O Bloco precisa de perceber melhor ao que anda em matéria de Educação. Tem iniciativas interessantes, mas depois saem-lhes disparates sem nexo.
Já não falo do Daniel Oliveira, que é um caso perdido de inteligência e sobredotação em defesa da Parque Escolar.
Falo da leitura retorcida (espero que involuntária) do documento da reforma curricular.
Há títulos perfeitamente desnecessários, só explicáveis por precipitação ou falta de compreensão.
Meus amigos, a separação temporária de alunos de níveis diferentes é nas aulas de Apoio ao Estudo… que serão em tudo parecidas às velhas Salas de Estudo…
Governo separa “bons” e “maus” alunos
Acho estranho que Ana Drago embarque nisto, ignorando que, por exemplo, hoje de manhã na TSF, Nuno Crato disse exactamente o contrário. Por favor, ouvir a partir de 1.10 e em especial a partir de 1.20, em que se nega qualquer hipótese de turmas de nível.
Por isso, acho esquisito o que se lê no Esquerda.Net. Porque é sempre interessante traçar limites no desvario interpretativo do que dizem e fazem os que se encaram como adversários.
Março 27, 2012 at 11:11 pm
Olha, Paulo, pela 3.ª vez esta noite:
HAJA PACHORRA!
[a sério que te gabo a tua… :)]
Abraço!
Março 27, 2012 at 11:15 pm
#1,
It’a a dirty job, but…
Março 27, 2012 at 11:16 pm
Eu sei: continua… continua… que não te faltem as forças! 🙂
Março 27, 2012 at 11:16 pm
Há blocos que, às vezes, parecem calhaus!!!
Março 27, 2012 at 11:23 pm
POIS…JULGAM SABER AQUILO QUE APENAS SABEM POR OUVIR DIZER QUE E COISA E TAL…
Março 27, 2012 at 11:24 pm
Sobrinho Simões na SICN: é mto interessante verificar que o bom desempenho de um estudante tem muito a ver com a capacidade de desenvolverem bem a língua materna e uma 2ª língua.
Verdade!
Março 27, 2012 at 11:24 pm
Eles pensam que o Ramiro Marques é Ministro da Educação:
O Ramiro Marques é profundamente elitista. Ganhou público (mercado, como diriam da Fitch) a malhar num par de aventesmas que passaram pelo Ministério. Tantas escreve que às vezes acerta uma. Porém, no mais profundo do ser, existe uma escavadora sempre pronta a abrir valas. Para quem? Para aqueles que “não têm nível”. É perigoso e toma empreitadas com um olho ao centro da testa (todos os adiantados mentais supõe ter mais um olho) e outro no orçamento.
ProfBlog: PS acusa revisão curricular de ser ideológica e de promover a seleção precoce
http://www.profblog.org
Março 27, 2012 at 11:26 pm
Com imbecis deste calibre a comentar o ensino (ou outra actividade da governação) não vamos longe… Não se arranja nada melhor? Temos de apanhar com estas nulidades a comentar, gentinha de opinião fácil que polui a imprensa e as ondas do éter com baboseiras!?
Março 27, 2012 at 11:28 pm
Paulo, mas parece-me que o Bloco sempre analisou a questão da educação a partir da sua guarida ideológica da luta de classes, não me surpreende a tresleitura (mesmo a A. Drago não é uma “positivista feliz”, apenas está um pouco menos ideologizada).
Março 27, 2012 at 11:30 pm
O preconceito ideológico, como o BE patenteia recorrentemente, tem o resultado de um efeito de paralaxe: distorce a percepção da realidade.
E quem não se apercebe desse efeito, arrisca-se a cair na auto-ilusão, produzindo um discurso que entra em curto-circuito com a realidade circundante, e, no limite, pode ser tomado, piedosamente, por autista, o prenúncio do suicídio político assistido…
Março 27, 2012 at 11:31 pm
#0
NO caso de aulas de apoio acho até muito bem essa separação.
Já quanto a turmas de nível (que o BE interpretou mal), estive numa Escola onde tentaram isso uma vez e deu para o torto. Não tanto em termos educativos, mas porque houve uma “inteligência” de colwega que se lembrou de explicar isso aos alunos — que haviam separado uma turma com os melhores e alguns alunos médios e outra com os mais fracos e outros médios… e os da turma fraca (e os da outra) começaram logo com os ditos de que aquela era” a turma dos Burros”.
