Carta Aberta ao Professor António Duarte:
Começo por o saudar pelo seu elucidativo e bem elaborado texto. Saudação, todavia, que não me exime de ser eu próprio e dele poder discordar pontualmente, apenas, pontualmente.
Pelo que julgo conhecer de si tenho-o como liberto de um fanatismo maniqueísta que oblitera qualquer argumentação do género criticado por António Vieira: “Quando se olha com simpatia para o rato preto até o rato preto nos parece branco; quando se olha para o cisne branco com antipatia até o cisne branco nos parece preto”. Desde já o confesso que careço da mesma dose de espírito de isenção que tanto aprecio e louvo em si.
Mas parece-me, o António Duarte o confirmará ou não, que as nossas dissidências de ver, sob ópticas diferentes, as coisas do mundo da educação – do qual não se podem divorciar questões sindicais a ele atinentes e a minha defesa para a criação de uma Ordem dos Professores para preencher lacunas de aspectos outros que não laborais – não têm permitido que essas discordâncias descambem para ataques “ad hominem”.
Portanto, é este espírito de“fair-play” que me leva a ver em si não um adversário mas um Colega com quem se pode discutir ideias que eu gostaria que me esclarecesse, se tiver dados estatísticos nesse sentido, sobre uma dúvida nunca esclarecida, quer pelo ministério da Educação, quer pelos sindicais ou por quem quer que seja. A dúvida é a seguinte, vezes sem conta por mim formulada publicamente de há anos a esta parte e nunca elucidada:
Antes do malfadado critério de avaliação de Maria de Lurdes Rodrigues que transformou a docência uma profissão servil de mangas-de-alpaca a preencher resmas e resmas de papéis e a auto-elogiarem-se em relatórios que os tornaria parvos se o não fizessem, sem incluir os professores que entretanto se reformaram, faleceram ou desistiram da carreira docente, qual a percentagem de docentes que, cumpridos os requisitos legais, não chegaram ao topo da respectiva carreira, 9.º e 10.º escalões, respectivamente para bacharéis e licenciados. Na hipótese de essa percentagem ser diminuta, por chegar, apenas, a um número de um único dígito (ou pouco o ultrapassar), a conclusão a tirar-se é a de que a triagem da qualidade docente não satisfazia padrões mínimos de exigência, sendo de a excluir liminarmente pelo prejuízo causado aos bons professores e benefício aos maus professores numa injusta e gritante igualdade entre desiguais. Não, não se trata de exigir um quadro docente utópico preenchido apenas por professores excepcionais. Basta contentarmo-nos com homens e mulheres que cumpram os seus deveres de educadores.
Todos nós trabalhámos ou tivemos a nosso lado colegas que se podiam ter como modelos e outros verdadeiras antíteses. A dificuldade da avaliação anterior a Maria de Lurdes Rodrigues residia em convencer a própria opinião pública de que os professores eram todos óptimos ou menos óptimos no esquecimento do que nos legou W.G. Gilbert, “quando toda a gente é alguém, ninguém é alguém”.
Cumprimentos amistosos,
Rui Baptista
Agosto 1, 2011 at 11:39 pm
Todos chegam ao topo da carreira? Onde? Quando? Aqui? Em Portugal?
Tb não é verdade que os profs. eram todos óptimos ou pré-óptimos, antes todos bons, isto é, satisfaziam.
Não passaram muitas horas desde que o autor deste blogue publicou um «post» claro sobre o assunto e sobre a forma como sucessivos governos não regulamentaram a avaliação superior ao Bom.
Agosto 1, 2011 at 11:42 pm
Desde já, peço aos que tiverem a “lata” de responder, façam o obséquio de elucidar por que razão a mesmíssima coisa acontecia (e acontece?) com médicos, advogados, enfermeiros, juízes, delegados do ministério público … Falo daqueles que exercem funções idênticas, desde que iniciaram as suas carreiras.
Agosto 1, 2011 at 11:51 pm
Demasiados floreados e mais … demasiados floreados.
Agosto 1, 2011 at 11:51 pm
Caro Rui Baptista, lamento não saber responder à sua questão. Mas nos tempos em que não havia congelamentos nem quotas a restringir a progressão, e em que todo o tempo de serviço era contado, penso que só em casos muito residuais as pessoas não atingiriam o topo da carreira. A não ser que se reformassem prematuramente, por exemplo.
De facto, na ADD pré-socratina, em regra todos eram avaliados com o Satisfaz. Que era a nota atribuível a todos os que cumpriam as suas obrigações profissionais e reuniam as condições previstas na lei para progredir na carreira. E se quer que lhe diga, não acho que seja assim tão insólito. Pois se o ministério, para poupar uns tostões, nunca regulamentou as classificações de mérito, porque carga de água é que as escolas, que não podiam, em sede de ADD, beneficiar os seus melhores professores, haveriam de castigar os piores?…
Agosto 2, 2011 at 12:07 am
Que puf de texto!
