Miguel Sousa Tavares está esta semana de volta a um dos seus passatempos favoritos: zurzir nos professores e, em especial, na Fenprof. Não sei se o trauma é mesmo com os sindicalistas, se é com algum professor(a) que se lhe atravessou na vida quando foi aluno, ou quando fazia a sua educação sentimental ou mesmo se quando lhe exigiram que cumprisse deveres de encarregado de educação.
Não sei, não percebo. Como é habitual em MST a sua argumentação tem uma base por vezes tão irracional que é quase impossível tentar perceber o que o motiva. Vamos considerar que é um génio oscilante. Quando está em dia bom, acerta em cheio; quando está do avesso, falha por completo. Infelizmente, com o passar do tempo, os dias bons têm vindo a escassear.
Mas concentremo-nos no naquinho de prosa que esta semana dedica ao tema da avaliação dos docentes e à posição da Fenprof, de que todos já sabem que não sou filiado e de que nem sempre partilho os pontos de vista. Então a coisa reza resumidamente assim:
- Saiu o regulamento para a classificação dos professores.
- O regulamento é bom porque evita a discriminação entre escolas e parece a MST ser «um sistema adequado e justo para premiar o mérito, a assiduidade e o esforço».
- A Fenprof está contra e, por isso, quer manter o «subdesenvolvimento cultural do país».
- A Fenprof quer um sistema onde todos tenham a nota máxima.
- A Fenprof é má, má, má (pronto, aqui sou eu já a exagerar).
Do parágrafo lido a páginas 7 do caderno principal do Expresso, retiro eu as seguintes conclusões:
- MST não percebeu que a regulamentação ainda não saiu.
- MST não leu a regulamentação, caso contrário não teceria considerações vagas sobre aspectos que não surgem nos documentos (a tal coisa da não discrimnação entre escolas). E quanto a este aspecto aposto simples contra quadriplicado ou mais que nem sequer cheirou as grelhas destinadas á avaliação.
- MST escreveu em piloto automático, caso contrário tentaria demonstrar o que afirma, exemplificando, como por vezes faz com outros assuntos.
- MST não gosta da Fenprof. Está no seu direito.
- MST parece não perceber que não é só a Fenprof que está contra este modelo, ainda não formalmente aprovado, de avaliação. Estão outras organizações sindicais e professores não sindicalizados como eu próprio, fortemente críticos de alguma acção sindical e que não têm receio de ser avaliados de forma rigorosa. Mas não por MST com mau humor em praça pública.
- MST parece ter algum pudor em ofender todos os professores, pelo que usa o bode espiatório da Fenprof para os desancar indirectamente. Não é muito correcto, mas parece que os tempos já estão para tudo.
- MST é demasiado bem pago por estas prosas para que elas sejam tão confrangedoras em termos de fundamento.
Esta última consideração não resulta, como é óbvio, apenas da leitura das suas crónicas, mas de uma relativa inconfidência de um elemento bem antigo dos quadros do expresso e que conhece bem os termos em que as crónicas de MST são reproduzidas e remuneradas.
E, sim, admito que não gosto de dar a outra face quando – por interposta organização – ofendem as minhas posições.
E sim comprei e li o Equador que acho um livro mediano de ficção histórica, por vezes chato e pobre em matéria de intriga. Mas li todo. A opinião expressa sobre a obra não tem impurezas decorrentes da minha opinião sobre o autor. Também não simpatizo por aí além com o Lobo Antunes, mas gosto das suas crónicas na Visão.
Conhaque é conhaque.
Setembro 29, 2007 at 6:31 pm
Quando estou a ver e ouvir a TV e aparece este personagem, mudo de canal ou desligo. Afinal um tipo está a pagar um balúrdio à PT para ter de ouvir e ver estes energúmenos?
Setembro 29, 2007 at 6:50 pm
Sabe-se – em círculos fechados- que é mesmo uma questão pessoal.
Se o artigo estivesse noutro tom, isso é que surpreenderia.
Como diz o povo e diz bem «palavras loucas…»
Setembro 29, 2007 at 7:13 pm
Desta prosa conclui-se que, segundo o sr.MST:
1- O mal-estar dos professores e condicao necessaria para o desenvolvimento cultural do pais.
2- Uma professora que fique em casa a tomar conta do filho doente, um professor que adoeca ou um professor que falte por estar dependente de encadeamento de transportes ou de boleias, nao deve ter os mesmos direitos que um professor que nao falte.
