Caro Paulo Guinote
Junto envio-lhe uma grelha que o Director de uma escola secundária aqui da zona resolveu adoptar para que os alunos “avaliem” os seus professores. Fiquei envergonhada ao lê-lo e imagino o que devem sentir os colegas daquela escola. Imagino ainda a forma como os alunos passarão a olhar o professor pensando “se não te portas bem no final do ano eu digo-te…”.
Sei que há colegas desta escola que já contactaram pessoas ligadas aos sindicatos e parece que não há muito a fazer.
Ao que nós chegamos. Parece-me clara a intenção de vigiar a coberto de uma suposta avaliação.Cumprimentos
P.
Alguém explica como é que pode ser sequer considerada a avaliação no ponto 2 (para não falar em alguns outros…)
Junho 9, 2011 at 11:32 am
Na Coreia do Norte é parecido.
Aprecio sobretudo a objectividade do ponto 13, quando se invoca um “parece estar”.
No reino do faz-de-conta e do controlo das elites pelas massas é assim que se procede.
A realização de uma coisa destas só pode ter saido de uma mente perversa e analfabeta com fortes raízes na ideologia de esquerda.
Junho 9, 2011 at 11:41 am
O grande problema é que por cada ficha dessas há mil e um professores disponíveis para fazer formação sobre o respectivo preenchimento.
E mil e dois disponíveis para dar formação.
E tipos a escreverem livros, tratados e coisa e tal.
Estamos, definitivamente, lixados!
Junho 9, 2011 at 11:43 am
#2
e o problema é que já se “entranhou”…venho o PPC dizer que afinal não…e vamos ter manifestações.
Junho 9, 2011 at 11:45 am
Outro aspecto completamente idiota e revelador é o questionário ser respondido individualmente, embora recorrendo a interpretações do colectivo “alunos”, na base do entendimento de que o indivíduo respondente representa aquilo que poderão ser os interesses da classe estudantil
Também aqui o autor denota a sua identificação com a “classe estudantil”, projectando no presente a sua vingança retroactiva em relação a um passado de ódio com algum sentimento de inferioridade e de injustiça em relação aos docentes.
Um verdadeiro tratado de mau carácter e de esquerdismo insensato.
Junho 9, 2011 at 11:47 am
Quem fez estas grelhas não deve ser professor.
Junho 9, 2011 at 11:58 am
O meu filho mais novo – 5º ano – ontem contou-me que ele e os colegas responderam tudo favorável, com medo de represálias da DT.
Admito que a grelha não fosse aquela, pois não a vi. Mas era “uma” grelha para os alunos avaliarem os Prof da Turma.
Ou seja, de ambos os prismas a situação é ridícula e grotesca.
Junho 9, 2011 at 12:19 pm
Esta auto avaliação demonstra os “seres” iluminados que andam aí e que são mais Papistas que o Papa em si.
Facismo…
Junho 9, 2011 at 12:20 pm
Solicito ao Paulo o favor de me esclarecer sobre o sentido do título “Isto está em vigor” que deu ao post.
Junho 9, 2011 at 12:26 pm
Já nos idos de 1975 uma professora minha considerada “fassista” foi obrigada a distribuir nas suas turmas um questionário parecido com este.
Por acaso (ou não) uma das professoras mais competentes que jamais tive.
Junho 9, 2011 at 12:34 pm
# 2 concordo com JCP. Está na hora de se meter os boys a andar. a luta continua. isto é a bandalheira e a nojice totais.
Junho 9, 2011 at 12:35 pm
Parece-me que há aqui claros indícios de abuso de poder e desrespeito pela avaliação de desempenho em vigor. Sei que o Provedor da Justiça é corrupto mas há tribunais para resolver tamanhos abusos. Os sindicatos não fazem nada? Mas que raio!
Junho 9, 2011 at 12:47 pm
# 2
A ADD tem sido uma mina para alguns.