Que amontoado de palavras!
(é incrível que ainda haja quem tenta justificar o injustificável)
Agosto 2, 2011 at 12:08 am
ou tente
Agosto 2, 2011 at 12:16 am
Todos, de uma maneira ou de outra, nos deparámos com alguns colegas pouco diligentes ou profissionais, mas que se foram “safando” com a complacência dos demais. Mesmo aqueles que como eu (conforme relatei, há dias atrás, num caso flagrante a que assisti) levantaram a sua voz, deparavam-se com o problema de – não pretendendo uma intervenção punitiva para os colegas, mas um acompanhamento formativo pelas estruturas da própria escola (CT, Departamento ou área respectiva) -, não encontrarem eco ou resposta satisfatória às suas sugestões. E assim, tudo continuava na mesma. Mas quando não são os próprios ou os “de dentro” a resolver os problemas…
Coisa bem diferente, bastante mais complexa é reconhecer, distinguir (e “recompensar”) os “bons professores”?
Ser “bom professor”, se o critério for apenas “ser cumpridor”, encontram-se parâmetros de classificação relativamente fáceis para o enquadrar. Mas, se quisermos ultrapassaressa perspectiva administrativa, deparamo-nos com sérias dificuldades. Exemplifiquemos para fugir às abstracções fáceis.
Conheço, como certamente mais gente, colegas que se supõem e também são tidos por “bons professores” devido ao facto de os seus alunos conseguirem resultados positivos, designadamente nos exames. Mas os seus alunos – revelam-no – ficaram a destestar a disciplina, “empinaram” a matéria em função dos exames e, uma vez esta “despejada”, esquecem-na e nunca mais querem saber dela. Serão mesmo dignos dos famigerados “muita bons” ou “xalentes”?…
Não, a alternativa não será um “prof todo fofinho” que não peça esforço aos meninos; é antes – o que é bastante difícil – preparar os alunos com gosto no trabalho que se lhes pede. Um saber com sabor (reencontrando uma etimologia feliz). Entramos num patamar que talvez se abeire mais do domínio da “arte”, da intuição – ultrapassando as receitas pedagógicas mais correntes -, e que escapa ao perfil de professor eduquês canónico, termos esses, “arte”, “intuição”, que causam engulhos ou sorrisos a alguns colegas…
Como reconhecer, em primeiro lugar, depois, promover e, finalmente, “avaliar” isto?…
Agosto 2, 2011 at 12:54 am
Caro António Duarte: Obrigado pela sua resposta honesta.
Cordiais cumprimentos.
Agosto 2, 2011 at 12:55 am
Pois então eu lanço um repto aqui no blog. O que que é que as pessoas entendem ser apanágio de “UM BOM PROFESSOR”?
Agosto 2, 2011 at 1:04 am
A questão não é saber se existiram ou existem “bons” e “maus” professores no sistema, nem mesmo se o anterior sistema de avaliar os professores era pouco eficaz na punição dos “maus” professores. Isso todos o sabem! A questão foi, é e será o saber como tipificar de forma “científica”, correcta, por todos aceite, inquestionável, … o que é um “bom” e o que é um “mau” professor. A questão está em saber como se afasta da tipificação o compadrio, o lamber da bota, o teatrozinho, a falta de vergonha, … de avaliados e avaliadores. A questão está também em saber quem irá ditar as regras de um tal catálogo, para si uma Ordem de Professores, para outros o Governo, para outros ainda as Universidades.
A si repugna-o, a sua questão espelha-o bem, que durante muitos anos os “maus” professores tenham podido atingir os mais altos escalões contudo não parece afligi-lo que um qualquer sistema de avaliação possa, em nome dessa justiça, cometer o erro de penalizar tanto os “maus” como os “bons” (o actual modelo com as suas cotas e o seu formato mostra bem como a coberto da diferenciação se penalizam tanto uns como outros).
Assim, o que nos separa é algo que é muito semelhante à discussão sobre a pena de morte: uns acham que é melhor não matar ninguém para evitar o erro inerente a qualquer sistema de julgamento humano e outros acham que o erro de matar alguns inocentes é apesar de tudo aceitável.
Agosto 2, 2011 at 1:06 am
Senhora doutora (#5 e 6):
Minha Senhora:
Serei breve para não lhe tomar o seu precioso tempo com “amontoado de palavras”.
Mas perdoar-me-á dizer-lhe que compreendi a vossa mensagem. Duvido, todavia, que António Sérgio a tivesse como respeitável quando escreveu: “Contestar a ideia de um certo homem, ou defendida por um certo homem, não é insultar esse mesmo homem; sabe-se isto no mundo inteiro e só se desconhece neste país”.
