Se há coisa que me esmorece um pouco é a falta de trabalho e enquadramento crítico que a comunicação social dispensa aos dados estatísticos oficiais da propaganda governamental. Eu sei que são entregues no momento (domingo bem tarde para a edição de 2ª feira) ou então são negados ou adiada a sua entrega até ter passado o maior bruá da manobra mediática.
De qualquer modo, nota-se uma certa falta de um inside knowledge das coisas que permita desmontar em tempo útil algumas das manipulações mais evidentes.
Desde 2ª feira andei mais ocupado com os dados globais e com a tentativa de desmontagem do insucesso no Ensino Básico. Hoje vou centrar-me mais no Ensino Secundário onde se anuncia a descida para metade do insucesso desde 1996/97.
Já ontem julgo ter demonstrado que isto é falacioso, porque foi escolhido para início da série de dados um momento de alta no insucesso pois dois anos – em 1994/95 – o insucesso era quase 15 pontos mais baixos.
Mas tudo bem, vamos assumir até que se tomarmos como referência o ano de maior insucesso (2000/01), o dito cujo desceu de 40% para 18% em cerca de uma década.
Antes de mais há que desmontar este período em dois ciclos: antes deste Governo e com este Governo.
Se o fizermos constatamos o seguinte: de 200/01 a 2004/05 o insucesso baixa de 40% para 30%. De 2005/06 para 2008/09 de 31,7% para 18%. É quase uma duplicação do ritmo, com uma aceleração notória a partir de 2006/07.
Há pois que tentar compreender algo sobre esse ano-charneira de 2006/07 e depois ir em busca do que permitiu manter essa milagrosa retracção no insucesso.
Eu penso ter encontrado dois contributos indesmentíveis para o sucesso das políticas, mais do que para o das aprendizagens.
Comecemos pela estrutura do sucesso no Ensino Secundário em 2006/07:
Se repararmos com atenção, o nível de sucesso nos cursos profissionais e CEF/EFA é bem superior (10 a 20%) ao do Ensino Secundário regular ou geral. Ou seja, as vias que são frequentadas maioritariamente por alunos que têm dificuldades em acompanhar o currículo comum e que, em regra, apresentavam à entrada nestes cursos um historial de maior insucesso com várias repetências, de súbito tornam-se comparativamente melhores alunos do que os seus antigos colegas.
Podemos acreditar que é por causa da vocação para os cursos de jardinagem, restauração, informática e afins. Podemos até reconhecer – sem ironia – que o trabalho com eles é feito com outras metodologias que podem obter melhores resultados (como docente de PCA, sei que é difícil mas proveitoso trabalhar com turmas menores e com currículos adaptados), mas não nos vamos iludir: estes alunos que apresentam níveis de sucesso tão superiores aos que frequentam o currículo normal, dificilmente se terão tornado melhores alunos do que os das turmas regulares. Só que apresentam níveis de sucesso elevados decorrentes da própria forma como as escolas e os professores são obrigados a gerir a avaliação.
Acho ser desnecessário evocar casos concretos de ameaças de inspecção ou visitas de responsáveis regionais do ME quando se verificam níveis de insucesso indesejáveis em algumas destas turmas. Por vezes logo no 1º período. É a verdade, pode não ser a mais conveniente de admitir, mas sabemos que é assim.
Por isso mesmo, a anunciada enorme aposta nestes cursos tem tanto de interessada na qualificação profissional da população como na certeza que quantos mais alunos nestes cursos, mais certo é o sucesso.
Mas nem todos os alunos com problemas de aproveitamento podem, ou estão dispostos a, ser encaminhados para estes cursos, logo haveria que intervir na redução do insucesso também no Ensino Secundário normal.
E isso é feito no início do ano lectivo de 2007/08 com a criação do engenhoso regime de permeabilidade, ou de reorientação do percurso formativo dos alunos, que desde logo se percebeu ser mais um atalho para produzir sucesso.
