O Bloco precisa de perceber melhor ao que anda em matéria de Educação. Tem iniciativas interessantes, mas depois saem-lhes disparates sem nexo.

Já não falo do Daniel Oliveira, que é um caso perdido de inteligência e sobredotação em defesa da Parque Escolar.

Falo da leitura retorcida (espero que involuntária) do documento da reforma curricular.

Há títulos perfeitamente desnecessários, só explicáveis por precipitação ou falta de compreensão.

Meus amigos, a separação temporária de alunos de níveis diferentes é nas aulas de Apoio ao Estudo… que serão em tudo parecidas às velhas Salas de Estudo…

Governo separa “bons” e “maus” alunos

O governo prepara-se para criar escolas públicas a duas velocidades, separando “bons” e “maus” alunos.

Acho estranho que Ana Drago embarque nisto, ignorando que, por exemplo, hoje de manhã na TSF, Nuno Crato disse exactamente o contrário. Por favor, ouvir a partir de 1.10 e em especial a partir de 1.20, em que se nega qualquer hipótese de turmas de nível.

Por isso, acho esquisito o que se lê no Esquerda.Net. Porque é sempre interessante traçar limites no desvario interpretativo do que dizem e fazem os que se encaram como adversários.

A única referência a este ponto, no documento onde o Governo apresenta as linhas de orientação para a “revisão da estrutura curricular”, indica que “o acompanhamento e a avaliação dos alunos” será efetuado através de “medidas que incrementem a igualdade de oportunidades, de homogeneidade relativa em disciplinas estruturantes, ao longo de todo o Ensino Básico, atendendo aos recursos da escola e à pertinência das situações”.

“É o velho sonho da direita, que nunca aceitou a ideia de uma escola democrática: uma escola pública para formar elites”, diz Ana Drago. Para a deputada do Bloco, “o sucesso escolar de grande parte dos alunos, que ficam acantonados em grupos de nível, e a equidade de oportunidades são uma preocupação menor para uma direita que nunca disfarçou a sua saudade de uma escola de elites, para as elites”.