Claramente à espera de melhor ocasião para fazer a apologia do Eu (isso era antes… agora quero mesmo fazê-la).

E então vamos lá (5/Abr/07), que nunca se sabe quando serei obrigado a fazer prova documental (se clicarem até aumenta e tudo) de tudo o que fiz a té hoje e que posso colocar no meu currículo sem receio de me cair algum boato em cima.

Primeiro o Ensino Secundário, dividido entre a anarquia da Secundária da Moita entre os anos 70 e o início dos 80 e a Secundária Alfredo da Silva no Barreiro, para fazer o 12º ano. Nada de escolas bem colocadas em rankings actuais. Daí alguma escassez minha em certas e determinadas matérias mais doutas, mas o ambiente envolvente e de origem é e foi proletário, não há que enganar.

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E depois fui para a Universidade licenciar-me em História para desgosto de alguns professores meus, que achavam que jeito, jeito, tinha mesmo era para Direito. Acho que era porque me achavam algo adepto de um bom litígio. Mas não. Fiz uma escolha segura e por gosto. Sociologia como segunda opção, Comunicação Social como terceira e Antropologia já fora do pódio. Agora imaginem lá que eu entrava em Comunicação Social e acabava como colega de curso do Rodrigues dos Santos? A coisa teria sido engraçada, com os nossos feitiozinhos. Assim mantivemo-nos quase por conhecer e limitámo-nos a jogar futebol em equipas adversárias no torneio da FCSH durante o nosso 1º ano, jogo que perdemos por 6-3, mas apenas depois de uma entrada à Paulinho Santos sobre o então dr. Arons de Carvalho que pontificava como futebolista amador. Caso contrário a derrota tinha sido maior.

E se eu agora fosse jornalista? Brrrrrrrr…… Acho que a minha situação profissional ainda seria mais periclitante do que sendo simplório docente.

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E nada de criticar o meu despenhamento nas notas do 4º ano porque afinal passei a ser trabalhador-estudante e ainda frequentava uma pós-graduação (sim, também tenho mesmo o diploma, só que não aqui…) das primeiras pagas pelo FSE (acabei-a depois de licenciado, por isso foi mesmo pós-graduação). E discuto imenso com os professores. e foi ano de greves. E a mim não me apetecia fazer greves por causa do Ramo de Formação Educacional. E que belas RGA a ser assobiado e quase lapidado por centenas de estudantes em estado de semi-histeria induzida por agentes provocadores da JS e JCP. Foi uma coisa gira, daquelas quase para contar aos netos. Mas lá que a média se ressentiu e a minha popularidade desceu muito junto dos professores mais pró-greve dos alunos a todo o custo e não se raciocina mais sobre isso, lá isso foi verdade. Foi aí que a imagem de antigo perigoso vermelho da Margem Sul se transformou em fama de reaccionário. E a bem dizer sempre mantive as mesmas ideias. Acho que foi por essa altura que o Pacheco Pereira justificou a adesão de um ex-maoísta ao cavaquismo com a sua coerência pessoal perante a mudança do mundo. No meu caso não foi nada disso.

A experiência como docente começou em Março de 1987, exactamente na mesma escola por onde passara como aluno entre 1977/78 e 1981/82. menos de cinco anos depois estava de volta para substituir uma colega em licença de maternidade. Novidade: as ervinhas numa parte do pátio já conseguiam crescer. Horário nocturno. Cinco turmas. Duas direcções de turma como tirocínio. Dois 9ºs anos nocturnos, dois 3ºs anos do Curso geral e um 1º ano do Curso Complementar. Em algumas das turmas, e certamente na do complementar, era o mais novo na sala de aula com os 21 anos com que lá cheguei. Numa das turmas do Curso geral o reencontro com o meu parceiro do 7º ano unificado de há dez anos antes. Mais do que embaraço, a gargalhada no intervalo. Chegando no final do 2º período pouco havia a fazer para além de segurar a situação. Até 1991/92 a docência seria exercida de forma intermitente, intercalada com o desenvolvimento de trabalhos de investigação, uma experiência frustrada como técnico superior de uma autarquia do Portugal quase profundo que me custou dois anos de serviço em troca de quinze meses de aprendizagem de truques políticos não muito sofisticados, e mais um sortido rico de outras experiências, que incluíram uma passagem pelo ensino particular, utilíssima para aprender outro tipo de truques e não ficar com muitas saudades.
A partir de Outubro de 1992, na sequência de concorrer pela primeira vez para o 2º Ciclo do Ensino Básico, o início de uma nova fase que ainda hoje dura, mais sobressalto, menos sobressalto. Num dos primeiros dias, numa aula de 5º ano, habituado que estava aos doidos varridos da minha antiga escola (11 turmas de 9º ano, novamente em regime de substituição, a partir de meio de 1991/92) e de adultos atarefados do ensino recorrente na tal escola privada, o espanto de ver um miúdo a chorar, Ricardo de sua graça que não me irei nunca esquecer, que agora deve andar quase a chegar aos 30 anos.
A chorar? Numa sala de aula? Sem ser o professor’
Estranho!
Toda uma reconversão mental, emocional e pedagógica, em ritmo acelerado.
Pois, estes são ainda pequenitos, é melhor dosear a impetuosidade.
E a reconversão fez-se e dura até hoje, dezasseis anos lectivos depois, um mestrado feito em acumulação com a docência contratada em mini-concurso e em fricção com um dos vultos da nossa praça político-académica, depois de uma passagem fugaz por um outro mestrado orientado com vistas mais curtas para tanto oceano.
Para fechar os anos 90 e o século, mais o milénio, em beleza, uma profissionalização digna de um sorriso, com professores a dar formação sem saberem bem o que é uma escola a sério para cima de quinze ou vinte anos.
Pelo caminho diversas outras ocupações, traduzidas numa dezena de livros publicados, mais umas dezenas de artigos variados em matérias igualmente diversificadamente especiosas da História.
E o início do trabalho com alunos com miúdos problemáticos, em risco educacional ou com necessidades educativas especiais.
Quase por fim, um doutoramento feito por desfastio em História da Educação, mesmo a tempo de medir, em perspectiva histórica, a grandeza ou pequenez dos actores actuais. Tudo entregue antes do prazo, mesmo se gralhado e com o gosto pelo abismo nas palavras do próprio orientador, após três anos de uma equiparação a bolseiro e finalmente a entrada para o quadro de escola em 2005, de modo a regressar ao activo em Setembro de 2006, caindo em pleno turbilhão legislativo e com o receio típico de quem não tem a certeza de ainda saber andar de bicicleta. Mas dizem que quem sabe andar de bicicleta nunca esquece e lá me equilibrei e descobri ao longo das primeiras semanas que afinal até sou mesmo professor. Não sei se suficiente ou bom; irregular certamente porque me incomodam muitas regras. Mas apresentando resultados e aparentando vocação para continuar a lidar com a miudagem mais desarrumada, fruto do treino com os meus colegas do passado. Como se fosse um regresso ao passado, voltar a estar numa sala de aula com pré-adolescentes não muito preocupados aos 13 e 14 anos quanto a saber ler e contar de acordo com o cânone.
Só que agora com o dever de os motivar para tal.
E cá estou.
E continuarei.
Acho eu.
Se me deixarem.

