta por mail ao meu filho informando-o de que a sua proposta de resposta tinha sido considerada pelo que tinham sido alterados os critérios de correção de forma a que essa opção fosse considerada também.
O que aqui em casa todos aprendemos É QUE VALE SEMPRE A PENA DEFENDER AS NOSSAS CONVICÇÕES …PODE SER QUE ALGUÉM NOS OIÇA!
SE É PRECISO RECLAMAR…RECLAMA-SE!
Junho 13, 2014 at 11:29 pm
Ahhh.. E garanto que nada foi comprado…nem somos pessoas VIP…
foi mesmo tudo usando os recursos do sistema público…
Junho 13, 2014 at 11:32 pm
E já agora um exemplo real para que se perceba que “jogar com a vida dos alunos” não é dar um 49% que acaba por não servir para nada.
Não sou classificador, e ouvi-o por aí, casualmente, um dia destes.
Um/a professor/a está a ver um conjunto de provas de Português. Pelo meio aparece uma com a ficha de alunos disléxico, mas onde quase não há erros.
A seguir aparece outra prova, de aluno aparentemente normal, mas cheia de erros ortográficos que indiciam dislexia.
Palpite do/a colega, fruto da tal intuição e bom-senso que qualquer professor deve cultivar: estas provas devem estar trocadas e o disléxico não é o primeiro que vi, é o que veio a seguir.
Contacto com o/a supervisor/a, expondo a situação e tentando o seu esclarecimento, eis a resposta: “Como é que se atreve a colocar em causa o trabalho, o profissionalismo dos colegas do agrupamento de exames?…”
Moral da história, não fazer ondas e sobretudo não questionar o trabalho da hierarquia examocrata. Não questionar o profissionalismo de ninguém que não seja um “zeco”…
Junho 13, 2014 at 11:33 pm
#33,
Só fazes o que te mandam por escrito e assinado?
É isso a não cooperação ou a não domesticação?
Descompreendi.
Inconsegui perceber.
#34,
Temos umas 180 aulas ou mais por ano… eu posso não ter conseguido os resultados que queria, mas não foi por falta de tempo.
Junho 13, 2014 at 11:42 pm
#36,
António, não partilho maneira de pensar: “Para começar, o 49% num exame do 1º ou do 2º ciclo, que é o que se tem estado a discutir, não altera a vida de ninguém. Se vai a exame com 1 ou 2 não é o 50% que o safa. Se já tem positiva, não é o 49% que o desce para a negativa.”
A questão, para mim, não se cinge ao resultado global (ao “safar-se” ou ao “já ter positiva”).
Um aluno que olha para a classificação de uma prova de exame e vê que só não tem o nível 3 (ou 4 ou 5), por um ponto percentual, tem todo o direito a sentir que “o mataram na praia”.
Junho 13, 2014 at 11:44 pm
#36,
corrijo: não partilho desta sua maneira de pensar …
Junho 13, 2014 at 11:48 pm
#41
Não faço só o que me mandam por escrito e assinado.
Aliás, não faço só o que me mandam, ponto.
Mas não se trata de uma questão pessoal.
Como disse, nem sou “classificador”…
O que acho é justamente que, se não está escrito, cada um faz como entender.
Nestas coisas sou muito liberal, defendo o direito de fazer tudo o que não é proibido…
Junho 13, 2014 at 11:58 pm
#42
Cara Bi, entendo a sua maneira de ver, o que não aceito é a visão subjacente, de que se o aluno “morreu na praia” quem o “matou” foi o malvado professor que não lhe deu mais um ponto ou dois no exame.
Essas situações são inevitáveis quando se usam duas escalas classificativas tão extremas como os níveis de 1 a 5 e as percentagens. Ou se assume que determinados valores, o 48, o 49, o 69, etc, não são para atribuir, ou então a aplicação rigorosa dos critérios definidos pode levar a que a nota da prova seja mesmo aquela.
E claro que nos exames de Português a classificação da composição pode sempre dar para fazer uns acertos, mas na Matemática imagino que seja bem mais difícil inventar um ponto ou dois de nota final que na verdade não existem.
