Alunos sem vaga na escola EB1 de Gualtar
Cerca de 20 alunos que frequentam a Ecola EB1 de Gualtar, não residem na freguesia.
A denúncia foi feita pelos pais de alguns alunos, que apesar de residirem na freguesia, alegam não ter vaga naquele estabelecimento de ensino.“Ao tentar inscrever o meu filho na escola verifiquei uma situação que não me parece correcta: vários pais de outras freguesias delegaram a responsabilidade de encarregado de educação noutras pessoas da freguesia. Alguns até pediram atestados à junta de freguesia”, denunciou um dos pais, que pediu para não ser identificado.
De acordo com o mesmo encarregado de educação, a situação vivida na EB1 de Gualtar está a criar muitas dificuldades às famílias.“Eu que moro em Gualtar, não sei onde vou colocar o meu filho. Possivelmente terei que levá-lo para Pedralva ou Espinho. Isso implica que todos os dias tenha de fazer um desvio de mais de 20 quilómetros, quando moro apenas a um quilómetro da escola de Gualtar”, desabafa o mesmo pai. Isto se conseguir garantir vaga nos estabelecimentos de ensino dessas freguesias, porque “até esses estão cheios”.
A situação, garante, já foi denunciada à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), mas as respostas “são muito evasivas”.
Por esse motivo, os encarregados de educação prometem apresentar hoje, ou o mais tardar até ao final da semana, uma providência cautelar.
“Queremos saber da legalidade da delegação de competências de encarregado de educação, apresentados pelos pais de alunos que não moram na freguesia”, refere o mesmo pai.
Julho 22, 2009
Mas O Paraíso Não É A Liberdade De Escolha?
Posted by Paulo Guinote under Escolas, Liberdade?, Matrículas, Truques[29] Comments
Julho 22, 2009 at 7:13 pm
Ao contrário do pronto-a-vestir estilo ZARA, a educação ainda não se adaptou totalmente ao consumo de massas.
Mas a política educativa da CE, com a ideologia bourdieulesa amplamente instalada no mercado, aos poucos irá introduzir novos produtos educativos, cada vez mais acessíveis a
todos os clientes/consumidores.
O próprio BE já propôs a constituição de turmas padrão, compostas por alunos seleccionados por quotas, de acordo com a sua origem social.
Deste modo estaria garantida a qualidade da escola-pública, adaptada à formatação do “Zé”, ou cidadão-bloco, concebido à medida do seu genial e revolucionário criador.
Julho 22, 2009 at 7:26 pm
Esta notícia toca num assunto sério que é a liberdade de escolha das escolas públicas por parte dos pais e encarregados de educação. O actual sistema é perverso porque não é fiável. Os pais e por vezes as próprias escolas usam toda a espécie de subterfúgios fraudulentos para tornear as normas soviéticas impostas pelo ME. Quem recorre mais à fraude são os pais com maior capital social que, não desejando ou não podendo colocar os seus filhos e educandos em escolas privadas, querem fugir das escolas percepcionadas como problemáticas.
Já aqui defendi um sistema que me parece claro e transparente, tendo sido criticado por isso. Defendo que o princípio a vigorar deve ser o da liberdade de escolha da escola pública pelos pais e encarregados de educação. Não me interessam áreas de residência ou locais de trabalho dos pais, dois factores que se prestam a inúmeras falsificações. Advogo somente a existência de dois ou três critérios de selecção (alunos com algum tipo de deficiência ou que tenham irmãos na escola, por exemplo). A partir daí deve vigorar a lei da oferta e da procura. Se existirem mais candidatos do que vagas deve realizar-se um sorteio com todas as garantias de idoneidade. Se o aluno não entrar nessa escola o Estado deve assegurar que entra numa outra escola onde exista uma vaga.
Julho 22, 2009 at 7:47 pm
Pois nesta bosta de cidade de cimento armado nem um parque decente existe para as crianças..verde só O Gerês…hoje choveu forte e já encerrou o túnel inaugurado vai para um mês…tenho por mim que os bracarense ou são mongos ou sado-masoquistas …depois de 33 anos à frente do município ainda pensam em dar mais um mandato ao dinossauro…enim é o país que temos e os cidadãos analfabetos funcionais que temos…
Julho 22, 2009 at 8:02 pm
Ei Buli! Não sabia que era bracarense. Eu fiquei com água até à porta, ma consegui passar. O de trás…
Mais um mandato?!! Só se os bracarense também foram afectados pelo remédios dos olhos que cegaram os seis em Lisboa!
Julho 22, 2009 at 8:09 pm
Não sou..vivo cá..sou de Lisboa…Algès… a bem dizer..coisas da vida..mas até gosto da cidade-o que eu disse atrás foi mais um desabafo- agora que falta muita coisa é um facto…então o parque da cidade não existir é aberrante..agora até Famalicão vai construir um…bem vou até lá com o puto…
Julho 22, 2009 at 8:13 pm
#2,
Sorteio?