E, ironicamente, alguns da turma “mais fraca” até eram bastante bons, mas tinha havido umas trocas de última hora, à base da cunha de quem queria ficar na outra e coisa e tal!
Desmotivaram muitos, muitos doa alunos com mais dificuldades desligaram do estudo desde logo. E na outra turma alguns andavam demasiado emproados com o estatuto que julgavam ter. Sendo alguns apenas medianos, mas muito amparadinhos pelos pais.
Não deu para melhorar nada.
Também já dei aulas de apoio às quais alunos bons pediam para assistir, para reforçar aprendizagens, embora avisados que não podiam tentar monopolizar as aulas. E eram muito produtivas, pois assim estavam nessa aula os mais interessados ;e os melhores por vezes ajudavam os alunos “sinalizados” a perceber algumas matérias, explicando à sua maneira e chegavam a combinar algumas sessões de estudo em conjunto.
Março 27, 2012 at 11:33 pm
As tais turmas de nível encapotadas foram refeitas no ano seguinte!
Março 27, 2012 at 11:48 pm
Afundo-me sem compañia.
Março 28, 2012 at 12:07 am
Não cuides da visão, não.
Então não vês que a Drago está cheia de razão?
Obviamente que não se trata de sala de estudo. Nem de normais aulas de apoio ao estudo, mas sim de aulas de apoio ao estudo dadas por professor que não o da própria turma, em horário coincidente com o da turma. Ou seja, GRUPOS DE NÍVEL
Março 28, 2012 at 12:08 am
Amanhã às 08:15 explico
Março 28, 2012 at 12:58 am
Explica-me de-va-ga-ri-nho isso, porque é bué fixe e eu não li, nem ouvi isso em lado nenhum.
E sabemos como andas sempre bem informado… parece.
Como o Ramiro.
Março 28, 2012 at 1:01 am
Também não sei qual é o problema de haver grupos ou turmas de nível em certas disciplinas. Parece-me muito mais humilhante para um aluno fraco (seja por dificuldades de aprendizagem seja por lacunas anteriores) estar numa turma grande em que não acompanha nada do que estar numa turma reduzida com eventuais horas suplementares, mesmo que temporariamente. Nas escolas de línguas e em grupos desportivos faz-se essa selecção e não é desonra nenhuma. O problema é quando se fazem turmas de “fracos” a todas as disciplinas e a expectativa dos profs já é mais baixa e os alunos ficam ainda mais fracos.
Março 28, 2012 at 1:02 am
Acho interessante que se defendam “pedagogias diferenciadas” e depois se critiquem “grupos de nível” (é assim que o shôr Reitor diz que é?) ou apoios diferenciados.
Um tipo acaba a ver e ouvir de tudo…
Março 28, 2012 at 1:06 am
Ninguém fica chocado com as elites do futebol ou da música ou das artes mas já ficam revoltados com as elites na matemática ou no português.
Março 28, 2012 at 1:07 am
Concordo com a Fernanda. Nas Línguas é um tormento para todos: bons e fraco. Quem consegue recuperar alunos em turmas de 27 ou 28 ??
Março 28, 2012 at 1:57 am
Na minha escola isso já se pratica em Inglês no 3.º ciclo. Em cada ano as 4 turmas têm a disciplina ao mesmo tempo, só que com níveis diferentes e os alunos vão progredindo (ou regredindo) de acordo com o seu desempenho. É uma canseira para os docentes em termos de coordenação, mas parece resultar já que os alunos fazem tudo para não ficarem para trás.
Março 28, 2012 at 1:58 am
Claro que a Drago há-de ter imensos obstáculos epistemológicos quanto a isto, mas é melhor nem dar atenção.
Março 28, 2012 at 2:20 am
no que toca a grupos de nível, os mesmos são utilizados na E.Física, a título de exemplo aos alunos, após avaliação inicial é atribuído um dos 3 níveis (Introdutório, Elementar e Avançado), daqui podemos formar 3 grupos de nível e cada um vai tentar atingir os objectivos propostos de acordo com progressões pedagógicas adequadas ao seu nível, logo existe educação diferenciada (que pode ser realizada também noutras vertentes)..noutra prespectiva mais avançada, poderemos colocar alunos com uma boa liderança, capacidade de entreajuda e capacidade para ensinar nos grupos menos aptos, por exemplo quando conhecemos a turma podemos colocar um dos alunos do nível avançado (com essas capacidades) no grupo introdutório com o objectivo de ser uma referência, um modelo, para que os de nível introdutório ultrapassem as suas dificuldades, contribuindo assim para o sucesso da generalidade da turma.
