Após reunião reduzida dos redactores do manifesto-petição, delinearam-se em traços gerais, algumas iniciativas a desenvolver a curto-médio prazo e acertaram-se princípios básicos de conduta.
Quanto a esses princípios, penso que não estarei a resumir mal a troca de ideias se disser que se concordou em:
- Manter o manifesto longe de qualquer tipo de apropriação organizacional ou ideológica, mas aberto a todos os que a ele quiserem aderir.
- Não tentar transformar esta iniciativa em qualquer tipo de estratégia encapotada para protagonismos individuais ou para a constituição de algo mais do que aquilo que é: a manifestação de uma posição cívica a por parte de cidadãos comuns que apenas pretendem discutir um assunto de interesse comum e relevante para a sociedade.
Em termos de acção futura, ponderaram-se as seguintes possibilidades:
- Criação de um fórum de discussão online sobre a Escola Pública/Educação em Portugal, sendo esse fórum aberto aos subscritores do manifesto que nele pretenderem participar.
- Fazer uma ou duas reuniões informais para quem quiser discutir desde já este assunto, apontando-se a possibilidade do sábado, dia 26, se fazer uma na zona da Grande Lisboa (quase por certo no deserto da Margem Sul) e outra no Grande Porto ou no eixo Porto-Braga (assim exista quem a possa dinamizar). Mais do que isso não sabemos se é viável.
- Fechar a recolha de assinaturas por essa altura e entregar/enviar a petição para a Ministério da Educação, Presidência da República e Assembleia da República (grupos parlamentares, por exemplo), no sentido de tornar conhecido oficialmente o pedido de alargamento do prazo de discussão pública da legislação em projecto.
- Divulgar a iniciativa pela comunicação social (e cruzar os dedos na esperança que quebre a barreira do silêncio).
Aceitam-se outras sugestões, correcções, aditamentos e bitaites em geral.
Janeiro 13, 2008 at 6:17 pm
Podes ter a certeza de que – se houver sucesso na iniciativa – haverá tentativas tanto de uma coisa (apropriação) como de outra (protagonismos)… Mas creio que existe maturidade suficiente, porque nós (todos os subscritores) temos interesse em que isto não «descambe»!!
Seria possível alargar o campo das hipóteses da reunião da Grande Lisboa para dias 27 e 28? Penso que seria melhor fazermos a tal lista de discussão dos signatários e ver tanto as possibilidades de horários dos mesmos como das possibilidades do centro de formação em que esse encontro poderia realizar-se.
Pessoalmente lamento, mas terei apenas o Sábado 26 de manhã disponível (mas isso poderia ser uma boa opção para a maioria das pessoas?). Quanto a outros dias: Domingo 27, poderia ser a qualquer hora, Segunda 28, só poderei de tarde.
Janeiro 13, 2008 at 6:21 pm
Eu de 26 a 28 consigo arranjar-me, só precisando de acertar a logística da coisa em termos de espaço.
Quanto a aulas perdidas a 28, são poucas para repor.
Domingo 27 é capaz de ser problemático.
Sábado 26 de manhã parece-me uma boa ideia.
Como já disse, acho que posso arranjar auditório na Margem Sul, mas se houver por Lisboa ou Setúbal também não me incomoda nada.
Janeiro 13, 2008 at 6:24 pm
Podem contar comigo para o Sábado ou para o Domingo. Estarei na reunião do deserto onde se formará um oásis de gente.
Janeiro 13, 2008 at 6:33 pm
Eu poderei ponderar a participação ao nível do dito eixo Porto – Braga. Parece-me uma excelente ideia a criação de um forum online de discussão, que continue a manter esta dimensão virtual da participação e antecipa um futuro que está aí e nunca poderemos esquecer que foi esta dimensão supra territorial e até temporal que nos uniu, introduzindo uma nova dimensão ao nível da construção da profissionalidade docente…
Um abraço
António Coelho
Janeiro 13, 2008 at 7:00 pm
Na minha escola, provavelmente iremos proceder a uma análise do projecto e, no final do debate, iremos produzir um texto a enviar para o espaço do ME destinado à discussão do documento.
A proposta saíu do último CP da passada semana. Caso verifiquemos a utilidade do nosso contributo de escola, penso que ninguém se oporá à divulgação das conclusões neste espaço. Tenho olhado para a folha de inscrições a fim de entender se haverá ou não um número significativo de colegas interessados na iniciativa lá pela escola.
Janeiro 13, 2008 at 7:04 pm
Penso que o Allgarve tb ainda seja margem sul, não? 🙂
Janeiro 13, 2008 at 7:07 pm
Já agora, repararam que já há gente a assinar a petição AMANHÃ?
