Ontem dei conta da aparente desorientação que tomou conta da imprensa em relação aos números que a propaganda governamental fez sair em torno da avaliação dos desempenho dos funcionários públicos.
Achei aquilo tudo muito estranho, porque nada parecia bater certo com nada. Durante a noite chegou-me uma cópia do material enviado pelo gabinete do secretário de Estado da Administração Interna com os dados relativos a essa avaliação. Julgo que corresponde aos dados que caíram na redacção dos jornais.
E então tudo encaixou.
Observemos o quadro para perceber como a avaliação dos docentes é central em todo este processo e como está a ser manipulada para efeitos de construção estatística de uma realidade virtual para efeitos de propaganda eleitoral.
Repare-se como para o total de funcionários avaliados, o Ministério da Educação contribui com mais de 50% do valor apresentado.
O problema é mesmo esse.
Como é possível que em 2008 se considere que foram avaliados mais de 160.000 funcionários do ME e não foram apenas 25.000, quando sabemos perfeitamente que cerca de 130.000 professores não foram objecto de qualquer avaliação?
A verdade é que sem esse valor, o número total de funcionários avaliados desceria para pouco mais de 150.000, pois também há muitos funcionários da estrutura administrativa do ME que não foram objecto de qualquer avaliação.
O que significa algo muito simples: os dados apresentados são falsos.
Falsos
Falsos
Falsos.
Entendem?
O que está neste quadro é completamente falso.
E ando por aqui em bolandas em busca do link que me mandaram ontem para um post no qual se demonstra a falsidade dos dados apresentados para o próprio Ministério das Finanças, devido à não avaliação em 2008 dos funcionários da DGCI. Só me lembro que, com base nos indicadores apresentados naquela tabela, equivalendo o número de funcionários da DGCI ao 1,2% que se declara não ter sido avaliados, isso significaria que o Min. Finanças teria mais de um milhão de funcionários. O que se passa é que consideram avaliação individual de funcionários, uma avaliação global dos objectivos de um dado serviço de acordo com os QUAR.
Mas encontrei a ligação para um documento que demonstra que o SIADAP só vai começar a ser aplicado na DGCI este ano. Basta, pois, confirmar o número de funcionários da DGCI e perceber que o universo de funcionários a avaliar apresentado (12.662) é uma completa mistificação.
Quanto aos outros Ministérios não sei, mas os casos das Finanças (alegado melhor desempenho) e o da Educação (alegado pior desempenho) são basdeados em dados falseados. Completamente manipulados, amputados, acrescidos, o que quiram chamar.
É a elevação da mentira descarada a discurso oficial do Estado.
E seria bom que isso fosse denunciado, após apurado escrutínio.
E a comunicação social tem essa obrigação, antes de ecoar dados de forma acrítica.
E os partidos da oposição, antes de irem a banhos, poderiam fazer o seu trabalhinho de casa.
Não pode ser apenas a malta dos blogues porque, acreditem, também temos outras coisas para fazer e pouco a ganhar.
Julho 25, 2009 at 12:07 pm
Paulo as mentiras fazem parte de um plano maior…menos educação mais mongos, mais mongos menos pensadores,,menos pensadores mais receptores de todo e qualquer lixo de qualquer género: ideológico, cultural etc…
Julho 25, 2009 at 12:07 pm
Estes dados são mandados cá para fora, porque os gurus da propaganda sabem muito bem que, neste país, a maioria emprenha pelos ouvidos.
Uma mentira, muitas vezes repetida, transforma-se numa “verdade”, embora continue a ser mentira.
Julho 25, 2009 at 12:09 pm
E lá vai mais deste senhor…quantas vezes é preciso dizer que o homem era um visionário….
Bem vou aproveitar o Sol..inté..
Julho 25, 2009 at 12:09 pm
Julho 25, 2009 at 12:09 pm
Julho 25, 2009 at 12:10 pm
Julho 25, 2009 at 12:11 pm
Eu pergunto é onde anda o jornalismo independente e de investigação garante de uma Democracia de primeiro mundo…
Julho 25, 2009 at 12:12 pm
Um abraço Manel…..
Julho 25, 2009 at 12:13 pm
Os maiores culpados do descalabro onde chegou este país é dos jornalistas…vendidos e de calças baixadas para o Poder socrático..
Julho 25, 2009 at 12:13 pm
Livresco dá uma olhada no 1º vídeo..assombroso…
Julho 25, 2009 at 12:22 pm
Julho 25, 2009 at 12:32 pm
Um abraço, Buli.
E boas férias, quando elas chegarem.
Julho 25, 2009 at 12:44 pm
Inacreditável!
Isto já foi mandado para os jornais????????
E outros sítios????