Dezembro de 2008

93 Respostas to “Uma Espécie de Perfil”


  1. E esta página não se muda, ó amigo ?

  2. joaopires Says:

    Ó meu caro…os outros já mereciam saber mais alguma coisita sobre sua excelência, não acha?
    Inventa aí qualquer coisita…


  3. A modéstia só lhe fica bem. desde que continue a escrever tão bem e a raciocinar melhor, pode continuar o perfil que está.


  4. Ah pronto, se até o Paulo Guinote pode ter esta dificuldade, então eu também posso, pronto, está claro… Aliás os bons exemplos é que são para ser seguidos!…:)
    Por outro lado, é tão português…
    Sei lá o que sou! Se calhar nem sou . Além disso mesmo sendo, nada sou…
    Com a americanização e o ‘ europeanpudding’ treatment,é que logo desde criança já se começa a forçar uma cantilena qualquer…

    Mas fora as brincadeiras, concordo com o Afonso Pereira.
    Para quê satisfazer a curiosidade fácil, e dar ainda mais da sua privacidade? Afinal, já nos diz tanto de si, e já sabemos tanto do Paulo pelo seus escritos.


  5. Era fácil colar umas coisas do currículo e um dia não custa nada fazer.
    A História, a docência, algumas digressões e diversas investigações. Umas quantas publicações. Um mestrado em História Contemporânea, um Doutoramento em História da Educação se tudo acabar em bem na respectiva defesa.
    O resto continua a ficar para depois…


  6. Afinal sempre acabei por vir colar umas coisas, pressionado pela actualidade.
    Daqui por uns tempos espero perceber porque me deu para isto.
    Enfim, a interrupção lectiva podia estar a ser melhor aproveitada.
    Lá vou perder uns pontos quando chegar a altura de concorrer para titular.
    😦

  7. Beijokense Says:

    🙂 Afinal também tens um certificado passado a 8 DE AGOSTO!!!
    Eu tenho um parecido, mas não foi passado em Agosto nem assinado por Mª da Conceição – foi pelo próprio Joaquim Filipe, o que sempre é menos suspeito!
    De qualquer modo, o teu é mais valioso, custou 130 paus, mais 15 do que o meu 🙂


  8. Ainda por cima é um dia que, não fossem estes diplomas, teria ponto interesse histórico: http://pt.wikipedia.org/wiki/8_de_Agosto

  9. Olinda Says:

    Eu tenho um certificado de nascimento a 9 de Agosto. Contará pontos?

  10. claudinho Says:

    Eu axo que voces são todos, uns convencidos de merda e que não fazem nada para melhorar o vosso país. Agora se quiserem eu posso dize-lo como vocês diriam: Esteticamente e face ao ecletismo fo foro psicologico e + não sei que paleio e o coixo português vocês são uma merda e nada fazem pelo vosso país.

  11. claudinho Says:

    Se tivessem era certificados do camandro é que era…


  12. Até parece claudinho, que com esse nome faz muito pelo seu país.
    Que é um exemplo de desenvolvimento: collor, sarney, mensalão, congonhas…
    Não fosse o futebol e o Carnaval o que fariam os claudinhos?

  13. mesimoes Says:

    Se o claudinho espetasse aqui o seu mail e o seu nome completo, a sua profissão e isso tudo, então talvez eu sentisse alguma deferência por tal opinião.
    Assim, BATATAS!… anónimos não têm cara… e quem não tem cara, não tem nem vergonha nem humanidade.

  14. Fumo Says:

    É SÓ SHOW OFF NA MERDA DO BLOG. VALE 63 MIL E VAIS VENDE-LO A QUEM?

    TANTA FRUSTRAÇÃO DE SER POBRE!

  15. Fumo Says:

    GANHAVAS MAIS SE TE DEIXASSES ENRABAR…


  16. Alguma frustração especial que o afecta meu caro?
    Alguma fumaça mal processada pelas sinapses?

  17. Carlos Says:

    Realmente é sina tua…

  18. Blauhai Says:

    O que é um claudinho, neste país?!
    Eu arriscaria dizer que é um gajo que ‘sofre’ de um dos 7 pecados capitais, não?!
    Da INVEJA… talvez?!?!?!?

    Gosto do seu blog e da sua atitude.

  19. Joao Leitao Says:

    Parabéns pelo blog altamente informativo. Parece que há tanto a saber, informar neste campo. saudações

  20. mabildatorres Says:

    Vir a este blog já se está a tornar um vício…
    Parabéns pela lucidez com que escreve.

  21. BRUNO DE ALMEIDA Says:

    Descobri hoje(pasme-se)o seu blog, confesso que estou deveras satisfeito com a qualidade dos textos, dos raciocínios, e da postura de combate à irracionalidade. Sei do tempo precioso que estas coisas implicam. Por isso, caro Guinote, os meus parabéns!

  22. AntonioCosta Says:

    ASSINE A PETIÇÃO PELA EFECTIVAÇÃO DE PROFESSORES CONTRATADOS

    VAMOS LUTAR COLEGAS Só assim podemos mudar o abandono a que estamos sujeitos por parte do Estado.
    Força! Juntos havemos de conseguir!

    Assina (nome completo) e divulga junto dos teus contactos. Todas as pessoas com mais de dezoito anos podem assinar, mesmo que não seja professor.

    Assina em:
    http://www.petitiononline.com/20031999/petition-sign.html

  23. jukitas Says:

    Nesses tempos ainda tinha algum valor o seu diploma , agora qualquer um tem um diploma desses. Basta fazer o 9º ano em um mês, o 12º em três meses – matricular-se em Histórica com média de 9,5, “estudar” 3 anos e, já está!! Fácil não?
    A sua classe “de professor” também ajuda a passar os coitadinhos dos alunos que não sabem a matéria… Esquecem-se é que uns são mesmo burros… Portugal será um País com duas classes sociais. Dizem que as democracias funcionam melhor com a população toda formada! É verdade, mas também a população toda formada terá, decerto, discernimento para abolir tal sistema opressor.