Agosto 2, 2011 at 1:06 am
#9
Excelentes salários, mas tendo que passar na vistoria inicial, repito, inicial (currículo e testes práticos). Mas pode ser despedido (!).
(confesso que continuo a preferir o modelo da Finlândia)
Zeke Vanderhoek, um professor de 34 anos, criou e dirige a escola. Ele diz que aumentar o salário de um professor medíocre para US$ 125 mil não vai tirá-lo da mediocridade.
Numa campanha nacional onde milhares se candidataram, ele recrutou 15, com base não só no currículo mas com testes práticos que mostraram a capacidade de motivar os estudantes numa sala de aula.
Esta é a condição número 1: ”Como você leva um estudante do ponto A ao ponto B”, é a reta essencial de Zeke Vanderhoek.
A escola, agora no seu segundo ano, fica em Washington Heights, um dos bairros latinos mais pobres de Nova York . São 247 estudantes de 10 e 11 anos. A meta é educá-los até os quatorze anos e provar que graças aos professores, chegaram no ponto B.
Depois de um ano, os alunos da TEP fizeram os testes e ainda não saíram do ponto A. Dos quinze professores, dois foram demitidos.
Agosto 2, 2011 at 1:08 am
#9
O penúltimo parágrafo do meu comentário anterior pode ser já levado à laia de contributo para esse debate “O que é um bom professor?”.
Agosto 2, 2011 at 1:09 am
#10 Ter um director (a) com to—-es (!). Como Zeke Vandderhoek, por exemplo. Qual compadrio, quais lambe-botas?
Agosto 2, 2011 at 1:11 am
Qual avaliação por pares? O homem desempenha o papel na perfeição. Note-se que alguns alunos ainda não sabiam ler e escrever (5º ano).
Agosto 2, 2011 at 1:18 am
#14
OK! E como vai reproduzir o seu Zeke Vandderhoek em todas as escolas? tem um sistema , um cartãozinho? ou fará deuma qualquer outra forma? O mal das experiências e dos iluminados é esse são difíceis de reproduzir!
Agosto 2, 2011 at 1:23 am
#16
Eu diria antes, onde se vai buscar o dinheirinho?
Quanto a reproduzir Zekes, é impossível. Fiquemo-nos com os Antónios e Josés, mas mandem a ADD às urtigas.
Agosto 2, 2011 at 1:49 am
Caro Anti-Rousseau (#9):
Esta a questão.
Aceitar a impossibilidade (e não apenas a dificuldade) de definir o que se entende por “UM BOM PROFESSOR” pode matar à nascença qualquer tipo de discussão que não nos coloque numa espécie de labirinto de Creta. Isto apesar de tido como pacífico pacífico considerar haver bons e maus médicos, bons e maus jornalistas, bons e maus sapateiros, etc.
Todavia, talvez, William Arthur Ward nos ajude a encontrar uma saída quando classifica os docentes em medíocres, bons, superiores e grandes professores. Escreveu ele: “O professor medíocre diz, o bom professor explica, o professor superior demonstra e o grande professor inspira”. Louvemos-lhe, pelo menos, a benevolência em não considerar o mau professor que não diz, não explica, não demonstra e não inspira…
Agosto 2, 2011 at 2:04 am
3.ª linha, 1.º §: Onde está repetido pacífico emendo para pacífico, apenas.
Agosto 2, 2011 at 9:17 am
Rui, estava espera que o comessem.
Agosto 2, 2011 at 10:42 am
“Portanto, é este espírito de“fair-play” que me leva a ver em si não um adversário mas um Colega com quem se pode discutir ideias que eu gostaria que me esclarecesse…”
#11,
“Serei breve para não lhe tomar o seu precioso tempo…”
– Pressuposto errado, por duas razões que não vou explicitar.
“Contestar as ideias de um homem não é…”
– Foi exactamente isso que fiz no parentesis: para mim, o senhor estava a tentar justificar o injustificável. Ora, como deve ser inteligente, intuiria que…
É verdade que também aludi ao modo como o fez. Tenho o direito de não gostar?
Sobre A Sérgio: paroles, paroles…
Agosto 2, 2011 at 10:46 am
“…pelo prejuízo causado aos bons professores ”
-Em que é que os maus prejudicaram os bons?
(os maus não aguentaram a pressão de alunos, pais e direcção e “fugiram antes de atingirem o topo)
Agosto 2, 2011 at 10:51 am
Foi na época pós-Lurdes (Isabel) que um bacharel pôde aceder ao 10º escalão, sendo equiparado a um licenciado (costuma falar-se da avaliação intercalar, mas omite-se sempre esse ponto. Porque será?) e eu nunca iria queixar-me, afirmando que isso me prejudicava.
Não sou invejosa!
Agosto 2, 2011 at 10:53 am
E extrapolando… O facto de os médicos terem ou pertencerem a uma “Ordem”, evita que tanto ser humano morra por negligência médica?