Solução mais óbvia para isto seria acabar com os exames nos anos em que efectivamente não se justificam, já que abolir a escala de 1 a 5 penso que não estará na cabeça de ninguém.
Ou para os que insistem em ver nos exames um bem tolerável ou mal necessário, pois bem, estas contrariedades serão o preço a pagar…
Junho 14, 2014 at 12:03 am
O exame, reconheçamos, foi acessível à maioria e os meus alunos até se queixaram de eu, ao longo do ano, ter dado testes mais difíceis. No exame, obtiveram os resultados expectáveis, exceto os que foram agradavelmente surpreendidos.
Os 180 quarenta e cinco minutos não são suficientes para trabalhar, num ritmo adequado, todo o extenso programa de português, mais a leitura das obras sugeridas nas metas.
Junho 14, 2014 at 12:09 am
É curioso que no Secundário, com os critérios específicos de classificação apertadíssimos em certas disciplinas, não é raro atingir-se um valor que termina com 4 décimas. Frequentemente é impossível subir um ponto para passar a terminar em 5 décimas…
Junho 14, 2014 at 12:13 am
#45,
António,
nas escolas básicas onde leccionei, isto sempre se assumiu:”(…) que determinados valores, o 48, o 49, o 69, etc, não são para atribuir(…)”.
Nas Secundárias as orientações vão no mesmo sentido.
Motivo: a chuva de recursos.
Quanto ao resto, eu aceito que as pessoas defendam ideias diferentes das minhas!
Junho 14, 2014 at 1:23 am
Promulgue-se: A escala de zero a cem deixa de ter o 49.
LOL
PS – Agora a sério: Nem me passa pela cabeça que algum professor que se depare com um 49 como classificação final da prova não vá rever todas as cotações atribuídas. Apesar de, como diz o António Duarte, não lhe pagarem para isso.
Mas passar automaticamente para 50 todos os resultados de 49, 48 ou 47 (mesmo que de forma algo fraudulenta, como alguns comentários sugerem), é isso que defendem?
Junho 14, 2014 at 2:11 am
#25
De acordo. (Apenas algumas reservas à forma como a questão é colocada no ponto 2.)
# 27
De acordo. Embora eu não consiga ter a frieza suficientemente para agir em conformidade.
#29
Inteiramente de acordo.
#33
De acordo.
#36
Inteiramente de acordo.
(Não, não são “vidas de alunos” que estão em causa nestas situações no 6º ano. São antes os orgulhozinhos de algumas mães, que sempre ou quase sempre, por coincidência, são também professoras e incutem nos seus filhos, desde muito cedo, um forte sentido competitivo (aquele em que só se é bom se se for melhor que os outros, já que os outros, todos os outros, nesta perspectiva, são sempre inferiores…). E os culpados são sempre “os outros professores”.
Junho 14, 2014 at 2:26 am
Há quem goste tanto de corrigir provas que trabalha para a multiplicação dos recursos.
Junho 14, 2014 at 2:31 am
Sim, já uma vez atribuí, como resultado de uma prova de exame de Português de 6º ano, a classificação de 49.
Claro que revi e tornei a rever as cotações todas milhentas vezes, até à exaustão (apesar de não me pagarem para isso). Coloquei o problema ao júri de exames. Mas ninguém soube (ou quis) fazer melhor do que eu (não)conseguira fazer. E lá seguiu essa classificação. Não sei se terá havido recurso ou não. E se tivesse havido, qual o problema? E se alguém tivesse conseguido alterar esse resultado? Por mim, feliz da vida.
PS – Não tenho quaisquer ilusões na “objectividade” da avaliação. Mas, se não acredito nela, também não acredito que deva alterar a meu bel-prazer os critérios que me são “impostos”.
Junho 14, 2014 at 9:38 am
Tenho seguido aqui no blogue com atenção todos os comentários e concordo com as muitas opiniões sobre esta matéria dos exames . O ano passado a minha filha fez o exame do 4.º ano , como todos se lembram nomeadamente a português a prova foi de um conteúdo desajustado ao nível de ensino , dai a maravilhosa média de cerca de 47% , na altura pedi a prova da minha filha e fiquei com a nítida sensação que a correção tinha falhas , tal como os critérios da mesma .