Junho 9, 2011 at 12:48 pm
Todos estes casos que acabam por vir a público, são, cada um a seu jeito e na sua totalidade, reveladores – e neste exemplo concreto, até à derrisão – do que está em jogo quando se fala da ADD. Eles convidam-nos a interrogarmo-nos e a reflectirmos, antes de tudo o mais, sobre quais são, afinal de contas, o sentido e as finalidades da ADD – o seu porquê e o seu para quê.
Qualquer modelo de ADD, para não passar de uma caricatura de si mesmo – ou de um mero expediente ideológico -, terá que equacionar primeiro estas questões, dilucidar os seus pressupostos.
Para contornar esta questão de fundo – que é remetida para a categoria suspeita de um “prurido teórico”, ou então, passa simplesmente, por um “pretexto dos baldas que não querem ser mas é avaliados” – a “operacionalização” é apresentada como “a magna questão”, em que é esgrimido e sopesado todo um especioso argumentário sobre a sua “justiça” ou “objectividade”, em que se intrincam juízos valorativos e considerandos epistemológicos de duvidoso rigor e insondável préstimo.
Junho 9, 2011 at 12:53 pm
Nos Cursos Profissionais (e se bem percebi em tudo o que é POPH) uma ficha deste género é obrigatória, em teoria no final de cada módulo.
Claro que há modelos, e modelos.
Devo dizer que o ponto 2 não me faz grande confusão: desde o actual 3º ciclo que, enquanto aluno, sempre soube qual dos meus professores dominava cientificamente a sua disciplina, ou inventava e se espalhava bastantes vezes. Claro que essas observações eram mera conversa entre colegas, mas pensando hoje no assunto, e nas áreas onde mais tarde tive formação científica, posso dizer que nunca nos enganámos.
Quanto à coisa em si, a avaliação dos professores pelos alunos, merecia-me uma reflexão mais profunda, que não cabe nesta caixa de comentários. Mas sei algumas coisas sobre o assunto, empíricas, é certo, a partir da experiência de, desde o 2º ano em que leccionei, sempre os meus alunos, no final de cada período, me terem avaliado, por escrito e com direito a anonimato.
Junho 9, 2011 at 12:59 pm
#1 e #4
O habitual raciocínio obtuso:
Vendo bem, o prepotente director da escola, que subverte para pior um execrável modelo de avaliação rejeitado pelas forças políticas de esquerda e pelas organizações sindicais, só pode ser um “esquerdista vingativo”, quiçá, um sindicalista.
Junho 9, 2011 at 1:04 pm
O que é que este Sr. Director exige aos alunos e restante “pessoal” da sua Escola?
É um “gaijo” porreiro ou há regras bem claras que são para cumprir e se cumprem?
O que pensam os alunos dele? Também vai passar uma ficha de avaliação
Junho 9, 2011 at 1:07 pm
É vergonhoso quando a relação de confiança entre quem dirige e é dirigido é esta. É vergonhoso que haja directores que precisam de promover este tipo de bufaria!
Pior que a P.I.D.E. porque incita em crianças/jovens esquemas mentais de delacção e nos professores o medo e a coacção psicológica.
É assim que se promove um bom ambiente de trabalho e de sucesso e se formam os cidadãos deste país?
Tenho pena de quem tem de aguentar estes tiranetes de pacotilha e manter a sua sanidade mental!
Junho 9, 2011 at 1:07 pm
É um inquérito de satisfação do cliente. E, já se sabe, o cliente tem sempre razão.
Gosto muito do modo o aluno é interpelado no texto de sensibilização para o preenchimento da grelha: “solicitamos a tua colaboração no preenchimento deste questionário anónimo, na tentativa de melhorarmos a nossa prestação como Professor, para que possamos contribuir da melhor forma para o Vosso Sucesso Escolar”. Quanto aos cuidados gramaticais, a frase é exemplar. Inicia-se referindo-se a um tu, o/a aluno (“a tua…”) e termina enigmaticamente por se referir a um “vós” (“Vosso”). Belo uso de maiúsculas, assinale-se, de resto. A mesma frase é interessante quanto ao sujeito gramatical: aparentemente, trata-se da primeira pessoa do plural (“solicitamos”, “melhorarmos”), mas esse sujeito identifica-se como um singular (“Professor”). Se no primeiro caso, a falha deve-se a escrever-se como se fala (mal, à toa, porcamente, sem pensar, sem objectivar o que se diz), no segundo indica o que são os professores naquela escola (ou o que se pretende que sejam): bonecos de um ventríloquo chamado Director: “Olá, stôr Tobias, diz olá aos meninos!”