Na prática, o que o despacho normativo 36/2007 permitiu foi que os alunos pudessem saltitar de disciplina em disciplina, tipo buffet quente e frio, à experiência, podendo desistir e trocar de disciplina quando as coisas corressem mal. Parece uma caricatura mas não é. E ao longo do ano que se seguiu foram feitas ainda quatro adaptações a este regime de permeabilidade.
Claro que nestas condições é quase impossível o sucesso não aumentar. Se os alunos passam a poder reorientar formativamente o seu percurso – leia-se, mudar de disciplinas em busca das que lhes permitem melhores resultados – só por milagre o sucesso não aumentaria de forma significativa.
Tudo bem. O ME apresentou números que parecem dramáticos de quebra do insucesso no Secundário. Houve um editorialista no JN que se interrogava sobre como isto tinha sido possível, se todos os ministros anteriores foram inábeis e incompetentes.
Não propriamente.
Tal como o editorialista em causa (e outros…) e muitos dos jornalistas que trataram este assunto não foram inábeis ou incompetentes para ir em busca de explicações, em vez de apenas ecoarem os números fornecidos.
Apenas não estão a par dos meandros e cordelinhos da produção estatística de sucesso por via legislativa.
Se articularmos a manipulação do ano de partida da série cronológica, a opção pelos cursos profissionais e CEF/EFA com as suas regras muito particulares e as consequências do regime de permeabilidade dificilmente será defensável que – no plano concreto das aprendizagens – este sucesso de 18% tenha um significado dramaticamente diverso do de 21.9% em meados dos anos 90.
Nota das 15.40 – Após a escrita apressada inicial, fiz uma primeira revisão do post, para eliminação dois dislates mais gritantes.
Agosto 26, 2009 at 1:36 pm
Paulo deixo um testemunho sobre a preocupação da estatística é um problema antigo de Portugal.
”
Contuboel, 10 de Outubro de 1966
Chegou há semanas, estava ainda em tratamento em Bissau, uma ordem do comando-chefe, via batalhão de Bafatá, destinada a todas as unidades do mato, sobretudo àquelas prestes a partir, avisando que os soldados que não sabem ler nem escrever terão de embarcar da Guiné pelo menos com o exame do primeiro grau, ou seja, a terceira classe da instrução primária; caso contrário, quando chegarem à Metrópole, não poderão ser desmobilizados e ficarão nas respectivas unidades até concluírem aquele exame. O mesmo acontecerá àqueles que, tendo embora o exame do primeiro grau, saírem daqui sem o diploma do exame da quarta classe. É uma ordem injusta, não por ela em si nem pelo seu alcance, mas pelo facto de estarmos a pouco mais de três meses do regresso e não haver tempo suficiente nem condições psicológicas para uma intensiva preparação escolar dos soldados em tamanho estado de indigência cultural. Por outro lado, também não se percebe muito bem o súbito interesse das hierarquias militares pelos seus homens analfabetos e pelos outros que só têm a terceira classe. Deve ser para dar alimento às estatísticas. O capitão pôs logo mãos à obra, isto é, nomeou alguns voluntários e já se começou há tempos a dar escola. Dois furriéis milicianos e um alferes (eu próprio, que me juntei há pouco), iniciaram então a tarefa de mestre-escola. Garanto que toda a gente irá embarcar com o seu diploma na mão, custe o que custar. Por desmobilizar é que não ficam, não senhor. Era o que faltava, depois de uma comissão desta natureza, permanecerem os pobres coitados retidos no Regimento de Infantaria 15, em Tomar, até completarem os estudos. Os alunos são em número de dez: seis que não enxergam uma letra e os outros quatro pouco mais sabem, pois têm um primeiro grau muito atrasado e esquecido.”
Do blog Luís Graça & Camaradas da Giné
Agosto 26, 2009 at 1:39 pm
Paulo repara como se fabrica o sucesso.