Apesar de tudo e hoje lamento não recorri .
Mas não só os exames me causam perplexidade .Gostaria de saber a vossa opinião ( porque penso que muitos dos que comentam este blogue são professores ) sobre o seguinte :
1.ª Na escola frequentada pela minha filha os testes ao longo do ano não tem cotações , não deveriam os mesmos ter para nós aferirmos a classificação e termos uma noção real sobre aquilo que é mais importante numa matéria ?
2.ª É correto fazer um teste de 3 período numa disciplina no computador do professor com 20 respostas de escolha múltipla em 9 minutos .
Gostaria que me dessem a vossa opinião .
Junho 14, 2014 at 12:54 pm
Não atribuir classificações de 49%, de 89% ou outras dessa grandeza é, simplesmente, uma questão de BOM SENSO.
Não sequer devia ser necessário lembrá-lo aos professores.
Parece evidente que Descartes foi ingénuo ao supô-lo a coisa mais bem distribuída do mundo…
Fazer de tais classificações mais uma arma de arremesso pró ou contra os exames releva da mesma falta de bom senso: é fundamentalismo.
Junho 14, 2014 at 1:04 pm
Sei de casos em que reapreciações de exames nacionais alteraram as classificações das primeiras correcções em 3, 4 e 5 valores.
Sim, disse valores e não décimas.
Por isso, e atendendo à sempre presente subjectividade da interpretação/leitura feitas pelos professores corretores em determinadas questões, considero um absurdo que um aluno seja classificado com ..,9.
Nunca, até hoje, vi uma prova de exame nacional corrigida em que não fosse possível a subida ou a descida de 1 ou mesmo 2 décimas. Nunca.
Mas a discussão deveria centrar-se no plano que, penso eu, o Paulo pretendeu dar ao post: com que objectivo é classificada a prova de um aluno em 49%? Para diferenciar esse aluno do que obteve 48% ou do que obteve 50%?
Enfim…
Junho 14, 2014 at 1:13 pm
#44,
“O que acho é justamente que, se não está escrito, cada um faz como entender.
Nestas coisas sou muito liberal, defendo o direito de fazer tudo o que não é proibido…”
Fantástico. Vindo de ti, até custa a acreditar.
Olha, há uma coisa que se chama “sabedoria práctica”. Uma coisa que vale mais que mil leis, instruções ou regulamentos.
Parece que te falta alguma.
…
Junho 14, 2014 at 4:27 pm
O post não era a favor ou contra exames, mas contra pessoas que eu ouço dizer que são contra os exames mas, depois, ao classificarem, se tornam hiper-rigorosas e doutoradas em bom gosto e boa técnica linguística.
Não é a primeira, segunda ou décima vez que assisto a coisas que me desgostam, seja em primeira mão, seja em pautas, seja pelo testemunho de outros colegas ou encarregados de educação.
Só quem andar distraíd@ é que não sabe que a culpa não é do “sistema” e que todos os anos se fala na desnecessidade de atribuir certas classificações que estão mesmo no limite e que só podem servir para prejudicar os alunos, mesmo que passem de ano na mesma.
Até por isso mesmo.
E como já várias pessoas afirmaram, há uma ligeira liberdade na avaliação da produção escrita que permite “ajustar” diferenças de 1 ou 2 pontos.
Mas, claro, há sempre que contesta tudo, mas depois até tortura com mais força.
Não andasse eu nestas coisas de classificação desde 2001 e poderia dizer-se que falo de forma 2impressionista”.
Mas não. Infelizmente.
Junho 14, 2014 at 4:38 pm
Pois, mas não resististe à tentação de dar uma “canelada” ao outro lado.
A mim não me doeu. Mas dói-me sempre ver assomar as tentações fundamentalistas…
Junho 14, 2014 at 4:43 pm
#58,
Dar uma “canelada” não é uma “tentação fundamentalista”, a menos que confundas mau feitio com fundamentalismo.
