Este é um blogue que divulga posições pessoais dos dois colaboradores e de todos aqueles que enviam materiais para publicação. É um blogue plural(ista), mas tem um ponto de vista, algo desenquadrado. Quem quer as posições oficiais das instituições, organizações e corporações quem que mais se revê, dirija-se, quando necessário, aos respectivos sites ou aos blogues-papagaio.
Vou falar por mim – mas julgo que o Fafe também iria nisso – e dizer que não sinto qualquer obrigação moral, política ou ideológica de satisfazer a agenda de nenhuma organização, nem sinto qualquer dever de fidelidade para com colectivos que têm a sua estrutura interna, as suas hierarquias e as suas disciplinas. Muito menos aceito que a classe profissional a que pertenço seja amalgamada atrás de qualquer sigla.
Portanto, sou perfeitamente livre de afirmar a minha discordância em relação a estratégias ziguezagueantes de algumas organizações sindicais ou o desaparecimento quase completo de outras, embora reconheça que são elas que têm o papel legal de se sentarem à mesa das negociações com a tutela acerca de questões laborais. Lamento, ainda, que no contexto actual, estejam – de novo – a colocar os interesses específicos da classe docente (e que a uniriam na medida do possível) atrás de interesses alheios, nomeadamente de um modelo de contestação coreográfica, burocrática e domesticada, pré-2005.
Já todos percebemos que não querem fazer cair o governo ou que o FMI venha aí, pelo que se percebe que, no fundo, a luta é para picar o ponto, pois desta forma, nem o governo cede num milímetro (sabe que os contestatários militantes apenas ameaçam, mas não querem morder), nem nós almoçamos em paz.
Sou ainda livre de afirmar isso quando bem entendo, sendo os comentadores livres de me zurzir quando e como bem entendem, mesmo quando alguns (pouquíssimos) mentem voluntariamente para tentar atingir objectivos que serão os das tais organizações ou outras instituições. Ou despeitos pessoais, que os há. Os restantes críticos que me zurzem de forma aberta e declarada são extremamente bem-vindos, sempre na certeza que, na escassez de cristandade, se habilitam a não sair sem resposta.
Prontos!!!
Janeiro 27, 2011 at 9:11 pm
Pronto, falaste (escreves-te) bem; aliás acho que o umbigo é um espaço de desabafo, abafo, leitura, imaginação. Ele representa bem a categoria que é ser professor.
Janeiro 27, 2011 at 9:12 pm
Boa!
(não li tudo porque, agora, só leio os 2 primeiros parágrafos) mas é assim mesmo.
E o dono do blog é que manda, caramba, há tanto blog, “vaiam” para o salto alto ou para o blog da cochina (!!!).
Janeiro 27, 2011 at 9:13 pm
O ponto aqui não é o de saber se há uma deriva anti-sindical. O que aqui se tem criticado não é a existência dos sindicatos e o papel do sindicalismo, mas a práxis desse sindicalismo, designadamente na luta concreta contra as políticas educativas socretinas.
E essa crítica não se dirige contra o que de melhor tem o sindicalismo – e no fundo o justifica – a capacidade de defender e lutar pelos seus representados, mas sim para denunciar frontalmente a sua inoperância em conduzir um processo maciço de luta que lhe caiu no colo, comprazendo-se com o papel de negociador institucionalmente reconhecido, pelo que teve que pagar o preço de se render a um acordo assinado à pressa para acalmar as hostes.
Portanto, a crítica não é contra o papel fundamental dos sindicatos – mas por eles próprios se demitirem dele. Não são criticados por excesso – mas por defeito, por não assumirem integralmente a sua missão.
Acresce a isto que as cúpulas sindicais, por má-fé – e é isto que custa mais engolir… -, mormente as da Fenprof, ainda se vêm queixar dos zecos, insinuando ou dizendo que estes não os compreendem e acompanham nas suas lutas coreográficas, para iludirem o facto de que foram eles que malbarataram e trairam uma mobilização e uma força ímpares nas lutas sectoriais no pós 25 de Abril.