Agosto 2, 2011 at 11:14 am
Esta senhora doutora e alguma tia que nao encontrou tacho e ficou so com tampa nao liguem e apenas alguem que vive da escola para escola e so da escola nem viva propria tem.
Agosto 2, 2011 at 11:28 am
A senhoradoutora é forte na argumentação mas falta-lhe o sentido de realidade: as escolas estão cheias de medíocres no 10.º escalão. O resto são paroles, paroles…
Agosto 2, 2011 at 11:31 am
Cometa (# 20):
Compreendo a sua previsão. Ela só não se cumpriu por, pela minha idade, ter ossos difíceis de roer.
Agosto 2, 2011 at 11:31 am
Pronto, começaram os ataques «ad hominem» e as generalizações.
Agosto 2, 2011 at 11:32 am
Confesso que em 34 anos de ensino, nunca me deparei com esta ansia de distinguir os “melhores”, a nao ser nestes ultimos anos.
Poder-me -ao perguntar:” mas nao o incomoda que um mau professor ande ganhar o mesmo que voce?”
O problema e que nunca encontrei esses tais “maus professores”, por mais que revirasse as pedras, procurasse atras das colunas ou dentro dos armarios.
Encontrei tres ou quatro nulidades, mas esses nao era preciso procurar, entravam pelos olhos adentro, e nao duravam muito no ensino.
O resto sao personalidades diferentes com estilos diferentes e diferentes maneiras de atingir o mesmo fim.
A semelhanca da sociedade de consumo, em que a publicidade cria novas necessidades no consumidor, tambem na educacao se criou esta necessidade de busca dos “melhores”, e cujo fim ultimo e poupar no vil sonante.
Agosto 2, 2011 at 11:36 am
#29,
Concordo inteiramente consigo. Isto virou uma histeria colectiva. Talvez seja o resultado da massificação do sistema…
Olhe, sabe que mais: invejo-o por ter (quase) mais dez anos de serviço que eu…
Agosto 2, 2011 at 11:44 am
#29
Tem muita razão. Contudo, há de facto alguns colegas que se julgam de uma casta superior aos outros, apenas porque os “outros”. São uns infelizes…
Agosto 2, 2011 at 11:45 am
“Senhora doutora”( # 21, 22, 23, 24): Como eu me enganei! Já vi que tem tem todo o tempo do mundo para me ter honrado com estes quatro últimos comentários. A eles responderei, ainda hoje, por ser meu hábito e, mais do que isso, em obrigação de cortesia de não deixar uma senhora sem réplica.
Só receio que os nossos comentários possam monopolizar uma discussão em que não podemos ter a pretensão da certeza. Quando muito da dúvida.
Agosto 2, 2011 at 11:46 am
Ja o disse e repito: esses colegas nao tem vida propria.
Agosto 2, 2011 at 12:07 pm
Um Bom professor: Aqui há anos deixei uma turma de bons alunos de 11º. ano do ensino regular diurno, porque passei para a noite. As minha turma foi entregue a um novo professor do quadro da escola há já vários anos. Quando uma turma muda de professor, é normal que haja alguma resitência, sobretudo se entre os alunos e o professor antigo houver alguma empatia. Acontece que, neste caso, não houve propriamente resitência. Abertamente, os alunos não se queixaram e as notas eram boas, mas havia comentários pouco simpáticos sobre a professora; muitos alunos, próximos dos exames nacionais, pediram ajuda, houve mesmo alunos que, durante todo o tempo foram acompanhados por outros professores. Na escola, a opinião não lhe era nada favorável.
Veio esta revolução e este professor abraçou-a de mãos e pés e, tanto em 2007/9 como em 2009/11 pediu o pacote avaliativo completo. Teve Excelente nos dois.
O professor evoluiu? Talvez… Esta ADD afinal vale a pena? Talvez … na escola não é isto que se pensa.
Agosto 2, 2011 at 12:23 pm
Nuno Sousa (#29): Encontrou 3 ou 4 nulidades na docência. Se multiplicarmos esse número pelos milhares de docentes em exercício obteremos muitas centenas de milhares de nulidades na docência. Mesmo dando de barato que não “duravam muito no ensino”, algum resquício perdurará.
Não me leve a mal, tendo “revirado as pedras, procurando atrás das colunas ou dentro dos armários” para encontar “maus professores” e não os tendo encontrado poderemos dizer, “urbi et orbi”, que a classe docente é uma excepção relativamente a todas as outras profissões em que todos nós nos queixamos de maus médicos, de maus jornalistas ou do simples remendão que nos deixa as solas dos sapatos mal cosidas?
Do mesmo optimismo carece, em grande dose, William Arthur Ward quando nos quer convencer que há quatro espécie de professores: “O professor medíocre diz; o bom professor explica; o professor superior demonstra; e o grande professor inspira”.