  24. -juas Says:

    UMA IDEIA…

    Se a escola fosse séria os professores seriam sérios – os professores fazem-se na escola. O decréscimo de seriedade irá abolir naturalmente o sistema. Os professores não defendem escola nenhuma – defendem os seus interesses. Sentem-se injustiçados, perseguidos, esquecem-se que são às centenas de milhar… porque não criticam as politicas do ensino superior público, não será daí que vêm todos os problemas? Se todos fossemos pilotos de aviões decerto que todos os dias havia acidentes, não? Se têm a coragem e a bondade de aprovarem todos os alunos devem assumir as consequências. Muitos jovens desempregados foram iludidos – o sistema levou-os ao colo e, agora, iludidos, reclamam por uma profissão, profissão essa que num regime sério nunca almejariam. Enquanto os seus colegas continuarem a aprovar alunos que nem ler sabem não vamos longe. A escola pública, na minha perspectiva, meramente formal – garante um acesso universal e tendencialmente gratuito. Por isso não terá que se retirar daí a ideia que terá que aprovar todos os alunos. Os seres humanos são todos iguais independentemente da classe social em que se originam, existem filhos de proletários com interesse em estudar, existem filhos de “burgueses” sem interesse em estudar e, vice-versa… Não se tem obrigatoriamente de aprovar todos os alunos ao abrigo de um sistema social “cego” que trata todos como iguais. A igualdade que se deve considerar é que somos todos iguais em deveres e direitos, somos todos humanos. o sistema de ensino deve acolher todos, deve criar as condições necessárias para o que os cidadãos possam estudar. Quem não tem capacidades ou revela total desinteresse e, isso não possa ser imputado directamente a um professor ou à escola em si, deve , por si abandonar a escola, não deverá andar a ser “levado ao colo” até ao ensino superior. Na história, sabe melhor do que eu, sempre houve classes sociais, as classes sociais são mesmo o que originam materialmente um estado… A constituição, que eu saiba, não garante o 12º ano a todos os alunos. Garante-lhe os meios. Os professores, tá claro, devem ensinar os conteúdos, quem não os aceite que saia do sistema, simples..

  25. bibomedia Says:

    Have a nice day !

  26. Paulo Sena Says:

    Adorei os conteúdos do blog. Discurso directo, sem dúvida.
    Isto merecia um endereço mais fácil de memorizar… Algo do tipo: dot com

  27. Francisco Cavaco Says:

    Penso que te conheço mas não tenho a certeza.
    por acaso não estavas no 3 ano de história quando encetamos a luta pelos estágios pedagógicos.Eu era de Geografia e estava no 3 ano e estava na linha da frente com o Pedro janarra de de história e eu penso que tu eras o outro cabecilha de história e havia mais um tipo penso que era de filosofia.

  28. In temp oral Says:

    Parabéns, Paulo:
    Pela fluidez das ideias, pela lucidez, pela informação actualizada, pela seriedade com que tratas os assuntos e pela dedicação que tens demonstrado.

  29. Rutelê Says:

    Adoro este blog.
    gostava de felicitar todos os professores portugueses, estão de parabéns, pois conseguiram fazer história. Tenho pena de não ter ido a Lisboa, mas a vida familiar não o permitiu ( o mesmo aconteceu a milhares de colegas que não tinham a quem deixar os seus filhos). Mas estamos todos na mesma luta.

  30. akota Says:

    quero agradecer-lhe o imenso favor que me tem prestado. Venho cá diariamente pois este blogue tornou-se para mim uma forma de me manter actualizada.Fui à manif. com grande sacrifício familiar, mas valeu a pena pois voltei feliz e tranquila por ter cumprido um dever.

  31. El León Says:

    Aquilo que sinto leva-me a tentar explicar às pessoas que nem todos somos lanudos e calaceiros hooligans. Assim, sem ainda falar dos nossos alunos, tento encontrar o meu Norte, no meio de tantos desnortes que nos assaltam.
    Permita-me, complete… se achar que vale a pena.

    Mas afinal, porque é que os professores protestam tanto?

    Não existe uma causa única.
    Podemos dizer que é mais um conjunto de gotas que conseguiram saturar toda uma classe que está disposta a fazer-se respeitar.

    Só !

    F.A.Q.

    • É verdade que agora que os quadros das escolas estão mais estáveis, os professores já trabalham mais perto de casa?
    • – Não, muitos professores trabalham a mais de trezentos km das suas famílias, sem terem acesso a qualquer ajuda, e isto durante três anos. A partir do ano que vem, serão quatro anos longe da família.

    • É verdade que ao fim de três anos de ensino, os professores efectivam na escola onde estão colocados?
    • – Não, muitos professores trabalham durante 15 ou mais anos a ensinar, sem chegarem a lugar de quadro, mantendo assim um ordenado muito baixo.

    • É verdade que os professores não querem ser avaliados?
    • – Não, os professores sempre aceitaram ser avaliados, até porque a avaliação de professores é uma prática corrente e já antiga, no nosso sistema de ensino. Poucos recusariam uma prova pública, estou disso convicto.

    • É verdade que um professor licenciado pode avaliar um professor com mestrado ou mesmo com doutoramento?
    • Sim, esta situação poderá ser muito frequente, nos próximos tempos, em Portugal.
    • Só para ter uma ideia, qual é o tempo médio de estudo numa instituição superior de uma licenciatura?
    • – Quatro anos.
    • E de uma licenciatura + mestrado?
    • – Antes de Bolonha (casos mais frequentes actualmente) quatro + três anos.
    • E de uma licenciatura + mestrado + doutoramento?
    • – Antes de Bolonha (casos mais frequentes) quatro + três + quatro ou mais anos na Universidade.
    • Quem estudou quatro anos na universidade vai avaliar quem estudou durante doze anos, na universidade?
    • – Sim.

    • É verdade que um professor de Educação Visual e Tecnológica poderá vir a avaliar um professor de Educação Musical ou de Desenho técnico?
    • – Segundo as regras agora instituídas, sim. Até poderá ser uma prática muito frequente.