A sério?
Tipo com os representantes do Governo Civil?
A sério?
Julho 22, 2009 at 8:19 pm
Gostava que os pais que tentaram inscrever os filhos em Lamaçães, Carandá e s. João do Souto também se manifestassem…
Julho 22, 2009 at 8:47 pm
#2,
“Não me interessam áreas de residência ou locais de trabalho dos pais, dois factores que se prestam a inúmeras falsificações.”
E assim se resolvem os problemas como este que afecta os moradores de Gualtar. Aos que não forem bafejados pela sorte, paciência. O país é grande e há muitas escolas.
Fantástico, kafkazul! Acho que ainda vai a ministro… ou coisa parecida.
Julho 22, 2009 at 9:12 pm
“Sorteio? A sério? Tipo com os representantes do Governo Civil?”
Sim a sério. A solução é transparente e permitirá terminar com um processo que sabemos que se encontra enviesado por via das fraudes operadas por escolas e pais.
Mas se tiver uma melhor alternativa gostaria de saber. Desde que seja exequível e coloque termo a uma situação pejada de injustiças.
Julho 22, 2009 at 9:49 pm
Será assim tão difícil confirmar a residência de alguém??????????
Na verdade, parece-me que será esse o único critério decente e justo. Essa TRETA do direito a escolher a escola… Quero ver o que vão então fazer com as ecolas que não forem seleccionadas pelos papás. Ou será que os EE dos bairros problemáticos não terão tb o direito de escolher uma escola de elite para os deus filhos????
Julho 22, 2009 at 9:59 pm
Sorteio?
E que tal fazer o mesmo no acesso ao superior?
Tem noção que quando deixar de existir classe média-alta nas escolas públicas (que é quem coloca exigência no seu funcionamento), é o fim destas?
Os privados agradecem, financiados pelo Estado a seleccionarem, as Públicas a sortearem. Lindo!
Julho 22, 2009 at 10:05 pm
“Será assim tão difícil confirmar a residência de alguém?.”
É pelo simples facto de ser extremamente fácil falsificar uma morada. Conheço um caso de um pai que alugou uma casa para tentar com que uma filha ficasse numa escola pública de elite. Felizmente nem o seu dinheiro lhe valeu. Algumas escolas pedem um comprovativo de pagamento de água ou de luz. Mudar o nome do contratante dá trabalho mas consegue-se. Mas se nada disto resultar escolhe-se um pseudo-encarregado de educação que mora numa área residencial apropriada, conforme a notícia descreve.
“Ou será que os EE dos bairros problemáticos não terão tb o direito de escolher uma escola de elite para os deus filhos?”
Claro que têm. O sorteio dá-lhes essa possibilidade desde que seja feito com todas as garantias de seriedade.
Existe ainda uma vantagem no sorteio. É que por esta via acaba-se com a selecção dos alunos por parte das escolas. Conheço muitos casos em que escolas rejeitam alunos que são oriundos de determinadas escolas problemáticas ou de determinados bairros argumentando que as vagas estão preenchidas e metendo lá os seus protegidos. Toda a gente sabe que assim é. Quem quiser manter o status quo defende o actual sistema. Eu não quero. Penso que o sorteio não sendo um método perfeito resolve alguns problemas. Mas continuo à espera de ouvir alternativas.
Julho 22, 2009 at 10:08 pm
#12
E o São João do Brito (que recebe Milhões do Estado) também teria de seleccionar os alunos?
Julho 22, 2009 at 10:08 pm
E o São João do Brito (que recebe Milhões do Estado) também teria de sortear os alunos?
Julho 22, 2009 at 10:19 pm
“E o São João do Brito (que recebe Milhões do Estado) também teria de sortear os alunos?”
Existem escolas privadas com contratos de associação com o Estado. E neste caso deve aplicar-se o mesmo princípio. Não conheço o caso que refere.
Julho 22, 2009 at 10:23 pm
#9,
Fico curioso, como concilia liberdade de escolha com sorteio?
Julho 22, 2009 at 11:05 pm
“Fico curioso, como concilia liberdade de escolha com sorteio?”
Num mundo ideal os pais deveriam escolher as escolas públicas que bem entendessem para os seus filhos e educandos e nesse mesmo mundo haveria vagas para todos. Mas não vivemos num mundo ideal. Existem limitações. São essas limitações que explicam os critérios de colocação dos alunos consignados na lei. Mas ao mesmo tempo sabemos que esses critérios são reiteradamente infringidos, em particular pelos pais pertencentes a níveis socioeconómicos mais elevados e pelas próprias escolas que muitas vezes seleccionam os seus alunos. Os critérios de selecção actualmente em vigor são uma completa ficção e prestam-se a todo o tipo de atropelos. O sorteio resolve parte destes problemas, embora não seja uma solução perfeita.