Agosto 2, 2011 at 12:25 pm
Estou a tentar fazer um exercíco de memória:
Dos vinte e três professores da minha escola que já estiveram no topo da carreira, não avaliaria nenhum como bom professor. Satisfazem, apenas…
São professores que já esperavam estar aposentados, e que não se conformam pelo facto de terem de pagar, em duplicado, os erros dos nossos governantes. Não se conformam por impedirem o acesso ao emprego ou a progressão de muitos dos mais novos. E que podiam ser óptimos profissionais.
Nos restantes noventa e sete, há trinta e sete professorese, pelo menos, que são muito bons professores, sendo quatro mesmo excelentes.
Agosto 2, 2011 at 12:29 pm
Professora (#34): O seu comentário é um exemplo do paradigmático da forma desleixada, ou mesmo criminosa, como, por vezes, é feita a avaliação docente por processos de alquimia em que um mau professor se torna excelente. Se, ao menos, fosse um caso isolado…
Agosto 2, 2011 at 12:29 pm
# 36,
É Deus?
Agosto 2, 2011 at 12:32 pm
Na primeira linha do meu comentário (#37), retirar o “do” entre as palavras: exemplo e paradigmático.
Agosto 2, 2011 at 12:50 pm
#35:
Rui Baptista;
A minha observacao nao e optimista, e derivada da minha experiencia.
Relativamente a medicos e sapateiros tenho a dizer que tambem nunca encontrei o “mau medico” (somente nas comedias do Moliere) nem o “mau sapateiro”.
Devo ser um sortudo.
Agosto 2, 2011 at 1:29 pm
Caro Rui Batista
Dou-lhe os parabéns pela forma erudita como escreve. Mas tanta sabedoria e citação de autor acaba por tornar pesada e despropositada a leitura.
Problema meu, eu sei.
Saudações a si e ao António Duarte.
Agosto 2, 2011 at 2:04 pm
Uma arreliador gralha levou-me a escrever, na 2.ª linha do 1.º § do meu comentário 35, “centenas de milhares”. Rectifico: centenas, “tout court”.
Agosto 2, 2011 at 2:13 pm
Tenho estado a ler os comentários, mas ainda não li nenhum em que se dissesse explicitamente o que é um “mau professor”, um “bom professor”, um “excelente professor” ou uma nulidade. Está certo que há bons e menos bons profissionais, na minha opinião e na vossa quais são? Parece-me que estamos mais uma vez a entra no jogo DELES, e o circo continua…
Agosto 2, 2011 at 2:21 pm
Prezada Maria Campos: Concordo consigo, mas que quer? A minha idade avançada, e a leitura e releitura dos clássicos da Literatura portuguesa, levam-me, por vezes, a citar, principalmente, Eça de minha declarada preferência.
Quiçá por isso, não me acanho em me fazer simples e modesto aprendiz de Voltaire quando, na sua notabilidade literária, escreveu, como exemplo a seguir (julgo eu): ” Uma colecção de pensamentos é como se fosse uma farmácia de moral, onde se encontram remédios para todos os males”. Numa linguagem mais chã em que o povo nos dá lições de sabedoria: “Burro velho não aprende línguas”. E, muito menos, à escrita telegráfica dos jovens de hoje.
Agradeço e retribuo as saudações que me enviou.
Agosto 2, 2011 at 2:22 pm
E digo mais, este assunto da ADD é muito importante, mas não será igualmente importante a quantidade de horários zero que está a proliferar por esse país fora?É uma praga que se está a apoderar das escolas e dos professores a pouco e pouco.
Agosto 2, 2011 at 2:24 pm
#40: Ser bom ou mau profissional não depende das profissões, depende das pessoas que as praticam e em todas há bons e nem por isso.
Há dias uma das minhas filhas, professora, começou a acusar o cansaço provocado pelo excesso de trabalho e de stress, nossos tão conhecidos e tivemos que ir com ela às urgências de um hospital de Lisboa. Foi atendida por uma clínica de serviço qûe a informou de que os ataques de pânico eram consequência de grande ansiedade e cansaço. Pedimos para falar com o psiquiatra de serviço e acontece que, muito constrangida, a médica nos aconselhou a voltar noutro dia, com outro médico. “Como é que eu lhe lhe hei-de dizer?… volte terça feira, está cá outro médico e venha ter comigo que eu encaminho-a” , disse.
Se fosse professor, provavelmente não teria havido tanto cuidado… provavelmente. Mas há bons e menos bons profissionais em todas as áreas.
Agosto 2, 2011 at 2:32 pm
#45: Um bom ou mau professor não cabe na uma receita culinária.Não se pode definir. Todos nós conhecemos professores excelentes que são para nós uma referência e que aprendemos a ouvir e a respeitar. Mas se olharmos para eles e quisermos tipificá-los num modelo padrão, não conseguimos. São todos difrentes e o que num é uma qualidade, noutro pode ser um desastre. Temos que deixar esta paranóia de querermos formatar o que não tem formatação possível.