    • É verdade que do sucesso dos alunos poderá depender o sucesso do professor?
    • – Sim, qualquer baixa nas notas dos alunos poderá ser fatal na progressão na carreira do professor. Com efeito, por um se perde e por um se ganha, esta situação verificou-se com uma extraordinária frequência nos concursos para professores titulares…

    • É verdade que os sindicatos querem que todos cheguem ao topo da carreira?
    • – Não, os sindicatos pensam que todos os professores que se esforçam realmente deveriam ter reais perspectivas de progressão na carreira, é justo que assim seja.
    .
    • É verdade que o mestrado e o doutoramento catapultam automaticamente o professor/estudante para o topo da carreira, ganhando até seis anos de tempo de serviço?
    • – Não, na quase totalidade dos casos, fazer mestrado ou doutoramento não serve rigorosamente para nada, principalmente no caso de professores com mais tempo de serviço, pois conta meramente como formação e não permite qualquer avanço na carreira.

    • É verdade que uma tese de mestrado ou de doutoramento não é considerada como sendo formação, obrigando assim o professor a fazer mais cinquenta horas de formação anual durante os seus fins-de-semana ou interrupções lectivas?
    • – É verdade, sim, a tese não tem qualquer valor formativo actualmente.

    • É verdade que os professore trabalham 35 horas por semana?
    • – Não, a maioria dos professores portugueses trabalham, neste momento, cerca de 50 a 55 horas por semana. Alguns professores trabalham cerca de 60 horas semanais.

    • É verdade que os direitos dos professores que se inscreveram em mestrados e doutoramentos, antes da aplicação do novo Estatuto da Carreira Docente foram acautelados?
    • Não, os professores mestrandos e doutorandos perderam todo esse trabalho bem como todo os investimentos pessoal, financeiro e familiar feitos até aí e daí em diante. Os professores perderam o direito à progressão pela formação.
    • Assim sendo, vale a pena fazer mestrados e doutoramentos?
    • Não, todo esse investimento está comprometido à partida, a não ser que se esteja mesmo no início da carreira.

    • A formação acumulada (50 horas obrigatórias por ano multiplicados por quarenta anos previsíveis de carreira = pelo menos duas mil horas de formação altamente especializada) dá direito a algum título académico e respectivo reconhecimento remuneratório?
    • – Não, é só mais um item de avaliação bianual e não tem qualquer outra função.

    • É verdade que as aulas de substituição acrescentam algo à formação dos nossos alunos?
    • – Não, os alunos não recebem qualquer benefício ou formação extra por estarem a ser monitorizados por professores que não conhecem, que não são da disciplina que deveriam frequentar no momento ou do nível que frequentam.

    • As aulas de substituição acarretam alguma vantagem para alguém?
    • – Sim, os alunos estão fechados numa sala, não perturbam os colegas das outras aulas e permitem também mais tempo livre para a população activa.

    • Qualquer adulto poderia responsabilizar-se por essas aulas?
    • Sim, os professores consideram que os Encarregados de Educação têm aqui um papel privilegiado a desempenhar, com a sua experiência de Pais e com as suas vivências muito diversificadas: viriam enriquecer sobejamente estas aulas algo estéreis, no presente. Acreditamos que este modelo, importado dos Estados-Unidos irá dar grandes frutos, no futuro.

    • Os professores ainda têm de permanecer no seu posto de trabalho até que a morte por cancro ou por outra causa os leve?
    • – Sim, existem ainda vários casos identificados de professores que apesar de portadores de cancro e outras doenças terminais, se viram obrigados a permanecer no seu posto de trabalho até à morte, apesar de toda a pena e compaixão demonstradas pela nosso Primeiro Ministro, em Agosto último. Notícias vindas a lume vêm confirmar a continuação desta prática por parte de quem avalia as doenças dos professores. A Lei não está a ser cumprida e isto parece não incomodar ninguém. (vide Jornal de Notícias de 11/03/2008.)

    • Qualquer pessoa que tire um curso pode “dar aulas”?
    • – Sim, qualquer licenciado ou bacharel pode “dar aulas” nos centros de formação profissional e estabelecimentos similares, bastando para tal assistir a um curso de ciclo curto (alguns poucos meses). Para ser professor, a formação é muito mais exigente, pois implica uma longa preparação científica bem como uma exigente preparação pedagógica. Já vai longe o tempo em que “dar umas aulas” era o recurso de qualquer licenciado de qualquer área. O tempo dos “paraquedistas do ensino” já passou. Estes já foram destronados pelos detentores de habilitação profissional altamente especializados.

    • Os professores progridem automaticamente na carreira, bastando permanecerem no sistema?
    • – Não, muitos professores poderão nunca mais progredir na carreira, apesar de serem excelentes profissionais. O sistema de cotas de cinco por cento é tão drástico que transforma a progressão na carreira num valor que poderá facilmente aguçar cobiças e engendrar engenhosas arquitecturas, nem sempre favoráveis aos mais capazes.

    * Mestrado em Supervisão Educacional em Línguas da Universidade de Nottingham reconhecido pela Universidade do Algarve.

    * Doutorando em Educação de Pessoas Adultas na Universidade de Salamanca.

    Peço perdão pelo espaço ocupado.

    El León

  32. Maria Bernardo Says:

    Conheci agora este blog… Simplesmente fantástico!!! Onde terei andado? Demasiado ocupada a preparar aulas para “entreter” os meninos do CEF? Não quero acreditar!!! Como foi possível não saber da existência deste blog??!!!???
    Agora vou passar a ser leitora assídua! (Tens alguma prova para a recuperação da falta de assiduidade dos leitores?)
    Maria

  33. Alexandre Says:

    Consultando o D.L. 15/2007 de 19/01, Transição para a nova estrutura da carreira Docente – artº 10º, chego a uma triste conclusão. Pois como exemplo, segundo a antiga Estrutura da Carreira, estaria se não tivesse havido congelamento, no ano de 2015 no 9º escalão no índice 299.
    Com a nova estrutura da carreira (roubo), para chegar ao equivalente ao 9º escalão na melhore das hipóteses, necessito de mais 13 anos, sim mais 13 anos de trabalho. Ou seja equivalência ao índice 299 só em 2028.
    Conclusão: Estamos a assistir a um grande roubo a todos os Professores, e nem Sindicatos nem da Oposição parecem interessados em resolver tão grave problema.
    Façam também as vossas contas…
    Precisamos de ajuda.

    Obrigado.

