Pelos vistos, os sindicatos andaram mesmo aos papéis durante muito tempo – já o sabíamos, mas é bom confirmá-lo – e perderam completamente o comboio da contestação ao ME até conseguirem um balão de oxigénio com a manifestação de 8 de Março e depois com o entendimento com o ME.
No fundo, e eu até achei que o entendimento não foi necessariamente negativo e dei-lhe o meu apoio sob reserva, ME e sindicatos queriam era normalizar a situação.
- O ME condescendeu e reconheceu aos sindicatos um papel que lhe negara durante três anos, com o objectivo que eles passassem a enquadrar a acção contestatária multipolar dos professores. Reconhecendo aos sindicatos o direito a estarem presentes em organismos de que antes estariam arredados – substituídos por um Conselho de Escolas que se mostrou meio indócil – o ME precisou dos sindicatos para acalmar os docentes e neutralizar a parte tradicional da contestação.
- Os sindicatos precisaram de ter uma espécie de vitória simbólica para exibir, assim como de recuperar o protagonismo que estavam a sentir ter perdido desde 2005. Incapazes de reagir em seu tempo, os sindicatos uniram-se no sentido de mostrar uma frente única ao ME mas também aos docentes, globalmente fartos do modo de agir de um sindicalismo acomodado, sem imaginação e em risco de ser thatcherizado pela equipa do ME.
Aquilo a que se assiste agora é a uma tentativa dos sindicatos esvaziarem as formas alternativas de organização dos docentes e, nesse sentido, as declarações de João Dias da Silva são bem elucidativas:
Muitos sócios nossos podem ter-se sentido motivados pelos blogues, pelos SMS, pelas mensagens desses movimentos que aliás, durante a contestação, deram um contributo para o reforço do debate entre as pessoas.
(…)
Mas é preciso referir que há diferenças radicais entre o funcionamento dos movimentos informais de cidadãos e os sindicatos. E que, em democracia, a legitimidade da representação dos trabalhadores pertence aos sindicatos e a mais ninguém.
(…)
Não devemos criar confusões com entidades amorfas, que não têm dirigentes eleitos. Prestam contas perante quem? E de quê? Nos sindicatos as opções não resultam de conversas de café ou de encontros na sala de professores, são o resultados de do funcionamento de órgãos constituídos democraticamente.
Vamos lá começar por dar uma pequena dose de anestesia: todos temos direito às nossas opiniões e a defender os nossos interesses, sendo que João Dias da Silva é pessoa que não conheço para além da exposição pública e até me parece ser alguém simpático, afável e com quem se pode tomar um café, desde que não discutamos questões de política educativa e sindicalismo (não é por mim, ele é que diz que isso não interessa). Nada me move contra ele ou a FNE, tirando as opiniões que ele veiculou nos últimos dias.
Por isso vamos lá à marretada mesmo em força, para ver se Dias da Silva e a FNE (mas não só eles) aprendem e/ou percebem alguma coisa do que se passou nos últimos meses, antes de pensarem que o casulo se recompôs e que a carneirada está de volta ao redil:
- Aqui eu mesmo só pertenço ao MIM – Movimento Individual Minimal – e a mais nada. E assim deverei continuar por muitos e bons anos, salvo colaborações pontuais com quem eu me sinta «confortável» em colaborar e vice-versa. De forma voluntária, nenhum sindicato ou organização me representa individualmente, porque a nenhuma organização eu acrescentei o meu nome como associado. E como eu, acho umas boas dezenas de milhar de outros docentes tresmalhados, independentes e não-alinhados.
- João Dias da Silva, com alguma candura e manifesta falta de jeito, afirma que sócios da FNE (e de outros sindicatos) reagiram «durante a contestação» a estímulos vindos de fora do movimento sindical. Ora bem, sem os blogues, os SMS e os movimentos informais as coisas nunca teriam sido o que foram, porque os sindicatos estavam com o traseiro pregado às cadeiras tamanha era a tareia que estavam a levar do ME. Pronto, está dito. Para além disso JDS coloca as coisas como se a «contestação» já não estivesse na fase do «durante». E é aqui que existe um divórcio radical entre a sua atitude e a larga maioria dos docentes. A contestação ainda está no «durante», mesmo se os sindicatos parecem ter ficado cansaditos com a jornada de 8 de Março e agora já estejam mais «confortáveis» novamente nas reuniões em gabinetes do CNE ou ME.
- Em democracia a representação dos trabalhadores não «pertence» a ninguém que não sejam os próprios trabalhadores. JDS parece ter conhecimentos algo simplistas do conceito e funcionamento da «representação» em democracia. Em especial com os sindicatos e outras organizações de inscrição voluntária, a representação não é totalitária. Os sindicatos têm a representação formal dos trabalhadores mas não a esgotam, em especial se os trabalhadores não se sentirem devidamente representados e optarem por outras formas de se manifestar e fazer representar. Lamento muito, mas a FNE representa os seus associados (quantos são, já agora?) de forma directa e mais ninguém. Ponto final. Posso estar enganado mas na FNE andarão, o quê?, 10% de todos os docentes? Corrijam-me se estiver enganado. E o mecanismo da representação «legítima» dos «trabalhadores» não se esgota nos sindicatos, mesmo falando estritamente em termos laborais. Ficamos esclarecidos, ou é preciso elaborar e desenvolver mais?
- Agora a questão de considerar «amorfas» as entidades que JDS associa aos movimentos (in)formais de docentes. Em primeiro lugar, há entidades formais de professores, de que a mais antiga é a ANP. JDS já informou João Grancho de que não pode falar em nome dos professores? Ou a recente APEDE? Eles também têm «órgãos democraticamente eleitos». JDS não sabe disso? Em segundo lugar, «amorfos» andaram os sindicatos durante muito tempo e só sob pressão das «bases» se mexeram para além do estritamente necessário. Julgará JDS que os docentes não sabem da absoluta desorientação que se apossara dos «órgãos democraticamente eleitos» da generalidade dos 163 sindicatos existentes, incluindo os que têm menos sócios inscritos e pagantes que os alunos da minha Escola? E já agora, será que os sindicatos, em vez de se fecharem em conversas internas, não fariam mesmo melhor em descer ás «conversas de salas de professores»? É que a razão do vosso descrédito é acharem-se detentores de uma sapiência extra só porque foram eleitos por uns quantos milhares de docentes e a partir daí podem funcionar sem os consultar. É como os governos que acham que só ao fim de 4 anos os eleitores podem reclamar de alguma coisa. Nesse aspecto a lógica da nomenklatura impera e é transversal a quase todas as organizações «não-amorfas».
Enfim.
Vamos crer que João Dias da Silva disse o que disse porque teve pouco tempo para preparar as suas declarações, estava com pressa e muitos afazeres sindicais e confundiu as coisas. Porque se o que ele disse corresponde efectivamente ao seu pensamento, estamos de volta à estaca zero em matéria de renovação do movimento sindical e a uma enorme confusão quanto ao conceito de «representação» que é imanente dos representados e não posse dos representantes.
Seria bom que não apenas João Dias da Silva mas todos os outros líderes sindicais, incluindo aqueles que 99% dos docentes não conhecem, percebessem o seu papel enquanto «representantes», necessariamente transitórios, de uma parte de um grupo profissional.
E que entendessem que esse seu papel desaparece quando perdem a confiança daqueles que afirmam representar.
Explicar isto de forma mais clara, só se o Antero fizer um desenho.
