… é a única coisa que consigo sentir perante os casos concretos de desapoio à Educação Especial e à forma como o MEC lava as suas mãos de tudo isto, com lacónicas declarações que só podem ser interpretadas como medo de justificar as malfeitorias com quem se colabora, nem que seja por omissão.
Hoje, na RTP Informação, mais uma peça em que fica à vista o completo desrespeito que existe pelos problemas enormes dos mais necessitados.
Novembro 16, 2014 at 10:17 pm
Quando se diz, como eu, que a política educativa de NC prossegue objectivos de discriminação e de exclusão social – correspondendo a um programa ideológico bem determinado – isso, a alguns, ainda parece uma acusação apenas também de carácter ideológico, uns “chavões de quem é contra o governo da direita”.
Talvez, então, que estes casos mais concretos ou chocantes – de desprezo objectivo pelos direitos e interesses dos mais necessitados ou fragilizados -, possam mostrar que aquelas imputações têm, afinal um fundamento real, por revelarem, na sua crueza e mesquinhez, toda uma visão de homem e de sociedade que deve revoltar a consciência de quem não abdica dos valores da Ética e da Justiça.
Novembro 16, 2014 at 11:03 pm
Na minha escola, os apoios foram transformados em sala de estudo, que é como quem diz, tratamento idêndito aos restantes.Justificação?
A escola não tem mais crédito de horas… 😦
Novembro 16, 2014 at 11:30 pm
A propaganda é o que conta, o resto é paisagem. O Estado Terapêutico está a dar lugar ao Estado Totalitário que dispensa e destrói os menos capazes, dissolvendo-os no tanque do valor acrescentado.
Ou seja, a Inclusão dá lugar à Dissolução.
Novembro 16, 2014 at 11:49 pm
Não, não é o Estado Disto e Daquilo que é culpado.
São pessoas concretas investidas em cargos políticos, apoiadas por uma maioria parlamentar decorrente de eleições democráticas que se realizam periodicamente.
O mundo andará melhor quando todos formos capazes de ser mais exigentes com aqueles que governam em nosso nome e de assumirmos as nossas próprias responsabilidades políticas, que não se esgotam no voto, no não-voto ou no votar-sempre-nos-mesmos como se a política fosse um campeonato de futebol.
Novembro 16, 2014 at 11:58 pm
… quer dizer – votar nos teus muros? Pareces-me um Erich!
Novembro 17, 2014 at 1:27 am
Estes decisores tiveram falta de apoio especial quando eram alunos do básico?
Novembro 17, 2014 at 10:35 am
Num mundo onde a única bitola que mede tudo o resto é a produtividade e os números s´+o se admira com isto que vive num mundo imaginário..este torna-se cada vez mais um admirável mundo novo … fica ainda a faltar o soma…mas vêm a caminho..fui..
Novembro 17, 2014 at 12:06 pm
#4
Não não somos nós os culpados, como quer fazer crer o AD e todos os neo liberais que colocam em cima dos burros a culpa de terem sido reduzidos à condição de burros.
É o Estado enquanto máquina repressiva e demolidora da identidade pessoal; É o Estado enquanto comité de gestão de escravos e do precariado que alimentam os ricos e os poderosos;
É o Estado capitalista, alicerçado num esquema de usurpação do poder dos seres humanos que urge destruir, não nos deixando iludir por processos de representação que colocam os cidadãos na qualidade de meros espectadores do carnaval político-mafioso.
Novembro 17, 2014 at 1:33 pm
#1 – Muito bem observado, concordo na íntegra com o que diz.
Esta é a visão de quem acha que os mais fracos atrasam os mais fortes e, à conta disso, devem ser “retirados” da corrida.
É o paradigma de Nuno Crato, anunciado com o alusão à excelência e a ao rigor, à liberdade de escolha, à exigência nos programas e metas. É um discurso que cai bem aos que já podem e atrai os que estão quase a poder.
Não é só o ensino especial que vai afastar muita crianças da escola.
Infelizmente, algumas disciplinas estão a ser usadas como arma de seleção massiva e consequente segregação social (p. ex. a matemática: o programa do básico já está a ser um desastre e o do secundário, prestes a entrar em vigor, parece-se demasiado com as análises e as álgebras do superior).
Novembro 17, 2014 at 2:01 pm
…faltam os olhos azuis cabelo louro e as liebens farms.o Crato.. deve twe na mesinha de cabeceira o Mein Kampf.o triunfo da vontade dirá ele…no meu tempo era assim dirá ele…
Novembro 17, 2014 at 2:48 pm
#8
Eu não culpo as pessoas por se terem deixado conduzir à condição de súbditos obedientes e resignados dos detentores da riqueza e do poder.
Apenas noto que têm de ser os explorados e oprimidos a lutar e a vencer a exploração e opressão de que são vítimas, em vez de ficar à espera que o sistema caia de podre ou que a Divina Providência lhes faça cair em mãos a liberdade desejada.
Como não vejo ninguém, a começar aqui pelo h5n1, com muita vontade de agarrar numa kalashnikov e começar a deitar abaixo o sistema opressivo que “urge destruir”, limito-se a sugerir que usemos os meios democráticos que ainda temos ao nosso dispor para construir uma alternativa mais a contento.
Novembro 17, 2014 at 3:56 pm
Os meninos da Educação Especial, estão tão integrados no ensino normal e na escola pública e os professores são tão mestres na arte de inventar e de fazer o pino com tudo e mais alguma coisa que lhes aparece que todos os apoios e terapias podem perfeitamente ser retirados!
Os culpados: NÓS PROFESSORES- que nos devíamos recusar a lidar com determinadas situações de crianças com problemas para os quais não temos a mínima preparação
OS PAIS : que aceitam colocar os seus filhos em escolas ditas normais, por vezes, sem condições nenhumas para acompanharem os seus filhos (isto nos casos mais graves) e nas situações mais ligeiras aceitam a falta de apoios e a integração em turmas enormes (não cumprindo a legislação).
Só temos o que merecemos. Deixámos ver o rego agora querem tudo!
Novembro 17, 2014 at 4:00 pm
E continua a devastação… a segregação e a seleção, com base nas disciplinas que se estão a reformular agora, tornam-se legítimas: «Podíamos exigir, por exemplo, 14 a Matemática e Física a quem quisesse entrar em alguns cursos universitários. E podíamos exigir só 10 a quem quisesse entrar em politécnicos, explicou [José Ferreira Gomes]».
http://www.noticiasaominuto.com/pais/304430/governo-muda-regras-de-acesso-ao-superior
Novembro 17, 2014 at 4:58 pm
#12
A inclusão é uma aposta sem qualquer tipo de avaliação objectiva. Toda a gente finge e mente quando é preciso relatar a realidade.
Ficam depois os desabafos e os disparates que aniquilam a vontade de ensinar e de estudar a muitos seres humanos.
E aqui mesmo aparecem vários artigos laudatórios de uma inclusão abstracta – o direito, por excelência, traçado a régua e esquadro nas universidades e no FMI/ Banco Mundial – completamente alheados da verdade e do que se passa no terreno, que defendem a inclusão como a panaceia universal.
Quem ler esses teóricos da treta, emancipadores de salão e chá com scones, compreenderá facilmente que não existem meios suficientes, mas de modo algum chegará à conclusão de que se está a criar um inferno em muitas escolas, em que as vítimas são os alunos, os professores e os técnicos especializados.
Mas o espectáculo tem de continuar…