  34. Rodrigo Says:

    Está interessado em uma parceria?

    http://mestredasletrinhas.wordpress.com

    obrigado

  35. dingo1000@hotmail.com Says:

    Paulo:
    A coisa passou dos limites. Confere aqui o que a inspecção anda a fazer.
    https://www.ige.min-edu.pt/e-atendimento/presentation/queixa.asp

  36. BLOGVIVO Says:

    Gostei muito de seu blog!Parebéns!E faça uma visita lá pelo meu quando puder…

  37. BLOGVIVO Says:

    Gostei bastante do seu site! Parabéns!

  38. MENTALIDADE Says:

    Concordo com seus pontos de vista! Está muito bom!

  39. bluelinks Says:

    Gostei do blogue, há muitas informações de qualidade aqui.
    Parabéns.

  40. Fafe Says:

    Este weblog é um espectáculo! Afinal, até faço aqui um comentário ou outro…

  41. MISA Says:

    Envio um comentário à nossa amiga kota:

    -Amiga nós deviamos ter ido já várias vezes a Lisboa e não só daquela vez em que foram os 100.000.
    VAMOS MAIS VEZES A LISBOA MOSTRAR O NOSSO DESCONTENTAMENTO POR TUDO O QUE SE ESTÁ A PASSAR
    NÃO SÓ CONOSCO MAS COM TODOS!!!!!!!!

  42. .|. Says:

    Devido ao desconhecimento de uma linguagem verbal que contenha adjectivos suficientes para classificar todo o nonjo e repugnância que os atributos deste blog me causam, aqui fica uma mensagem da actual linguagem gestual de formato digital: .|.


  43. O que é “nonjo”?

  44. maria teresa Says:

    Também fiz o curso na Universidade Nova. Filosofia. Mas incauta entrei em 82 e conclui em 86. Estúpida! Devia ter deixado uma cadeirita em atraso pois assim terminaria em 87 e poderia inscrever-me nas Pedagógicas. Não pude. Nem eu nem nenhum colega que terminou no mesmo ano que eu. Puderam, isso sim, os colegas que deixaram cadeiras para trás. E saiu-lhes a lotaria. Desde 87 que a minha relação com o ME é complicada. E com os sindicatos também. Nunca fizeram nada e foi preciso surgir uma Associação de Professores Licencados em História e Filosofia para que o ME nos “concedesse” o “enorme” favor de frequentar um estágio. Já nessa altura era assim: em Dezembro de 91 deixam que alguns professores se inscrevam num “estágio” da Universidade Aberta. Exames em Março!!!! Mas nem uma hora de redução de horário. Tudo com 6 turmitas e 20 horas de aulas.
    É a minha sina!! Em 2007/08 tive horário zero. Fui colocada noutra escola. Este ano mesmo que tivesse horário na minha escola, não regressaria! Um tal de Valter Lemos lembrou-se desta e… pim… fez um despacho!
    Um dia destes habituo-me e quando se fizer alguma coisa com sentido eu não vou perceber!

  45. repolga Says:

    A sua coragem e determinação encontram já uma razão histórica na sua vida. Felicito-o pelo seu percurso e por tudo o que tem feito por nós.

    Um abraço


  46. Maria Teresa,
    Entre em 83 e saí em 87, o ano “famoso”.
    Opus.me desde o início ao enxerto dos Ramos de Formação Educacional tendo tido boas zangas com dois dignos aparatchiks que por lá andavam de Filosofia, um deles nem de propósito chamado Boris.
    Em coerência com essa posição não fiz o RFE e ao contrário de ficar efectivo em 1990 após aprofissionalização, fiquei apenas em 2005.
    Acontece, colega, acontece…

  47. maria teresa Says:

    Paulo Guinote,
    Ter tido zangas com o Boris só abona a seu favor!!
    Não ter feito o RFE por uma questão de coerência e princípios fá-lo ser um homem de honra.
    O meu comentário pretendia sugerir (afirmar, mesmo) que muitas carreiras de muitos professores foram determinadas pelo “azarucho” – o que é inqualificável. Pretendi também mostrar que os sindicatos são ineficazes. Lamento que assim seja mas é!
    No muro da FCSH, há muitos anos, estava escrita uma frase que, cada vez mais, recordo:
    “Não vos inquieteis! É a realidade que se engana!”

  48. Hypathia Says:

    Não, decididamente não!
    O meu perfil não serve, é péssimo… inadequado… inapropriado…
    Dever-me-ia ter apercebido disso há um quarto de século.

    Teria poupado tempo e horas infindas de leituras inúteis,
    de saberes supérfluos,
    de “esquisitices” educativas,
    de escritas perdidas nas folhas daqueles cadernos amarelentos que me invadiram o sótão.

    Teria poupado aqueles pobres neurónios às fórmulas de uma Matemática solitária…
    Teria aproveitado os raios de todos os sóis nascidos,
    o metal de todas as luas…

    Teria sobrevivido às horas de tédio avassalador sem olheiras ou cansaços…
    Teria habituado o pensamento às lágrimas fúteis… não às da escrita dorida que me acompanha…


  49. Ex.mos Senhores
    Pretendo actualizar e completar o meu curriculo vital
    e dei por falta do meu Diploma do 12 ano.
    Não precisso das Notas.
    Quanto me vei costar este servico?
    Na expectativa da Vossa prezada noticia o mais rapidamente possivel.
    Atenciosamente,
    Manuela Chita

  50. Dilar Says:

    Concordo inteiramente com o Paulo, precisamos de ideias inovadoras para continuar a nossa luta com toda a dignidade como a que temos tido. A avaliação é fundamental disso ninguém tem dúvidas, mas sermos tratados como escumalha depois de tantos anos de dedicação a aguentar tudo o que o Sistema nos tem imposto sem pestanejarmos já chega. Somos acusados pelos cidadãos, que desconhecem o que se passa, de facilitadores e de ensinarmos mal. Talvez não fosse má ideia divulgarmos todos os documentos que temos de preencher no ensino básico e mostrarmos o que está a acontecer com a inclusão de crianças deficientes em turmas com 24 alunos e mais. É difícil resumir todos os problemas com que nos deparamos na nossa profissão mas temos que aproveitar o facto de termos despertado finalmente toda a gente para os problemas da educação para divulgarmos tudo o que acontece a um professor. Com todo o respeito pelas pessoas que ensino
    Dilar

  51. António Alves Says:

    O Senhor Doutor Guinote é uma pessoa muito prendada e depois de tantos louvores acima insertos, pouco ou nada tenho a acrescentar. Mesmo assim acho que o futuro lhe reservará grandes responsabilidades nas tarefas da ilustração do nosso proletariado que, como sabe, nessa área é uma lástima. A facilidade com que a direita os mete na algibeira é lastimável. Força Doutor Guinote

  52. vitordlt Says:

    Ninguém explica melhor o ensino que a personagem MAFALDA desenhada pelo QUINO. Criada há uns 30 anos continua atual. E continua atual porque o ensino que ela(a personagem) e ele(o autor)criticam continuam atrasados. Dê uma olhada aqui: http://dirtylittlethings.wordpress.com/2008/11/25/estudo-errado/

  53. agrj Says:

    Ola,

    adoro seu blog!! está em minha lista de links já faz algum tempo!!!

    visite meu blog: http://agrj.wordpress.com e se gostare, divulgue ou coloque em sua lista!!