Julho 25, 2009 at 12:45 pm
Paulo, fui eu quem falou dos funcionários das Finanças.
Acrescento que foi o mês passado apresentada uma petição para que mantivessem o vínculo. A generalidade dos partidos interveio favoravelmente à manutenção do vínculo.Sugiro que leia a intervenção da deputada do PS aqui, na pág. 55 do PDF http://www.stimpostos.pt/files/DIARIO%20DA%20AR%20-%203-6-2009%20-%20PETI%C3%87%C3%83O.pdf
Na pág. 54 está a intervenção do deputado do PSD. Por favor leia-as, são curtas.
Em consequência desta petição, tanto o PCP como o BE, cada um por si, apresentaram uma modificação à lei que apenas introduzia uma nova alínea às funções de soberania.
g)GAT grupo da administração tributária
Esta semana foram a votação.
PCP e BE e Verdes-A favor
PSD-absteve-se
PS-votou contra
Perante isto há alguém que me queira convencer a votar PS ou PSD, seja por um ser alternativa ao que temos ou por o outro ser #esquerda”?
Quanto a números:
Repare na notícia do SOL e no uso das palavras para dizer a verdade mentindo, pelo governo.
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=142987
O SIADAP analisou a situação de de 90,2% dos cerca de 331 mil funcionários passíveis de avaliação.
Está a ver o artifício da introdução de “passíveis de avaliação” ?
Os funcionários das finanças não eram passíveis de avaliação. Portanto o senhor disse a verdade mas toda a gente fica com uma ideia diferente daquilo que ele efectivamente disse.
É como se se tivesse feito uma norma em que só pudessem concorrer a vagas nas escolas professores com mais de 50 anos, loiros e com mais de 1,90.
Claro que só haveria uns 5 ou seis e ficavam colocados. Depois viria um secretáriio de Estado anunciar “Tivemos 100% de colocações no concurso. T>odos os professores que concorreram foram colocados.
Julho 25, 2009 at 1:00 pm
A avaliação docente é siadap?
No título do quadro aparece avaliação SIADAP.
Se o pessoal docente de facto não estiver inbcluido, então a questão é mais esta… quantos funcionários não docentes o ministério da educação acha que tem?
185000??? Mais funcionários não docentes que docentes? Ou será que consideram os formandos em cursos profissionalizantes novas oportunidades funcionários avaliados?
De facto, na contabilidade do desemprego eles não entram, e é também um facto que ele recebem o subsidio…
Julho 25, 2009 at 1:07 pm
A notícia acéfala e de pura propaganada do Diário Económico http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=379450 não refere otal “passíveis de avaliação” e foi com base nela que cheguei ao tal número de um milhão. Já a do Sol refere o “passíveis”.
Com jornalistas acríticos, verdadeiros papagaios que reproduzem o que lhes foi dito sem o entenderem, nem procurarem entender, e com o desconhecimento da maior parte das pessoas, é fácil fazer propaganda pelo uso criterioso das palavras usando o “com a verdade me enganas”.
Os trabalhadores dos impostos não foram avaliados pelo SIADAP em 2008 e são perto de 11000. Mais, vão ser avaliados este ano pelo SIADAP apenas por meio ano!
Aportaria que regulamenta essa avaliação é de 24 de Abril de 2009 http://info.portaldasfinancas.gov.pt/NR/rdonlyres/EAA38759-65E2-46FB-8A44-7116F9065456/0/Portaria_437-B-2009.pdf
Julho 25, 2009 at 1:15 pm
Já enviei link deste post para grupos parlamentares do BE e PCP.
Quem tiver endereço electrónico do PSD e CDS, por favor faça o mesmo.
Julho 25, 2009 at 1:16 pm
Julho 25, 2009 at 1:16 pm
#15, tens razão. Que eu saiba, só os conselhos executivos são avaliados pelo siadap. E ainda não foram!!!
Julho 25, 2009 at 1:23 pm
Buli (#10) é o 11?:
Um abraço,
Viva a “Resistência Francesa”!
Julho 25, 2009 at 1:31 pm
Paulo, um acrescento.
A falácia está evidente no quadro que postou. Leia as letras pequeninas:
Universo global de trabalhadores da Administração Centra…- 508900
Potencial de trabalhadores a avaliar-330861-cá está a marosca-só eram passíveis de avaliação 65% dos trabalhadores e só nesses 65% é que houve os tais 90%
Se fizermos contas sem aldrabices temos:
Trabalhadores-508900
Avaliados-298369
Percentagem de trabalhadores avaliados pelo SIADAP – 298369/508900= 58,6%
E repito:
58,6%
58,6%
58,6%
58,6%
58,6%
58,6%
58,6%
58,6% !!!!!!!!!!!!!!!!