Bafatá, 12 de Dezembro de 1966
Exame dos alunos da Companhia de Caçadores 800. Cometi um acto sacrílego, mas não havia outra escapatória. Sacrilégio maior seria deixar que estes homens ficassem na tropa mais alguns meses, ou um ano, sei lá bem, depois de terem sofrido o que sofreram nesta guerrilha diabólica de nervos e do resto, que foi ainda pior. Falei com a senhora professora, uma cabo-verdiana lindíssima, de fazer refrear a respiração. Disse-lhe da minha justiça e das minhas intenções. Ela, com o seu brio profissional à flor da pele sedosa:
– Não, senhor alferes, não posso consentir numa palhaçada dessa natureza, pelo amor de Deus. – Principiei a seduzi-la e ela foi caindo de tal modo na esparrela, que, quando a convidei a sair da sala de exame, obedeceu, sem pestanejar. Depois. Olha, depois! Depois, encarreguei-me eu próprio de fazer o exame escrito, com caligrafia de principiante, a condizer, dos seis semi-analfabetos, que o tempo de aprendizagem e a disposição de ensinar foram mesmo muito escassos, enquanto os meus camaradas se incumbiram dos restantes. No fim, ficaram todos aprovados e a professora, ao entrar na sala após ter sido avisada de que terminara a prova para lhe entregarmos as respostas, lançou-me uns olhos tão doces, que me deu vontade de lhe tomar lições de qualquer disciplina.
Do blog Luís Graça & Camaradas da Guiné
Agosto 26, 2009 at 2:08 pm
Manipula-se as estatísticas, porque os jornalistas vieram quase todos de áreas humanísticas com fraco ou nulo aproveitamento a matemática, mesmo que aplicada e adequada (vide Métodos Quantitativos ou MACS universitárias) ou permeabilizada. Em suma, os CEF replicam numa dose ainda mais escandalosa, o percurso formativo destes “papagaios”. É tudo farinha do mesmo saco, só que com tamanhos diferentes. E sabe tão bem estar em família…
Agosto 26, 2009 at 2:10 pm
A nível da corrupção o nosso país já não se diferencia muito da Guiné:
Distribuição gratuita de arroz para a população- para os armazéns, para depois ser vendido no mercado negro…
Subsídios da CE para Portugal- distribuídos pelas empresas dos amigos em contratos fantasmas…
É apenas uma questão de dimensão…
Agosto 26, 2009 at 2:15 pm
Agosto 26, 2009 at 2:27 pm
Ou seja, estatisticamente falando, a estatística mente, se nós quisermos.
Agosto 26, 2009 at 2:34 pm
6. Só mente se:
– a interpretarmos mal ou não ter cuidado na sua interpretação;
– não tivermos acesso a grande parte dos dados (por vezes nem é preciso ter todos, também graças à teoria estatística).
E aqui não há nada de estatístico, só determinístico.
Agosto 26, 2009 at 2:40 pm
Excelente trabalho!
Agosto 26, 2009 at 2:44 pm
Concordo com o Pedro Castro.
Agosto 26, 2009 at 2:51 pm
Paulo:
EXCELENTE análise! Parabéns.
Eu que trabalho no Secundário há muitos anos e tenho a “sorte” de ter passado por todos estes tipos de cursos, não posso estar mais de acordo.
E, sim, realmente faz-me alguma espécie como é que jornalistas se limitam a “vomitar” cá para fora os dados do ME sem se darem ao trabalho de fazer o trabalho que o Paulo aqui está a fazer. Vergonha!
Bem-haja, Paulo!
Vou enviar, via mail, para todos os meus contactos.
Agosto 26, 2009 at 3:05 pm
Excelente. Temo que a MFL te convide para o Governo. Ficavas bem a Secretário de Estado da Educação. Ou mais acima 🙂
Nota: embora adivinhe uma forte possibilidade de recusares tão honroso convite, há sempre a hipótese de… Pode ser que…
Agosto 26, 2009 at 3:20 pm
1) Mais outro – eu – a dizer que o trabalho é excelente e a felicitar-te pelo mesmo.