    []s

    Dinho

  54. Antonio Jose Azedo Tomas Says:

    Em 40 anos de existencia hoje digo ai o meu País o sim é o não o não é o sim, minha querida democracia onde estás tu? para quem não acredita em DEUS, diria lia a biblia em vez das noticias mas pergunto afincamente e em maiusculas; ALGUEM ESTÁ A DAR CONTA DESTA REALIDADE?

  55. Antonio Jose Azedo Tomas Says:

    Parei e vi que meu comentário era pequeno quando perguntei pela democracia, mando eu em mim quando governa meu partido? ora mas que democracia se for de 4 em 4 anos que vida a minha, liberdade de expressão!? fala agora amigo que pagas depois se me agradares vamos beber um copo se me desagradares levas no tótiço mas fala á tua vontade, (tipo publicidade compra hoje paga daqui a trés mêses com juros claro ) e sabemos o que é a democracia!? como posso descrever meu País? se tudo se discute e voltando as costas saiem punhaladas!? entre o bem e o mal tudo são gargalhadas e dizemos temos responsabilidade sabemos o que fazemos pergunto novamente; ALGUEM SE APERCEBE DO QUE SE ESTÁ A PASSAR NA REALIDADE?

  56. Margarida Says:

    Entrei por curiosidade e fui ficando!
    Estou imensamente grata por tudo o que aqui tem sido prestado à causa dos PROFESSORES e da já tão irreconhecível DEMOCRACIA.
    Grata porque ainda podemos contar com PESSOAS, como o Paulo, para não nos deixarmos adormecer enquanto cidadãos de pleno direito e dever.
    Este blog é uma verdadeira “lufada de ar fresco”!

  57. fernanda silva Says:

    Ola colega,
    embora não possa revelar a fonte, tenho em meu poder um parecer , muito interessante, sobre os objectivos individuais. Como posso enviar-lho?

  58. GMClaro Says:

    Saudações e agradecimentos de uma colega de profissão!

  59. Sarah Carrozzini Says:

    me encanta!.. interesante y con cierto humor que me gusta. saludos! =)

  60. fjpuertesgmailcom Says:

    De entre todos los caminos que hay para enseñar sólo el del amor sirve, pues no se puede enseñar a quien no se ama, ni se puede aprender de quien se teme.
    El amor solo por sí enseña, y nos gozamos del recuerdo del amado, de su ejemplo, de su gesto, de su vida; y al gozarnos en él de él aprendemos, a vivir, a hacer, a compartirnos

  61. Pedro vasconcellos Says:

    Pois é tudo muito interessante… Sabiam que os alunos de Educação especial nas nossas Escolas ficam muitas vezes sem Apoio porque os Professores de Educação especial são obrigados a ir fazer substituições de Professores que faltam. Sim isso é verdade principalmente no 1º Ciclo.

    Isto o meu caro Paulo Guinote não fala…!!

    Que Educção Especial é esta?????

    Onde estão as Associções de Pais para defender este tipo de alunoS???

  62. Pinto Says:

    Parabéns.
    Gosto muito do seu blog.
    Não sou professor..mas tenho lido posts com uma reflexão tremenda…e para além disso a sua coragem de dar a cara e o nome são de louvar…
    Parabéns

  63. Joana Says:

    Sempre fui leitora mais ou menos assídua, embora não participasse. Faço-o, ultimamente, porque detesto ver colegas atirarem-se contra colegas. Lutemos pelo fundamental, pois muito há que nos une.

    Quanto a si:
    Verticalidade e coerência. Adjectivos que muitos não podem ufanar-se de ostentar. Admiro sinceramente quem assim procede. Mesmo que, às vezes,não concorde consigo em tudo, “tiro-lhe o meu chapéu”.

    AINDA há gente de carácter em Portugal. Haja esperança, nos herdeiros dum país que “deu novos mundos ao Mundo”.

    Bem haja, Paulo.

  64. O caceteiro Says:

    Fragilidades psicologicas do dr leitao

    O director da drel ja ta a influenciar o inquerito antes dele ser arquivado (como vai ser, claro). Tenta passar a ideia que o professor de fitares não foi precipitado ao suicidio pelo contexto da escola.

    pois pois…

    O dr leitao agora é medico forense. fala com base em afirmaçoes terceiras não provadas embora verosímeis. mas fala demais e mal

    A autópsia psicológica não é uma entidade autónoma . Funciona associada ao corpo médic o-legal. Falamos assim de uma intervenção multidisciplinar. Como estamos no domínio das ciências forenses já toda a gente percebeu que não é um inspector do ME (agente administrativo) que vai poder tirar conclusões para as quais não tem ciência nem competência legal.
    O que ele pode fazer é apurar a existência de eventuais indícios de negligência, dolo, no âmbito disciplinar.

    É uma fraude esperar deste inquérito qualquer conclusão sobre eventuais factores que tenham precipitado o professor ao suicídio.

    E isso é que é grave. Andam a enganar-nos e nós deixamos.

  65. Leilda Chaves Says:

    Ola,
    sera q alguem poderia me ajudar? Estou precisando de algumas informacóes sobre Portugal. Onde posso encontra sobre o numero de horas aulas de quimica ao longo da historia do ensino secundário? Tenho q fazer um gráfico e nao sei onde encontrar, por favor se alguem tiver alguma ideia me diga.
    obrigada,
    Leilda

  66. inocencia Says:

    Propõe-se:

    Escola Dr Luís Vaz do Carmo antiga Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de Fitares

  67. inocencia Says:

    Propõe:

    Escola Dr Luís Vaz do Carmo antiga Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de Fitares

  68. DURA LEX Says:

    DURA LEX Diz:

    Junho 9, 2010 at 12:41 am
    1.º trimestre sobre o suicídio abafado

    Do professor Luís Vaz do Carmo

    Nesta data vai o director regional a Fitares ao Conselho Pedagógico pelas 18h30 ao auditório.