Julho 25, 2009 at 1:33 pm
Ao que esta corja chegou! Falamos das letras pequeninas dos contratos de seguro e esta gente também usa letras pequeninas. Pequeninas como a honra deles.
Julho 25, 2009 at 1:35 pm
Não o 11 é sério e põe-nos a pensar..este , o 10 é uma charge relativa ao Vale de Almeida nas listas do PS…
Um abraço Reb…
Leiam este texto um retrato file e sombrio do que é a nossa classe média actual e o que se considera ser rico em PORTUGAL..PATÉTICO…!
Julho 25, 2009 at 1:39 pm
#14,
Obrigado.
Eu já só sabia que tinha lido.
A informação acumula-se e eu começo a ter dificuldade em arrumá-la na cabeça.
Julho 25, 2009 at 1:40 pm
Lido o post e passado o pasmo inicial, enviei, de imediato, o mail abaixo para o grupo parlamentar do PS na AR. Se tantos mails me enviaram no afã de me acalmar e tantos mails enviei a ripostar ( olha, rimei!, cortadas as “relações”, vejamos agora se me contemplam com uma explicação convincente.
“Será que me podia explicar o que li neste link? “Mentira do Estado” :
https://educar.wordpress.com/
Faz pena ver um partido, outrora credível, a afundar-se em manipulações de números, a não ser que a coluna dedicada ao ME tenha a ver com pessoal não docente. É aqui que reside a minha dúvida. Um povo esclarecido será sempre um povo comprometido com os desígnios da nação. Façamos da honestidade intelectual e da transparência lemas desses mesmos desígnios.
Com os meus melhores cumprimentos
Célia Abreu “
Julho 25, 2009 at 1:46 pm
digo ..fiel…
Julho 25, 2009 at 2:11 pm
Falta o PSD e o CDS.
Enviem, por favor…
Julho 25, 2009 at 2:12 pm
#21, toda a razão!!
É incrível a falta de vergonha destes tipos!!
Julho 25, 2009 at 2:13 pm
Com o engodo de uma mentira, pesca-se uma carpa de verdade
Shakespeare , William
Julho 25, 2009 at 2:16 pm
já descobri o endereço. Já enviei.
Julho 25, 2009 at 2:18 pm
a indignação foi dando lugar à náusea.
já nem consigo reagir.
Julho 25, 2009 at 2:19 pm
Julho 25, 2009 at 2:20 pm
Convém enviar tb para jornais e televisões…sobretudo TVI e ao Manuel Alegre.
Vamos encher-lhes as caixas de mail com esta informação…chega de mentiras, PORRA!
Julho 25, 2009 at 2:30 pm
A verdadeira mentira é ele não assumir quem é e precisar de disfarçar com Câncios e afins…na Holanda até o líder de extrema direita assumiu e não veio daí mal ao mundo…
Julho 25, 2009 at 2:32 pm
Bem vou à Fnac beber uma café e evadir-me um pouco deste estrume de país á beira esgoto plantado…
The force be with us…
Julho 25, 2009 at 2:49 pm
resta saber se não há um consenso nacional em torno da mentira, de Estado ou outra…
Julho 25, 2009 at 2:50 pm
yes, may the force be with us!!
Julho 25, 2009 at 2:56 pm
[…] post tem o mesmo título de outro publicado no blog “A Educação do meu Umbigo“. Qual o meu objectivo? Simples! Reforçar a denúncia da enorme MENTIRA presente nos dados […]
Julho 25, 2009 at 3:04 pm
Alguém me explica porque é que este “potencial de trabalhadores a avaliar” é, nalguns ministérios, tão inferior ao número de funcionários do dito ministério?
Ministério da Defesa: potencial – 6152; nº de funcionários – 26537
Ministério da Adm. Interna: potencial – 25322; nº de funcionários – 52705
Ministério da Justiça: potencial – 13664; nº de funcionários – 18410
Ministério da Agric. E Pescas: potencial – 6623; nº de funcionários – 8956
Ministério da Saúde: potencial – 29896; nº de funcionários – 96302
Ministério da Ciência e Ensino Superior: potencial – 17338; nº de funcionários – 35059
P.S. – O número de funcionários indicado, peca por defeito, pois tem como fonte a Base de Dados da Administração Pública divulgada pelo Ministério das Finanças em Setembro de 2006, mas o prazo para os serviços lançarem os dados dos funcionários só terminou em Janeiro de 2007.
Julho 25, 2009 at 3:16 pm
Já enviei a todos os meus contactos este post e o comentário 21.
Julho 25, 2009 at 3:55 pm
Estranho!
Sempre ouvi dizer que não sabiam quantos funcionários públicos existem!