Janeiro 13, 2008 at 7:07 pm
Todos sabemos que a competência do funcionalismo publico em Portugal não abunda, mas alguns Professores (os tais que só desacreditam a profissão ) acabaram por transformar a docência numa actividade tipicamente de funcionário publico que executam automaticamente na ânsia que chegue o dia de receber o vencimento.
Frequentemente (os incompetentes) promovem debates animados entre si na tentativa de codificarem ou interpretarem em função dos seus interesses tudo que advêm do Ministério da Educação, mas sem se aperceberem vão-se auto-mutilando isto porque não têm a lucidez suficientemente distanciada do seu umbigo para compreenderem qualquer texto no seu verdadeiro contexto.
Alguns até dizem desejar sair do ensino, devido às actuais políticas da educação, mas só para dar alguma credibilidade ao discurso.
Mas não é por acaso que Belmiro de Azevedo considera a classe docente na sua generalidade como incompetente.
Mas esses incompetentes só sobrevivem porque manipulam o descontentamento dos competentes, promovendo o ódio contra a tutela , nas esperança que ninguém repare que eles são efectivamente as verdadeiras pedras na alavanca do sistema.
Mas meus caros a verdadeira petição que a classe docente responsável e competente deseja apresentar à tutela e ao PR é a valorização da Escola e das suas competências para que o futuro deste País não esteja hipotecado pelo ruído de uma minoria incompetente que tudo faz para quanto pior melhor, nesta longa tradição de destruição do ensino em Portugal.
Janeiro 13, 2008 at 7:43 pm
A competência é um mote muito badalado. Mas as pessoas só são competentes em certos domínios profissionais. Mesmo um profissional, não é competente em tudo. Por isso é que existe trabalho em equipa. E isto em qualquer ramo de actividade. Mas as pessoas pensam que são competentes em educação, com um grande à vontade. Isso é um pouco um sintoma de falta de bases de cultura geral dessas pessoas. Não que as pessoas não tenham competência para saberem que educação querem para si e para os seus filhos. Mas sim, na ingerência nas esferas profissionais de competência exclusiva da docência.
Então, se consideram que as pessoas que estão nesta profissão são especialmente incompetentes, em relação a outras profissões, é porque…
– Há um fosso (de comunicação), criado por uma série de erros de comunicação de profissionais do interior do sistema (curiosamente, esses erros de comunicação tenho vindo a verificá-los no comércio, mas não vejo assim tantas queixas em relação a competência de empregados/as de comércio).
– Mas também por uma campanha orquestrada pela média ao serviço do poder, o que se verificou e verifica, especialmente com os tais «opinion-makers» e/ou políticos do sistema a botarem faladura sem serem contraditos, pela falta óbvia de pluralismo da comunicação social no nosso país.
Então, as pessoas que embarcam no tal discurso da incompetência de uma classe profissional estarão a ser manipuladas, sem se aperceberem.
Janeiro 13, 2008 at 7:45 pm
A Ana Dias parece uma autêntica patroa do século passado a dirigir uma fábrica têxtil!
Para si, a culpa da organização não funcionar é do funcionário!
Se a senhora fosse a responsável por uma empresa cotada na bolsa e apresentasse resultados negativos aos seus accionistas, eu gostaria de a ver apresentar estes argumentos serôdios 🙂
Ou seja: “…a culpa é dos funcionários porque…”!
Sabe o que lhe acontecia? RUAAAAAAAAA.
Em primeiro lugar, um funcionário faz o que o chefe manda, aqui e em qualquer parte do mundo.
Em segundo lugar, quem escolheu os funcionários foi a empresa.
Isto é muitíssimo simples de perceber 🙂
Janeiro 13, 2008 at 7:51 pm
Ana Dias,
Qual texto e qual contexto?
Então admite que há descontentamento entre os competentes?
E por que cita o Belmiro de Azevedo? O homem que até parece ter competência no que faz e tão mal visto é, vem parar aqui por quê?
Se pudesse trocar por miúdos o que é isso da valorização da escola… Abra lá um blogue a contar-nos para não ocupar a caixa alheia.
Janeiro 13, 2008 at 8:32 pm
Não quero introduzir ruído no plano de acção. Apenas me parece importante explicitar os objectivos a atingir (porque os debates sendo importantes são um elemento processual que visam metas…) e que neste caso me parecem ser i) alterar, pelos argumentos e pelos aliados, o texto legal nos aspectos mais críticos, ii) criar uma consciência profissional e organizacional que tenha capacidade de intervir de forma crítica na recepção dos normativos…
Janeiro 13, 2008 at 9:57 pm
Kimlovsky
Uma empresa cotada na bolsa ao apresentar resultados negativos deixa de reunir os requisitos necessários para estar em bolsa.