Agosto 2, 2011 at 3:00 pm
retirado de #47
“Temos que deixar esta paranóia de querermos formatar o que não tem formatação possível.”
Sábias palavras.
Agosto 2, 2011 at 4:05 pm
A forma condescendente como se olha para a forma como os professores podem influenciar a vida dos seres humanos, em formação, que lhes passam pelas aulas, é algo que impressiona.
A dificuldade em julgar, que é uma evidência, não pode servir de desculpa para a defesa da impunidade.
Esta cumplicidade com os idiotas e com os medíocres, continua a ser a regra, e para quem não cumpre a sua função, numa matéria tão sensível como a educação dos jovens, é algo difícil de entender como podem tranquilamente continuar a fazerem estragos.
A educação não pode continuar a ser uma espécie de lotaria, em que a maioria das famílias continua a apostar, obrigatoriamente durante 12 anos!, sem saber se os seus filhos vão ter bons ou maus professores.
Esta é a verdadeira perversão da escola pública: só quem tem conhecimentos e dinheiro pode verdadeiramente escolher uma boa educacão para os seus filhos. O resto é uma questão de sorte.
Estranho que uma elevada percentagem de professores ache isto aceitável, dando de barato que mais vale não mexer em nada, para que tudo volte ao admirável mundo dos relatórios críticos e dos “efeitos colaterais” sobre os alunos indefesos.
Agosto 2, 2011 at 4:10 pm
#49, para alguma coisa existe algo que dá pelo nome de Inspecção Geral de Educação. A incompetência e o desleixo podem e devem sempre ser punidos, não é preciso um sistema de avaliação, tanto mais sofisticado quanto mais burocrático, para esse efeito.
Agosto 2, 2011 at 4:11 pm
Seres como o autor do #49 são co-responsáveis (e culpados) pelo
“… malfadado critério de avaliação de Maria de Lurdes Rodrigues que transformou a docência uma profissão servil de mangas-de-alpaca a preencher resmas e resmas de papéis e a auto-elogiarem-se…”
Agosto 2, 2011 at 4:13 pm
# 50,
Muitíssimo bem recordado.
Há gente que se deve considerar Deus (ou o Diabo, sei lá)!
Agosto 2, 2011 at 4:40 pm
#52, a discussão sobre a avaliação está inquinada à partida, porque toda a gente fala do mérito e dos excelentes professores que é preciso recompensar, ou dos medíocres que é preciso punir mas nunca ninguém estabeleceu os parâmetros a que deve obedecer o professor-modelo, para além do modelo empírico e pessoalizado, através da indicação deste ou daquele caso. E, como diz, pretende-se colocar colegas na posição de Deus ou do Diabo a decidirem sobre o futuro de colegas, sem que essa baliza da excelência seja definida. E porquê? Primeiro, porque qualquer modelo teórico de super-professor será sempre redutor e depois porque as verdadeiras motivações são outras, como todos sabem. Por isso, a avaliação será sempre baseada em critérios secundários (quantas visitas de estudo organizou, quantas fichas de trabalho disponibilizou aos colegas, a quantas reuniões de dep. foi, quantos pais recebeu, etc…) ou então em impressões mais ou menos subjectivas, como “a relação aluno-professor”, “o bom relacionamento com os colegas”, ou outros. A única maneira de tornar a avaliação objectiva seria utilizar os resultados dos alunos, mas também aí a questão é meramente académica, porque a sua operacionalização levanta dificuldades imensas, talvez a mais importante seja a possibilidade de efeito de “feedback”.
Agosto 2, 2011 at 5:41 pm
Síntese histórica da avaliação dos professores
No Estado Novo, os professores eram avaliados politicamente:
– se da União Nacional era sempre óptimo e convidado para funções mais agradáveis social e economicamente falando;
– se não era da União Nacional o Estado Novo tolerava a sua existência mas sempre vigiado politicamente
No período do Estado de Direito que vai de 25 de Abril até 12.03.2005, início do XVII Governo Constitucional (i.º Socrático), a Revolução acabou com as avaliações políticas e iniciou a avaliação de “todos iguais, embora todos diferentes),
No período do Estado de Direito que vai de 12.03.2005 a 23.03.2011, cobrindo dois regimes socráticos (XVII e XVIII Governos Constitucionais), havendo necessidade económica e financeira para os gastos descomunais do regime, a Ministra Maria de Lurdes Rodrigues que nunca fora avaliada como professora, graças ao critério revolucionário, mimetizou Nero mandando incendiar os professores com avaliações burocráticas, ou antecipou a Troika para evitar os gastos exagerados com o professorado.