3-Quando um professor obtem maus resultados, isso deve-se ao facto de ele ” se estar nas tintas para os resultados dos alunos ” .
4-Um sistema de classificacao em que a partida ja se sabe que nem todos poderao obter a nota maxima, e um sistema virtuoso.
Setembro 29, 2007 at 8:03 pm
O MST explicou uma vez num artigo que costumava passar o fim de semana no seu monte. Em vez de regressar calmamente na segunda-feira tinha que regressar antes para o filho ir à aula das 8 e pouco no Pedro Nunes. E…a professora faltava sempre a essa aula. Será daqui que vem a sua raiva? Acho que muitas vezes diz coisas com interesse mas no que diz respeito a este assunto ele encarneirou e recusa documentar-se.
Setembro 29, 2007 at 8:16 pm
O mesmo se passa com a questão do tabaco que ele defende de uma perspectiva absolutamente irracional, mascarando isso com a defesa da liberdade, ou com o FCP, só mudando ligeiramente de posição por achar que o Pinto da Costa deixou a outra rapariga aparecer em demasiado destque.
Tudo o resto nega.
Mas é como eu escrevi, quando calha acertar, acerta e tudo bem.
Quando embirra, bate, bate e recusa-se a mudar de opinião.
Setembro 29, 2007 at 8:22 pm
Pois, aos professores calhou o Mr. Hyde…
Setembro 29, 2007 at 8:34 pm
Sem ofensa, mas eu acho que ele não bate bem …
Além de arrogante e de por vezes dar alguns pontapés na gramática,é incoerente e não está devidamente fundamentado, mas, como deve ser pago a peso de ouro para dizer alguma coisa, atira a matar…Mas que ele tem algum trauma contra os profs lá isso tem…
Já agora, também não o acho nada de especial como escritor…
Setembro 29, 2007 at 9:01 pm
Ai Sofia… que voltas darás no etéreo eterno olhando os feitos da prole… E apesar de tudo a tua poesia ecoa… Terá sido o Miguel um rascunho? Concerteza terá sido uma das tuas mais belas poesias, porém com o tempo está a perder a tinta, o tino e o ciso num processo de acelerada decadência que é difícil saber onde vai parar…
Cá pelo Norte, terra que viu nascer e crescer Sofia, é comum dizer-se: Vozes de burro não chegam aos céus.
Setembro 29, 2007 at 9:22 pm
Em atuardas, MST cada vez mais parecido com o paizinho! Para quem se lembra…
Setembro 29, 2007 at 9:23 pm
Um tipo destes só pode ser adepto do FCP!!!
Setembro 29, 2007 at 9:41 pm
A razão não poderá ter origem no conhaque, ou “cognac”, que é mais chique?
Setembro 29, 2007 at 10:47 pm
Este Manuel Silva Tavares, ou lá o que é, não é um senhor que copia romances e escreve num jornal desportivo sempre a dizer a msma coisa? Um que aparece na televisão e tem cara de bêbado…
Setembro 29, 2007 at 11:09 pm
Quando o inenarrável sujeito diz em directo na TV que “os professores têm 3 meses de férias” e outras enormidades tais, será de questionar que tipo de pai e encarregado de educação é ele. Por acaso até sei, mas por educação não vou contar mais. Embora ele merecesse, por todas as parvoíces que tem dito e escrito sobre os professores.
Setembro 30, 2007 at 12:49 am
Miguel Sousa Tavares,
Nós não temos 3 meses de férias. Temos 12 meses de férias, porque faltamos todos os dias e passamos a vida de atestado médico (falso).
Passamos o nosso Endless Summer em ilhas paradisíacas e praias de areia fina. Às vezes também vamos ao deserto e vemos lá um tipo com cara de cavalo e ar de que todos lhe devem e ninguém lhe paga, a guiar um jipe. Dizem que é uma espécie de escritor, mas copia os livros.
No convés dos nossos veleiros saboreamos coktails ao pôr-do-sol, enquanto nos rimos dos palermas que agonizam no Inverno português, a trabalhar. Acendemos charutos com notas grandes e acariciamos gatos, rindo do Miguel e saudando os peixes voadores.
Nas escolas portuguesas, os meninos choram, por não terem aulas.
Ah, Ah, Ah, Ah, Ah!!!!! (gargalhada diabólica)
Setembro 30, 2007 at 1:20 am
Para o MST, as pessoas dividem-se, como já escreveu, entre seres livres e capachos.