Maio 11, 2008 at 12:54 pm
Paulo,
Engano em “empossados”. Retirar comentário, p.f.!
Maio 11, 2008 at 2:04 pm
Desgraçadamente, estou completamente de acordo!
Maio 11, 2008 at 2:07 pm
Os sindicatos são os únicos representantes deles próprios, dos ingénuos q continuam a pagar-lhes para serem traídos e, provavelmente, da nova casta de “empossados”.
É na blogosfera q os professores estão a criar uma nova Frente Unida, onde não cabem traidores.
Maio 11, 2008 at 2:12 pm
Pois é ,os sindicatos continuam a decepcionar e por isso muita malta(como eu) se zangou com eles e deixou de contribuir…Infelizmente eles não souberam “traduzir” o movimento de 8 de Março e não perceberam que se não fossem os sms e os blogues, a malta não tinha aderido daquela forma.Ainda não perceberam que estamos fartos da sua inércia? DAAAHH…..
Maio 11, 2008 at 2:23 pm
Caro Paulo
Subscrevo tudo o que afirmas neste “post”. Nas declarações públicas que tenho feito como “porta-voz” (um bocado involuntário) da APEDE, não me cansei de dizer que, se a nossa associação não se constituiu para hostilizar os sindicatos, e se nem sequer pretende ser uma alternativa às organizações sindicais, nem por isso deixamos de entender que os sindicatos não têm o monopólio da representação dos professores. Numa democracia rica e participada (que não é, infelizmente, o caso da nossa), a emergência de uma pluralidade de organizações cívicas ou representantes de grupos socioprofissionais que se auto-organizam só pode ser um sinal de pujança da chamada “sociedade civil”. Querer reduzir esse horizonte plural a meia dúzia de estruturas que se arrogam o direito de esgotar a representação democrática significa apenas a introdução, pouco subtil, de uma pulsão uniformizadora e totalitária. O que, aliás, não deixa de ser irónico vindo de quem vem: do dirigente de um sindicato que pertence a uma confederação surgida precisamente contra o projecto da “unicidade sindical”, projecto tradicionalmente associado à CGTP. Vemos que, afinal, as divergências ideológicas entre os dirigentes sindicais não são assim tão grandes quando se vêem confrontados com realidades organizativas que escapam ao seu controlo. Mas, mais importante do que isso, é tudo o que essas declarações deixam transparecer no que respeita às reais intenções políticas que podem ter estado subjacentes ao acordo que os sindicatos assinaram com o Ministério. Nesse sentido, o teu “post” vai (quase) ao fundo da questão: os indícios são cada vez maiores de que esse acordo visou a desmobilização dos professores, o enfraquecimento dos movimentos espontâneos e desenquadrados que surgiram, e o regresso da classe docente ao tal “redil” de que falas. Com a agravante de que esse redil corresponde a um cenário inteiramente compatível com os desígnios ministeriais! Oxalá que eu me engane, mas tudo aponta para que, no final do próximo ano lectivo, uma imensa rede de coerção e de anestesia cívica tenha sido, entretanto, instalada nas escolas, em grande medida com a cumplicidade dos sindicatos. Acrescento: isso só acontecerá se os professores consentirem e se abandonarem, de vez, a capacidade de se auto-organizar fora das estruturas tradicionais. Capacidade de que deram amplas mostras em todo o processo que desembocou no 8 de Março.
Apenas uma informação para os mais “distraídos”: a APEDE é a sigla de uma associação que dá pelo nome de Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino.
Maio 11, 2008 at 2:50 pm
É o tipo de declaração que corresponde ao tiro no pé. No entanto, os movimentos associativos de professores darão igualmente tiros nos pés se hostilizarem os sindicatos – é isso que o governo pretende. A situação, neste momento, tem que ser gerida com pinças!
Maio 11, 2008 at 3:10 pm
Conclusão: estes senhores dos sindicatos não aprenderam nada… não tivessem sido as reacções individuais , sms, blogues e movimentos dos professores ( onde páram os movimentos???) e…??? mas já voltaram todos para as suas “casinhas” e sentem-se lindamente…
Acho que estas e outras afirmações equivalentes mereciam uma resposta… não devia , caro Paulo, agarrar neste seu texto e enviá-lo ao senhor em causa directamente, porque ele pode não ler este blogue que lhe deve fazer confusão…
Que pensam os comentadores deste blogue?
Maio 11, 2008 at 3:28 pm
Paulo e Mário: completamente de acordo.
Eu nem sabia que este senhor existia. Parece-me que se está a querer chegar à frente, no sentido da declaração do outro (ou seria o mesmo? já não sei nem tenho paciência para verificar)que se lamentou do excessivo protagonismo da fenprof: olhando para cima ele parece dizer “Ó aqui pra mim também a dar porrada neles…”
Quando a fenprof, após aquela espécie de consulta, aprovou a mocão de apoio pré-fabricada e disse que tinha sido uma vitória “esmagadora”, viu-se logo que sentiram um grande alívio porque pensaram que tinham retomado as rédeas e
neutralizado os movimentos autónomos de professores.
Por agora, todos às manifs do dia 17.
Não interessa quem é que as convoca, o que importa é estar presente, sem bandierinhas dos sindicatos, please, thank you.
Até aparecerem outras convocadas por outros movimentos (APEDE ou outros), vamos a estas.
Maio 11, 2008 at 3:31 pm
…esperem: ou este dias da silva faz parte daquela série do Gato Fedorento?
Maio 11, 2008 at 3:38 pm
Paulo…que pena os professores terem dado “boleia” aos sindicatos!…provou-se que os sindicatos precisam dos profesores para se manterem…os professores não precisam dos sindicatos!Sabemos , bem, organizarmo-nos!A mobilizaçao dos professores foi um aviso aos sindicatos…não aprenderem!Porque não dispensá-los de uma vez por todas???Por mim…era já!!!
Maio 11, 2008 at 3:53 pm
lurdes: era o que eles precisavam, mas concordo com o james, para já devíamos ir a estas manifs SEM as bandeiras dos sindicatos, fazer cartazes … e reagir a estas afirmações.
Maio 11, 2008 at 4:01 pm
Vamos lá aceitar o desafio…
mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/2008/05/repto-em-tom-de-desafio.html
Maio 11, 2008 at 4:04 pm
Desculpem a ignorância!Quais são os movimentos que, exceptuando os sindicatos, têm do ponto de vista institucional,possibilidade de negociarem com o ME?
Maio 11, 2008 at 4:04 pm
anahenriques: então que tal?
Maio 11, 2008 at 4:05 pm
Os sindicatos ligados a centrais sindicais (UGT e CGTP), a primeira coisa que fizeram mal que o trio maravilha entrou em (des)funções, foi cilindrar os sindicatos “independentes” que foram quem negociou o anterior estatuto da carreira docente. Por que terá sido!?
Creio que (ainda) estão em Tribunal…(?)
Maio 11, 2008 at 4:07 pm
jteck: o problema está , se calhar, aí; excepto os sindicatos , nenhum outro professor ou grupo pode tre voz junto do Me e , mesmo assim, os sindicatos foi porque … enfim… houve , como é público, cordelinhos …
Maio 11, 2008 at 4:12 pm
Independentemente das muitas reservas em relação às atitudes da PS, parece-me que nada ganhamos com a constante hostilidade para com os sindicatos. O alvo são os sindicatos ou o ME? Quanto aos movimentos cívicos todos são bem vindos e necessários para não deixar acomodar os sindicatos.