2) A falta de capacidade para estabelecer correlações entre dados estatísticos e as suas eventuais causas, para além de não se questionar a nada inocente selecção da série cronológica e mais uns tantos factores evidenciados pelo texto, dá no que dá: manipulação pura e dura.
3) Claro que correlação não implica causalidade, mas quando a correlação é forte, se formos racionais, deveremos estabelecer nexos causais, tal como o Paulo faz, pois a probabilidade de descobrirmos umas quantas verdades – ainda que desconfortáveis – tende para 1.
4) Daquilo que também intuo (embora as nossas intuições possan falhar, tal como as nossas melhores inferências), até pelo trabalho efectuo no terreno, plausivelmente estaremos pior que em meados da década de 90. Ou, caridosamente, na mesma. É que a acrescentar a isto há que ter em conta também coisas como o nível de dificuldade dos conteúdos programáticos em áreas cruciais como, por exemplo, a Matemática e o Português, que parece vir deslizando suavemente para o vazio, tanto quanto me asseguram colegas competentíssimos nessas áreas e que acompanharam de perto a involução cognitiva nessas áreas, pelo menos da década de 90 para cá.
Agosto 26, 2009 at 3:24 pm
#12
4) tem uns quantos deslizes linguísticos, mas entende-se, creio. Pressas… ou preças 😉
Agosto 26, 2009 at 3:45 pm
#13,
Estive a rever as asneiras mais evidentes de uma escrita matinal apressada, digo apreçada, digo sem preço mas apressada.
😉
Agosto 26, 2009 at 3:46 pm
#11,
Pois… isto é tudo muito dinâmico.
Agosto 26, 2009 at 3:58 pm
Eu só acrescentaria mais um forte motivo para baixar o insucesso no ensino Secundário. Nos últimos anos, principalmente o anterior, os exames nacionais, nomeadamente os de Matemática A, mudaram radicalmente, tornando-se ridiculamente fáceis. Resultado, alunos que se “arrastavam” na escola para conseguir fazer a Matemática, de repente passam todos e saem da escola, contribuindo, sem dúvida, para a melhoria das estatísticas que o ME tanto fabrica.
Agosto 26, 2009 at 4:13 pm
Paulo:
a minha admiração por ti não pára de amumentar. eu, nem para a “pasta da escola” consigo olhar (pu-la num armário de difícl acesso para não ter que a ver todos os dias) venho ao Umbigo depois de uns dias longe de PC´s e deparo-me com este trabalho hercúleo de “análise de dados”!!!??
em Agosto, homem?
ainda te “fazem ministro” e os teus alunos (de certeza) qu não vão achar piada nenhuma….
🙂
Agosto 26, 2009 at 4:14 pm
“amumentar” é que não…
é AUMENTAR, mesmo!!
Agosto 26, 2009 at 5:34 pm
Em relação aos alunos dos CP´s diz o Paulo :
” …estes alunos que apresentam níveis de sucesso tão superiores aos que frequentam o currículo normal, dificilmente se terão tornado melhores alunos do que os das turmas regulares. Só que apresentam níveis de sucesso elevados decorrentes da própria forma como as escolas e os professores são obrigados a gerir a avaliação.”
Convém salientar um pormenorzinho nesta passagem: os professores não são “obrigados a gerir” nada …quase sempre são os horariozinhos que “obrigam”;
E quando caminhamos para metas de 50% de alunos dos CP´s no secundário, a coisa só terá tendência a piorar…
Agosto 26, 2009 at 8:00 pm
Deixem lá o Paulo ser “comentador de sofá”.
Tem feito mais pela desmistificação das mentiras deste governo que muitos camaradas exautos de reunião em reunião. 🙂
Agosto 26, 2009 at 8:04 pm
Concordo com o Pedro Castro, o João Paulo a mariaprof e muitos outros.
Paulo, parabéns pelo excelente trabalho e o ME ficava a ganhar muitíssimo com a tua presença!!!
Agosto 26, 2009 at 8:28 pm
Em Agosto e imparavel. Parabéns pelo excelente trabalho. Isto está a mais de 500h e uma pessoa tem mmontes de coisas para fazer por casa… vem aqui e quase não dá conta do recado.
