De acordo com as declarações atrapalhadas de José Sócrates na BlogConf e retomadas aqui por um seu seguidor existrirão nesta data 60.000 docentes em avaliação, dos quais 18.000 coma avaliação já concluída.

Sócrates contrapôes [sic] com dados de existência de 60000 professores em avaliação, 18000 já avaliados, e com uma diferenciação de resultados.

Ainda se poderia pensar que eram 18.000+60.000, mas as declarações do primeiro-ministro são, dentro dos possíveis, claras. Há 60.000 em avaliação, dos quais 18.000 coma  avaliação concluída, portanto faltam…  faltam… não chega a dizer quantos, mas a aritmética básica diria que são 42.000.

Isto é no mínimo curioso, tanto em relação aos dados divulgados sobre a avaliação na Administração Pública (160.000 já avaliados no Ministério da Educação), quer quanto ao que significa de não entrega de Objectivos Individuais. Estes números significariam que estão em avaliação menos de 50% dos docentes em exercício, talvez mesmo pouco mais de 40%.

O que significa(ria) o fracasso completo deste processo de avaliação, com base nas próprias palavras do primeiro-ministro.

E não há mesmo que enganar. Foi mesmo José Sócrates que afirmou que os dados fresquinhos indicavam 60.000 docentes em avaliação.

Que isto contrarie completamente todo o discurso oficial sobre a avaliação do desempenho dos docentes é apenas, sei lá que termo usar, algo perturbador.

Perturbador em especial para os spin-doctors do ME a quem parece que estas questões poderiam ser colocadas com maior acuidade por quem tem como missão informar, mas escrutinando a informação.

E já agora, onde têm origem estes dados?

Será que os 18.000 já com avaliação serão apenas os contratados do ano passado, mais as poucas escolas que já atribuíram classificações este ano?