Acordo Ortográfico


Acordo Ortográfico e exames: Iave preocupado com “alarme social”

O engraçado é por cá darem tudo por adquirido e decidido quando o país com mais falantes de Português ainda está a ver se…

Mudanças nas regras da Língua Portuguesa serão reavaliadas

(…)

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa ganhou novo prazo para a implantação definitiva: foi ampliado até 2016, para que haja mais discussão em torno do tema. Professores e estudantes do Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, que têm o português como língua oficial, têm até julho para debater mudanças e fazer sugestões. As melhores propostas serão selecionadas em setembro, no Seminário Internacional Linguístico-Ortográfico da Língua Portuguesa, que será realizado em Brasília. Após os debates, os governos dos países de Língua Portuguesa terão aproximadamente um ano para determinar o que deve ser simplificado.

O problema é que parece que mais do que a depilação actual, há quem queira mesmo uma completa brazilian wax ao nosso idioma escrito.

… a bosta é sobre os senões.

Para que não digam que eu discordo do deputado Seufert em tudo: Petição 259-XII  Parecer Michael Seufert[final].

Depoimento com o tema “A Língua: Património ou Negócio?” enviado para a Assembleia da República, enquanto uma das entidades ou pessoas a ser ouvidas pela Comissão de Educação sobre a petição 259/XII/2.

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À Assembleia da República
A/c
Exmº Sr Deputado José Ribeiro e Castro,
Presidente da Comissão de Educação, Ciência e Cultura

28 de Junho de 2013

Assunto: Informação sobre a Petição nº 259/XII/2

Na sequência do pedido expresso no vosso ofício nº 263/8ª – CECC/2012, através do qual me é solicitado que me pronuncie sobre a petição acima mencionada, Pela desvinculação de Portugal ao “Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa” de 1990, cumpre-me prestar o curto depoimento que se segue subordinado ao tema A Língua como Património ou como Negócio?

  1. Considero como de interesse nacional patriótico a iniciativa dos autores da petição em causa por pretenderem defender, por todos os meios legítimos ao seu alcance, um dos elementos mais fundamentais do património cultural português, que é a sua língua tal como ela é falada, ouvida e escrita entre nós, após um processo de evolução histórica que a modelou, enriqueceu e tornou plural.
  2. Considero que o AO90 é um atentado ao património linguístico português por se constituir como um instrumento de formatação imposta do exterior, no sentido do empobrecimento desse património, amputando-o e apresentando soluções uniformizadoras artificiais a algo que está em permanente evolução, dentro e fora do espaço português.
  3. Considero muito grave que parte dos argumentos que sustentam o interesse político na implementação obrigatória do AO90 sejam de natureza comercial, apresentando a língua como uma mercadoria similar a qualquer outra transaccionável, em que a lógica da massificação e da reprodução quantitativa aos mais baixos custos substitui o respeito pela especificidade de um bem cultural que é intangível na sua essência e especificidade. Ler Gil Vicente, Camões, Vieira, Sá de Miranda, Garcia de Orta, Eça ou Garrett em versões assépticas para consumo generalista é um atentado à cultura nacional e um péssimo serviço prestado às novas e futuras gerações de portugueses.
  4. É evidente que a língua, falada ou escrita, evolui, transforma-se e precisa de referenciais que funcionem como um padrão. Mas esse padrão não deve, nem pode, ser imposto de forma autoritária, com base em posições de facção, atentatórias da liberdade cultural, nem pode confundir-se com fórmulas únicas que reduzem a diversidade linguística e cultural de um modo anti-democrático.
  5. O processo de definição, difusão e imposição do AO90 é a antítese de uma defesa consistente da língua como um elemento específico e diferenciador da cultura portuguesa num mundo globalizado, em que cada vez mais as diferenças são esmagadas por uma lógica de homogeneização, apresentada como facilitadora da comunicação, mas que na verdade se limita a obedecer aos critérios comerciais do menor custo.
  6. A língua deve ser tratada como um património a valorizar no que tem de particular, sendo o seu valor tanto mais alto quanto seja capacidade para atrair pela sua singularidade. O Português não pode ser tratado como uma mercadoria para consumo fácil, imediato e de baixo valor, mas como um bem cultural que se destaque pelo que tem de específico em cada um dos espaços em que é falado e escrito. Em nenhum momento se espera que, à moda do Estado Novo, se derrubem e refaçam obras do património arquitectónico português para que correspondam a uma matriz única e adequada a um imaginário considerado ideal e mais facilmente identificável e consumível pelas massas. O que o AO90 pretende acaba por ser algo assim: transformar o Português numa língua refeita, sem arestas, própria para um mundo sem espaço para o que é único. O valor global do Português depende da sua capacidade de se afirmar como único na sua riqueza plural transcontinental e não de uma opção pela sua redução a um produto indiferenciado de marca branca.
  7. Por tudo isto, que alinhavei sem recurso a citações ou fundamentações documentais que acrescentariam em erudição exibida o que poderiam fazer perder em concisão e clareza, considero que a aceitação das propostas feitas na petição nº 259/XII/2 é um imperativo patriótico na defesa do património cultural e linguístico nacional e um acto inadiável de defesa do que nos vai restando em matéria de soberania e identidade nacional.