Como é que de repente descobriram quantos há para avaliar?
Quanto ao Me acho que eles contabilizaram os alunos que fizeram exame 😉
Julho 25, 2009 at 4:15 pm
Pois… principalmente quando a mentira é uma verdade que se quer fazer acreditar que seja mentira..
Com o engodo de uma mentira, pesca-se uma carpa de verdade
Shakespeare , William
Julho 25, 2009 at 4:20 pm
“E a comunicação social tem essa obrigação, antes de ecoar dados de forma acrítica.”
Para isso, seria necessário que os meios de comunicação de massas fossem isentos relativamente ao PODER instituído, o que não é o caso. A separação de “poderes” é um mito e os MCM constituem o 4.º “poder”!
Os MCM são, por excelência, um instrumento de propaganda e estão ao serviço da ideologia dominante. A informação, por eles veiculada, passa por um crivo para que chegue ao Zé Povinho apenas o que, e como, interessa a quem manda (e não me refiro aos políticos de meia tigela, pois estes não passam de uns fantoches manipulados por quem realmente detém o PODER!).
Julho 25, 2009 at 6:06 pm
ESTIVE A VASCULHAR AS ESTATÍSTICAS OFICIAIS DO ME e em 2006/2007 havia 140 mil docentes e 52 mil não docentes, num total de 192 mil funcionários.
http://www.min-edu.pt/outerFrame.jsp?link=http%3A//www.gepe.min-edu.pt/
É possível que com a vaga de reformas, em 2008 sejam 185 mil funcionários.
Assim, fazendo uma distribuição de 50 mil pelos não docentes e de 135 mil pelos professores, a tabela que o Guinote postou é claramente falsa.
Mesmo que os 50 mil não docentes fossem todos avaliados, isso significa que para se atingir 160 mil, teria de haver 110 mil professores avaliados em 2008. Ora nesse ano, apenas foram avaliados os contratados, que eu estimo serem 20 mil.
Por isso, conclui-se que O ME INTRODUZIU PELO MENOS 90 MIL FALSOS AVALIADOS NESSA TABELA.
Se alguém perguntar o que fazem os professores aqui no SIADAP. Não sei. E se alguém disser que eles não estão cá, não está a dizer a verdade, porque o ME não tem 320 mil funcionários.
Julho 25, 2009 at 6:07 pm
É mais fácil com este link:
http://www.gepe.min-edu.pt/np4/281.html
No site do ME tudo é complicado…
Julho 25, 2009 at 6:27 pm
Vai valer de tudo…
Até tirar olhos se for possível…
Conheço alguns boys deste PS que habituaram-se a um estilo de vida a que normalmente não tinham acesso. Foram nomeados para cargos da alta-administração pública sem sequer conhecer os serviços que iriam dirigir. Muitos deles não apareciam ao trabalho dias e dias consecutivos.
Foi um fartar vilanagem de contratos com assessorias externas de advogados e economistas, sendo estes incompetentes na matéria da qual prestavam assessoria.
Colocaram algumas direcções gerais em ditadura total, onde quem quer que ousasse dar notícias cá para fora, mesmo em conversas informais, era alvo de procedimento disciplinar.
Compreendem que se o PS perder as eleições vão ser alvo de imensas represálias e vinganças.
Estão no chamado beco sem saída. Ou mentem deliberadamente, ou começam a abandonar o barco, mostrando-se mansinhos chegando mesmo a dizer que somente cumpriam ordens superiores.
As instruções que vêm de cima é mentir e adulterar informação.
PS(salvo seja)- neste momento o que mais desespera José Sócrates é o silêncio de manuela Ferreira Leite. Porventura teremos uma 1ª ministra que ganhará as eleições sem sequer falar (verdade se diga que quando a senhora fala só sai asneira) em que o seu guru é JPP.
Julho 25, 2009 at 7:16 pm
Só acredita nestes palermas quem quer!
No dia 27 de Setembro terão a respostas às suas constantes mentiras 🙂
Julho 25, 2009 at 7:24 pm
45. Levy leio o teu blog…:
http://lisboa-telaviv.blogspot.com/
Julho 25, 2009 at 7:46 pm
48 #
Obrigado Livresco :), eu também leio o teu:
http://livresco.wordpress.com/
lol
Julho 25, 2009 at 9:17 pm
Trata-se de uma técnica muito simples: a vulgarização da mentira.
Mais grave, muito mais grave, é a utilização de técnicas subliminares de repetição da palavra avaliação. Que se faça a estatística de utilização desta palavra nos media, incluindo os diários desportivos.
Julho 25, 2009 at 10:02 pm
…este executivo apoiou a sua governação na mentira…desde o primeiro dia…melhor desde antes d 1º dia…qd prometiam o q n tinham a mínima intenção d cumprir…
…é uma fatalidade a mentira?