Tal como fazem aqueles que criticam a abstenção em vez de a comprenderem, aquelas cúpulas persistem em deplorar e ostracizar estes zecos, este povo (e há outro?…), por não merecerem a sua iluminada condução vanguardista.
Se os zecos e o povo não se podem substituir – porque não substituir as luminárias?
Janeiro 27, 2011 at 9:14 pm
escreveste agora leva hifen?
Ai que tenho de ler o acordo outra vez…
Janeiro 27, 2011 at 9:15 pm
Até o António Barreto me está a parecer um bocado coiso…e eu até gosto dele.
Janeiro 27, 2011 at 9:21 pm
Mas são palavras como estas que merecem admiração e repeito! Repete as vezes que forem necessárias, pois somos um país de gente que na sua globalidade lê pouco, ouve mal e não pensa!
Parabéns pela frontalidade e pela coragem!
Gosto das ideias transmitidas e da forma como são transmitidas!Escreves muito, mas mesmo muito bem! Que orgulho que sejas professor! É gente como tu que dignifica a profissão e, portanto, me dignificas a mim! Pela minha parte fica aqui um agradecimento profundo, desde já antecipado para as alturas em que contigo não concordar!
Janeiro 27, 2011 at 9:26 pm
“Na educação parece haver um tempo de acalmia” diz António Barreto
Não estamos não senhor, dr. António Barreto.
Janeiro 27, 2011 at 9:28 pm
Análise muito superficial, relativa à educação.
Janeiro 27, 2011 at 9:28 pm
Para os mais distrídos….Estava a referir-me às palavras de Paulo Guinote e já agora também aos sábios comentários do Farpas (que não fica nada atrás, não senhor!
Bem hajam!
Janeiro 27, 2011 at 9:31 pm
Elsinha, entraste e disseste tudo! Assim é que eu gosto 🙂
Janeiro 27, 2011 at 9:35 pm
Mas que parece, parece!
Janeiro 27, 2011 at 9:38 pm
🙂
Janeiro 27, 2011 at 9:38 pm
Apoiado.E a colega Elsa tb esteve muito bem !
Janeiro 27, 2011 at 9:49 pm
#0
Man, you’re an outcast!
Janeiro 27, 2011 at 10:14 pm
Não entendo a necessidade destes posts mensais.
Alguns (pouquinhos)discordam de certos posts e opiniões.
Não vejo mal nenhum, desde que consigamos controlar os nervos enfranjados e as ofensas pessoais.
Para desanuviar, e num registo brejeiro sem ofensa, estes posts fazem-me lembrar a chica.
Janeiro 27, 2011 at 10:16 pm
E também me fazem lembrar o Activol.
Janeiro 27, 2011 at 10:18 pm
Quem é a Chica?
Isso são maneiras de tratar o Francisco Lopes do PCP? 🙂
Janeiro 27, 2011 at 10:22 pm
🙂 🙂
Janeiro 27, 2011 at 10:25 pm
#15,
Para desanuviar, e sem ofensa pessoal, ela ainda a visita?
Parece que sim, mas…
Janeiro 27, 2011 at 10:29 pm
#0,
Não é a sua discordância em relação e enquadramentos (“este blog tem um ponto de vista algo “desenquadrado”??????)e não tem a ver com a liberdade e isso.
Ao longo destes últimos meses noto algo que não tem a ver com estas discordâncias.
É algo de diferente a nível do dizer as coisas e do como dizer, a nível de uma postura desagradável com que “responde” a comentários, levando tudo muito a sério e sempre como um ataque pessoal.
Esta é a faceta que me foi desagradando. Por isso hoje, tenho uma opinião de si, como pessoa, diferente da que tinha quando há anos comecei a participar neste blog.
Leva-se muito a sério.
Eu até que acho bem levarmo-nos a sério.
Mas quando é demais, torna-se pouco desejável.
Janeiro 27, 2011 at 10:35 pm
#19,
Quem?
O Francisco Lopes visitar-me?
-:)
Janeiro 27, 2011 at 10:35 pm
🙂
Isto é do Alzheimer….
Janeiro 27, 2011 at 10:38 pm
#20,
Se calhar estou-me um pouco nas tintas para quem, quando se escreve a sério, é porque se leva a sério. Se se brinca, é porque se brinca e nestas alturas não se deve brincar.
