O MEU CASO PESSOAL: – O QUE O SISTEMA NOS PODE FAZER:

1.º – Apresentei-me ao concurso de professores em 2006 e fui colocada num lugar do quadro, no grupo 930, (apoio de alunos deficientes visuais). Vinha em terceiro lugar a nível nacional e nada então me fazia prever o calvário que se seguiria. Para meu espanto o lugar, que tinha sido criado, correspondia na escola a um HORÁRIO ZERO. Conheço mais casos em que o mesmo aconteceu, só aqui na área de Lisboa.

2.º – Como não havia trabalho no meu grupo de recrutamento a escola entregou-me um horário no grupo 910, pelo que me encontro presentemente a trabalhar com alunos autistas, apesar da minha especialização e prática docente se situar na área da deficiência visual.

3 .º – Quando verifiquei o que me estava a acontecer, fiquei muito desgostosa e reclamei junto da DREL e da DGRHE, mas o minha reclamação caiu em cesto roto.

4.º Entretanto, sinto-me injustiçada e infeliz, pois vou ser avaliada numa área de docência para a qual não concorri e onde certamente os meus desempenhos ficarão a perder, por mais que me esforce por cumprir os meus deveres. Na escola tenho tentado não dar parte fraca, sobretudo junto dos pais dos alunos, procurando transmitir a ideia de que me sinto à altura das funções que me foram atribuídas, embora esteja desfeita com tudo isto!

5.º – Por outro lado, em virtude do desgoverno das últimas colocações (que duram três longos anos) os alunos cegos estão em muitos casos entregues a professores sem formação adequada.
Que faz o ME para resolver esta situação? Está a dar cursos de 50 horas aos Sábados aos professores que colocou sem a devida formação.
Entretanto também eu fui convidada a frequentar um curso de 50 horas para me “desenrascar” com os meus meninos Autistas.

Sabem que mais?

ASSIM NÃO SE PODE SER PROFESSOR

Luísa Bartolomeu
BI nº 638584 de Lx