Maio 11, 2008 at 4:12 pm
anahenriques: esse movimento não pode ficar pelos blogues, tem que arranjar visibilidade; neste momento, o que não se passa na TV não existe… aliás, o momento , como o tempo, é pardacento: aproximam-se provas disto e daquilo e final do ano lectivo e exames… o verão vai ser de esquecimneto, os porfessores ( bastantes t~em memória curta!)
Maio 11, 2008 at 4:13 pm
jteck: pela minha parte, os sindicatos nem sempre agem com clareza e transparência e agora também andam muito pasmados… acho eu.
Maio 11, 2008 at 4:14 pm
Para (13),
A negociação com o patronato (M.E.) é da competência dos sindicatos. Lei é lei.
Infelizmente os sindicatos instalaram-se e não estão a representar os seus associados (devidamente).
Movimentos cívicos de professores surgiram. Em especial, individualmente as pessoas gritaram “Basta”.
Um grupo de professores entretanto avançou para uma Associação com valor legal e jurídico. ANEPE.
Mas é necessário algo “mais”…
Aglutinador. Mobilizador. Unificador.
Depois logo poderemos avançar para formas (outras) mais estruturadas.
Agora não.
Ainda não é (o) tempo…
O Repto (já) está lançado!
Maio 11, 2008 at 4:19 pm
rendadebilros (18),
Claro que não. Os blogs são indispensáveis mas não chegam…
O repto está-te tb lançado. Ou pensas que não!?
Aqui não ha “ídolos”, protagonismos, todos somos precisos. Os de bem. Sem “umbigos” a não ser os necessários como “defesa individual”.
mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/2008/05/repto-em-tom-de-desafio.html
Maio 11, 2008 at 4:24 pm
rendadebilros: concordo com o que diz!Apesar de ser sindicalizado com muitas reservas desde 1981,(ainda sou daqueles totós que paga as quotas),não sou sindicalista, não tenho contacto com ninguem da direcção, ninguém me encomendou o “discurso” e não defendo o status quo. Penso que muitas situações têm falta de transparência na agenda sindical.Mas, a solução não será certamente criar mais um,já são 15? O próximo por muita utopia que haja, não seria impoluto.Todas as organizações acabam por ter desgastes e fugir aos principios que as deveriam nortear. Portante em termos de divisão já chega!Vamos pressioná-los e de preferência nas assembleias de sócios.
Maio 11, 2008 at 4:39 pm
Também acho que o governo quer acabar com os sindicatos, numa manobra concertada para gradualmente extinguir o ensino público. Uma intenção de acabar de vez com os professores será pouco provável, uma vez que a educação será sempre necessária. Ou será que não é assim tão necessária como pensamos?
Maio 11, 2008 at 4:55 pm
Este é um governo de linha tipicamente “Thatcherista”, que se poder destruir as organizações laborais, falo-á, ou então domesticá-las.Será mais fácil se os representados pelas organizações se afastarem delas. Se se der o colapso, o ME sempre pode criar uma organização fantoche para o simulacro da negociação.
Maio 11, 2008 at 5:00 pm
Aplique-se já um plano de recuperação ao JDSilva….:) será que ele sabe o que é?
Parece que ficou abandonado numa ilha do Pacífico na 2ª Guerra Mundial e regressou agora sem perguntar o k tem acontecido…grande batráquio! rrss
Maio 11, 2008 at 5:01 pm
Pois é!
Há muita gente a “mamar” no orçamento de estado e não são, seguramente, as denominadas corporações 🙂
Até os sindicatos que deveriam REPRESENTAR os seus associados chegaram ao ponto de se representar a si próprios. Enfim, Portugal no seu melhor.
Estou cada vez mais convencido que caminhamos a passos largos para alguma coisa deveras interessante e da qual alguns visionários da nomenklatura começam a aparentar fundados receios.
Veremos o que poderá acontecer na sociedade portuguesa completamente asfixiada pelo estado e por todos quantos se alimentam dele.
Maio 11, 2008 at 5:13 pm
Não concordo com os colegas que afirmam que os professores não precisam para nada dos sindicatos. Acho que nesta diabolização que se faz do sindicalismo falta alguma ponderação e reflexão, que aliás encontramos no texto do Paulo Guinote, mas não nos slogans de alguns comentadores apressados que embarcam numa visão redutora e maniqueísta de uma realidade complexa.
Correndo o risco desagradar a alguns, aqui ficam algumas observações de um professor que é sindicalizado mas nunca foi, não é, nem quer ser dirigente sindical. Que acompanha com interesse os blogs e os movimentos dos professores. Que esteve na manifestação de 8 de Março e noutras, durante os anos de chumbo da primeira metade do mandato de Sócrates, em que quase toda a gente (incluindo muitos professores) gabava a “coragem” e a “determinação” desse pantomineiro que nunca me enganou. E continua a ir às manifestações, com menos gente agora mas onde os dirigentes sindicais continuam a marcar presença. Por isso discordo, nesse ponto, com P. Guinote, pois quem parece “cansadito” é o pessoal dos SMS. O que é pena, pois pelos vistos há quem só se mobilize para agir se receber uma mensagem “personalizada” a convocá-lo…
Algumas pessoas acham que depois da manifestação dos 100 000, o céu era o limite para as nossas reivindicações: que estatuto, avaliação, titulares, ministra, vinha tudo por aí abaixo. Não é verdade. Basta ver as reacções do governo, na altura, e o apoio do PM à “sinistra”. O governo dispôs-se a um “entendimento”, mas não estaria disponível a ceder em toda a linha às pretensões dos professores. Se a Plataforma Sindical rejeitasse a negociação, além de apanharmos com toda a opinião pública a acusar-nos de intransigência, o que faríamos a seguir? A manifestação dos 110 mil? Um dia de greve? A greve às avaliações? A greve de zelo, de que alguns falam sem saber bem o que é? Os que acusam as direcções sindicais de falta de imaginação deviam considerar que o problema maior não é inventar formas de luta, mas sim descobrir quais as que os professores, incluindo os muitos que não são sindicalizados, estarão dispostos a realizar.
Por último, os sindicatos. Há muitos, e para todos os gostos. São organizações humanas e como tal nenhum será perfeito. Mas a verdade é que são, até ver, a melhor forma de organização e defesa colectiva dos trabalhadores dependentes, como é o caso da generalidade dos professores. Àqueles que tudo exigem aos sindicatos começo por lembrar uma coisa muito simples: só têm legitimidade para o fazer a partir do momento em que se sindicalizam e pagam a sua quota para o seu sindicato, seja ele qual for. A independência dos sindicatos começa por aí. Quanto à força que têm, ela decorre de, estando em sintonia com a classe que representam, serem apoiados, pela luta efectiva dos trabalhadores que representam. Ou seja, toca-nos a todos.
Maio 11, 2008 at 6:02 pm
Caro António Duarte: concordo consigo quando diz que os sindicatos são necessários…mas se e só se defenderem os interesses dos professores.
Neste processo dos 100.000 acha que defenderam bem?
O que teria acontecido se a plataforma tivesse esticado um pouco mais a corda – bastariam mais 8 diazecos talvez?
E já se sabe os pormenores de como este “entendimento” foi cozinhado… eles até meteram tudo nos jornais para todos pensarmos que estas coisas só se resolvem “lá muito em cima”… longe dos mortais, portanto.
Também lhe digo que os professores, como classe profissional, nunca tiveram ” marcas sociais” que configurassem um grupo forte, unido, esclarecido até… Mas as coisas estão a mudar porque a base social também está a mudar rapidamente.