Poderia ir mais longe e defender a liberdade total dos pais em escolherem as escolas dos seus filhos, públicas ou privadas. Se escolhessem as últimas o Estado poderia dar às famílias a quantia que gasta per capita com os alunos de um determinado nível de ensino. Não sou liberal e não sustento esta alternativa. Defendo a escola pública. E por a defender é que não a quero ver balcanizada com os pais e as escolas a distorcerem os mecanismos de inspiração “soviética”, nunca cumpridos, que estão previsto na lei.
Julho 22, 2009 at 11:06 pm
O caminho que esses pais estão a seguir é que não me parece o mais correcto. Não têm de se preocupar com quem lá está,têm é que exigir lugar para os seus filhos que são da área da escola. Se é o que está na lei, na escola têm de caber os residentes na área. A escola que faça as fiscalizações que entender ou que faça alargar as instalações.
Julho 22, 2009 at 11:19 pm
Esta conversa da escolha das escolas só serve como teoria de suporte ao cheque ensino para colocar os filhos nas escolas privadas. Ninguém é, que eu saiba, impedido de inscrever os filhos onde muito bem entende. Existem, contudo, critéros de selecção: residência, trabalho dos pais, etc, etc.. Quanto a isso não há nada a fazer.
Dados falsos?! É o país e os pais que temos. Estão a ensinar aos filhos o exercício da cidadania.
Como provar a residência? Há sempre o cartão de eleitor…
Julho 22, 2009 at 11:31 pm
Ordem alfabética, distribuída pelas várias escolas da zona. E claro que é fácil provar a residência.
E já agora, o que é uma boa escola?
Conheço excelentes professores é escolas chamadas problemáticas, alguns até passaram para uma conhecida escola da zona de Benfica, e, pelo que sei, continuaram a ser tão bons professores como eram antes.
Mas eu tenho uma ideia, porque não rodar também o corpo docente entre as escolas boas e as más? Acho que esses professores que têm excelentes resultados têm muito que ensinar aos alunos das chamadas escolas problemáticas.
Julho 22, 2009 at 11:45 pm
#17,
Percebo a intenção.
Despercebo o sorteio, porque não compreendo como isso se pode coadunar com um qualquer tipo de escolha consciente, seja por parte dos pais, seja por parte das escolas.
Compreendo a parte aleatória e teoricamente equitativa das probabilidades em jogo.
Mas é, literalmente, entregar a educação dos miúdos a uma mera lotaria.
Julho 22, 2009 at 11:52 pm
Tenho ouvido coisas parvas ultimamente, mas colocar alunos por sorteio nas escolas foi a mais parva que ouvi neste século e no século passado!
Haja paciência para estes ilustres pensadores que por aqui passam!
Julho 22, 2009 at 11:57 pm
A DRELVT anda a telefonar para casa dos alunos da nossa escola que acabaram o 6º ano e quiseram mudar para a escola secundária…mas a residência é da nossa escola…quem não fez a coisa bem feita vai ter que voltar…estão avisados…
Julho 23, 2009 at 12:04 am
Sorteio…como?…com bolas e tudo a rolar…e a cair?…e o pessoal a ver sair os números dos filhos?…há cada ideia…há cada pensador…
Julho 23, 2009 at 12:22 am
Eu defendo a liberdade de escolha pelos pais…pois já me vi aflita por 3 vezes e foi complicado…pois eu não podia ter os meu filhos na escola da residência por questões de trabalho…tanto do trabalho do pai como da mãe…tinham que ficar a meio do caminho…o que era dificil para assegurar almoço e o resto da tarde…e como sou defensora da escola pública…onde eles sempre andaram…era uma batalha…e há muitos pais com o mesmo problema…portanto devemos lutar pelo alargamento do nº de alunos nas escolas…e as condições a que têm direito…
Julho 23, 2009 at 12:39 am
Será q o EE não tem vaga para o filho pq o menino só fará 6 anos depois de 15 de Setembro?
Isto é o q está a acontecer cá por Braga (cidade)este ano. Há muitas crianças e, com o horário normal da escola a tempo inteiro, não há vagas para os meninos de 5 anos. Palpita-me que será este o problema…
Julho 23, 2009 at 1:16 am
«“Queremos saber da legalidade da delegação de competências de encarregado de educação, apresentados pelos pais de alunos que não moram na freguesia”, refere o mesmo pai.»
Temos de ser pragmáticos. Propor sempre solução alternativa, para se poder escolher.
Nada melhor que voltar aos tempos da muralha à volta da cidade. Só entra quem souber responder à pergunta. Quem errar vai fazer companhia aos leões. O miúdo quer entrar na escola de Vilarinho de Baixo Fortificada, chega às portas: “Ouve lá, puto, queres vir para esta escola? Então, diz lá, onde estão os 3 mil milhões de euros que faltam no BPN?” Pimba, bichos com ele! Next…
Julho 23, 2009 at 1:25 am
Não foi o Sócrates que “sou um cidadão do mundo”? Onde teria ele matriculado os filhos?
Julho 23, 2009 at 1:26 am
… que [disse]”…”