Alem disso os funcionários não podem ser responsabilizados pelos ditos resultados, em virtude de nunca terem tempo para isso…
Ou seja: a rua foi o caminho deles…
O que não tem acontecido aos incompetentes da classe docente do ensino público, porque no privado a história é outra
Janeiro 13, 2008 at 10:08 pm
Oh Ana Dias não me diga!!!
Então “Uma empresa cotada na bolsa ao apresentar resultados negativos deixa de reunir os requisitos necessários para estar em bolsa.”!!!!!!!!!!
Desde quando? Será que isso acontece por decreto? Por acaso não sabe o que se está a passar na maior economia do mundo?
Então os funcionários nem tiveram tempo para isso???
“Ou seja: a rua foi o caminho deles…”
Só aqueles que andam distraídos!
“O que não tem acontecido aos incompetentes da classe docente do ensino público, porque no privado a história é outra”
Pois é! No privado a história é outra, pode crer! É que se uma empresa trata mal o seu recurso mais valioso – os funcionários – vai à FALÊNCIA!
A sua filosofia continua a ser a da patroa do século passado, com chicote na mão, a “gerir” uma empresa têxtil!
A economia de mercado funciona para os dois lados, desde que os trabalhadores sejam qualificados! Ou seja, estes podem ser despedidos, mas os trabalhadores também podem mandar a empresa onde exercem funções às “malvas”!
Janeiro 13, 2008 at 10:22 pm
Kimlovsky
O meu caro não sabia que as empresas tem reunir e respeitar requisitos para estarem em bolsa e que um desses requisitos é não apresentarem resultados negativos.
Então tem razão e está tudo dito… !
Boa noite
Janeiro 13, 2008 at 10:24 pm
Ana Dias, não a conheço, não sei qual a sua competência na sua actividade.
Quanto à competência dos professores teria interesse que explicitasse o que sabe ao certo, em geral ou no particular.
No particular, eu sou um professor mediano, que não almeja a classificação de Excelente de modo nenhum, nem nunca sequer requereu a de Bom no passado.
No entanto, gostaria que me explicasse porque acha que sou incompetente, pois até apresentei resultados no ano transacto em matéria de provas de aferição (com currículos alternativos tive resultados superiores à média, sem mandar ninguém ficar em casa) e em termos teóricos fui avaliado sempre publicamente em todos os graus académicos e na minha profissionalização.
Não sei se pertence ao grupo dos que embirram comigo só porque escrevo, daí partindo para insinuações algo disparatas (“esses incompetentes só sobrevivem porque manipulam o descontentamento dos competentes, promovendo o ódio contra a tutela , nas esperança que ninguém repare que eles são efectivamente as verdadeiras pedras na alavanca do sistema”).
O que sei, por exemplo, é que não leu o manifesto aqui promovido, que é um texto pela positiva, contra ninguém, a favor da circulação da informação e das ideias.
Quanto ao amigo Belmiro, ele lá terá direito às suas opiniões. E ainda bem que promove as pessoas só pelo mérito e não pelo parentesco.
Se assim
Janeiro 14, 2008 at 3:24 pm
Não vou alimentar a tentativa de boicote da iniciativa. E porque não aparece a Ana Dias nessa tal reunião? Seria interessante a sua contribuição e talvez trocasse por miúdos o que entende por “competência”. Mas não sou eu que a devo convidar, sou apenas leitora do Umbigo. Eu assinei a petição e acho bem o encontro. Mas dificilmente vão conseguir evitar certas tentativas de instrumentalização. São os riscos de deixar o virtual e passar à esfera real, não vejo problema; numa reunião aberta espontaneamente organizada não seria errado que por exemplo alguns partidos e sindicatos aparecessem, seria óptimo que todas as forças envolvidas dessem algum contributo. Não acham? Talvez lá vá se for reunião inequivocamente convocada de forma aberta. Assino com as iniciais do meu nome, por ora mais nada. Guardo identificação para outra ocasião- Informe-se no servidor, Doutora Ana Dias (calculo que, no mínimo, seja doutorada e venha das ESEs, para assim falar de alto da competência dos docentes. Quanto ao que disse fiquei triste mas não vou alimentar polémica, é apenas triste que assim se escreva…)
Janeiro 14, 2008 at 8:35 pm
Amiga Ana Gomes
Não duvidamos da sua ilação de que há pessoas incompetentes mas gostaríamos de avaliar as suas competências num blogue onde referisse a sua profissão e nos mostrasse o que faz em benefício da sociedade.
Cumprimentos
Janeiro 15, 2008 at 9:13 am
[…] Educação – Plano Leve de Acção […]