No período do Estado de Direito que se iniciou em 05.06.2011, com o XIX Governo Constitucional Liberal, os fogos mantêm-se acesos e, por mero acaso, juntaram-se as duas Troikas (a europeia e a de Maria de Lurdes Rodrigues), o que significa redução de despesas no pessoal ensinante para se poder cumprir o programa troikano de enriquecer os pouco ricos, a fim de aumentar a lista dos homens mais ricos do país, que será o novo critério a usar pelo Eurostat para avaliar a riqueza dee um país.
Agosto 2, 2011 at 5:53 pm
54,
Continuando a minha saga de avaliadora: excelente (porque lúcido, objectivo, rigoroso e mordaz) olhar histórico sobre o assunto em análise.
Agosto 2, 2011 at 7:08 pm
#0
Não posso deixar de concordar com Rui Baptista quando afirma
“Não, não se trata de exigir um quadro docente utópico preenchido apenas por professores excepcionais. Basta contentarmo-nos com homens e mulheres que cumpram os seus deveres de educadores.”
Por isso mesmo concordo em absoluto com o António Duarte. O António defende isso mesmo na proposta de modelo de avaliação que apresenta. Se alguns professores são excepcionais que o provem. Se alguns professores são incompetentes que sejam identificados pelas Direcções, apoiados e/ou dispensados.
#35
Aqui não entendo as contas do Rui Baptista:
” Nuno Sousa (#29): Encontrou 3 ou 4 nulidades na docência. Se multiplicarmos esse número pelos milhares de docentes em exercício obteremos muitas centenas de milhares de nulidades na docência. Mesmo dando de barato que não “duravam muito no ensino”, algum resquício perdurará.”
Como pode querer multiplicar as 3 ou 4 nulidades que o Nuno encontrou pelos milhares de professores em exercício? 3×140.000=420.000?
Quererá dizer que em 140.000 professores há 420.000 nulidades?
Quererá dizer que se cada um dos 140.000 professores encontrar 3 ou 4 nulidades no ensino chegaremos a esse número de 420.000 nulidades?
Quererá dizer que por detrás(por dentro) de cada um de nós, professores, há 3 ou 4 nulidades?
Também concordo mais com o Nuno Sousa(#29) do que com o Rui!
Mas concordo com o Rui quando diz que “… algum resquício perdurará”.
Agosto 2, 2011 at 7:25 pm
#47
Estive ausente. É certo que é bastante complicado, mas não é impossível. Mas há “parâmetros” que serão, certamente, bastante consensuais, e não precisam de ser muitos que podem “definir”/distinguir um bom professore de outro. Certo é que não pode ser pelas metodologias e estratégias que utiliza, mas sim se essas surtem um efeito positivo, trocando por miúdos se essas práticas são adequadas à realidade da turma(s) que temos em frente. Recordo que aqui há uns anos ouvi o Prof Victor Allaiz a propósito da avaliação referir o “valor acrescentado”, este conceito resolvia em boa parte a questão dos resultados dos alunos e das desigualdades sociais, pois tinha em conta e estado inicial dos alunos e o que eles aprenderam após a nossa “intervenção”. Por isso sendo difícil não é impossível.
Agosto 2, 2011 at 7:41 pm
“Senhora doutora”: Cá estou eu a cumprir a minha promessa em responder aos seus lacónicos comentário. E porque laconismo pede laconismo serei breve, q.b.
21 #: Sobre A. Sérgio: “paroles, paroles”. Com espírito matemático reduz à expressão mais simples de palavreador a figura de um notável polígrafo, ensaísta, crítico e pedagogo. Palavras (ou paroles) que me deixam emudecido pela afronta.
22 #: Sinceramente, não compreendo, ademais vindo da sua parte, o escamotear do banzé que se levantoui aquando da criação do cargo de professor titular. Aí sim! Todos os avaliados foram capazes de avaliarem o avaliador e consideram-se superiores.
23#: A questão da (in)justiça não pode ser colocada de forma leviana e ao sabor de inconfessáveis interesses pessoais. Num pequeno reparo: o que relata de ser da época “pós-Lurdes” em um bacharel aceder ao 10.º escalão é anterior. Sucedeu anos antes, por exemplo, quando um professor diplomado pelas ex-Escolas do Magistério Primário se deslocaram a escolas “superiores” privadas onde com a frequência de escassos meses compraram um diploma de “licenciatura” (?).
24#: Finalmente, a pergunta que faz – “o facto de os médicos terem ou pertencerem a uma ‘Ordem’, evita que tanto ser humano morra por negligência médica?” – merece ser respondida com outra pergunta: Se não houvesse a Ordem dos Médicos os doentes deixariam de morrer por negligência médica? Mais: o facto de não haver uma Ordem dos Professores faz com que não haja professores que não cumprem os seus deveres?
