Estive a passar os olhos pelos relatórios da avaliação externa levada a efeito pela IGE. Concentrei-me na área da DRELVT por ser, obviamente, a que melhor conheço.
Concentrei-me no concelho onde lecciono, onde vivi a maior parte da vida e onde fui aluno durante onze anos. Que é um dos dois que conheço um pouco mais de perto.
Este ano lectivo, entre 2 Secundárias e 6 agrupamentos com EB 2/3 no topo, a sorte saiu a uma das Secundárias e a quatro agrupamentos. Já estão online 4 dos 5 relatórios (o 5º é dos que me desperta maior curiosidade, por causa das habilidades que consta terem sido colocadas em prática para a visita).
E não é que eu fiquei agradavelmente surpreendido pelo sentido da avaliação? Mesmo se ainda os acho generosos em alguns parâmetros, em especial quando se dá uma classificação de suficiente a resultados que, na melhor das hipóteses, são medíocres?
Confesso que fiquei a admirar um pouco mais os inspectores que andaram por ali.
Só que esta avaliação parece que de pouco serve, quando se trata de funcionar como base para alguma coisa mais séria. Ou mesmo menos séria como é o caso dos mega-agrupamentos.
Eu exemplifico com o que se passa numa freguesia onde a secundária e os dois agrupamentos foram avaliados.
A avaliação dos cinco parâmetros foi a seguinte:
- ESec: B-B-B-B-S
- 1º agrupamento – S-B-B-B-S
- 2o agrupamento – S-S-B-S-S
Pelo que se sabe, qual foi a solução de mega-agrupar? Foi a topográfica, mais até do que geográfica, agrupando a Secundária com o 1º agrupamento. O 2º agrupamento, com a avaliação claramente pior, incluindo ao nível da liderança, foi a que ganhou o prémio de ficar sem agrupar.
E é isto que me mete um bocado mais de confusão: mas então que raio de critérios são usados para isto? Não seria boa ideia que os suficientes beneficiassem da experiência dos bons?
E já agora, não seria tempo para algumas peneiras e certas boas práticas serem repensadas?
Nota: Fui espreitar a avaliação externa de 2008/09 e reparei que em relação a outro mega-agrupamento de que se fala na zona, em outra freguesia, se vai colocar um agrupamento com a avaliação de B-B-MB-MB-B na dependência de uma Secundária com 5 suficientes. Neste caso pode ser que a termodinâmica ou a mecânica dos fluidos funcionem.
Julho 7, 2010 at 9:17 pm
A minha escola já foi avaliada há 2 anos e na ocasião fiz parte de um dos painéis. Também fiquei positivamente impressionado com o profissionalismo. Pode-se discordar da pertinência dos critérios escolhidos, mas sabem ao que vão e o que perguntar. São cirúrgicos e não se deixam levar pelo spinning local. Como um deles afirmou mais tarde off the record: “Basta-me percorrer uma escola ao longo de um dia que fico logo com uma ideia clara da liderança e dos processos.” Basta um pouco de bom senso, acrescentaria eu.
Julho 7, 2010 at 9:42 pm
Viva a Espanha….
Julho 7, 2010 at 9:49 pm
Caramba!
Nao e que o polvo tinha razao!
Julho 7, 2010 at 10:00 pm
Julho 7, 2010 at 10:47 pm
De acordo com o diploma publicado no Diário da República, a marcação e a realização das reuniões de natureza pedagógica deve ter em conta determinadas regras que garantam a sua eficiência, assegurando aos docentes o tempo necessário para desenvolverem o seu trabalho a nível individual.
Antes de serem marcadas as reuniões, deve ser ponderada a efectiva necessidade da sua realização ou, ainda, a possibilidade de atingir os objectivos propostos através de outros meios.
Caso a reunião seja considerada necessária, devem ser garantidas as seguintes condições, de modo a possibilitar uma melhor gestão do tempo:
Realização de uma planificação prévia da reunião, estabelecendo as horas de início e de fim, bem como uma ordem de trabalhos exequível dentro desse período;
Atribuição de trabalho aos participantes, que possa ser previamente realizado, de modo a agilizar o funcionamento das reuniões;
Estabelecimento de um sistema rigoroso de controlo da gestão do tempo para cumprir a planificação prevista.
Para assegurar aos docentes o tempo necessário para a realização do seu trabalho a nível individual, os órgãos dos agrupamentos e das escolas responsáveis pela direcção, coordenação educativa e supervisão pedagógica devem evitar exigir-lhes documentos que não estejam revistos na lei ou no regulamento interno. Caso sejam considerados necessários, os documentos elaborados pelos docentes ou produzidos pelas escolas devem ter uma extensão o mais reduzida possível.
Deve ainda fazer parte das preocupações dos órgãos responsáveis garantir que a escola só se envolve em projectos que se articulem com o respectivo projecto educativo.
Cabe às direcções executivas das escolas e dos agrupamentos determinar o número de horas a atribuir à componente não lectiva de estabelecimento, que deve ter no mínimo uma hora, à qual acresce o tempo destinado para as reuniões convocadas.