    A hipótese de reabertura do inquérito ao suicídio não está posta de lado.

    Porventura o director regional já leu as mil páginas do inquérito e resolveu por novas diligências.

    Ou não. E vai a Fitares demonstrar a sua solidariedade para com a direcção.

    Poderá nem ser isto. Vai a Fitares porque sim. Por ser politicamente correcto.

    As suas declarações são aguardadas com expectativa local. Porque as recomendações já se conhecem desde 12 de Março, digo, desde a divulgação da decisão.

    A Ministra, aproveitando a boleia do psiquiatra de serviço, matou o inquérito cedo demais. Não se faz assim. É demasiado descaramento.

    Adivinhava-se difícil apurar responsabilidades pessoais. Mas a responsabilidade dos serviços também está prevista na lei.

    Passam hoje três meses sobre o suicídio do professor Luís do Carmo da Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de Fitares.
    Estranhamente ainda não foi nomeada uma equipa multidisciplinar, independente do Ministério da Educação, para investigar se o factor precipitante do suicídio foi o contexto escolar noticiado.
    Esta investigação a ser levada a efeito pelas autoridades judiciárias competentes tarda em aparecer.
    O inquérito meramente administrativo feito por um único inquiridor do próprio ME concluiu que não havia factos que merecessem censura jurídico disciplinar. Mas esqueceu-se que as recomendações feitas não têm forma legal e que correspondem a uma verdadeira repreensão escrita.
    O inquiridor só tinha de instruir o processo . Mais nada. Não estava em causa uma acção inspectiva da IGE .
    O inquérito ou era arquivado ou dava origem a processo disciplinar.
    Artificialismos vários podem estar na origem desta conclusão da IGE subscrita pela DREL.
    Quando o docente participa que é impossível dar aulas por causa do comportamento de um grupo de alunos, dando exemplos dos casos que o indignam reiteradamente, o que se deve seguir?
    Essas participações (verbais ou não) devem dar origem a factos circunstanciados (quem, o quê, quando, onde, como).
    Cabe a quem exerce o poder disciplinar mandar lavrar os factos concretos e promover essa instrução em auto de notícia.
    Aquando da instauração tardia do inquérito o director regional concluiu logo pela fragilidade do professor. Sem ser sequer sob a forma de presunção. Sabia pois que o professor devia ter sido aconselhado e tratado com assertividade, com empatia, com orientação.

    O professor já cá não está para se defender

    A responsabilidade por eventuais inacções pode ser assacada aos serviços, inclusive da drel em sentido amplo, a quem detém o poder de actuação.

    A Lei 67/2007 é claríssima a este respeito.

    Uma coisa é dizer-se que não foram carreados para o processo factos que mereçam censura jurídico disciplinar ou coisa é dizer que não há factos.
    E o inquiridor valorou os factos relevantes para a descoberta da verdade?

    Vamos aguardar

  69. MS Says:

    TANTA HUMILDADE AQUI. ATÉ LACRIMEJEI AO LER.
    SÓ FALTA UMA FOTOGRAFIA DAQUELAS DE BEBÉ NÚ DE ANTIGAMENTE.

  70. Di_Vagar Says:

    Gostei muito do seu Blog (umbigo muito educado sim sr.) ;O)
    Sigo atentamente todos os post.
    Aguardo a sua participação dia 29 em Moura no encerramento da Semana da Comunidade Educativa, (espero mesmo que possa estar presente) precisamos de o ouvir.
    Uma Espécie de Perfil que mais pareceu um olhar de frente :O), assim tipo como quem “dá a cara..toda”
    Parabéns


  71. Adorei este blog.
    Gostaria de dizer que existe muito mais do que futebol e carnaval pelas bandas de cá.
    Parabéns, o teu perfil é fantástico.


  72. […] faço ideia quem é o Paulo Guinote. Depreendo que é professor e que está apreensivo quanto ao futuro do sector onde trabalha. Não tendo gostado das […]

  73. Inês Says:

    Antes de mais os meus agradecimentos por ver uma das minhas opiniões sobre PPC “linkadas”. Mas venho apenas reiterar e reforçar a minha opinião sobre uma das declarações mais tristes (se não a mais), que PPC fez ao final de quase um ano de Governo. Não se diz, nem se pode dizer que nós Portugueses “gostamos de estar encostados a um canto” a trabalhar por conta de outrem. Verdade seja dita, o país não reuniu e não reúne actualmente condições para que haja empreendedores. Não ajuda, não incentiva, não promove, não dá condições para que haja empreendedores. Mas se podemos ser??Claro que sim!E eu aplaudo de pé quem tem a coragem de o fazer, de se aventurar, de gastar o montante total de um subsidio de desemprego, de usar as poupanças (se as tiver), de recorrer ao crédito e ao micro-crédito e “safar-se”.
    Nem quero pensar nos incentivos que o EP dá, porque não pura e simplesmente não existem.
    E reitero o que disse no “post” que me trouxe aqui: a única coisa que este governo fez de útil foi aumentar as pensões mínimas (mesmo sendo um valor irrisório), mas nem foi inciativa de um ministro PSD, foi de um Ministro CDS.
    E PPC fala assim, porque no seu mundo de Jota terá sido deveras empreendedor pelo bem do partido (não das pessoas, do partido).