Março 28, 2012 at 8:02 am
#19,
Concordo com o seu comentário. Felizmente que, enquanto estudante, não notei nenhum preconceito em relação às elites na matemática. Antes pelo contrário, eram respeitadas. E em português, a mesma coisa. Nas outras disciplinas, idem, idem, aspas, aspas.
Março 28, 2012 at 8:38 am
E sei que no boxe tambem e um escandalo! Imaginem que eles dividem os pugilistas por grupos de peso!
Março 28, 2012 at 9:21 am
Este igualitarismo à força é a maior imbecilidade de quem nada tem a oferecer ao país senão ideologia manhosa e rançosa.
A questão é simples: o que se ganha em nivelar os seres humanos por baixo, com sentimentos de inveja em relação aos que se destacam por serem melhores?
Resposta: um país de assimetrias económicas brutais, corrupção generalizada e com escolas que formam idiotas úteis para alimentar o sistema de exploração dominado pelos medíocres espertos e corruptos.
Março 28, 2012 at 10:34 am
Nunca concordei com as turmas de nível, mas a verdade é que sempre as houve.
Março 28, 2012 at 10:45 am
Aulas de apoio obrigatórias, plano de acompanhamento e PIT para o pessoal do be, já! E chamar os encarregados de educação dos ditos, para os responsabilizar pelo sucesso educativo das crias.
Março 28, 2012 at 12:57 pm
Mas afinal queremos uma sociedade livre ou um rebanho de arménios carlos e anas dragos?
Em qualquer actividade humana há sempre quem se destaque pela positiva e pela negativa.
Se queremos acabar com o elitismo então devemos acabar com as escolas e com a cultura, levando a cabo um programa radical do tipo Pol Pot.
O anti elitismo é a doença infantil dos medíocres e dos frustrados.
Março 28, 2012 at 1:40 pm
Eu sou a favor da pedagogia diferenciada. Alunos diferentes, estratégias diferentes. O problema é que hoje tudo é debatido em praça pública por quem sabe o que é trabalhar dentro da sala com turmas heterogéneas, aqueles que têm sempre opinião sobre rigorosamente tudo e aqueles que estão sempre a ver a “opressão dos oprimidos”. Ou seja, tudo é discutido por todos e a opinião forma-se sobre vacuidades, sendo que aquilo que vence é sempre o politicamente correcto. Eu já tive uma turma de 12º. ano que juntava alunos da via de ensino – 3 disciplinas, ou 5 – e da via profissionalizante – 12 disciplinas. Isto em inglês. Turma grande, claro. Resolvi então aplicar aquilo que tinha aprendido no estágio e em acções de formação sobre “mixed ability classes”, e fazia testes com perguntas facultativas para os da via profissional. A justificação que eu dava era a de que esses tinham mais do dobro das disciplinas dos outros (tinha, felizmente, esta justificação). Pois bem. Havia alunos da via de ensino que se queixavam de que os outros tinham o teste mais fácil (atenção o teste era só um, com grupos facultativos para os profis), havia alunos do profissional que (contentes e aliviados) faziam só os grupos obrigatórios e havia um profissional que fazia o teste todo e dizia, bem alto, que ia fazer tudo. Eu mantive sempre a estratégia e não me arrependi, pelo contrário. Conclusões? Só tenho uma: eu perante a minha turma e os MEUS alunos, decidia a estratégia. Agora, já nem consigo dizer “meus” alunos. São os nossos alunos. As estratégias são decididas por todos, está tudo formatado em referenciais e critérios e outras coisas medonhas e eu faço como os outros fazem! As coisas discutem-se por quem não está no terreno e quem está no terreno, se não se quiser aborrecer, baixa a bolinha e cumpre.
Março 28, 2012 at 1:42 pm
Errata: “por que não sabe o que é” linha 3
Março 28, 2012 at 2:54 pm
O que é afinal o elitismo?