Eu resumo-lhe a diferença: há 2 anos, por exemplo, contra-natura, eu ralava-me um pouco com o que as pessoas poderiam pensar de mim.
Agora, já não me ralo quase nada.
Mas há dois pontos que eu destacaria:
1) Não me levo nada a sério, excepto quando me levo. E são muito mais as vezes que não levo.
2) Agora sinto-me muito mais eu mesmo, sem necessidade de palmadinhas nas costas (tirando as mensais, que me chegam com os afrontamentos da andropausa).
Por fim, e não me leve a mal: eu não tenho qualquer preensão a ter uma opinião sobre todas as pessoas que aqui comentam, só com base no que escrevem. Seria superficial, avaliar a pessoa pela persona. No seu caso, pensaria que viveu uma juventude com escassez de jovens rebeldes. Ou então que a tenta desesperadamente prolongar. Eu não.
Mas como não a avalio pela forma acre como trata quem acha que não atinge os seus padrões, limito-me a achar que é boa pessoa, apenas nem sempre o sabe transmitir.
E fui.
Janeiro 27, 2011 at 10:39 pm
#21,
Por exemplo, este é um comentário que falha completamente o facto de eu ter escrito “ela”, pelo que nem sei se percebeu o que escreveu.
Janeiro 27, 2011 at 10:40 pm
Agora é que vou mesmo…
Janeiro 27, 2011 at 10:42 pm
Pergunta parva do dia (com múltipla escolha):
– Olhando para as estratégias de luta e resultados das negociações da FENPROF com o ME nos últimos anos, a quem acha que elas foram MAIS úteis?
a) FMI e bicho-papão.
b) Professores (vulgo “zecos”).
c) Júlia Pinheiro e Fátima Lopes.
d) Alunos.
e) FENPROF, PS e ME.
…
…
Janeiro 27, 2011 at 10:47 pm
#17
#19
🙂 🙂 🙂
Janeiro 27, 2011 at 10:51 pm
Concordando algumas vezes e discordando muitas outras, é justamente por ser um sítio original, independente e plural que aqui venho.
Já não ter paciência para ‘dialogar’ com avatares formatados totalmente inúteis.
Janeiro 27, 2011 at 10:53 pm
Muito bem. Paulo! Estamob cheios de chefes de orquestra que não ouvem nem querem ouvir a orquestra.
Janeiro 27, 2011 at 10:53 pm
Estamos cheios…Mesmo muito cheios.
Janeiro 27, 2011 at 10:54 pm
#23,
Pronto, ficou zangado.
E vai daí aproveita para uma análise clínica online sobre esta comentadora.
Você é mesmo curioso, não é?
#24,
Quer parecer-me que quem não percebeu a brincadeira foi o Paulo.
Acontece aos melhores.
Assim não tem piada.
Janeiro 27, 2011 at 10:54 pm
A NOVA VAGA, essa sim deve ter eco entre nós.
Janeiro 27, 2011 at 10:57 pm
Há aqui algo de estranho que se está a passar no Umbigo de hoje:
– Começou na PDI,
que depois passou a:
– ADN (afastamento da data de nascimento)
– Depois aparece a colega Fernanda 1 a falar de “chica”
– E agora é o colega Paulo Guinote,com afrontamentos da andropausa.
Isto hoje tem que fechar mais cêdo.Para quando o post da Música?
Janeiro 27, 2011 at 10:59 pm
Não tenho dúvidas que é no MOVIMEMNTO ESPONTÂNEO dos professores que os objectivos se alcançam. E pensar que lá estivemos tão perto!…
Janeiro 27, 2011 at 11:00 pm
Ó Magalhães, aqui nada se fecha, tudo se abre…
Janeiro 27, 2011 at 11:01 pm
#33,
Espera aí que entretanto apareceu a Olinda a afirmar que:
– a Chica era o Francisco Lopes!