Julho 25, 2009 at 10:21 pm
A manipulação do números já não deve surpreender ninguém. Está a ser igualmente preocupante a paranóia da avaliação. Mais do que saber quantos foram ou deixaram de ser avaliados, poderiam era dar-nos o resultados: afinal, os nossos funcionários são excelentes ou não?
E se não fosse pedir muito, gostaríamos também de saber o resultado da avaliação do 1º ministro e da MLR.
Julho 25, 2009 at 10:35 pm
Ao visitar no site da CGA a última lista dos aposentados vi que uma das maiores reformas era de um catedrático da Universidade Católica. Eu sabia que o estado financiava o dito ensino concordatário (o que já é suficientemente escandaloso) mas que os professores da UC eram funcionários públicos… – já não é só escandaloso:
MANUEL JOSÉ MARTINHO BARATA MARQUES PROFESSOR CATEDRÁTICO UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA € 4 577,05
Ver para crer em: http://dre.pt/pdf2sdip/2009/07/130000000/2666626687.pdf, pag 26884
Julho 25, 2009 at 11:09 pm
Infelizmente são cada vez mais raros os poetas que usam as rimas. Material não falta…
avaliação
manipulação
construção
virtual
eleitoral
avaliação dos docentes é central em todo este processo e como está a ser manipulada para efeitos de construção estatística de uma realidade virtual para efeitos de propaganda eleitoral.
Julho 25, 2009 at 11:12 pm
Bem até amanhã pessoal…
O que os boys fazem para ganharem lugares elegíveis…
Julho 25, 2009 at 11:30 pm
Estive a ver um documentário sobre o fim da RDA. Já perto do fim, o partido socialista da RDA fez mais uma eleição a imitar a democracia, com resultados grosseiramente inflacionados. Este socras e os tecnicos de marketing da treta que o apoiam, parece que aprenderam pela mesma cartilha: a realidade não lhes interessa, só estatísticas falseadas.
O que é que nós fizemos para merecer isto? Porque é que o Balsemão levou o socras (junto com o SLopes) àquela reunião do Bilderberg? Para fazer as políticas liberais “com uma anestesia geral de esquerda” para o povo não se queixar? E não se arranjava nada melhor? Phónix!
Nas próximas legislativas, nem ps nem psd. Vamos abrir o leque político, até porque o tempo está quente…
Julho 25, 2009 at 11:39 pm
#53:
O mais famoso dos catedráticos aposentados da Católica é Cavaco Silva.
A reforma como professor universitário é apenas uma das três que acumula com o vencimento de PR. As outras recebe-as na qualidade de ex-primeiro-ministro e de ex-administrador do Banco de Portugal.
Quem é que paga as três reformas mais um ordenado?…
Julho 26, 2009 at 12:05 am
Tanto dinheiro, para quê?
Julho 26, 2009 at 12:05 am
1. Ainda está para nascer um PM tão mentiroso como José Sócrates (pode vir o processozinho-crime se houver coragem).
2. Como já outros repararam o SIADAP não se aplicava aos professores. Logo a mentira ainda é maior…
Julho 26, 2009 at 12:21 am
O melhor é ir logo para o suprasumo da qualidade total, o CAF, Common Assessment Framework, Estrutura Comum de Avaliação e respectivos Bench learning e Benchmarking http://www.caf.dgaep.gov.pt/index.cfm?OBJID=c6a42556-56f0-4ed0-b040-0bf0dd064020
Julho 26, 2009 at 12:28 am
#59:
Mário, penso que pode ficar descansado. O pinóquio já processou ou apresentou queixa de muita gente, pelos mais variados pretextos.
Mas nunca processou ninguém por lhe chamar mentiroso.
Ele lá saberá porquê. É suficientemente esperto para perceber que não é muito difícil provar em tribunal que muitas das afirmações que faz são realmente mentiras.
Julho 26, 2009 at 1:04 am
Cuidado que isto não são só mentirolas e coiso e tal!!
Tratam-se de estratégias e manobras de manipulação psicológica do público em geral que, pouco a pouco, vai abjectamente contaminando o mesmo.
Estes números irão perdurar nos anais, meus amigos, ninguém os vai alterar, como outros, antes destes também o não terão sido… Entretanto, só nós é que sabemos… E os outros? Ou não acreditam ou não querem saber!!! E as coisas vão andando… Amanhã sai outra coisa qualquer e esta fica…e perdurará.
Portanto, é mesmo preciso que se divulgue e MUITO! E QUE SE PEÇA A VERDADE! A VERDADE!
E QUE SE EXIJA UMA JUSTIFIÇÃO!