Dar a todas as pessoas, desde pequeninas, a possibilidade de desenvolverem ao máximo as suas capacidades intelectuais, físicas, sensoriais, artísticas, etc, sabendo à partida que irão mais longe do que outros e que a realização individual se exprimirá na diversidade, concordo.
Achar que determinadas pessoas, porque são mais inteligentes, criativas, assertivas, persistentes ou outra coisa qualquer, têm direito a dominar os outros, a apropriar-se da riqueza e dos recursos naturais, a organizar a sociedade em função dos seus interesses e tomando para si e para a sua descendência uma posição de privilégio, com isso não concordo.
Março 28, 2012 at 4:29 pm
# 32,
Utopias. Naturais, vindas de quem vem.
Vamos lá ver:
Eu concordo que todos devam ter as mesmas possibilidades. Já discordo – em absoluto – que os mais capazes ( “inteligentes, criativos, assertivos, persistentes ou outra coisa qualquer”) não vejam recompensados os seus esforços.
A natureza, caro António, tratou de criar uma coisa que é fundamental:
– A Diferença.
Tão fundamental que, sem ela, não haveria a própria vida ( … ).
O problema reside no bicho-homem:
– Uns fazem questão de vincar a dita cuja; outros não aceitam que ela exista.
Ou seja, vivemos num mundo em que alguns querem tudo para si. E em que outros não querem ter menos que ninguém.
– Vivemos num mundo de egoístas e de invejosos!
Eu acho que o correcto é sermos capazes de não querer tudo para nós – sabermos dividir – e reconhecermos o talento a quem o tem – sabermos valorizar quem cria.
Criar e dividir… os eternos problemas da “esquerda” e da “direita”.
Respectivamente.
…
Março 28, 2012 at 4:50 pm
#33
“Eu acho que o correcto é sermos capazes de não querer tudo para nós – sabermos dividir – e reconhecermos o talento a quem o tem – sabermos valorizar quem cria.”
Concordo!… O único problema é a natureza da “valorização” ou da “recompensa”.
Achar-se que a única valorização que conta é a a recompensa material…
Ou confundir-se verdadeiro talento com o oportunismo dos chicos-espertos…
Ou passar-se por talentoso apenas porque os pais o foram ou porque houve dinheiro para comprar uns canudos e diplomas…
… não concordo!
Quanto a utopias… o sonho comanda a vida!…
Março 28, 2012 at 6:55 pm
#34,
Ok, vamos lá então sonhar com um mundo melhor. Mas sempre com os pés bem assentes no chão… pode ser?
Há tanta coisa que está mal neste mundo, António…
O que não podemos é meter tudo num mesmo saco. Misturar as coisas só porque certas ideologias-da-treta mandam.
– O que não devemos é achar que os ricos são todos vilões e que os pobres são todos bonzinhos.
O mérito deve ser reconhecido. Ponto. Claro está, o “verdadeiro mérito”, como dizes.
Certos discursos repetitivos que não se adaptam ao mundo em que vivemos não levam a lado nenhum. Por mais que o “sonho” seja lindo.
Sabes, António, orgulho-me muito do meu pai. Foi um homem que subiu a pulso a corda da vida. Emigrou sozinho com 14 anos para o Brasil; quase morreu na viagem; ficou 8 anos sem ver a mãe e, passados 15 anos, tinha estabelecido o seu próprio negócio e dava emprego a mais de 20 pessoas.
Teve que suar e sofrer muito. Muito mesmo. Mas é maravilhoso ouvi-lo dizer aos 75 anos, com lágrimas nos olhos ao olhar para todos os filhos, que “valeu a pena todo o sacrifício que passei”.
Era um homem pobre, sem dinheiro dos pais, sem canudos ou diplomas… e que venceu na vida.
E ensinou-me uma regra que serviu de base para a minha formação: sem sacrifício não há sucesso.
Daí que sempre senti uma enorme revolta em observar tanto a injustiça dos que vencem sem mérito como as reivindicações de quem nunca lutou por nada. Há chicos-espertos em todo lado, António, sejam ricos ou sejam pobres.
Saibamos, por isso, dar valor a quem merece.
Tendo a noção de que direitos e deveres devem andar sempre de mãos unidas.