Eis os dados mais recentes disponíveis na DGEEC para os alunos nos ensinos público e privado (2011/12):
No ensino básico há 13,6% de alunos regulares no ensino privado, valor que sobe para os 22,3% no ensino secundário.
Agora vejamos a distribuição dos alunos com NEE no ano lectivo de 2012/13, a partir de dados com a mesma origem.
Pois… no ensino básico apenas 4,6% dos alunos com NEE estão em escolas privadas e no ensino secundário apenas 5,2%.
Excluindo os alunos que levantam maiores problemas de insucesso e implicam maiores encargos é mais fácil “gerir”, subir nos rankings, apresentar custos médios mais baixos.
Mas este tipo de comparações escapa muitas vezes à agenda comunicacional. Alguém me indica o último artigo de fundo sobre este assunto?
Março 23, 2014 at 4:53 pm
no privado não se perde tempo com nee..exames é o principal objectivo e único..ora ..já agora …
Isto está bonito..lei?? qual lei?? a lei somos nós…l’átat c’est moi..
http://www.publico.pt/economia/noticia/vem-ai-o-despedimento-ilegal-e-barato-1629299
Março 23, 2014 at 5:29 pm
Por razões desta natureza nunca ouves os defensores da chamada “liberdade de educação” (nos termos em que por cá é colocada) defenderem com toda a clareza que qualquer estabelecimento de ensino privado seria obrigado a receber qualquer aluno, designadamente, alunos com NEE. Acresce que seria interessante perceber de forma mais fina a natureza das nee dos alunos que frequentam estruturas privadas.
Março 23, 2014 at 5:30 pm
# 1
Ai perde, perde!
Nas escolas com contratos de associação proliferam dislexias e turmas reduzidas. E como a coisa é paga à peça….
Março 23, 2014 at 5:39 pm
O darwinismo social tem que começar por algum lugar – e que melhor lugar do que a escola para começar a ser inculcado e desenhado?
Ora, a selecção pode fazer-se de muitas maneiras e em múltiplos níveis. E a melhor maneira é começar logo pelas restrições no acesso à escola, discriminando e afastando os indesejáveis, segregando os mais problemáticos e desafortunados.
Depois, a examocracia, através da ditadura dos resultados, estabelece e opera no nível seguinte de selecção: afastados os alunos potencialmente mais fracos, os resultados centrifugam os menos “capazes” dentre os demais e, principalmente, separam os alunos destas escolas dos das restantes, sobretudo das públicas, bem entendido, e para isso lá estão os rankings a confirmá-lo e a legitimá-lo (não é, JMF?…).
“A revolução tem de passar pelas mentalidades”, lembra Arménio Carlos (v. DN), aspecto que a direita sabe (e pratica) muito bem e a esquerda negligencia…
Março 23, 2014 at 5:45 pm
Nas escolas privadas com contrato de associação, baseando-se o “modelo de negócio” na obtenção de lucros privados com base no saque de dinheiros públicos, a estratégia orienta-se sempre em função do que for, segundo os critérios vigentes, mais lucrativos.
Nos tempos em que havia um número máximo de turmas financiadas atribuído pela rede escolar e o financiamento era por aluno, todas as turmas tinham o número máximo de alunos permitido. Não havia cá NEEs a atrapalhar.
Mas a partir do momento em que o financiamento passou a ser por turma e não por aluno, o que aconteceu, salvo erro, na época socratina, já passou a dar jeito a inclusão de alguns desses alunos, não dos que dão mais trabalho, é certo, mas dos que permitem reduzir a dimensão das turmas…
Março 23, 2014 at 5:52 pm
# 5
Como tu sabes daquilo que eu sei…..
Março 23, 2014 at 5:59 pm
# 2
“Acresce que seria interessante perceber de forma mais fina a natureza das nee dos alunos que frequentam estruturas privadas.”
Adivinha-se que serão apenas as NEE menos severas, assim a fazer de conta que são muito sensíveis e inclusivos. Em suma, a hipócrisia no seu melhor…
Março 23, 2014 at 6:15 pm
Para quando uma comunicação social isenta e seria ?
Março 23, 2014 at 8:04 pm
“Alunos Com NEE – Ensino Público E Privado ”
Perguntas:
1.ª: Quantos alunos com Currículo Específico Individual existem no ensino privado, nomeadamente no ensino secundário?
2.ª: Quantas escolas privadas possuem uma Unidade de Ensino Estruturado para a Educação de Alunos com Perturbações do Espetro do Autismo?
3.ª: Quantas escolas privadas possuem uma Unidade de Apoio Especializado para a Educação a Alunos com Multideficiência e Surdocegueira Congénita?
Respostas à 2.ª e à 3.ª: 0.
