MOÇÃO
Os professores da Escola Secundária Infanta D. Maria suspenderam, por unanimidade, a sua participação em todos os procedimentos relacionados com a aplicação do Dec. Lei 2/2008, tal como sucedeu em mais de 450 Escolas ou Agrupamentos de Escolas.
A necessidade sentida pelo Governo, na sequência das enormes manifestações de descontentamento levadas a cabo pela quase totalidade da classe docente, de alterações sucessivas do Modelo de Avaliação, mais não é que um reconhecimento inequívoco da sua inadequação pedagógica e da inaplicabilidade do Modelo.
As alterações pontuais que foram introduzidas não alteraram a filosofia e os princípios que lhe estão subjacentes. Apesar de designado por Modelo de Avaliação, não o é efectivamente. Não tem cariz formativo, não promove a melhoria das práticas, centrado que está na seriação dos professores para efeitos de gestão de carreira.
As alterações produzidas pelo Governo mantêm o essencial do Modelo, nomeadamente, alguns dos aspectos mais contestados como a existência de quotas para Excelente e Muito Bom, desvirtuando assim qualquer perspectiva dos docentes verem reconhecidos os seus efectivos méritos, conhecimentos, capacidades e investimento na Carreira.
Outras alterações como as que têm a ver com as classificações dos alunos e abandono escolar, são meramente conjunturais, tendo sido afirmado que esses aspectos seriam posteriormente retomados para efeitos de avaliação.
A implementação do Modelo de Avaliação imposto pelo Governo significa a aceitação tácita do ECD, que promove a divisão artificial da carreira em categorias e que a esmagadora maioria dos docentes contesta.
Tendo em consideração o que foi referido anteriormente, os professores da Escola Secundária Infanta D. Maria, coerentes com todas as tomadas de posição que têm assumido ao longo deste processo, reafirmam a sua vontade em manter a suspensão do mesmo.
Apelam ainda a que aconteça o mais rapidamente possível um processo sério de revisão do ECD, eliminando a divisão da carreira em categorias, e que se substitua o actual Modelo de Avaliação por um Modelo consensual e pacífico, que se revele exequível, justo e transparente, visando a melhoria do serviço educativo público, a dignificação do trabalho docente, promovendo assim uma Escola Pública de qualidade.
Coimbra, 6 de Janeiro de 2009
Escola Secundária Infanta D. Maria
Janeiro 7, 2009 at 12:48 pm
Era importante fazer plenários pelas escola de todo o país para tomadas de posição.
Janeiro 7, 2009 at 12:54 pm
#1 coeh
Parece que na nossa escola quem impulsionou a reunião, acha prematuro nova reunião…
Janeiro 7, 2009 at 2:27 pm
É um bocado pateta a poergunta que vou fazer mas faço-a na mesma.Quais as consequencias para quem não apresentar os objectivos? Expulsão? Não progredir durante dois anos?
Janeiro 7, 2009 at 2:33 pm
Não progredir, em princípio.
Mas também não é totalmente claro que assim seja.
Na verdade, não entregar os OI não acarreta nada.
Assinar um papel a dizer que não se quer ser avaliado é que acarreta a não avaliação e a não progressão.
Janeiro 7, 2009 at 2:40 pm
Mas Paulo a não entraga de objectivos não pode ser considerado a violaçãodo artigo 3 alinea f do estatuto disciplinar do funcionário publico? ( dever de obediencia)
Janeiro 7, 2009 at 2:40 pm
[…] Texto aqui […]
Janeiro 7, 2009 at 2:44 pm
E quando uma PCE diz que se recusa a fazer os OI de quem não os entregar? 🙂
Janeiro 7, 2009 at 3:18 pm
Na minha escola, não vejo qualquer mobilização colectiva, e os que se manifestam estão todos mais ou menos dispostos a sujeitarem-se à avaliação, por muito estúpida e injusta que seja. Quem estará disposto a fazer perigar o seu ganha-pão e o futuro?
Gostava muito que este e outros blogues de referência conseguissem condensar as melhores tácticas de resistência e os esclarecimentos fundamentais sobre a questão da avaliação. (Confesso que é um bocado confuso desbravar tantos textos e reacções.)
Obrigada, sempre, pelo vosso trabalho de informação e combate.
Janeiro 7, 2009 at 3:21 pm
Objectivos individuais feitos por uma PCE? E por que não serem os PCE ou as empregadas da limpeza, a fazer a auto-avaliação dos professores?
Diálogo:
–Ó Carmita, auto-avalias-me agora ou já não tens tempo hoje?
–Espera aí um bocadinho que eu vou só tomar um café e depois já te auto-avalio.
–Prontos, tá bem.
Janeiro 7, 2009 at 3:34 pm
#5 seruca
Dever de obediência? O exemplo deve vir de cima … já dizia a minha avó!
http://psitasideo.blogspot.com/2009/01/lealdade-no-significa-obedincia-diz.html
Janeiro 7, 2009 at 3:54 pm
Entregar, ou não….
Janeiro 7, 2009 at 4:21 pm
Espero que o mesmo se consiga na minha escola!
Janeiro 7, 2009 at 4:25 pm
#5
Seruka,
Entregar os Objectivos Individuais no início do processo só interessava por causa da definição de metas para os resultados dos alunos, apelar agora para consequências disciplinares é puro “bluff” e chantagem psicológica, por isso é que há um tempo que acho que a chave do problema está na decisão dos PCE…demitirem-se ou não eis a questão…tudo o mais é adiar o problema até à ficha de auto-avaliação…
Janeiro 7, 2009 at 4:56 pm
Calma!!!!
Com força venceremos!!
Não se deixem intimidar, na minha escola continuamos firmes na posição de não entregar os objectivos…
Janeiro 7, 2009 at 5:40 pm
#13, pela leitura deste post, penso que a reunião dos PCEs no dia 10 no CNEMA vai ter como mote o “NÃO” ao ECD e ao subsequente MADD.
Vai ser o reinício da batalha.
O meu PCE não disse se vai ou não.Já o aconselhamos a ir,até pq aqui não se mexe uma palha para a MLR.São muitos alunos,muitos pais a querer que os filhos saiam da escola com as aprendizagens feitas e não apenas “certificados”, muitos problemas para resolver,tivemos que definir prioridades…
Janeiro 7, 2009 at 6:25 pm
Esta é, realmente, a reunião mais importante. Espero que os colegas que lá forem consigam ser muito corajosos!
Janeiro 7, 2009 at 6:52 pm
Esta reunião poderá ficar na História da Educação em Portugal.
PCES: Façam história!!!
Janeiro 7, 2009 at 10:28 pm
Grandes PROFESSORES de uma grande ESCOLA, com uma grande PCE! Obrigado colegas, pela coragem, pelo exemplo!