No que respeita às horas destinadas à avaliação do desempenho de docentes, mantém-se o critério de um tempo lectivo semanal, por relator, para a avaliação de três docentes. As horas previstas para a avaliação de outros docentes passam a estar incluídas no número de horas do crédito horário das escolas.
Quando as horas de componente não lectiva de estabelecimento e as horas de redução de que o docente beneficia forem insuficientes, procede-se à redução da componente lectiva do relator. No caso dos docentes da educação pré-escolar e do 1.º ciclo, sempre que o número de horas da componente não lectiva de estabelecimento do relator fique esgotado pelo número de docentes a avaliar, procede-se à designação de outro relator.
O despacho relativo à organização do ano escolar estabelece as regras e os princípios orientadores para a elaboração do horário semanal de trabalho dos docentes, bem como a distribuição do serviço docente correspondente.
Este despacho define ainda orientações para a programação e execução das actividades educativas necessárias para a plena ocupação dos alunos dos ensinos básico e secundário, durante o período de permanência na escola.
Para mais informações, consultar:
Despacho n.º 11120-B/2010 [PDF]
Julho 7, 2010 at 10:48 pm
#5,
Já li isso e espero escrever alguma coisa amanhã.
Hoje vou l(v)endo estatísticas.
Julho 7, 2010 at 11:05 pm
#5
Podiam limitar o número de reuniões. Pelo que sei as escolas não aceitariam isso, beliscava-se a dita “autonomia”.
Quero ver se efectivamente esta medida tem alguma eficácia.
Julho 7, 2010 at 11:08 pm
#0,
“Neste caso pode ser que a termodinâmica ou a mecânica dos fluidos funcionem.”
Deve ser essa a estratégia.
Lol….
Julho 7, 2010 at 11:21 pm
Pode ser que os jornalistas peguem neste teu TPC tão bem feito.
Julho 7, 2010 at 11:43 pm
fluidos?? lol
Julho 7, 2010 at 11:49 pm
#9
Os jornalistas não querem isto. O que dá audiência é outra coisa.
Julho 7, 2010 at 11:52 pm
B-B-B-B-S
S-B-B-B-S
S-S-B-S-S
———-
A avaliação da primeira escola está errada. Deveria ter sido B-B-B-B-B a fim de completar o padrão simétrico (triângulo invertido de B’s).
Julho 7, 2010 at 11:55 pm
Então a primeira linha está incorrecta.
Julho 7, 2010 at 11:56 pm
Ao todo são8 Bons e 7 suficientes. Pode ser esse o critério: manter a avaliação mais de 50% Bom. Se qualquer das escolas tivesse tido mais um suficiente o agrupamento era inviável e teriam de se ir agrupar para outro lado.
Julho 7, 2010 at 11:57 pm
#13
Exactamente. Eles são ainda melhores do que pensavam.
Julho 8, 2010 at 12:00 am
8 bons e 7 suficientes.
8 x 7 = 56.
Curiosamente serão 5 relatórios online e 6 agrupamentos os referidos no post.
Julho 8, 2010 at 12:01 am
A escola EB 2/3 está no topo.
Ora 2+3=5
e 2 x 3 = 6
novamente o 5 e o 6.
Julho 8, 2010 at 12:05 am
#1
Basta-me percorrer uma escola ao longo de um dia que fico logo com uma ideia clara da liderança e dos processos.” Basta um pouco de bom senso, acrescentaria eu.
E acredita nisso?
E que tal excelente liderança e restantes itens com classificação inferior. O homem deu uma volta em torno do gabinete do chefe?
Julho 8, 2010 at 12:09 am
Da Cabala se depreende também que a escola da conjugação do 5 e do 6 nascerá o equilíbrio dado que:
5
Expressão: Comunicativa e superficial, passa uma visão carismática. Pode ser uma “mosca morta”, ter uma aparência péssima, mesmo assim será considerada extremamente sedutora.
6
Expressão: Romântica incurável, vista com ternura, as pessoas vão buscar no número 6 alguém em quem podem confiar e com quem possam desabafar. É o “ombro amigo”.
Destino: Dedicar-se à família, só consegue se estruturar se tiver harmonia, por essa razão, busca o equilíbrio o tempo todo. Capacidade de concretização excelente.
Julho 8, 2010 at 12:10 am
Penso que este método de análise poderá ser usado com sucesso no desenho de futuros agrupamentos.
Julho 8, 2010 at 12:13 am
#16 e 17
Isso já parece aquelas coisas da bruxaria…
Julho 8, 2010 at 12:16 am
Bruxaria não sei, mas que muitos dos nossos mais distintos cidadãos recorrem ao tarot e consultam coisas várias …
Julho 8, 2010 at 2:19 am
# 1
Tinham uma excelente formação em Psicologia e em Direito. É bom saber que mantêm essa qualidade.
Julho 13, 2010 at 10:03 pm
Para as reuniões há que fazer um TPC! De acordo e qiuando nem todos o fazem? Aguentamos na reunião?