Domingo, 30 de Agosto, 2009


Primal Scream, Uptown/Beautiful Future

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Este é o 6º episódio da saga épica e grandiosa em cinemascope do Antero.

Ainda hoje comentava com alguém ao final do dia que, se uma rede de creches é algo necessariamente bom, o mesmo não se passa com esta ideologia de armazenar crianças o dia inteiro em espaços destinados a garantir que os pais podem ir trabalhar até cair para o lado.

Sócrates promete rede pública de guarda de crianças

Repito: este modelo de «Estado Social» está nos antípodas daquele que tem caracterizado as sociedades europeias mais avançadas. E não há albino que me desconvença disso.

Carolina Patrocínio satisfeita com o fim da recessão técnica

Na “condição de cidadã atenta e preocupada” com o seu país, a mandatária do PS para a juventude, a apresentadora de televisão Carolina Patrocínio, participou ontem na rentrée do partido e centrou o seu discurso no elogio de duas notícias que atribuiu às medidas do actual Governo: o “fim da recessão técnica” e a “redução do insucesso escolar”.
“Portugal foi objectivamente dos primeiros países a sair da recessão técnica e isto assinala o início da retoma económica”, declarou a mandatária, lendo um papel, no parque municipal de Santa Cruz, que ficou apenas a metade da sua capacidade.
(…)
O PÚBLICO sabe que a apresentadora foi aconselhada a não dar entrevistas, depois de declarações a uma televisão em que dizia que é a sua empregada que lhe tira os caroços das cerejas e que prefere fazer batota a perder.

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A luta pela desigualdade

Sócrates nega a existência de “facilitismo”, o que é um facto se tivermos em conta que, por enquanto, o Estado não distribui doutoramentos por recém-nascidos

A notícia de que as reprovações no ensino “básico” e “secundário” caíram vertiginosamente durante os últimos anos apanhou-me desprevenido. Sinceramente, julgava que o eng. Sócrates e a sra. ministra já tinham conseguido erradicar total e definitivamente tal calamidade, e que a figura do “chumbo” estava hoje restrita às decisões de Cavaco Silva sobre as leis governamentais. Erro meu. Pelos vistos, ainda há alunos que reprovam. Permitam-me uma pergunta: como? Permitam-me agora uma resposta: não é fácil e, em abono da verdade, há que reconhecer os esforços do Governo em sentido contrário, embora no mesmo sentido dos governos anteriores. Se bem se lembram, foi o presente ministério da Educação que alertou para o peso de cada reprovação no sensível bolso dos contribuintes. Foi o ME que transformou a reprovação numa tortura burocrática que Kafka não se atreveu imaginar. Foi o ME que inventou o novo “Estatuto do Aluno”, o qual praticamente ilegaliza as “retenções”. Foi o ME que vinculou a avaliação dos professores e das escolas às notas dos alunos. Foi o ME que deixou alunos com 8 ou 9 negativas “transitarem” de ano. Foi o ME que dissipou a pouca autoridade que restava aos decentes sobre as crianças. Foi o ME que baixou a exigência dos exames nacionais para níveis acessíveis a uma ou, vá lá, a duas alforrecas. Foi, enfim, o ME que criou as Novas Oportunidades de forma a legitimar com diplomas do 9.º e do 12.º anos os analfabetos não legitimados pelo “ensino” tradicional. Perante isto, o eng. Sócrates nega a existência de “facilitismo”, o que é um facto se tivermos em conta que, por enquanto, o Estado não distribui doutoramentos por recém-nascidos. Mas é só isso que falta para consagrar de vez o maravilhoso sistema que, sob o argumento da igualdade, esmera-se em distinguir a criança privilegiada da pelintra: a primeira beneficia da formação familiar, de colégios decentes e do que calhar; a segunda não tem o que a salve do dispendioso atraso de vida que é a escola pública. Termino com um exemplo. Nas suas recomendáveis memórias (A Personal Odissey), o economista Thomas Sowell lembra o ano do liceu em que falhou semanas de aulas devido a doença. Ao regressar à escola, soube que a sua turma beneficiara de uma espécie de passagem colectiva que o obrigava, também a ele, a mudar-se para o ano seguinte. Certo de que não fazia sentido passar de ano sem ter aprendido a matéria do ano anterior, Sowell iniciou (sozinho: filho de pretos pobres, os seus familiares não eram exactamente participativos no “ambiente” escolar) uma pequena batalha com as autoridades do liceu de modo a que o deixassem reprovar. Ganhou. Anos depois, graduou-se em Harvard e na Columbia e tornou-se um dos mais lúcidos intelectuais americanos, felizmente ainda vivo. No Portugal do eng. Sócrates e da sra. ministra, subordinado ao fogo fátuo, nem o raro espírito de Sowell teria hipótese: naquilo a que, por eufemismo ou ironia, se chama a escola democrática, os fracos perdem sempre e perdem tudo. Excepto o ano.

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Mais dados aqui.

Palavras…

Sem enveredar por uma perspectiva histórica da evolução das “ideias”, presente nas palavras que usamos, gostaria de me debruçar apenas no contexto actual, no mundinho da nossa escola.