DESTA VEZ SOU EU QUE QUERO UMA AVALIAÇÃO E AS DEVIDAS CONSEQUÊNCIAS!!!
Julho 26, 2009 at 1:11 am
É uma vergonha autentica.
Este governo não governa, desgoverna.
Só pensa em números. Estatisticas encomendadas ao gosto. É só para Português ver!
O Povo é soberano e é quem mais ordena.
Já deu a 1ª derrota ao PS. Outras mais estrondosas estão a caminho. Assim seja.
Julho 26, 2009 at 1:19 am
[…] Mentira De Estado Ontem dei conta da aparente desorientação que tomou conta da imprensa em relação aos números que a propaganda […] […]
Julho 26, 2009 at 2:34 am
Quando se confunde trabalho com desempenho acontecem fenómenos extraordinários.
Julho 26, 2009 at 9:36 am
A vaca falou…
“Mais importante que as pessoas são as políticas”
por JOÃO CÉU E SILVAHoje
A ministra da Educação garante que mais importante do que a pessoa que ocupa o cargo na Avenida 5 de Outubro é a política educativa a definir a longo prazo, para que Portugal recupere do atraso em que se encontra nesta área.
O seu nome surge em 598 mil referências na Net. É a portuguesa mais comentada, supera Ana Malhoa e Luciana Abreu juntas. O que sente ao ter tanta visibilidade?
Não procuro o meu nome na Internet e não sinto nada de especial em relação a isso.
Quererá dizer que é muito pressionada?
É natural, porque a Educação é um sector de grande relevância e dimensão. Se temos um milhão e quinhentos mil alunos, com pai, mãe e familiares, 150 mil professores, 48 mil profissionais e 1200 agrupamentos escolares espalhados por todo o País, é natural que suscite curiosidade e interesse. Não me impressiona essa visibilidade, porque o que importa é a percepção dos problemas e desafios para nos aproximarmos de países com que nos identificamos.
Mesmo sem nunca haver entendimento?
Não diria tanto e nem sei se é um problema de entendimento. Há duas percepções que se suportam mal: uma é a grande conflitualidade e a outra a hesitação nas sucessivas reformas. Da primeira diria que a conflitualidade tem uma expressão muito grande porque não existe outra entidade empregadora com 150 mil funcionários. Mesmo em grandes grupos económicos – que só têm um interlocutor – há repartição por sectores, em que os confrontos se diluem em vez desta distorção em que basta um pequeno conflito para dar a percepção de que a Educação está em permanente conflito quando há zonas do sistema que estão consensualizadas e pacificadas.
Haverá zonas de consenso mas, de todos os ministros, e até dos primeiros-ministros, é quem tem enfrentado as maiores manifestações contra as suas políticas!
A memória é curta, pois no tempo de Roberto Carneiro houve manifestações equivalentes e por razões semelhantes. Existe a tradição de certa conflitualidade, mas tal não significa que toda a Educação viva assim em permanência. Mesmo neste mandato, com profundas mudanças, houve algumas relativamente pacíficas: a mudança do modelo de gestão e administração das escolas, com a passagem dos presidentes do Conselho Executivo para directores, que é um processo concluído em quase todas as escolas e que se desencadeou sem grande conflitualidade.
Mesmo com escolas que não aceitaram?
Sim. Em 1200 escolas existem quatro ou cinco casos… São níveis de conflitualidade marginais, só que têm grande expressão na imprensa.
Até com os tribunais a dar-lhes razão?
Na administração pública deve haver centenas de processos em tribunal de que ninguém fala e a área jurídica não é uma ciência exacta! O que acontece com a Educação é que qualquer pequeno conflito é o suficiente para que tenha uma enorme visibilidade e se crie a ideia de que houve um grande conflito. Houve áreas, como no processo de transferência para as autarquias, em que foi um movimento muito consensual no País.
Explique-me então a razão de protestos tão grandes como já não se viam há anos.
Uma coisa é viver os protestos, que foram de facto muito expressivos, e outra é a pequena conflitualidade, que tem uma grande visibilidade. E depois há a grande conflitualidade em torno da avaliação e do Estatuto da Carreira Docente, que foi muito expressiva por envolver o grupo profissional dos professores mas não os pais nem os outros profissionais. O conflito é grande porque tem de ter a expressão da dimensão do grupo.
Não esperava protestos tão gigantes?
Acho que ninguém está à espera dos episódios menos agradáveis. Ninguém faz um plano para ser ou não surpreendido com os aspectos menos confortáveis, porque é isso que os conflitos são. Ninguém deseja um conflito, mas isso não significa que não se deva encará-lo com determinada naturalidade, porque também fazem parte da vida. Não temos de os alimentar, mas compreendê-los e procurar resolvê-los.