Não há dúvida de que os iluminados que produziram este documento estão a “contribuir da melhor forma para o (…) Sucesso Escolar”, desde logo através do cuidado revelado na redacção dos documentos escritos que produzem para os alunos. É lendo bom português se aprende a falar e a escrever como deve ser.
Junho 9, 2011 at 1:08 pm
#8,
Está em vigor numa escola (lá mais a norte), há parecido em outras e é permitido pela legislação.
Junho 9, 2011 at 1:34 pm
Fiquei sem palavras…. Ao que chegámos……
Junho 9, 2011 at 1:53 pm
Isto é uma monstruosa aberração, como tantas outras inventadas por professores e que acabam por legitimar as monstruosidades que o Ministério da Educação tem posto em prática.
Se eu estivesse numa escola assim adoecia.
E se fosse mãe de crianças dirigidas por professores/ directores destes temia pela sua sanidade mental, pois a falta de bom senso, para não classificar pior, é assustadora, própria de gente inadequada para educar quem quer que seja!
Junho 9, 2011 at 2:00 pm
Meus caros colegas bem vindo ao mundo da formação profissional.
Este tipo de inquérito ja existe à muitos anos e é aplicado nos cursos de formação profissional, independentemente do nível dos alunos.
Também sei que é aplicado em algumas universidades tanto ao nível da licenciatura com ao nível das pós-graduações.
O conteudo de cada pergunta é estranho nalguns casos noutros é cópia de formulários ja existentes noutros locais de ensino/formação profissional.
#18 O facto de ter sido “adaptado” explica a diferença de tratamento.
Este instrumento de avalição anónima já existe na minha escola sob a forma de questionário nas Visitas de Estudo com reporte obrigatório para a Direcção (com direito a gráficos e tudo) – ignoro o destina de tais relatórios/questionários.
Junho 9, 2011 at 2:01 pm
Vergonha!
Junho 9, 2011 at 2:02 pm
O maior mal da escola pública não vem propriamente de cima (do ME) mas sim do seu interior! Veja-se este exemplo de controlo, de tirania… e os professores a pactuarem com isto!
Junho 9, 2011 at 2:15 pm
Não tenho qualquer medo de ser avaliado pelos meus alunos, mas que é perigoso, lá isso é. Se tivermos em conta toda a indisciplina, desmotivação, troca da valorização do esforço pelo facilitismo, aus~encia de valores de cidadania, ect e tal…
Estamos bem entregues!
Junho 9, 2011 at 2:23 pm
A Direcção é muito incompetente: precisa de perguntar aos alunos se o professor é assíduo!
Dãã!…
Junho 9, 2011 at 2:30 pm
# 26
Infelizmente tenho colegas que são assiduos em termos de livro de ponto mas depois saem da sala e regressam perto do fim.
Junho 9, 2011 at 2:43 pm
Os ditadores, por muito que se escondam atrás de festas, festanças, actividades, actividadezinhas e actividadezecas, têm sempre um halo ( malfazejo) a apontar para si.
Numa escola do norte começada por B é a mesma situação. Mas há quem goste…
Junho 9, 2011 at 2:56 pm
Infelizmente, podemos mudar o governo, mas não podemos mudar estas mentalidades mesquinhos, frustradas e incompetentes que nos rodeiam… até um dia…
Junho 9, 2011 at 3:00 pm
A começar por ti.
Junho 9, 2011 at 3:28 pm
#15
A verdadeira origem da avaliação dos professores pelos alunos:
“The “working groups” organized sessions to expose and to criticize teachers and divided all teachers into four categories: good, fair, those with serious errors, and anti-Party, anti-socialist rightists. For example, the working group at the Girls Middle School attached to Beijing Teachers University led an “exposing and denouncing session” against vice principal Bian Zhongyun on June 21 and all students of this school attended. According to the working group’s record of July 3, 1966, the working group put two out of six leading cadres of this school into category IV, the worst one, two in category III and two in category II. Some teachers, unable to bear the pressure and insults, committed suicide”.
http://museums.cnd.org/CR/english/articles/violence.htm
Junho 9, 2011 at 3:50 pm
27,
Que feio!