Que palavras usam a esquerda e a direita quando falam de Educação? ( baseio os conceitos de esquerda e direita no lugar que ocupam as várias forças políticas na Assembleia da República).

A esquerda fala de: inclusão, heterogeneidade, flexibilização, sucesso, escola para todos,…

A direita fala de: responsabilização, autoridade do professor, exigência, rigor, exames,…

E nós, que conhecemos esta realidade por dentro, usamos o bom-senso, quando desmontamos estes conceitos/palavras.

Peguemos em 2 palavras, uma de esquerda e outra de direita.

A esquerda fala de inclusão.

Integrar um aluno com deficiência auditiva ou mental, de moderada a grave, numa turma de 20 e tal alunos com problemas de comportamento e um só professor na turma é inclusão?
Não defendo que alunos com necessidades educativas especiais devam ser excluídos da escola onde a socialização os fará evoluir.
Mas integrar é assunto sério, requer recursos humanos especializados e recursos materiais. De outra forma, o aluno irá sentir-se “abandonado” na selva.
De que forma, a tal inclusão é praticada em tantas escolas do país?
Palavras…

A direita fala de exigência.
Exigência não é um conceito apenas escolar. A nossa cultura tem desvalorizado o esforço, o brio. Quando chegam à escola, muitos miúdos não aprenderam a ouvir um “não”, não distinguem um adulto de um colega da sua idade.
Pode um professor, sozinho, inverter esta ordem de coisas que começa nas famílias e é absorvida,também, pelas imagens da televisão?
Palavras…

Ém minha opinião, esquerda e direita pecam por se inspirarem apenas em teorias.
Acho estranho que não oiçam o que os professores e alunos dizem sobre a escola.

Fala-se muito de auto-avaliações, mas nunca vi o Ministério da Educação avaliar as medidas que implementa.
Seria interessante fazer um questionário a uma amostra significativa de alunos, com uma simples questão. “As aulas de substituição contribuiram para melhorias no teu desempenho escolar?”.

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Professores na rua durante a campanha eleitoral

Associações independentes de professores preparam uma série iniciativas “contra o PS de Sócrates” logo no arranque da campanha eleitoral. Sindicatos preferem esperar pelo novo Governo para exigirem renegociação do estatuto.

As eleições legislativas de 27 de Setembro estão a ser preparadas em pormenor… pelos movimentos de professores, que voltam às ruas logo no arranque da campanha eleitoral, no dia 12. Já os sindicatos parecem preferir esperar pelo resultado da votação para definir estratégias.
(…)
‘Manif’ no dia 12

Ambos os movimentos estão ainda a ponderar a participação numa manifestação convocada também para 12 de Setembro pela Força Emergente, uma associação cívica com fins políticos que se notabilizou por se ter constituído assistente no caso Freeport e ter enviado uma carta ao primeiro-ministro exigindo a sua demissão.

Confirmada está a participação do Movimento Mobilização e Unidade dos Professores (MUP). “É uma manifestação que integra várias forças sociais, vários movimentos cívicos, não apenas de professores”, descreveu Ilídio Trindade, do MUP. “Haverá certamente outro tipo de iniciativas em que vamos participar, mas estamos ainda num período de regresso de férias e só as devemos debater na próxima semana.”

O regresso à via judicial – para suspender o mais depressa possível o ‘simplex’ da avaliação – também está a ser ponderado por outros grupos de professores.

Novas lutas contra o ‘simplex’

A decisão de prolongar o “simplex” avaliativo por mais um ano lectivo, anunciada em Julho pela ministra da Educação, pode gerar nova vaga de acções nos tribunais administrativos para confirmar a ilegalidade de algumas normas do modelo. A possibilidade foi avançada ao DN por Paulo Guinote, autor do blogue “A Educação do meu Umbigo”. “Vamos falar na próxima semana com o gabinete jurídico que nos vai apoiar para estudar essa hipótese”, disse justificando: ” O próprio primeiro-ministro já admitiu que o modelo teria algumas ilegalidades, justificando na altura que se tratava de uma situação provisória. A verdade é que se vai prolongar pelo terceiro ano”, criticou, admitindo também a possibilidade de se voltar a pedir à Provedoria de Justiça que se pronuncie.

Já com isto concordo, porque é um fenómeno/problema social bem mais antigo, sem que nenhuma solução represssiva tenha conseguido mais do que nada.

Não concordo que a prostituição seja sempre uma escolha, mas quantas outras coisas o não são na vida pessoal e profissional de tanta gente. Ao menos que tenha as garantias que têm tantas outras actividades.

“Prostituição deve ser legal”

Alexandra Oliveira, investigadora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, doutorou-se com uma tese sobre a prostituição de rua no Porto, e defende que esta actividade deve ser regulada como qualquer outra profissão.

Ainda bem que é uma mulher investigadora a afirmá-lo. Quando sou eu, sou logo encarado com olhares próximos do punhal e uma reprovação moral evidente.

Esta sim é uma questão fracturante, tão fracturante que nem a esquerda a defende.

Agua