Não há nada como atentar na transparência e rigor dos números para percebermos como a avaliação do desempenho é algo estruturante e essencial para o progresso da Nação.

Como já vimos, no Expresso diz-se que mais de 80% dos funcionários na área da Educação (incluindo professores) foram avaliados:

Saúde ou Educação estiveram entre os piores desempenhos, ainda que acima dos 80%.

O Jornal de Negócios concretiza mesmo, avançando com o valor de 86,5%, o que daria algo na ordem dos 120.000 avaliados, no mínimo. Ou será que foram 70%??? Mesmo assim, seriam perto de 100.000, quando sabemos que o ano passado foram efectivamente avaliados 7 a 10.000 docentes.

O Ministério da Educação foi o segundo pior (86,5%), devido ao polémico processo de avaliação dos professores, com uma taxa da ordem dos 70%.

Bom… ficamos assim: 86,5% no conjunto do Ministério e 70% dos docentes?

Não, afinal, 70% terá sido a proporção de docentes  no conjunto dos funcionários não avaliados de acordo com a TSF:

Em 2008, foram avaliados por este sistema de desempenho da administração pública perto de 300 mil funcionários, sendo que 30 mil ficaram por avaliar. Deste número, mais de 70 por cento são professores.

Isto partindo do princípio que o «este número» se aplica aos 30.000 e não aos 300.000. Nem faria sentido 210.000 professores avaliados. Ou sei lá.

Bom, assim terão sido 21.000 os professores não avaliados?

Mas então terão sido avaliados 120.000? Como lá mais acima se dizia? Ou apenas 12.000 como foi noticiado num dia faustoso de Setembro de 2008?

Ou será que 120.000 equivalem a 12.000 visto que um zero é um zero?

E 70% de avaliados correspondem a 70% do conjunto de não avaliados da Função Pública??

Ou os 80%, digo 86,5% são equivalentes a qualquer coisa, tudo dependendo se chove ou faz sol?

Ou conforme?

Confusos?

Eu também.

Solução: ignorar a propaganda.