  74. Caro Paulo,
    Um outro perfil (aliás, coerente com os tempos), o Pefil do Alpinista,

    Era uma vez um homem chamado Alpinista. Nasceu numa terra pequena onde muita gente onde muita gente gostava de praticar, na vida, é claro. Uns conseguiam subir alguma coisa, outros nem tanto, mas tinham pena.
    O Alpinista, foi um rapaz discreto sem de início revelar algumas especiais capacidades ou dotes que o habilitassem ao sucesso, subir na vida. No entanto, tinha alguma capacidade discursiva, era perspicaz e assertivo, conseguia perceber sem grande dificuldade o caminho a seguir e fazia-o de forma convicta.
    Durante a adolescência e olhando para o que se passava naquela terra, tudo o que era lugares importantes eram ocupados de acordo com o aparelho partidário do partido que ocupasse o poder naquela altura e verificando que outros lugares exigiriam um mérito a que ele não acederia, decidiu-se pela via partidária. Analisou a oferta e decidiu-se pelo partido que lhe pareceu com maior probabilidade de ocupar o poder durante mais tempo inscrevendo-se na juventude partidária. Diligentemente o Alpinista cumpria as tarefas que lhe eram cometidas e com a sua capacidade discursiva foi subindo na hierarquia, tendo chegado a um patamar que lhe garantiu um lugar nas listas de deputados em representação da juventude. Entretanto inscreveu-se numa daquelas universidades em que a exigência em certos cursos e para figuras de algum relevo público não é muito grande, mas que, para compensar, as notas são mais altas e passou a Dr. Alpinista. O bom desempenho no aparelho do partido e a fidelidade canina no Parlamento, levaram-no a uma irrelevante Secretaria de Estado durante alguns mandatos. A sua acção, socialmente insignificante, mas partidariamente relevante valeu-lhe, à saída do Governo, um lugar na administração de uma empresa de capitais públicos de uma área que ignorava por completo.
    Alguns, poucos, anos depois o Alpinista reformou-se, retirando-se para uma das propriedade que faziam parte do património que entretanto tinha adquirido e dedicou-se à escrita.
    O livro que produziu, autobiográfico, rapidamente se transformou num enorme sucesso, tem por título, “O Manual do Alpinista”.

  75. bolas pá escapaste de boa se tivesses andado em 1984/85 na alf na tinhas ido pra histéria Says:

    e a Secundária Alfredo da Silva no Barreiro, para fazer o 12º ano. Nada de escolas bem colocadas em rankings actuais. Daí alguma escassez minha em certas e determinadas matérias mais doutas, mas o ambiente envolvente e de origem é e foi proletário, não há que enganar.

  76. tamém tive uma turma que foi prá FCSH tirar geografia devem tar todos desempregados.... Says:

    a alfredo da silva foi de 1994 a 2007 a escola onde ficavam os que não conseguiam lugar na quinta da lomba

    e a escola onde por uma pretensa qualidade se depreciavam as notas dos éleves

  77. Maria Laurinda Oliveira Says:

    Sou professora já aposentada mas sempre atenta aos problemas da educação. Gosto do que escreve e das suas reflexões que seriam,certamente, uma ajuda para os problemas educativos se o MEC lhe prestasse atenção. Estou preocupada com muitos professores dos QE que podem ir para a mobilidade especial apenas porque tiveram o azar de pertencerem àquela escola. No agrupamento ao lado, alguns docentes dos mesmos grupos, com menos graduação, estão livres da mobilidade apenas porque tiveram a sorte de estar naquela escola. Parece-me isto uma grande injustiça!
    Apresento-lhe os meus melhores cumprimentos e estarei sempre atenta a tudo o que escreve.

  78. Carla Ferreira Says:

    Caro Paulo Guinote,
    Sou também colega e seguidora atenta, desde há muito, do seu blog e da pedrada no charco que ele representa no aparente anonimato da nossa carreira. Penso apresentar ao Provedor de Justiça uma queixa nos termos abaixo inscritos. Mas como sou inexperiente neste tipo de reflexões, pedia-lhe que me dissesse da sua sensibilidade (assim como os outros colegas frequentadores deste espaço) para este assunto, pois até pode ser que eu esteja a ver a realidade sob uma perspetiva injusta. Muito obrigada. Eis o teor da queixa:
    A queixa refere-se aos critérios previstos para designação, em cada escola, dos professores que terão eventualmente horário zero e que possam assim ser indicados para mobilidade ou requalificação profissional. O anteprojeto de diploma (anexo) prevê que o critério seja a ordenação seguida para efeitos de concurso nacional (graduação profissional= classificação profissional+anos de serviço). Acontece porém que, dentro de cada escola, existe uma hierarquia definida com base em escalões da carreira, sendo que, naturalmente, algumas funções, como a de avaliador de docentes, apenas possa ser ocupada por docentes em determinado escalão da carreira e que um docente de escalão menor nunca possa avaliar um outro docente de escalão mais avançado. Acontece que certos docentes, pelo seu mérito (avaliação, obtenção de mestrados e/ou doutoramentos, de resto reconhecido por diplomas legais, nomeadamente o Estatuto da Carreira Docente, ultrapassaram outros, progredindo mais rapidamente na carreira e ganhando mais por isso, situando-se em escalão superior, apesar de terem menos tempo de serviço e, por isso, menos graduação para concurso nacional (o concurso não contempla vagas por escalão). Acontece assim que docentes mais avançados na carreira (logo, com mérito superior, o que lhes permitiu avançar) poderão ser colocados em horário zero (mobilidade/requalificação) enquanto os outros, apenas por serem mais velhos (em caso de classificações idênticas) preservarão os seus lugares sem que, por exemplo, seja possível uma avaliação do Diretor, do Conselho Geral ou do Conselho Pedagógico, desrespeitando-se a hierarquia dos docentes num dado agrupamento ou escola, quendo esta é contemplada e consagrada para o exercício de outras funções que o próprio Estado entende por mais exigentes (cf., por ex., o Diploma da avaliação referente ao pessoal docente).
    Por outro lado, outra situação anómala sobrevém, em caso de aplicação o que se encontra plasmado no anteprojeto da mobilidade: quem ganha mais será ultrapassado por quem ganha menos, o que me parece difícil (e porventura ilegal ou mesmo inconstitucional) admitir no quadro geral da função pública.

  79. Paulo Sousa Says:

    Gostaria de lhe colocar umas questões sobre mobilidade interna a titulo pessoal, uma vez que a legislação me confunde. Se possível entre em contacto via email para que possa expor o caso e obter alguma ajuda, uma vez que tudo o que tem feito por aqui me parece bastante útil.


  80. O mail está no frontispício do blogue.

  81. P. Says:

    Pois é, o blog é dos interessantes, tanto, que tem brasileira curiando!


  82. Tudo começa com uma boa história!
    Ou uma estória! Se considerada uma “invenção” brasileira sem necessidade de existir…
    Qualquer história é linda…


  83. Tudo começa com uma boa história!
    Ou uma estória? Se considerada uma “invenção” brasileira sem necessidade de existir…
    Qualquer história é linda…


  84. Tudo começa com uma boa história!
    Ou uma estória? Se considerada uma “invenção” brasileira sem necessidade de existir…
    Pra mim, toda a “história” é linda…

  85. P. Says:

    agora tudo já é história.

  86. P. Says:

    bom, agora tudo já é história. 🙂

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