Se fizer a contabilidade, tem 8 grandes greves, 7 grandes manifestações, 3 vigílias, 2 cordões humanos e 8 abaixo-assinados com 320 mil assinaturas. Bateu o recorde?
Não fiz essas contas, mas recordo-me bem que antes de ser ministra a ameaça de greve aos exames estava sempre presente. Greves sempre houve e era inte- ressante fazer um levantamento delas, mas, de facto, a expressão dos conflitos neste mandato foi muito evidente, tal como a profundidade das mudanças que procurámos concretizar. Mudanças em que se pedia às pessoas que se organizassem de forma bem diferente do que era a tradição e do convencionado. São naturais estas reacções e podem-se explicar, mas não significa que aceitemos os pontos de vista. Creio que os conflitos são resultado da perplexidade e da incerteza de não se saber como vai ser.
Pode dar um exemplo?
Foi o caso do ensino artístico, em que tivemos uma contestação fortíssima e depois veio a acalmia. Ouviu-se falar de ensino artístico este ano? Não. E a reforma foi feita, provando às pessoas envolvidas que a reforma melhorava as condições de todos. E aumentámos em 40% o número de alunos bem como o emprego no sector. O que é que explica a reacção inicial? A incerteza.
O ensino artístico é um sector ínfimo.
Estou a dar só um exemplo, pequeno, que teve muita expressão e mobilizou muitas escolas e professores. O que procurei foi analisar, verificar e, nuns casos, prosseguir, noutros, ajustar.
Talvez metade das 598 mil referências na Net são a dizer que a ministra é muito teimosa e que não muda a posição mesmo com 180 mil pessoas a protestar na rua.
E a outra metade das situações é positiva? Já ficaria contente.
Não, não creio que sejam positivas. O conflito no ensino artístico pode ter sido ultrapassado, mas a avaliação e o Estatuto da Carreira não. Porquê? É a forma da mensagem ou porque mexe em corporações?
Não é um problema exclusivamente de mensagem, mas de compreensão do sentido das novas regras. Uma proposta de mudança diz respeito a novas regras e, por vezes, há discordância total, porque não se entendem os efeitos imediatos ou a prazo e reage-se por muitas razões. Também tivemos reacções às aulas de substituição, à escola a tempo inteiro e a outras medidas. No caso do Estatuto, estou convencida de que há uma diferente visão do que deve ser a organização da carreira dos professores. No que respeita à avaliação, acho que é outro problema, mas também a dificuldade em compreender qual será o impacto das novas regras. É preciso mostrar que os professores podem ter ganhos ao premiar-se o mérito. Com esse processo decorrido no primeiro ciclo, será mais fácil fazê-lo no segundo.
O modelo de avaliação que quer implantar ainda não passou da versão simplificada?
Sim, mas no essencial a sua estrutura de princípios não difere muito do modelo inicialmente proposto. Entendeu-se que há um caminho a percorrer mais lento do que inicialmente gostaria, mas não modifica a natureza do objectivo.
Mais lento porque os sindicatos dos professores não aceitam essas medidas?
Sim. Na realidade, não aceitam a avaliação. Escudam-se por detrás dos argumentos de modelos deste ou daquele tipo de avaliação, mas o que acontece é mesmo a rejeição da avaliação.
Os professores recusam ser avaliados?
Há uma rejeição que se pode exprimir através dos mais diversos argumentos. De que não é este o melhor modelo, que não é com estes professores, que não é na escola… É sempre assim porque, quando não estão de acordo, aí, todos os argumentos são válidos para contestar.
É da opinião que os sindicatos são contra porque os docentes evitam ser avaliados?
Não diria isso, porque acho que muitos professores querem ser avaliados e a prova é que houve uma grande adesão mas também há muito receio neste processo. E aqui os bons professores podiam ser um motor de mudança, porque não há nenhuma razão para um bom professor ter medo da avaliação. Os bons professores não podem ter medo nem misturar-se no ruído que apela à indiferenciação e a considerar que todos são iguais. Houve cem mil professores sujeitos à avaliação este ano e é por aqui que o terreno tem de ser conquistado, a bem das escolas e dos próprios professores. Há uma parte significativa de professores que tem medo da consequência.
Muitos não entregaram os objectivos.
Não é grande o número dos que não entregaram os objectivos ou que continuam a rejeitar a avaliação. A minha expectativa é que tudo se ajuste.
Defende a avaliação mas durante a sua carreira académica não foi avaliada?
Não?
É uma pergunta, o que estou a fazer.