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Quinta do Anjo, 28 de Junho de 2013
Paulo Jorge Alves Guinote
Professor do Ensino Básico
Licenciado em História e Doutorado em História da Educação
Criador do blogue A Educação do meu Umbigo

Vá lá… ainda resta alguma rebeldia na antiga alma mater.

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Via Ana Silva:

Boa tarde Dr.ª Ana Silva

Agradeço os elementos que remeteu. Entretanto, envio o relatório sintético da vossa audiência. Caso haja alguma coisa que entendam que não corresponde às vossas intervenções, agradeço que sugiram as alterações a introduzir.

Por outro lado, envio o ofício através do qual foram solicitados contributos às várias entidades do setor e solicito que ponderem a remessa dum contributo estruturado nos termos referidos, independentemente das intervenções que fizeram na audiência.

Poderão acompanhar a evolução dos trabalhos desenvolvidos pelo Grupo de Trabalho do Acordo Ortográfico, consultando a página da Comissão, na internet.

Hoje foram ouvidos o Professor Carlos Reis (professor da Universidade de Coimbra e filólogo) e o Dr. José Carlos Vasconcelos (diretor do Jornal de Letras), sendo a documentação da audição disponibilizada a breve prazo.

Cumprimentos

Teresa Fernandes

Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura

Telef 21.391.97.13

teresa.fernandes@ar.parlamento.pt

Anexo:

 

Transcrição das intervenções de estudantes da Escola Secundária da Amadora na audiência de 21.02.13 no Grupo de Trabalho parlamentar sobre o AO90.

Nota: pode ouvir a gravação na íntegra AQUI ou acedendo à mesma através da página da respectiva audiência no “site” do Parlamento.

 

Paulo Lopes no Notícias da Covilhã

Iniciativa Legislativa de Cidadãos Contra o AO, aqui.

Devo acreditar? Não escreveram “direção”…

Faz mais sentido, até por causa dos novos programas de Português e a do(p)ção de novos manuais, mas é o segundo zague, com um zigue pelo meio.

Acordo ortográfico aplicado no ensino já no próximo ano lectivo

A dificuldade em ultrapassar a barreira psicológica de viajar de automóvel ao lado de um desconhecido é um dos factores que está na origem da fraca adesão ao carpooling na Área Metropolitana de Lisboa, segundo um estudo apresentado hoje.

O estudo, cujo objectivo era analisar a viabilidade do carpooling (partilha de automóveis) na Área Metropolitana de Lisboa, foi apresentado durante a 12.ª conferência mundial de investigação em transportes, que decorre em Lisboa.

Gonçalo Correia, um dos autores do estudo, disse que na origem da baixa adesão ao carpooling está, sobretudo, “a questão psicológica de uma pessoa partilhar o seu veículo com outras pessoas, que pode não conhecer tão bem ou mesmo não conhecer”.

Atenção!, eu não me sinto contra estudos balhelhas, só não gosto é de ter que os pagar. É aí que eu fico completely balhelhas.