Os movimentos sociais são assim…. movem-se!
Maio 11, 2008 at 6:03 pm
Subscrevo totalmente o post e concordo também com o Mário Machaqueiro. Antes da manifestação de 8 de Março deixei por aqui a minha preocupação quanto à apropriação, por parte dos sindicatos, de todo o movimento dos professores. Infelizmente tinha razão. Depois manifestei a minha desilusão e preocupação quando da moção de entendimento. Infelizmente tive razão novamente.
Não concordo com o António Duarte.Não aceito a maneira como em muitas escolas foi “aprovado” o entendimento. Não há honestidade intelectual qundo se diz que noventa e tal por cento de professores o aprovaram! Digam lá o número de professores que se pronunciou em cada escola.
Os sindicatos merecem uma resposta à altura da sua nossa indignação.
Acredito no poder da sociedade civil. Os movimentos criados podem ser uma alternativa – a indignação não tem que ter representantes institucionais. A indignação é de cada um de nós e pertence-nos o direito escolher o modo de de a manifestar.
Maio 11, 2008 at 6:11 pm
sindicatos
é tão simples qt isto:
os sindicatos são as únicas organizações corporativas e institucionais com estatuto constitucional para negociar com o poder (governo). O resto é conversa de mau pagador.
Querem modificar os sindicatos? Sindicalizem-se. Paguem as quotas. (constituam listas opositoras à A, se entenderem) e votem.
Estou sindicalizado com o nº 3xxx num sindicato da FENPROF há n anos (muitos)e há n anos que, para ele, desconto 1% do meu vencimento. Eu tenho legitimidade para nele intervir e para discutir política sindical sem qqr inibição.
Os “movimentos SMS” funcionam como os movimentos cívicos; são úteis para os abanar mas impotentes para dialogar.
Haja coerência e pragmatismo ideológico e/ou idiossincrático.
É fácil ser “calimero” sem contrubuir.
Maio 11, 2008 at 6:13 pm
António Duarte (27),
Acredito nos seus princípios e na sua boa fé.
Mas ao contrário do António, sempre fui sindicalizada e sempre estive presente no movimento sindical, por dentro. E tenho estado (muito) presente desde há 3 anos a esta parte…A dar ideias, a pressionar, a colaborar. Etc.
Neste momento, o António deve estar mais activo na defesa da Educação do que qualquer dirigente sindical dispensado de funções lectivas para (nos) defender e lutar pela defesa da Educação. Considera correcto?
Anda (tudo) a banhos!!!!!! Todos.
Maio 11, 2008 at 6:23 pm
manipulações
tb é fácil afirmar que os sindicatos (particularizo: FENPROF) estão a ser manipulados pelo PCP e pelo BE.
Pois é! Manipulados????! É fácil dizê-lo!
Já ouviram os d’outros partidos apoio às nossas reivindicações?
Leiam as intenções dos candidatos a ponta de lança do PSD ou dos bois dos partidos mais à direita como o PS e CDS e, depois, digam-me da vossa graça.
É fácil dizê-lo??! À poisé!!!
Maio 11, 2008 at 6:25 pm
errata: bóis
Maio 11, 2008 at 6:30 pm
“Explicar isto de forma mais clara, só se o Antero fizer um desenho.”
Já fez. 🙂
Maio 11, 2008 at 6:31 pm
Maria professora (29) De acordo. Aliás uma coisa que me pareceu muito mal no discurso do dias da silva foi aquele desprezo pela opinião dos professores, o olhar de cima para as conversas de café, o debate entre os professores, quamdo isso É A BASE DA DEMOCRACIA, É O QUE A DEMOCRACIA TEM DE MELHOR. Ele e outros talvez quisesse os profs fechados em casa, atulhados em burocracia e a sofrerem sozinhos, com os senhores sindicalistas, a única voz credível, a assastir a reuniões e a assinar papeis por eles…
Só que os tempos mudam, estamos no século xxi, mesmo em casa ou no café podemos contactar com outros professores e mobilizármo-nos. Os sindicatos vêm lá do séc xix. De certeza que, como tudo humano, não vão durar sempre, e, se os dirigentes não abrem os olhos para a realidade, vão durar menos do que pensam. A ausência de sindicatos favorece os governos? Isso logo se verá.
Maio 11, 2008 at 6:33 pm
citizen,
Os sindicatos com pelo 2/3 dos professores no activo em carteira (os sindicatos mantêm todos os contactos de ex-sócios), com estruturas montadas logísticas, de pessoal administrativo e dirigente, com o apoio de (praticamente todos os professores) conseguem durante mais de três anos o que se viu, diga-me que “defendem afinal os sindicatos de professores? O extermínio dos próprios associados!?).
Conhece as sedes, os administrativos, os colaboradores???
E com um capital de uma centena (quase duas) de milhar de professores, com altas qualificações em todas as áreas????????? Era (só) pedirem uma pequena colaboração caso necessitassem, não acha? Os sindicatos têm nas mãos tudo. Não querem? Não sabem? Estão desactualizados?
Não brinque.
Maio 11, 2008 at 6:42 pm
Conhece a sede do SPGL? Lindo edifício. Merecedor de representar a classe profissional com maior peso de formações superiores do país – Os Professores. Só esta sede (edifício) tem a dignidade de uma Ordem Socio-profissional. Muito bem. As organizações que SERVEM os seus propósitos devem ter dignidade institucional.
Eu digo “…que servem…”.
Maio 11, 2008 at 6:52 pm
anahenriques [36]
1º aqui, não brinco;
2º mantenho (sem preocupação de ferir susceptibilidades) a clareza de tudo o que disse em [30] e [32];
3º não estou com paciência para ler nas entrelinhas;
3º fui claro?
Maio 11, 2008 at 6:53 pm
O SPGL é (só) um dos vários sindicatos de professores da fenprof, que é uma federação de sindicatos. Só este edifício tem tanta ou mais dignidade institucional que os edifícios de Ordens como a dos Engenheiros, Arquitectos ou Médicos. Não brinque, citizen.
Conhece a sede e as delegações regionais dos outros sindicatos? Passava-se!