A “canelada” foi arrefinfada porque eu não ando aqui para construir “consensos” em que abdique do que acredito em troca de soluções de águas turvas.
A “canelada” justifica-se porque eu sou eu e não outra pessoa que estivesse para levar caneladas todos os dias e achasse muito bem.
A verdade é que quase todos os dias eu levo “caneladas”, eventualmente menos explícitas, e nem é a questão de me doerem. É de reparar que são por vezes dadas com o objectivo de “moer”.
Mas a “canelada” era originalmente para a pobreza mental de muita gente que acha que tudo se pode fazer, tudo passa impune e se pode lixar o esforço alheio a partir da própria preguiça ou falta de “bom senso”.
Junho 14, 2014 at 5:08 pm
Ê por estas coisas que cada vez mais sou a favor de testes americanos.Nestes acabou-se a avaliaçao subjectiva.
Para que conste estava eu no 12 ano. quando a nossa prof de Historia nos disde para reclamar das avaliações …..fui para exame com dezasseisce tinha apanhado onze…segui a indicaçao e reclamei…eu e muitos….após. acreclamaçao apanhei 14…outros que tinham 13ou 14 ficaram com 15. 16…ainda hoje guardo o teste..
..a correcçao da correcçao….sim existem pessoas que enfim agora
generalizar também acho algo exageradquem não. me garante por outro lado que não sejam os fanaticos por exames a levar ao extremo essa sua funçao
Junho 14, 2014 at 5:11 pm
Sorry..estou no mini smartphone….bom.sábado …
Junho 14, 2014 at 5:45 pm
#59
O que escreveste está lá.
Quem o ler com olhos de ver tirará as suas conclusões…
Junho 14, 2014 at 5:45 pm
Sou professora de matemática do 3.º ciclo e quase todos os anos corrijo exames de 9.º ano. Já atribuí algumas vezes 19%, 49%, 69% e 89%. Sempre que tal aconteceu, revi a minha correção e, quando me foi possível, atribuí o ponto que faltava. Nos casos em que não consegui encontrar forma de “dar” o ponto em falta, pedi aos colegas classificadores e ao supervisor que corrigissem a prova para ver se havia alguma hipótese de subir a classificação da prova. Neste caso, nunca foi possível subir a classificação porque quando corrijo exames faço-o com o máximo de rigor. Muitas vezes não concordo com alguns critérios e, nas reuniões existentes entre o supervisor e os classificadores, manifesto sempre o meu descontentamento, mas a partir do momento que me dizem que, concorde ou não, os tenho de usar, faço-o e em caso de dúvida beneficio sempre o aluno.
No caso de Português penso que será fácil atribuir um ponto, já o mesmo não se passa a matemática.
No ano passado a minha educanda realizou as provas finais do 6.º ano. Após a prova de matemática, percebi que iria ter oitenta e muitos por cento, mas que não chegaria aos noventa. Quando saiu a pauta, lá estava o nível 4 esperado. Como não sabia a percentagem, decidi pedir a prova. Teve 88%. Vi a prova e confirmei o que já suspeitava (não ter atingido os 90%). A minha filha perdeu 9 pontos em perguntas de escolha múltipla e resposta curta, um ponto numa resposta e dois pontos num erro de cálculo. Não concordei com a correção porque a minha filha merecia 89% e não 88%. Preferia que tivesse “morrido na praia” do que lhe tivessem tirado o ponto a que tinha direito, só pelo facto de não ficar com 89%. Muitos corretores quando não conseguem atribuir um ponto para mudança de nível, vão rever a prova para ver onde conseguem tirar. Esta sim é uma atitude que não concordo minimamente. Sou incapaz de tirar o que o aluno tem direito, daí não concordar com a correção da prova da minha educanda, mas também não me peçam para fingir que não vejo erros dados pelos alunos para poderem alcançar o nível seguinte, daí concordar com a atribuição justa de 89% e não de 90%. O facto de “morrerem na praia” não traz grandes consequências neste nível de ensino, a não ser que tenha 19% na prova e nível 3 de frequência. Se tal acontecer, o que está errado é o nível atribuído pelo professor no final do ano e não o facto do classificador não ter dado os 20% necessários porque, na maior parte destes casos, os alunos deixam quase tudo em branco e apenas acertam uma ou outra questão de escolha múltipla e de resposta curta.