Março 23, 2014 at 8:07 pm
Para jornalista preguiçosos deixo aqui algumas fontes:
ANA CAROLINA FERREIRA DE ALMEIDA
INCLUSÃO EDUCATIVA DOS ALUNOS COM MULTIDEFICIÊNCIA
Importância das Unidades Especializadas em Multideficiência
Dissertação apresentada para a obtenção do Grau de Mestre em Ciências da Educação
(…)
2011
Ler mais:http://recil.grupolusofona.pt/xmlui/bitstream/handle/10437/1481/Ana_Almeida_2011.pdf?sequence=1
Março 23, 2014 at 8:10 pm
Um olhar sobre uma Unidade de Apoio à Multideficiência
Estudo de Caso
Estefânia Venâncio Barroso
Trabalho Projeto apresentado ao Instituto Politécnico de Castelo Branco para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Educação Especial
(…)
Ler mais:http://repositorio.ipcb.pt/bitstream/10400.11/1764/1/Tese%20Estef%C3%A2nia%20Final2.pdf
Março 23, 2014 at 8:13 pm
Rita Isabel Taniças Silveira
DA UNIDADE DE MULTIDEFICIÊNCIA PARA A
TURMA
Orientadora: Isabel Rodrigues Sanchesda Fonseca
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Instituto de Educação
(…)
Ler mais:http://recil.grupolusofona.pt/xmlui/bitstream/handle/10437/2709/Rita%20Silveira%20-%20Da%20Unidade%20de%20Multidefici%C3%AAncia%20para%20a%20Turma.pdf?sequence=1
Março 23, 2014 at 8:15 pm
Dedicado ao ministro da lambreta. As escolas privadas não têm destes problemas, pois não?
CNIPE denuncia casos de crianças com multideficiências impedidas de ir à escola
Graça Barbosa Ribeiro
20/09/2013 – 21:44
Directores confirmam situação, que atribuem a falta de professores de Ensino Especial e de funcionários
O dirigente da Confederação Nacional Independente de Associações de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), Rui Martins, denunciou esta sexta-feira “a situação gravíssima de crianças com multideficiências que estão a ser privadas de frequentar as respectivas escolas, por falta de funcionários operacionais e de docentes do Ensino Especial”.
“Há casos dramáticos, não se pode fechar os olhos a esta situação”, disse Rui Martins, que apontou como exemplo duas crianças, de dois agrupamentos de escolas, um em Cinfães outro em Santa Cruz da Trapa, São Pedro do Sul. Contactados pelo PÚBLICO, os respectivos directores, Manuel Pereira e António Martins confirmaram ter pedido aos pais que mantivessem as crianças em casa, por não reunirem condições para as receber.
“Infelizmente não há um Pedro, há muitos Pedros pelo país, neste momento sem apoio”, lamentou Manuel Pereira, referindo-se à criança de 11 anos cuja mãe denunciou a situação, através da CNIPE. Segundo disse, no agrupamento cortaram 3 das dez vagas para professores do Ensino Especial e a mobilidade resultante do concurso nacional para professores do quadro (que se realiza de quatro em quatro anos) e o atraso na colocação de professores para contratação inicial “fizeram o resto”. “Neste momento tenho apenas um professor dos sete e ainda estamos em fase de selecção da contratação de escola – não há mínima possibilidade de cuidar de uma criança com o nível de dependência do Pedro e de outra criança da escola que está em condições semelhantes”, disse.
Manuel Pereira, que é presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) lamentou também que os concursos sejam “cegos”, explicando que lhe foi impossível renovar contrato com duas docentes de Ensino Especial “que estavam na escola há quatro anos e que fizeram formação específica, paga do seu bolso, para lidar com crianças que são cegas, surdas e mudas”.
António Martins, do Agrupamento de Escolas de Santa Cruz da Trapa, revelou que no seu caso a impossibilidade de receber uma criança com multideficiências resulta do atraso na contratação dos docentes, mas também de funcionários. “Uma criança com estas necessidades precisa de acompanhamento permanente, que não estamos em condições de proporcionar”, disse. Segundo explicou, aguarda autorização dos serviços do MEC para contratar funcionários, mas tem-lhe sido pedido que aguarde pelos processos de mobilidade.
Também esta sexta-feira, a Fenprof criticou o corte generalizadona colocação de professores da Educação Especial. Em resposta ao PÚBLICO, o MEC garantiu que se iniciou nesta sexta-feira a colocação dos professores em falta.
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/cnipe-denuncia-casos-de-criancas-com-multideficiencias-impedidas-de-ir-a-escola-1606561
Março 24, 2014 at 2:39 pm
1 – é possível obter esses dados descriminados por sexo?
2 – já agora há alguns estudo para avaliar se há um subdeteçao de casos?
é que alguns casos de insucesso escolar podem ser devidos a alunos com NEE que não foram devidamente detetados.
3 – dos privados quantos são com contrato com associação e quantos não são?
Março 24, 2014 at 10:25 pm
[…] quem aguarda nas hagiografias uma página próxima de um S. Antão. E que vejo desta vez? um quadro publicado pelo Paulo Guinote com dados sobre alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE). E que visão teve e atormenta […]
Março 25, 2014 at 2:52 pm
os alunos NEE entram para os calculos dos rankings?
se não entram então isto significa que esses alunos prejudicam o rendimento dos outros?