Este é um blogue que divulga posições pessoais dos dois colaboradores e de todos aqueles que enviam materiais para publicação. É um blogue plural(ista), mas tem um ponto de vista, algo desenquadrado. Quem quer as posições oficiais das instituições, organizações e corporações quem que mais se revê, dirija-se, quando necessário, aos respectivos sites ou aos blogues-papagaio.

Vou falar por mim – mas julgo que o Fafe também iria nisso – e dizer que não sinto qualquer obrigação moral, política ou ideológica de satisfazer a agenda de nenhuma organização, nem sinto qualquer dever de fidelidade para com colectivos que têm a  sua estrutura interna, as suas hierarquias e as suas disciplinas. Muito menos aceito que a classe profissional a que pertenço seja amalgamada atrás de qualquer sigla.

Portanto, sou perfeitamente livre de afirmar a minha discordância em relação a estratégias ziguezagueantes de algumas organizações sindicais ou o desaparecimento quase completo de outras, embora reconheça que são elas que têm o papel legal de se sentarem à mesa das negociações com a tutela acerca de questões laborais. Lamento, ainda, que no contexto actual, estejam – de novo – a colocar os interesses específicos da classe docente (e que a uniriam na medida do possível) atrás de interesses alheios, nomeadamente de um modelo de contestação coreográfica, burocrática e domesticada, pré-2005.

Já todos percebemos que não querem fazer cair o governo ou que o FMI venha aí, pelo que se percebe que, no fundo, a luta é para picar o ponto, pois desta forma, nem o governo cede num milímetro (sabe que os contestatários militantes apenas ameaçam, mas não querem morder), nem nós almoçamos em paz.

Sou ainda livre de afirmar isso quando bem entendo, sendo os comentadores livres de me zurzir quando e como bem entendem, mesmo quando alguns (pouquíssimos) mentem voluntariamente para tentar atingir objectivos que serão os das tais organizações ou outras instituições. Ou despeitos pessoais, que os há. Os restantes críticos que me zurzem de forma aberta e declarada são extremamente bem-vindos, sempre na certeza que, na escassez de cristandade, se habilitam a não sair sem resposta.

Prontos!!!