Arrepio-me sempre que ouço comentários do género “Dou-lhe 3 para passar, mas rezo para que não tenha 1 no exame”. Como é possível isto acontecer? O professor sabe que é provável o aluno tirar nível 1 e atribui-lhe, mesmo assim, nível 3 e depois a culpa é do classificador que lhe deu 19%.
Tenho uma filha no 7.º ano e um filho no 3.º ano (para o ano fará as provas finais do 4.º ano) e fico sempre com o “coração nas mãos” quando têm exames, mas sou completamente a favor da sua realização. Antes de haver exames, atribuíam-se muitos níveis 3 apenas para diminuir a percentagem de insucesso, o que ainda hoje acontece, mas há uma maior ponderação na sua atribuição. Pena é que os exames não sejam a mais disciplinas porque várias vezes ouço comentários, que me deixam os cabelos em pé, do género “não há exame na minha disciplina por isso dou positiva a quase todos. No teu caso é diferente, tens exame ….”. Ora no meu caso, com ou sem exame, não atribuo notas apenas para não me chatear, até pelo respeito que tenho pelos bons alunos que o são à custa de muito trabalho.
Resumindo e concluindo, sempre que tiver 19%, 49%, 69% e 89%, continuarei a rever a prova e a pedir ajuda a outros classificadores e ao supervisor mas, caso os critérios não permitam alterar o nível, nunca fingirei que não vi um erro que efetivamente foi cometido nem nunca baixarei a classificação ao aluno apenas pelo facto de “morrer na praia”. Só assim considero que estou a desempenhar profissionalmente o meu papel de classificadora de exames.
Junho 14, 2014 at 5:59 pm
Um aluno que, na avaliação interna, sempre teve nível quatro, quando vê na pauta que a sua classificação externa é de três, fica, justamente, desapontado/humilhado, mesmo que lá tenha um 69.
Não o imagino a contar aos amigos e à família que teve 3, mas foi de 69 (ou um 2, mas que foi de 49); em contrapartida, imagino-me a dizer ao aluno que eu é que sei e que o governo/estado é que falhou.
Pode vir a farpa do fundamentalismo, mas cada um joga com as armas que tem.
É errada a política que finge examinar o trabalho de professores e alunos, servindo-se de técnicos e de instrumentos não fiáveis. E não me venham com a treta dos danos colaterais.
Junho 14, 2014 at 10:15 pm
#0
Se atribuír 49%, sempre tem a possibilidade de ganhar uns trocos eheheh
Já vi alunos solicitar a reapreciação da prova e subir 6 pontos (casos raros, mas existem! Não, não foi erro na versão)
– Pergunta : O que é que aconteceu ao classificador ? ZERO
– As restantes provas do classificador foram analisadas ? ZERO
O Classificador tem alguma “penalização” – ZERO
Continua a ser classificador na 2ª fase ? – CLARO
E no próximo ano – CLARO
Junho 15, 2014 at 12:03 am
#63 Clara Dias, gostei tanto de ler o teu testemunho! 🙂
Junho 15, 2014 at 12:28 pm
Nunca concordei tanto com um dos seus posts. E das respostas subsequentes!
Junho 15, 2014 at 10:56 pm
Na minha turma tive um 69% e um 89% e confesso que fiquei bastante aborrecida!
Junho 15, 2014 at 10:57 pm
Sessenta E Nove.
Junho 16, 2014 at 9:55 am
Alguém me sabe dizer se os critérios do exame de matemática de 4º ano foram alterados….
É que ouvi um dizer que tinham sido alterados??????
Junho 16, 2014 at 12:34 pm
#63,
A sua atitude é na correcta.
Em Matemática essa situação pode ser menos flexível, mas não será bem o caso de Português.