Agosto 2, 2011 at 7:51 pm
#57, o problema é que o professor não controla todas as variáveis que influenciam o antes e o depois no processo de aprendizagem. Basta ter um ambiente de turma que é conflituoso e que coloca entraves ao processo de aprendizagem para que a situação se torne ambígua no que respeita à avaliação baseada nos resultados. Poderá dizer-se que o professor deve também saber lidar com essas situações, mas isso é verdade até um certo ponto. Só para dar um exemplo, são sobejamente conhecidos casos de quase assédio moral por parte de alunos a professores em alguns ambientes escolares.
Há também o ambiente de escola em que o professor se insere, nomeadamente da maior ou menor colaboração dos órgãos directivos que também influenciam as prestações, ou dos recursos didácticos disponíveis (por exemplo, no ensino experimental das ciências).
Acresce que seria necessário ter um sistema universal de aferição dos resultados para todos os anos de escolaridade em que há professores a ser avaliados, se, naturalmente, quisermos excluir as avaliações dos alunos atribuídas pelo professor a ser avaliado, o que é quase gigantesco.
Agosto 2, 2011 at 7:54 pm
demasiadoconfuso (“57): Acaba de colocar a questão da avaliação docente no seu devido lugar. Não deve ser exigido a um professor que tenha alunos num estado cognitivo deficiente que os torne em “sábios”. Apenas que melhore este “stau quo” inicial. Por isso, o seu esforço deve ser valorizado relativamente a um outro docente que deixe estagnar esses “sábios” iniciais por não contribuir para a respectiva valorização.
Agosto 2, 2011 at 8:04 pm
59,
Cometário ao comentário (aos “soluços”, que tenho pressa):
-Com esta sua linguagem conseguiu com que o rato preto me parecesse branco…
– AS escreveu muito, mas não me empolga a sua leitura. Temos pena!
– Titulares? Está a falar de futebol? Passou-me ao lado…
– Subida ao último escalão por parte de um bacharel, foi resultado do último memorando com a IA. Aconteceu no final do ano civil anterior.
– Com Ordem ou sem ordem, vai dar tudo ao mesmo. Estamos de acordo.
Nota final: Os ossos duros não costumam ser impedimento para que se deixe de ser machista: “em obrigação de cortesia de não deixar uma senhora sem réplica”.
🙂
Agosto 2, 2011 at 8:22 pm
# 59
É por isso mesmo que cada escola e cada CT, que são suficientemente competentes, podem definir as suas próprias metas, tendo como referência padrões nacionais. Mais, isto significa que na impossibilidade de os alunos atingirem todos o mesmo patamar os profs não são prejudicados com os resultados negativos dos seus alunos. DEpois é exigir mais e mais, tendo em conta a realidade de cada um- isto a grosso modo. Podemos discutir o assunto.
Agosto 2, 2011 at 10:02 pm
“fad” (#56): Agradeço-lhe a forma correcta como chamou a atenção para o facto que menciona. Na verdade, dei pelo engano, em devido tempo, como se justifica por esta correcção à minha gralha. Reproduzo, a referida correcção (#42):”Uma arreliador gralha levou-me a escrever, na 2.ª linha do 1.º § do meu comentário 35, “centenas de milhares”. Rectifico: centenas, “tout court”.
Torno extensivo este meu agradecimento a todos os autores dos comentários, a favor e contra, que foram dirigido ao meu post. Aliás, essa correcção fez com que se discutisse a polémica avaliação dos professores(nunca resolvida, a contento de gregos e troianos: e alguma vez será resolvida?) sem entrar no campo do insulto: gratuito ou não!
Cordiais cumprimentos.
Agosto 2, 2011 at 11:26 pm
Mais que os parâmetros do mérito, ou a impunidade dos medíocres, não podemos esquecer que num modelo de avaliação assente em cotas, caucionado pelos pares – com formação e mérito sobre essa função muito questionáveis – o que está verdadeiramente em causa não é o reconhecimento do mérito, porque isso sai caro, importando por isso ao sistema que muitos bons e meritórios professores fiquem de fora desse reconhecimento, para saírem mais baratinhos à tutela. Não reconhecer isto é pura ingenuidade. O resto é folclore que o poder tenta capitalizar nos momentos eleitorais em seu proveito, sob a capa de uma pseudo-moralização e regulação da competência.
Agosto 3, 2011 at 3:18 am
Rui(#63): Com a correcção que introduziu em #42 apenas substituíu um erro de raciocínio por um erro de cálculo. Mas não se preocupe. Há dias negros em que tudo nos sai ao contrário. A mim acontece-me com frequência.
Quem nos dera que os nossos problemas fossem apenas estes.
Agosto 3, 2011 at 4:45 pm
fad (#65): Aliás, do meu tempo de juventude havia uma expressão que nos reporta a esses “dias negros”: ” Há dias de manhã que um tipo à tarde não deve sair à noite!” Boas férias.