Maio 11, 2008 at 6:59 pm
O argumento, aqui avançado por alguns comentadores, de que só têm legitimidade para criticar os sindicatos os que são sindicalizados assenta numa premissa falsa. Vemos, aliás, as consequências absurdas dessa premissa quando a aplicamos a outras situações: se assim fosse, para criticarmos o PS teríamos de ser militantes desse partido, para criticarmos a Igreja Católica teríamos de ser baptizados e comungar todos os dias, e para criticar o governo teríamos de ser ministros ou secretários de Estado. A única legitimidade para se fazer uma crítica é a que resulta da razão e da consistência dos argumentos. Acontece que a grande maioria dos professores não se reconhecia na acção sindical antes do dia 8 de Março como não se reconhece agora. E há enormes motivos para isso. Se os sindicatos lamentam as baixas taxas de sindicalização entre os professores, só têm de se queixar de si próprios. Os sindicatos só se lembraram de “auscultar” as escolas para ratificar um acordo que, no essencial, já estava mais do que cozinhado nos bastidores. Antes, porém, há quanto tempo não víamos, nas nossas escolas, uma reunião sindical? Além disso, que reconhecimento podem os sindicatos esperar dos professores quando elaboram um acordo que, no essencial, se limita a criar condições para que, no próximo ano lectivo, as escolas implementem tudo aquilo que os profesores recusaram no dia 8 de Março? Quanto àqueles que dizem ser os sindicatos as únicas organizações que podem sentar-se à mesa das negociações com o Ministério, devo dizer-lhes que isso é verdade apenas em parte. Há vários anos atrás fiz parte de uma associação de professores que lutava por uma questão muito específica – uma daquelas questões que os sindicatos, aliás, menosprezavam, apesar de ela afectar umas largas centenas de professores – e foi possível os dirigentes dessa associação terem uma reunião com um dos secretários de Estado do Ministério. A associação não negociou directamente, mas foi aceite como interlocutor e pôde fazer ouvir a sua voz. Com este exemplo, e antes que comecem a acusar-me de estar a querer substituir os sindicatos por outras instâncias organizativas, quero somente chamar a atenção, uma vez mais, para a pluralidade da representação dos professores e para o espaço que a mesma deve ter. Até em termos institucionais. O facto de os sindicatos terem a primazia nos processos negociais significa, tão-só, que eles têm a responsabilidade acrescida de não utilizar essa prerrogativa para servir estratégias político-partidárias quantas vezes afastadas dos interesses reais dos grupos socioprofissionais que eles deveriam representar. Infelizmente, não estou nada seguro de que esse princípio tenha pautado as mais recentes negociações de que tivemos notícia…
Maio 11, 2008 at 6:59 pm
olha quésta!!!
ó anahenriques
a minha única preocupação arquitectónica é com os mamarrachos do 1º
Maio 11, 2008 at 7:01 pm
(38),
Sigo desde a primeira hora o ataque “brutal” que foi feito por este (des)governo ao sindicalismo. Em especial ao dos professores, sabia?
E a Plataforma Sindical, que apoiei e apoio incondicionalmente, foi um parto (muito) difícil.
Que NENHUM sindicato tente dar de “frosques” da Plataforma Sindical.
Maio 11, 2008 at 7:03 pm
Na minha modestíssima opinião, penso que somos todos poucos, por isso teremos de estar sempre unidos.
Embora os sindicatos cometam erros, de avaliação que levaram ao “entendimento” , teremos de ser nós e todos os movimentos a erguer de novo a faixa da luta e rebocar a PS.
Seria bom que os sindicalizados podessem concorrer como alternativa aos órgãos dirigentes dos sindicatos.
Os sindicatos têm de sentir o que cá em baixo se passa e se pensa.
Quanto à FNE, se não levantasse esse problema da representatividade até ficava chocado, sempre quiseram ser mais representativos mas não o são.
Devem não menosprezar os movimentos sociais de professores, e aprender com estes. É importante que novamente haja a união de todos.
Maio 11, 2008 at 7:04 pm
citizen (41),
Ainda bem que (nesse aspecto) estamos de acordo.
Maio 11, 2008 at 7:12 pm
Mário Machaqueiro (40),
Exactamente. Quando as estruturas (já) não representam o que é suposto representarem ou mudam ou outras as irão inevitavelmente substituir.
Digo inevitavelmente porque a “vida” é movimento. Não é estaticismo. O estaticismo é “morte”.
Ninguém, parece, entendeu muito bem “o 8 de Março”. Ou entendeu e quer fingir que não “entendeu”. Uma “nova ordem” está a despoletar na sociedade portuguesa.
Novas lideranças irão despoletar.
Que ninguém duvide.
Maio 11, 2008 at 7:24 pm
Mário Machacateiro [40]
suponho que seja este
http://www.tsf.sapo.pt/online/vida/interior.asp?id_artigo=TSF188713
essa deve ser para mim. Por isso respondo:
1º ninguém lhe “retirou legitimidade para criticar os sindicatos”;
2º “Há vários anos atrás fiz parte de uma associação de professores que lutava por uma questão muito específica – uma daquelas questões que os sindicatos, aliás, menosprezavam, apesar de ela afectar umas largas centenas de professores – e foi possível os dirigentes dessa associação terem uma reunião com um dos secretários de Estado do Ministério. A associação não negociou directamente, mas foi aceite como interlocutor e pôde fazer ouvir a sua voz.”
Tenha a gentileza de dizer qual foi essa associação, há quantos anos, em que circunstâncias, qual o governo e o intermediário?
3º ninguém (eu) o acusou de nada;
4º já sublinhei o importante papel dos movimentos “independentes”;
5º qt à “prerrogativa para servir estratégias político-partidárias quantas vezes afastadas dos interesses reais dos grupos socioprofissionais que eles deveriam representar”, estamos falados m/ comentário [32].
Obs.: creio que o seu Movimento prestaria melhores serviços aos professores se se constituisse como lista alternativa num dos sindicatos.
Pergunta (estúpida): está sindicalizado?
Maio 11, 2008 at 7:36 pm
fernandooliveira [43]
todo e qqr sindicalizado tem a prerrogativa de promover e/ou fazer parte de lista alternativa (só tem que ter as quotas em dia).
Maio 11, 2008 at 7:43 pm
citizen:
O que queria dizer, e a palavra saiu mal, era que , seria bom que os sindicalizados apresentassem listas alternativas.
É claro que desde que tenham as quotas em dia o podem fazer, eu próprio e mais alguns já o tentamos fazer, só que há sempre dificuldade em encontrar pessoal disponível, além de que a zona abrangente do sindicato é quase metade de Portugal…
Maio 11, 2008 at 7:48 pm
Eu, que desconto para um sindicato e tenho simpatia por Dias da Silva, também gosto de conversar coisas sérias no café. Ouvissem os sindicalistas aquilo que se diz no café, nas escolas ou em qualquer esquina e ficariam com melhor conhecimento daquilo que os professores pensam. Ou só se pensa bem nas sedes dos sindicatos? Esta ideia é muito própria dos governantes que desprezam a “rua” onde tudo se passa, desconhecendo a realidade. Daqueles que ouvem apenas assessores(?) “nados” e “criados” em gabinetes com pouca renovação de ar. Continuarei a não hostilizar os sindicatos e a considerá-los imprescindíveis, mas também a valorizar todos os movimentos e todas as pessoas que defendem causas justas e a elas se dedicam com denodo e sacrifício das suas vidas pessoais, como muitas que por aqui andam.
Maio 11, 2008 at 7:57 pm
citizen,
Em nenhum momento li nenhum movimento de professores atacar qualquer sindicato, nem o movimento sindical de professores (bem pelo contrário), antes de mais uma “negociata sindicatos – M.E.”. Como sabe, ou deve saber, a questão da escola é uma questão ideológica, de opção social. Diga-me: que opção ideológica é (de facto) a sua?
Depois falamos.
Maio 11, 2008 at 8:03 pm
“Os sindicatos são organizações humanas”, diz-nos um senhor muito contente por existir.
Como se os campos de concentração também não fossem “organizaçoes humanas”.
Mas como não sou guarda prisional ou torturador, não estarei em condições de criticar os campos de concentração.
Esta lógica nomenklaturista, esta dialéctica de burocrata é o culminar da alienação mental a que chegaram os últimos representantes do capitalismo de Estado, quer no poder, quer na dependência dos aparelhos ideológicos da escravatura assalariada como os sindicatos.
A representação dos sindicatos é tão necessária aos trabalhadores sob o jugo do capitalismo como o culto mariano da NS de Fátima.
Os crentes devem unir-se e rezar neste período de recolhimento e devoção àqueles que nos irão salvar.
Amen.