“(…) Mas se pretendenmos classificar as pessoas pelo critério da cidadania, a classificação que sempre tive como fundamental é a que distingue os homens livres dos capachos. O grande mal português é que temos, verdadeiramente, poucos homens livres (…) Não há lei que possa declarar um homem livre, se ele próprio não está disposto a bater-se pela liberdade que lhe deram e a pagar o preço que ela exige – sempre.(…)” 2004
Se nos lembrarmos da posição tão negativa de MST quanto às acções levadas a cabo por professores, sindicatos, alunos e EEs junto de tribunais para se “baterem” pelo que consideraram injusto, sou levada a concluir que o que MST escreve agora e em 2004 é,no mínimo, muito desonesto.
Setembro 30, 2007 at 1:39 am
http://dn.sapo.pt/2007/09/30/opiniao/dias_contados.html
Setembro 30, 2007 at 10:00 am
MST sabe do que fala. É um capacho do Pinto da Costa. Só agora que ele está a cair em desgraça é que timidamente refere que o senhor tem mau gosto a escolher as suas esposas – assunto em que nem se deveria tocar, pois é de flagrante mau gosto avaliar esposas alheias. Eu, por exemplo, sempre me apeteceu desentupir a garganta da Laurinda, faz-me confusão aquela fala atabafada, mas nunca o referi…
Setembro 30, 2007 at 10:44 am
Num país pequeno e mesquinho como o nosso, qualquer “cromo” pode dizer qualquer “bacorada”, que os caciques do poder da comunicação social se encarregam de oficializar.
Continuamos, infelizmente, na era de “uma mentira dita muitas vezes, começa a ser verdade”.
É por isso que a educação vai mal, não por causa dos professores, que se tornaram o “bode espiatório” , mas pelos incompetentes que teimam em pôr no poder.
Infelizmente, não são só os jornalistas, estes até fazem poucos estragos, comparados com os políticos.
Pobre país, merecias melhor sorte….
Setembro 30, 2007 at 10:47 am
Se há coisa que me divertiria imenso era a de saber como – sendo a Laurinda Alves uma emérita promotora da chonice pedagógica e do que o H5N1 tanto designa como “teorias terapêuticas” que tiveram o seu cantinho na revista Xis – criaram os filhos comuns quando formavam um dos casas in da inteligência nacional.
Setembro 30, 2007 at 4:51 pm
Realmente não deixa de ser uma questão pertinente.Como teriam criado as criancinhas?
Setembro 30, 2007 at 5:11 pm
É claro, pelo que lá para trás diz a Maria, que o homem nunca quis entender os professores. Nunca percebeu que podia voltar do monte tranquilamente pela fresca na segunda-feira de manhã.Que podia aproveitar mais aquelas horas para adestrar o seu filho.Que devia regozijar-se por a professora lhe proporcionar mais esses tempos de convívio em família. Enraiveceu-se porque não soube escolher.
Setembro 30, 2007 at 5:51 pm
Ou, se calhar, não sabia que na 2ª f de manhã o puto não tinha aulas.
Quem sabe?
Setembro 30, 2007 at 6:08 pm
Energúmenos deste tipo costumam dar porrada nas mulheres.
Setembro 30, 2007 at 9:35 pm
Cuidado colegas…
São estas bestas que, mais tarde ou mais cedo, se arrogarão o direito de nos avaliar…
E por falar nas ditas cujas… nunca mais li nada daquele sociólogo que escrevia no público aos fins de semana e que parece que também deu aulas de substituição… um que enfiou o barrete aqui há muitos anos, quando foi ministro do que, de certeza, nada percebia.
Terá sido colega da divina MLR ?
Setembro 30, 2007 at 9:37 pm
Desabafei à bruta no meu blogue, é um facto. Depois li o modo como pegou no caso MSTavares e tive de reconhecer: elegância, clareza, rigor.
Claro que fiz uma chamada para que aqui venham. Obrigado pela sua preocupação em esclarecer com fundamento e sensatez.
Março 17, 2008 at 7:58 pm
O cara de cozinha desarrumada já sofre de alergia aos trabalhadores há muito tempo,na medida em que proporcionalmente passeia demais, com todo o tempo que tem!
Julho 9, 2008 at 3:22 pm
Ninguém Coisa Azares
Vou ler as tuas entranhas
Pois o que escreves são patranhas
Falas do que não sabes
Afirmas o que não viste
És filho de peixe
Não lutaste pelo teu lugar
És filho de peixe
Mas não nadas, bóias
Ao sabor do poder
Que te paga as viagens
Para outras paragens.