Agosto 26, 2009 at 8:34 pm
Estudo de professor da Universidade de Londres prova que o novo ECD e o modelo de avaliação de desempenho prejudicam o desempenho dos alunos e inflaccionam as notas
É um estudo académico realizado por um professor de Economia Aplicada da School of Business and Management da Universidade de Londres. O estudo tem o título de Individual Teacher Incentives, Student Achievement and Grade Inflaction. O autor é português: Prof. Pedro Martins. Para além de ser professor na Universidade de Londres, Pedro Martins é “fellow researcher” no Instituto Superior Técnico e no Institute of the Study of Labour, em Bona.
O estudo investigou o impacto das reformas educativas, realizadas, em Portugal, nos últimos 3 anos, no desempenho dos alunos do ensino secundário. O novo ECD, imposto pelo decreto-lei 15/2007, foi incluído no leque de reformas educativas. O estudo baseia-se na informação individual dos resultados dos exames em todas as escolas secundárias portuguesas desde o ano lectivo 2001-02 até ao último ano lectivo completo (2007-08). Utiliza informação disponibilizada pelo Júri Nacional de Exames e que tem sido utilizada para a construção de rankings (por exemplo, aqui e aqui).
Em termos específicos, compara a evolução dos resultados internos e externos (exames nacionais) nas escolas públicas do continente com as escolas privadas e também com as escolas públicas das regiões autónomas. A motivação para esta escolha está no facto de os dois últimos tipos de escolas não terem sido afectadas – pelo menos não com a mesma intensidade – pelas várias alterações introduzidas no estatuto da carreira docente e avaliação de desempenho dos professores. Nessa medida, tanto as escolas privadas como as escolas públicas das regiões autónomas podem servir como contrafactual ou grupo de controlo.
Os resultados indicam uma deterioração relativa de cerca de 5% em termos dos resultados dos alunos das escolas públicas do continente em relação tanto às escolas públicas da Madeira e Açores como às escolas privadas. A explicação dada pelo autor do estudo para este resultado prende-se com os efeitos negativos em termos da colaboração entre professores a partir do momento em que a avaliação de desempenho surgiu associada aos resultados escolares dos alunos (taxas de insucesso e de abandono). Ou seja, os professores começaram a colaborar menos uns com os outros e a partilharem menos os materiais e os conhecimentos. Por outro lado, o aumento da carga burocrática associada à avaliação também poderá ter tido custos em termos da qualidade da preparação das aulas.
Por outro lado, o estudo conclui que a variação em termos dos resultados internos destes mesmos alunos é menor, embora também negativa – cerca de 2% (em contraponto a 5% nos exames nacionais). A diferença entre os dois resultados, que sugere aumento da inflacção das notas, pode explicar-se pela ênfase colocada pelo ECD (decreto-lei 15/2007) e pelo modelo de avaliação de desempenho (decreto regulamentar 2/2008), pelo menos na sua primeira versão (antes da avaliação simplificada) – nos resultados dos alunos (taxas de insucesso e de abandono) como item a ser considerado na avaliação dos professores.
Este estudo é de enorme importância. As conclusões arrasam o novo ECD, o novo modelo de avaliação de desempenho de professores e as restantes reformas educativas introduzidas no ensino secundário. Espero que os jornais e as televisões peguem nos resultados deste estudo. Está tudo neste post, incluindo a versão completa do estudo do Prof. Pedro Martins.
http://www.profblog.org/2009/03/estudo-de-professor-da-universidade-de.html
Agosto 26, 2009 at 8:44 pm
Claro que o trabalho do Paulo merece toda a minha admiração!
Quase que tenho vergonha de apenas contribuir com esta nota,mas…é apenas um pequeno contributo para a compreensão do “admirável aumento do sucesso no ens. secundário” e que não constitui novidade para nenhum prof. Pretendo apenas informar aqueles que não sendo professores por aqui vão passando.