Janeiro 27, 2011 at 11:01 pm
Por experiência própria bastante delorosa, quando defronto descrições parciais de factos veiculados por fontes interessadas mas que não dão a cara, descarto imediatamente. Mais ainda, quando é acompanhado de atribuição de intenções num processo eminentemente complexo como é o das negociações. A barragem de clichés serve para levantar muita poeira, mas não consigo ver-lhe utilidade. Defeito meu, só pode.
Janeiro 27, 2011 at 11:02 pm
Seria bom que viessem de novo as convocações S.M.S. para protestos regionais, por agora.
Janeiro 27, 2011 at 11:05 pm
Caro António Ferrão
Desculpe, mas Veja se coloca a sua escrita mais perto do res-do-chão. Caso contrário ninguém o entende…
Janeiro 27, 2011 at 11:16 pm
Caro Cunha Ribeiro
Se já sentiu uma vez na vida o efeito de uma acusação injusta, não creio que tenha dificuldades em compreender.
Janeiro 27, 2011 at 11:18 pm
Quando a conversa não interessa… vai-se.
Curioso.
Janeiro 27, 2011 at 11:25 pm
Os gurus da accountability em maus lençóis:
Financial Crisis Commission Finds Cause For Prosecution Of Wall Street
Shahien Nasiripour
Janeiro 27, 2011 at 11:26 pm
Janeiro 27, 2011 at 11:58 pm
2009 foi um ano louco. O PS, acossado por todos os lados, estoirou as finanças, em grande parte para fidelizar clientelas, noutra partes em algumas cedências sectoriais para acalmar a contestação Claro que Teixeira dos Santos tinha uma compreensão clara da situação que se estava a gerar com o seu beneplácito e em seu nome, pelo estouvado Sócrates. Mas nesse ano não se ouviu muita da sua prosápia habitual, andou calado quase todo o tempo. Quando o governo reabriu as negociações a seguir às eleições, cedeu em parte ao descongelamento das carreiras. É minha convicção que Teixeira dos Santos não desconhecia a situação: se estava a prometer o que não queria ou não podia cumprir, ou que estava na eminência de ter que retroceder passados poucos meses, para ter essa percepção, ocupava um posto de observação privilegiado. Nas negociações havia outros pontos na agenda, mas os sindicatos aproveiaram, a meu ver bem, uma cedência parcial, numa altura em que as negociações estavam paralisadas. Não cabia aos sindicatos proceder como se tivessem conhecimento antecipado daquilo que se veio a verificar e que obrigou o governo a dar o dito pelo não dito. Essa responsabilidade pertence exclusivamente ao governo. Ao se tentar diluir as responsabilidades com os sindicatos, atribuindo-lhes intenções semelhantes, não se está a ajudar a esclarecer as situações, antes a facilitar o agravamento de uma situação que já é crítica. Neste ponto estou em perfeita acordo com o social-democrata Rui Rio: o melhor que pode acontecer a um trafulha é observar que todos estão a ser considerados trafulhas. Assim ele tem hipóteses de passar entre os pingos de chuva.
Janeiro 28, 2011 at 12:04 am
Está tudo quase dito.
Janeiro 28, 2011 at 12:33 am
Um abraço com acordo total.
Janeiro 28, 2011 at 11:06 am
É por esta e por outras que eu gosto deste blog. O seu autor e opinadores, são livres de pensar e de agir. Pela sua própria cabeça. Arre!
Janeiro 28, 2011 at 12:53 pm
A democracia passa cada vez mais pelos blogs e pela revolta a estalar na rua.
As eleições e as restantes coreografias político-partidárias só servem para legitimar e perpetuar o poder da oligarquia dominante.
Daí a real importância dos sindicatos: são uma peça da máquina de contenção social e de manutenção do “statu quo”.
Quem não alinha no “colectivo” é imediatamente identificado como “excêntrico” ou apelidado de “traidor”, olhado com desconfiança e colocado sob a suspeita de estar ao serviço de algum interesse obscuro.
É a velha estratégia de preservação das seitas e dos respectivos privilégios.
Janeiro 28, 2011 at 2:16 pm
#41,
Não. Apenas há 3 turmas de testes para ver.
E um texto por fazer até sábado.
Interessante seria as pessoas fazerem autocrítica e não a exigirem apenas aos outros.