Maio 11, 2008 at 8:07 pm
Ler!
A Democracia Sindical
mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/2008/05/democracia-sindical.html
Maio 11, 2008 at 8:09 pm
anahenriques
“a questão da escola é uma questão ideológica”
Tem toda a razão! (não confunda com partidária)
como sou frontal e poupado em palavras, digo-lhe que não tenho filiação partidária.
Com a mesma frontalidade lhe digo que voto à esquerda (BE).
Com vergonha lhe digo que, nas últimas presidenciais, votei M. Alegre (pela 1ª e última vez, votei inútil).
Agora converse (não lhe vou pedir os dados solicitados).
Maio 11, 2008 at 8:09 pm
Os dirigentes sindicais têm que ter a agenda dos professores e não a agenda dos partidos onde estão filiados. As manobras de bastidores e alguma promiscuidade entre as direcções dos partidos e os dirigentes sindicais têm destruído a credibilidade do movimento sindical. Os indicadores de que disponho, através de contactos com alguns dirigentes, permitem-me concluir que o “timing” da luta dos professores não estava na agenda táctica pré-eleitoral do PCP, porque este partido entende que o auge de contestação ao governo deveria ter lugar lá mais para o fim do ano civil.
E isto irrita-me profundamente, porque, apesar de estar sindicalizado, sinto que nós filiados nos sindicatos, passamos para 2º plano quando entram em acção a os dirigentes partidários.
Guardo saudades do tempo em que a FENPROF não era filiada na Intersindical!
Maio 11, 2008 at 8:14 pm
fernandooliveira
se estiver sindicalizado no SPRC, poderemos fazer uma “vaquinha” para espetar umas farpas no Mário (o rapaz, parece-me, está a precisar delas).
Maio 11, 2008 at 8:14 pm
Pedro Castro,
Abre os “olhosssssssssssssssssss”
Queres ser moeda de troca ( a tua vida pessoal/profissional e a dos teus alunos e dos teus conterrâneos) para o PCP manter o eleitorado nas autarquias!??????????????????E assim se perpetuar no poder?
Maio 11, 2008 at 8:16 pm
Um colega nosso, vou chamá-lo aqui ao blog, acabou de o fazer!!!!!!!!!!!!!!!!!!!E népias.
Maio 11, 2008 at 8:20 pm
[56] Não entendi a tua insinuação anahenriques. O que eu quero é sindicatos independentes dos partidos. Porque razão tenho que abrir os “olhosssssssssssssssssss”?
Maio 11, 2008 at 8:22 pm
Alvaro,
A moção que apresentaste , há dias no SPGL está por aqui (no arquivo)
criticademusica.blogspot.com/
Entretanto entregaste o cartão de “sócio” do SPGL!!!!!
Maio 11, 2008 at 8:25 pm
citizen:
Nops, estou a sul.
Tal como tu também voto no mesmo.
penso que passamos a segundo plano na agenda sindical.
O que é importante é que os sindicatos aprendam a ouvir os professores, mesmo que seja à esquina de uma qualquer rua.
Maio 11, 2008 at 8:26 pm
Os sindicatos “independentes dos partidos” foram cilindrados, logo no início da entrada do trio maravilha para O M.E., pelos sindicatos “não independentes dos partidos políticos”.
Tente “hablar” (off) com “algum dirigente sindical destes”. Quiçá lhe mostraram (até) o mail enviado para a equipa maravilha (…)
Maio 11, 2008 at 8:28 pm
Ana Henriques
grande papelaço, sim senhora!
Por que tanto empenho na desvinculação dos profs aos sindicatos?
Apresente-me aí uma alternativa bem composta, sff.
Maio 11, 2008 at 8:28 pm
O (meu) comentário 61 é dirigido ao Pedro Castro (51).
Maio 11, 2008 at 8:28 pm
Citizen:
Também vou recorrer aos pontos numerados para lhe responder:
1º) Sim, sou “esse”.
2º) Lamento, mas o seu argumento destina-se mesmo a (querer) retirar legitimidade para criticar os sindicatos. A prova disso é a última pergunta, que reitera o “argumento” por outras palavras. Não é uma pergunta “estúpida”. É apenas a acusaçãozinha típica dos raciocínios chantagistas-estalinistas, do género “quem está de fora não pode criticar quem está dentro”. A minha pergunta, à qual o Citizen não responde, é só: Porquê? Já agora, também não tenho o menor problema em satisfazer a sua curiosidade: não sou sindicalizado. Fui-o por um ano, ao fim do qual enviei um cartinha ao respectivo sindicato (filiado na Fenprof) a indicar a minha intenção de me des-sindicalizar. A razão? Não me sentir devidamente representado na minha condição (na altura) de professor provisório. Os anos que se seguiram só vieram confirmar o bem fundado dessa minha razão. Mas essa é uma história para o ponto que se segue.
3º) O Citizen tem uma curiosidade a meu respeito que me comove. Para a fichazinha que está a redigir aqui vão mais uns dados. A associação de que falei chamava-se Associação de Professores Provisórios com Habilitação Científica, e teve várias reuniões no Ministério, primeiro com a então Directora-Geral da Administração Escolar (nada mais nada menos do que a Conceição Castro Ramos, agora conhecida por outros motivos) e depois numa em que esteve presente um secretário de Estado. Isso aconteceu nos idos de 1992, quando dois ministros passaram pelo Ministério, o Diamantino Durão e o Couto dos Santos (a reunião com o secretário foi já no tempo do Couto dos Santos). Não me pergunte o nome do dito secretário porque já não me recordo (eram dois, um deles conhecido como “especialista” em assuntos educativos, mas os meus neurónios teimam em rasurar o dito nome). O motivo para a constituição dessa associação foi muito simples, e ilustra, aliás, o que os professores podem esperar quando não se auto-organizam e depositam toda a confiança nos sindicatos. A história é um bocadinho longa, mas merece ser contada. Entre 1983 e 1985 houve um número significativo de professores, sobretudo de História e de Filosofia, que concluíram as licenciaturas imediatamente antes de os estágios serem integrados nas faculdades. Começaram a trabalhar com a expectativa de, dado o tempo de serviço entretanto adquirido, poderem “subir” o suficiente na lista graduada dos concursos para realizarem o estágio em exercício. Acontece que, entretanto, começaram a sair os licenciados com estágio integrado que vieram ocupar lugares em quadros de escola, atirando para trás todos aqueles professores que já estavam “no sistema”, mas sem profissionalização. Estes, ainda por cima, estavam vedados de regressar às suas universidades de origem para nelas realizar a referida profissionalização. Dado o facto de as disciplinas de História e de Filosofia serem as mais lotadas de docentes, esperava-nos, portanto, o desemprego depois de estarmos a trabalhar nas escolas por mais de quatro e cinco anos. No ano lectivo de 1991-92 muitos de nós foram parar ao “mini-concurso”, após termos sido colocados nos anos anteriores através do concurso nacional. Esse foi o sinal (definitivo) de alarme. Perante este quadro, o que é que os sindicatos reivindicavam para nós? Uma coisa “fabulosa” de tão irrealista que era: a vinculação imediata para todos os professores que tivessem, pelo menos, dois anos de serviço completo. Como o Ministério não estava, obviamente, na disposição de satisfazer semelhante “exigência”, os sindicatos podiam reiterá-la tranquilamente todos os anos, enquanto nós, de Filosofia e de História, nos enterrávamos cada vez mais. Foi isso que nos levou a formar a Associação acima referida e a desenvolver uam série de acções que permitiram que nos sentássemos com as citadas figuras à mesa da negociação (pois foi isso que, no fundo, acabou por acontecer). O que conseguimos? A profissionalização através da Universidade Aberta (paga do nosso bolso, claro) e o reconhecimento da mesma para efeitos de concurso. Arrisco até dizer que o Quadro de Zona Pedagógica foi, nessa altura, regulamentado para se encontrar um vínculo que respondesse ao facto de haver um número significativo de professores profissionalizados de História e de Filosofia que não podiam ser simplesmente entregues à sua sorte. Repito: se tivéssemos estado à espera dos sindicatos, a esta hora eu não estaria certamente a escrever esta mensagem, porque já nem professor seria.