Então é assim: Cursos Profissionais – época de recuperação de Módulos em atraso – época de Setembro – temos apenas 129 “exames” diferentes! Temos alunos que se inscreveram para 46 “exames” !!!! Estes são os alunos que nunca “chumbam”, pois se não obtiverem aprovação agora, continuarão a ter outras oportunidades de “recuperação”! Não sei até quando, mas…espero já me ter reformado!!
Agosto 26, 2009 at 8:47 pm
Agosto 26, 2009 at 9:20 pm
Incríveis todas as tuas contribuições!
Agosto 26, 2009 at 9:40 pm
senhores
que trabalho…..
o simplex deve estar a berrar de frustração…..
Parabéns Paulo, vens com um speed de fazer inveja!
Agosto 26, 2009 at 9:56 pm
O post explica bem os motivos da redução das reprovações. O estatuto do aluno teve efeito ZERO.
Na prática, o que o despacho normativo 36/2007 permitiu foi que os alunos pudessem saltitar de disciplina em disciplina, tipo buffet quente e frio, à experiência, podendo desistir e trocar de disciplina quando as coisas corressem mal. Parece uma caricatura mas não é. E ao longo do ano que se seguiu foram feitas ainda quatro adaptações a este regime de permeabilidade.
Indicar que este regime, na prática, não se aplica.
Agosto 26, 2009 at 9:56 pm
Indicar que este regime, na prática, não se aplica. (sem itálico)
Agosto 26, 2009 at 11:18 pm
«Só que apresentam níveis de sucesso elevados decorrentes da própria forma como as escolas e os professores são obrigados a gerir a avaliação.»
A avaliação e as faltas. Sem provas, arrisco que metade dos alunos dos CEF não frequenta mais de 10% das aulas a todas as disciplinas. Sem consequências. Assim deixa de haver abandono e o sucesso é garantido “à partida”, como diria o outro.
Agosto 27, 2009 at 12:53 am
Todos os alunos são iguais! Mas para o Paulo Guinote, os alunos dos cursos profissionais são MENOS iguais do que os outros. O sucesso dos alunos dos cursos profissionais não é comparável ao sucesso dos alunos NORMAIS!!
O Paulo Guinote reconhece com certeza que são necessários jardineiros, cozinheiros, etc. Mas com um grau académico idêntico ao dos alunos NORMAIS? Blasfémia
Agosto 27, 2009 at 12:58 am
# 31
Afinal, Cara-Linda, os alunos são mesmo diferentes: uns terão direito ao ensino superior e os outros ficarão jardineiros, cozinheiros, pasteleiros, primeiros ministros, etc.
Grau académico? O 12.º ano???
Agosto 27, 2009 at 12:59 am
Não é isso que está em causa.
Poderíamos, realmente, ter cursos profissionais bem estruturados e com uma exigência proporcional ao currículo.
Mas a realidade não é essa!
Como não me apetece escrever de novo sobre isso, vá ao “Simplex” e leia o testemunho que lá deixei sobre a minha experiência com turmas de currículos alternativos.
Se tiver paciência leia alguns posts e comentários deste blogue, onde professores reais relatam as suas experiências reais com CEF, PCA,EFA e Profissionais.
Sucesso, sim, mas real, não fabricado.
Em qualquer nível de ensino, até mesmo com crianças/ jovens com n.e.e, o sucesso só é possível com esforço ( de ambas as partes, professores e alunos.)
Agosto 27, 2009 at 9:24 am
Conclusões subliminares.
Fazendo uma análise muito profunda do gráfico, tendo uma particular atenção à sua forma, podemos facilmente concluir que as setas que estão na vertical apontam para zonas erógenas que, logo que tocadas pela ponta das citadas setas, conduzem ao sussexo. O última seta, paralela à curva do gráfico, pode ser vista como a simulação do orgasmo uma vez que é impossível atingi-lo apenas com dois toques nas zonas erógenas.
Para se atingir o verdadeiro orgasmo são necessárias manobras de fundo.