#65,
O seu comentário seria extremamente interessante, se não fosse a conversa dos “trocos”.
Sim, é verdade que coisas por vezes inacreditáveis passam sem qualquer consequência.
Porquê?
Porque o MEC prefere ter mão-de-obra baratinha forçada, mesmo que com falhas, do que criar um corpo de classificadores devidamente remunerados pela função e com tempo para fazer esse trabalho.
Junho 16, 2014 at 12:53 pm
Muitos professores são “picuínhas” na avaliação de Português. A minha filha escreveu algumas palavras, onde se percebe perfeitamente qual é a letra, mas como não está perfeitamente desenhada, colocaram erro. Percebia-se que estava lá um “o” mas como não estava “perfeito” – erro.Quantos de nós escrevem assim? Quase todos.
Podem contestar. Respondo já: balelas!
Só não contesto a avaliação da prova porque é uma criança de 10 anos, que está (esteve) no 4º ano e estou-me ******** para a média. Mas tenho pena que esteja a ser prejudicada por preciosismos. E sim, ficou nas franjas de subir um nível.
Junho 16, 2014 at 2:14 pm
“criar um corpo de classificadores devidamente remunerados pela função e com tempo para fazer esse trabalho”.
– O sistema examocrático aprofunda-se, refina-se, especializa-se.
Que mais virá a seguir?
Talvez o que já está em incubação: um corpo de docentes especializados em preparar alunos para os exames.
Como já escrevi noutras ocasiões: o sistema aprofunda-se até se justificar por si mesmo: fora dele nada é reconhecido; todos farão (ensinarão) igual; a diferença residirá apenas na emulação competitiva. (Veja-se o nº de pessoas que vem aqui queixar-se de alegadas injustiças de que os seus alunos ou educandos foram vítimas nas classificações dos exames e faça-se uma extrapolação….).
Não, isto não simples confabulações do “militantismo anti-exames” (não dou para o peditório), são tendências claras, que se estão a objectivar, para quem as quiser ver e, melhor ainda, compreender os seus pressupostos e finalidades*.
Quem pretende um ensino ao serviço da formação integral da Pessoa, que não seja apenas utilitário e mercantilizado/ável, cada vez mais desumanizante (não me venham dizer que isto não passam de simples clichés de “libertários filhos dos anos 60”), tem que pensar e sopesar bem estas coisas.
*Para quem quiser aprofundar estes aspectos, pode ver o comentário #1 do post de 14/6 “Is That All…”.
Junho 16, 2014 at 4:16 pm
De acordo com o PUBLICO de ontem os alunos dizem que nao se lembram nada das matérias dos anos em que nao fizeram exames. Ao menos quando sao obrigadps a fazer exame sempre fica alguma coisa…
Junho 16, 2014 at 5:10 pm
74,
Balelas! No caso do 4.º, 6.º e 9.º, os exames só existem a português e a matemática. A português, a matéria que depende de estudo (gramática) só vale 20 pontos (falham-na e conseguem nível 4, à mesma) e em matemática, por mais exames que façam, fica-lhes sempre pouca coisa…
Junho 16, 2014 at 8:39 pm
#65
um classificador que cometa muitos erros (de propósito ou não, tanto faz) habilita-se a que lhe saia a sorte grande: ser dispensado de corrigir mais exames! Livra-se assim de ter de fazer trabalho de escravo, de borla, no fim de um ano lectivo, ano após ano!
Forca Portugal!
Junho 18, 2014 at 9:24 am
#76
Então já percebi porque é que a minha filha no exame de português teve uma resposta de cruz certa que não levanta qualquer dúvida onde lhe foi cotada em 0 quando valia 3 e no exame de matemática na soma de cotações de um problema o classificador acha que 1+1+2+1 são 3….
Estes classificadores deverão estar muito orgulhosos livram-se do trabalho escravo de borla para o ano porque conseguiram uma proeza prejudicar quem não tem culpa nenhuma os alunos….
Parabéns ao trabalho que fazem!!!!!!!!!!!!!