4º e último ponto) Eu sei o que costuma acontecer às listas alternativas que concorrem à direcção dos sindicatos, e também conheço os procedimentos estalinistas de perpetuação das suas direcções. Pronto, e com esta você já pode completar a sua fichazinha. Vá lá entregá-la ao controleiro para ele lhe dar uma boa pontuação.
Maio 11, 2008 at 8:29 pm
citizen (62),
Para sua informação DESCONTO PARA DOIS SINDICATOS!!!!Todos os meses.
Maio 11, 2008 at 8:31 pm
[61] Ó anahenriques aquilo que me diz não é para mim novidade. Infelizmente! Logo não preciso de abrir os olhos! Temos é que estar alerta. Não acha?
Maio 11, 2008 at 8:33 pm
Pedro Castro,
A resposta era naturalmente o comentário 58.
Maio 11, 2008 at 8:33 pm
Pedro (66),
Absolutamente de acordo.
Maio 11, 2008 at 8:44 pm
Mário Machaqueiro:
Eu sou desse tempo, curso de História, Faculdade de Letras de Coimbra, passei mais de nove anos em contratos, sempre a mudar.
Na altura quando acabei o curso, fui logo ultrapassado pelo que sairam com estágio integrado. Passei para o fundo da tabela,tive de ir para os Açores, foi lá que me efectivei.
Maio 11, 2008 at 9:09 pm
Tem toda a razão,Mário M., se estivessemos à espera dos sindicatos talvez as coisas tivessem sido bem diferentes.Tal como muitos colegas de História fui muito prejudicada e inclusivé paguei o meu estágio na U.A.,sem ter qualquer regalia no horário, pois estava longe de casa, tinha uma criança de um ano e ganhava pouco para tanta despesa…Apesar de tudo andei 10 anos contratada a ver o pessoal com estágio integrado sempre a ultrapassar-nos. E os sindicatos, o que fizeram?
Maio 11, 2008 at 9:41 pm
Este governo escolheu a classe dos professores, para grande instrumento de redução do deficet, e esta serviria para reflectir uma nova politica do ME com fins de conseguir mão de obra mais dócil e controlada.
A revolta aconteceu e ouviram-se vozes:
Holigans, inuteis, previligiados
burgueses, intelectuais de café. O entendimento conseguiu parar esta perigoso atentado à preciosa politica do ME. Vão para casa descansados que afinal estão cá de volta os vossos representantes tratando da vossa vidinha. É claro que vozes discordantes se levantaram, para serem imediatamente apelidadas de anarquistas, afinal tão perigosos como as politicas do ME. Começo a acreditar que como classe atacada fosse a única onde o Governo conseguisse uma vitória tão concludente bastou uns xupas e umas promessas para nos dividir, vieram as diferenças ideologicas à superficie e estragaram a luta toda.
Maio 11, 2008 at 9:55 pm
Mário Machaqueiro
desculpe a ausência
Olhe lá!!
1. não há aqui qqr registo de tenha sido eu a iniciar conversa consigo;
2. se interpretou a pergunta como “acusaçãozinha típica dos raciocínios chantagistas-estalinistas” a conclusão é sua e nem sequer me dou ao trabalho de a comentar porque define bem que a profere;
3. por natureza, não sou curioso e, consequentemente, o M.M. não a despertou (a curiosidade, claro);
4. comove-se com pouco (c/ a curiosidade que não tenho);
5. sobre o “miolo da estória agradeço a informação mas… não nomeou o “intermediário” (fica dispensado). Assim, considerando estas duas peças da sua prosa:
6. “Para a fichazinha que está a redigir aqui vão mais uns dados” e “Pronto, e com esta você já pode completar a sua fichazinha. Vá lá entregá-la ao controleiro para ele lhe dar uma boa pontuação” dou esta troca epistolar por encerrada porque nunca perco tempo qd o interlocutor está inchado de protagonismo e tem a cabecinha formatada e repete…repete aquela velha cassete.
7. fique bem.
Maio 11, 2008 at 10:02 pm
[…] No entanto, achei bem interessante o texto-réplica da Educação do Meu Umbigo. […]
Maio 11, 2008 at 10:11 pm
Os senhores que dizem que não existe alternativa aos sindicatos são os mesmos que já não acreditam em qualquer possibilidade de fazer frente ao Capital.
Os sindicatos tiveram uma razão de existir há 100 anos atrás em Portugal, porque então tratava-se de garantir a inclusão do trabalho assalariado num sistema em desenvolvimento e crescimento, supostamente progressista em termos de progressão das forças produtivas e impulsionador da melhoria das condições de vida da maioria da população.
Hoje em dia os sindicatos são uma força reaccionária e completamente integrada no regime de exploração e alienação do Capital.
Os sindicatos são um instrumento de gestão da força de trabalho tradicional, sobretudo naqueles sectores desprovidos de qualquer capacidade de transformar e revolucionar a sociedade.
A crítica do fetichismo do valor e da mercadoria, a alternativa à sociedade mercantil, não fazem parte do património dos sindicatos.
Os sindicatos funcionam como negreiros ao serviço do Capital, controlando e regulando o valor da força de trabalho no mercado.
Os excluídos, os preguiçosos, os trabalhadores precários, os imigrantes, os deficientes, os inadaptados ao trabalho e os revoltados são uma escória social mal vista pelos sindicatos e pelo poder da Nomenklatura.
Os sindicatos são os kapos da miséria capitalista, organizando os condenados e dividindo os escravos entre aqueles que têm direito à sua protecção e os que não a merecem.
Maio 11, 2008 at 10:26 pm
Disfarcem, estão a ser filmados
O Expresso divulgou um documento elaborado pela Direcção de Planeamento e Controlo da ASAE, enviado às direcções regionais, fixando objectivos de resultados aos seus inspectores para este ano, segundo o qual cada inspector tem que detectar 124 infracções, levantar 61 processos de contra-ordenação que terminem em coimas, abrir oito processos-crime, fechar ou suspender o funcionamento de pelo menos seis estabelecimentos e, por instrução central, fazer, pelo menos, duas detenções de pessoas.
António Nunes, o inspector-geral da ASAE, apressou-se a negar a existência de objectivos quantificados por inspector relativos a contra-ordenações ou processos-crime, mas, pouco depois, a ASAE admitiu publicamente o “engano” e que foi mesmo distribuído pelas direcções regionais um documento “não validado” que aparentemente quantificava objectivos, mas que consistia apenas num ficheiro de trabalho com “resultados previsíveis”. Na era da obediência e da pressão constante sobre os funcionários, tantas vezes injustificável, “resultados previsíveis” tem apenas uma interpretação.