A Lusa e muita comunicação social já escrevem letivo e seguem o Acordo Ortográfico, mas:

O Governo ainda não aprovou o vocabulário que será a norma do português europeu com o novo Acordo Ortográfico e a APEL não tem neste momento marcada qualquer reunião com o Ministério da Educação para acertar os pormenores necessários, nomeadamente os prazos para desenvolver o trabalho que lhe compete: colocar no mercado os livros escolares ao abrigo das novas regras.

Para além disso, só em 2011-12 se prevê a entrada em vigor do Acordo Ortográfico nas escolas e nos manuais escolares… sendo que, entretanto, este ano foram adoptados manuais em muitas disciplinas…

Goste-se ou não do Acordo, seria de esperar que a sua divulgação começasse exactamente… no sistema educativo…

Mas por cá começa primeiro na imprensa.

Ok.

Entendi-te!

Por causa do novo programa de LP que também não vai entrar em vigor.

Novo Acordo Ortográfico deverá chegar às escolas em 2011-2012

(…)
A ministra respondeu aos deputados que não fazia sentido investir em formação de professores para o Acordo Ortográfico, numa altura em que o país atravessa uma crise financeira, alegando que os docentes serão sensibilizados e terão os recursos necessários à sua disposição.

Para Isabel Alçada, seria «um desperdício» investir em acções de formação.

A ministra considerou que é possível com base em formação escrita disponibilizar aos professores «o suficiente para assimilarem aquilo que é necessário para compreender o Acordo Ortográfico».

Seria bom que se percebesse que há novos programas de Língua Portuguesa, com novos manuais, para implementar no próximo ano lectivo.

Não sendo eu um entusiasta do Acordo Ortográfico fico, porém, como muitas reservas quanto à não simultaneidade da entrada em vigor de todas estas mudanças de forma concertada porque, desse modo, como se faz com os manuais? Trazem a grafia antiga e depois é necessário mudá-los? Trazem já a nova grafia e fazemos por ignorá-lo?

Ministério da Educação não avança com acordo ortográfico no próximo ano

A aplicação do acordo ortográfico nas escolas não vai entrar em vigor no próximo ano, anunciou a ministra da Educação Isabel Alçada, esta manhã, no final da abertura do seminário “O Impacto das Avaliações Internacionais nos Sistemas Educativos”, no Conselho Nacional de Educação, em Lisboa.

AS CONTAS E OS NÚMEROS DO ACORDO ORTOGRÁFICO

(…)
O Governo fez discretamente consultas em 2005, solicitando através do Instituto Camões pareceres a várias instituições: dois pareceres, o do Instituto de Linguística Teórica e Computacional e o da Associação Portuguesa de Linguística (APL), foram tornados públicos aquando da audição parlamentar de 7/4/2008. São pareceres negativos que apontam deficiências graves ao AO. A APL recomenda a suspensão do processo em curso e a não aprovação do 2.º Protocolo Modificativo. Estes pareceres foram tornados públicos, note-se, pelos autores, não pelo Instituto Camões ou pelo Governo. Um requerimento da deputada Zita Seabra permitiu recentemente o conhecimento de todas as entidades contactadas em 2005 e dos pareceres obtidos: há um parecer do Departamento de Linguística da Faculdade de Letras de Lisboa muito negativo, com as mesmas recomendações do parecer da APL, e outro da Academia da Ciências de Lisboa, defendendo a aplicação do AO, redigido por Malaca Casteleiro (MC), autor do AO (!).

O texto é de António Emiliano da Universidade Nova de Lisboa.

Embora a leitura seja recomendável para todos, é óbvio que só satisfará plenamente os críticos do Acordo. E é sempre interessante ler o radicalismo de um conservador.

Como ensinar o Acordo Ortográfico às criancinhas?

Bom dia.

Comunico a abertura do blogue oficial da Petição Manifesto Em Defesa da Língua Portuguesa, Contra o Acordo Ortográfico, no

endereço http://emdefesadalinguaportuguesa.blogspot.com

A petição continua a recolher assinaturas a um ritmo elevado, contabilizando neste momento 48 390 subscritores.

Cordialmente,
José Nunes
Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico
http://www.ipetitions.com/petition/manifestolinguaportuguesa/

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