Gostava de dizer que não são as experiências pessoais que dão a legitimidade para a tomada de decisão, nem acho que a legitimidade política venha dessa perspectiva. A legitimidade política vem da legitimidade democrática e os ministros são apenas agentes na condução da política, havendo muitos aspectos que estão para além da própria experiência pessoal. Mas, para que a pergunta não fique sem resposta, e apesar de considerar que não é relevante, não é por eu ter sido avaliada quatro vezes – com prestação de provas públicas perante júris externos que avaliam a carreira docente – que acho que os professores têm de ser avaliados. O problema disto ser muito sentido pelos professores é porque os sindicatos demoraram 30 anos a construir a situação em que estamos, a que anula todas as diferenças. A única diferença que os professores aceitam é a do salário: eu sou mais velho, ganho mais, tu és mais novo, ganhas menos. Não importa o que fazem ou as responsabilidades. Isso é resultado do trabalho sindical de muitos anos. Eu compreendo as reacções, mas não significa que as aceite. O que estava a acontecer põe, a prazo, em causa o próprio sentido de carreira.
Da ronda de negociações que se verificaram esta semana pouco resultou porque a posição da ministra não muda.
Não é verdade! Os sindicatos tiveram oportunidade de propor alterações. Não o fizeram e nada mudou porque o que querem desde o início é parar e anular os efeitos da avaliação. Neste momento, anulá-los significa premiar os professores que não a fizeram e castigar os que participaram. É dizer a todos os que terão classificações de muito bom e excelente que não vale nada.
Quantos anos calcula serem necessários estar no ministério para ganhar a batalha?
Não coloco as coisas nesses termos. Eu diria que mais importante que as pessoas são as políticas e, portanto, não é por uma pessoa se manter, por ser este ou aquele ministro, que o sentido das políticas que define e as condições para a sua execução o torna indispensável.
Que tempo demorará a impor a avaliação?
Não é um problema de estar este ou aquele ministro, temos de ter políticas com objectivos e com ambição. Existe um relativo consenso na sociedade sobre as matérias da Educação, por isso foi relativamente fácil aprovar o alargamento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos. Está relativamente consensualizada a necessidade de diversificar a oferta formativa ao nível do ensino secundário, foi relativamente fácil consensualizar o inglês… Depois, há zonas em que o consenso é menor, mas, aí, o que devíamos era ter a ambição de aproveitar as áreas de grande convergência para dar passos gigantes, poupar e recuperar atrasos. O programa Novas Oportunidades, por exemplo, revelou que havia um milhão de portugueses disponíveis para voltar à escola.
Se o próximo Governo não for PS, o que acontecerá a esta sua política?
É um cenário hipotético sobre o qual não me sei pronunciar.
Dificilmente se manterá tal conflitualidade?
Não lhe sei responder. Procurei conduzir a política educativa de forma a dar passos e a construir onde há consenso. Aproveitei muitos diplomas e enquadramento legal existente, não fiz grandes alterações para fazer a avaliação, bastou partir de um despacho enquadrado na Lei do Currículo Nacional. Foi possível usar todo o trabalho feito em anos anteriores e ir mais além. Qualquer política educativa diferente de recuo não serve a ninguém.
Acha que a Educação precisava de si mais quatro anos?
Não. O importante não sou eu ou outra pessoa. O importante é ter linhas de orientação política e educativa de longo alcance.
Se o PS se mantiver no Governo quer continuar ministra?
Também não sei responder, porque não dou saltos em cenários. O que ainda tenho pela frente é cumprir o mandato até ao fim. Até esse dia é tempo de concluir processos abertos e preparar a abertura do próximo ano lectivo, mesmo com eleições a 27 de Setembro.
Também amaciou as suas atitudes a 7 de Junho, como o Governo fez?
Tínhamos um processo negocial com os sindicatos e continuámos, mas tenho a noção de que em Agosto não se negoceia, sejam quais forem as condições. No caso do Governo, o que aconteceu foi não tomar algumas decisões que podem esperar um mês ou dois porque não vem mal ao País se se respeitar aquilo a que se chama o escrúpulo democrático.
Julho 26, 2009 at 3:53 pm
Imaginei coisa parecida, mas só agora pude ver este verdadeiro mimo! Inenarrável!
Estão a entreter as pessoas com a Gripe A, sustentando uma doença gravíssima e de repercussões imprevisíveis!
Julho 28, 2009 at 11:59 am
[…] os números da Educação. Horas depois chegavam-me os dados fornecidos à imprensa, os quais motivaram este post em que tentei desmontar a operação de manipulação estatística em […]
Julho 28, 2009 at 9:21 pm
Caro Paulo: Não percebo uma coisa. Estes dados estão no SIADAP. Mas o SIADAP não é responsavel pela avaliação dos professores…right?
Julho 28, 2009 at 9:23 pm
Right.
E não sou só eu que estou a dar por isso.