É apenas mais um episódio de uma governação que anda permanentemente a reboque das câmaras de televisão e dos microfones e tem a preocupação de demonstrar a todo o momento que mudou ou fez qualquer coisa. Na Administração Pública, por ser um sector menos mediatizado, os disparates são constantes e não aparecem nas notícias. Só para dar um exemplo, conheço vários casos de organismos públicos em que os motoristas têm como objectivo a redução do consumo de combustível das viaturas que têm sob a sua responsabilidade. O resultado é o de muitas vezes desligarem os motores nas descidas, colocando em perigo as suas vidas e as de quem transportam. São assim as maravilhas da governação Sócrates, da gestão por objectivos e da responsabilidade irresponsável dos dirigentes por si nomeados e recrutados nas fileiras do tal partido que não é populista. Quando a coisa corre mal e o disparate fica à vista de todos, salta a notícia do “engano” ou do “não foi bem assim”. A gestão do objectivo da uma popularidade em alta lá vai resultando.
In:http://opaisdoburro.blogspot.com/
Maio 11, 2008 at 10:55 pm
Embora defensor da importância do movimento sindical, ao relembrar o caso aqui descrito por Mário Machaqueiro e que na altura acompanhei de perto, devo reconhecer que há ocasiões, sobretudo quando estão em causa problemas específicos de determinado grupo, em que a acção sindical se mostra claramente insuficiente. Mas também houve alturas em que outros grupos de professores, fortemente representados em direcções e no activismo sindical, conseguiram levar a luta sindical a contemplar os seus interesses específicos. Daí a importância de agir, não só à margem mas também por dentro dos sindicatos. Sobretudo daqueles que não fogem da “sala de professores”!
Maio 11, 2008 at 11:37 pm
Um dos grandes prazeres de um professor “independente”, livre da “mordaça” do sindicato deve ser conseguir progressos para si através da luta dos outros, a que corresponde, em média, a perda de um dia de salário por ano durante uma carreira de 30 anos. É só fazer as contas. Uns pagam, perdem e lutam toda a vida e não se aborrecem. Outros acham que resolvem os problemas de uma classe, de um dia para o outro, com uma varinha.
Maio 12, 2008 at 12:12 am
Estive ausente dois dias e já estou desactualizado: quem é o Dias da Silva?
Maio 12, 2008 at 12:14 am
fafe: Presidente da FNE.
Maio 12, 2008 at 12:19 am
Não, agradeço, mas não estou disponível.
Maio 12, 2008 at 12:31 am
A FSindical enviou a todos os docentes uma carta onde faz o balanço do que se passou e se fala do futuro.
Está criado um movimento cívico que pretende recolher 35000 assinaturas para obrigar a AR à discussão parlamentar do Estatuto da Carreira.
Acho que estes dois assuntos merecem ser divulgados aqui.
Nem só de troca de mimos e de bombas de ego vive o professor.
__________________________________
Com o devido respeito pelo vírus da gripe das aves: é preciso ser guarda ou torturador para poder criticar um campo de concentração?
Isso que andas a fumar está a fazer-te delirar. É o estadio anterior à subida aos Céus.
Maio 12, 2008 at 1:00 am
PQP os actuais sindicatos! Vergonha na cara ou tr***as!!!
Maio 12, 2008 at 1:05 am
Hum!, o que será um “estadio”?
… zzz …
Já sei, é um estádio sem pala. Génio!
Maio 12, 2008 at 1:05 am
Hehe. Pala era a brincar…
Maio 12, 2008 at 1:29 am
Sempre assinaturas e discussões na assembleia com maioria PS para quê? propaganda politica? caça ao voto (o meu já era, não o vou dar a ninguem) Vamos é para a rua em força isso sim acompanhado as assinaturas(35.000) que até podem ser boa ideia se acompanhadas de uma manif. de acções imaginativas que voltem a fazer pensar os politicos, que façam com o entendimento se transforme em acordo vantajoso para os profs.
Maio 12, 2008 at 1:36 am
Estamos com quantos minutos de jogo após o jogo?
Maio 12, 2008 at 10:46 am
Apelo a que todos os associados dos sindicatos devolvam os seus cartões e parem imediatamente de pagar as quotas. Os sindicatos traíram os 100 mil profs. e só com uma atitude drástica poderão voltar a defender verdadeiramente e sem cobardias os interesses da classe!
Maio 12, 2008 at 11:38 am
A agenda oculta do PCP
criticademusica.blogspot.com/
Maio 12, 2008 at 4:45 pm
Este Dias da Silva não passa de um incompetente que só foi a Lx. porque era escnadaloso não ir. O sindicato que dirige sempre foi especialista em sabotar as lutas dos professores com a antecessora dele cujo nome e aspecto de freira não quero recordar.
Maio 12, 2008 at 5:03 pm
Professorzeca :
concordo. Antes dele era uma Manuela Teixeira?
Maio 12, 2008 at 5:58 pm
Concordo com o pluralismo e com a divergência de opiniões, mas julgo que, apesar disso, há sindicatos a mais. São tantos que até as siglas se confundem. São tantos que até as políticas se confundem. São tantos que até as pessoas se confundem. São tantos… e fazem tão pouco!
Maio 13, 2008 at 12:29 am
Com respeitinho devido a Fafe, não precisas de expor assim a tua ignorância. Olha que aqui escrevem muitos professores e, por cada passo em falso, há sete espadas nuas apontadas ao teu/nosso pescoço.
“Estadio”, embora se defenda que a forma correcta (o que é isso de corre(c)to?) é, em linguagem médico-científica, uma “fase definida ou período de uma doença”. E também encontras a palavra em Piaget, por exemplo. Já não te lembras de Piaget? Andas a fumar com o Vírus da Gripe das Aves?
Se quiseres ficar um pouco mais informado e aproveitares o teu tempo a fazer coisas mais interessantes do que escreveres alarvices auto-punitivas, podes ligar agora mesmo http://www.infocancro.com. Vá, um abraço e deixa de fumar essa porcaria.
Maio 13, 2008 at 12:39 am
Maria Lurdes Rodrigues
Foi professora primária e comunista radical.
A ministra da educação foi professora primária, tirou a licenciatura em Sociologia, no ISCTE, como estudante trabalhadora, aos 28 anos de idade. No curriculum vitae oficial, incluído no portal do Governo, esse facto é omitido. Foi aluna de Raul Iturra. Fez tese de doutoramento com João Freire, o sociólogo a quem encomendou o estudo que esteve na base do novo ECD. O ex-professor de Maria Lurdes Rodrigues, no ISCTE, o prof. Raul Iturra, escreveu um texto muito crítico e irónico em relação à forma de agir da ministra para com os professores. Vale a pena ler e verificar como é que a mente humana é uma “coisa” complexa. Maria de Lurdes Rodrigues foi, na década de 80, uma estudante radical, fortemente influenciada pelo marxismo. Vinte anos depois mostra uma face completamente diferente: intolerante, autoritária e inflexível. Como é que se pode passar, em vinte anos, da extrema-esquerda para a defesa do liberalismo selvagem? Como é que é possível uma antiga professora primária mostrar tanto desamor e desconfiança pelos professores? Como é que uma antiga professora primária pode manifestar tanto desconhecimento sobre a complexidade do trabalho do professor?
Autor desconhecido.
Janeiro 19, 2013 at 11:49 am
[…] um intuito ou suporte disfarçado, não compreendendo que em tempos eu admiti apenas pertencer ao MIM – Movimento Individual Minimal, numa opção umbiguista de desconfiança radical em relação à forma de fuincionamento dos […]