Mas voltando às tabelas: eu, como aluna, se tivesse fraco aproveitamento, nunca diria que o professor explivaca bem, admitindo, assim, que eu é que era a burra…
Este “instrumento” de ADD (ou de avaliação interna, ou lá como lhe chamam) como instrumento de tortura, desmoralização e desautorização dos professores, não está muito mau…
Continue-se a retirar a “autoridade” aos “mestres” , que o país agradece…
Junho 9, 2011 at 3:52 pm
“explicava” (isso era eu a armar-me em Mia Couto)
Junho 9, 2011 at 3:53 pm
#19
Sem entrar na discussão do procedimento adoptado pela tal escola e, pelos vistos, por outras, não consigo descortinar em diploma legal a participação dos alunos na avaliação dos professores. Se alguém tem à mão, muito agradeço.
Junho 9, 2011 at 4:34 pm
#34
Não existe daí que seja meramente indicativo, mas no futuro quem sabe.:(
Junho 9, 2011 at 4:59 pm
Agora imaginem lá estes bastiões do sucesso com todo o poder da “autonomia” local à mão
Junho 9, 2011 at 5:05 pm
Fragmentos da realidade, por muito bonitos ou feios que nos pareçam, podem levar a visões menos fiéis da mesma.
Uma fotografia, por exemplo, de uma mão adulta a aprisionar um braço frágil de uma criança pode parecer atroz… mas se tivermos acesso à fotografia toda e for alguém a impedir que essa criança caia de uma janela?
Causa-me alguma confusão a emissão de juízos de valor precipitados
Em que contexto surge tal peça procedimental? Que objectivos visa? Foram contextualizados? Não o foram? Falhou-se? Que se vai fazer a seguir?
É muito fácil atirar pedras da “bancada” da arena. Ou rosas. Ou laranjas…
Junho 9, 2011 at 5:12 pm
Já fizeram chegar aos sindicatos?????????????????
E não há nada a fazer?????????????????????????
A avaliação pelos alunos está prevista onde?????????????
Junho 9, 2011 at 5:51 pm
Não me incomoda que os alunos se possam pronunciar sobre alguns aspectos relacionados com as actividades na sala de aula. Agora isto que aqui é apresentado constitui, a meu ver, uma afronta e um absurdo, para não ir mais longe! Há questões que, pela sua forma e conteúdo, são absolutamente inadequadas, despropositadas e até atentatórias. Das duas uma: o(a) autor(a) desta grelha age de má fé ou é completamente ignorante e imbecil! São os tais poderzinhos e formas de controlar que estão em crescendo, com a complacência de um enorme número de professores…
Junho 9, 2011 at 5:52 pm
#31
Ao que julgo saber, os herdeiros desse “modelo” de avaliação não se encontram hoje em qualquer partido de esquerda.
Exs. Durão Barroso, Pacheco Pereira,José Lamego.
Eventualmente, um ou outro “albanês” do BE.
Junho 9, 2011 at 5:59 pm
“parece estar genuinamente preocupado”
parece estar genuinamente? isto nem sequer faz sentido!
há os que estão preocupados
e os que não estão preocupados
Há os que parecem estar preocupados
e os que não parecem estar preocupados.
Há os que estão genuinamente preocupados
e os que não estão genuinamente preocupados
E finalmente há os que:
Parecem estar genuinamente preocupados
e os que parecem não estar genuinamente preocupados
Palhaços!
Junho 9, 2011 at 6:36 pm
Um NOJO!
Junho 9, 2011 at 7:27 pm
Pidesco!
Uma forma de controlar o professor através dos alunos, mas também de interferir na forma como o professor organiza as aulas, e na avaliação do professor centra-se no ponto de vista do aluno – só um exemplo, se a turma não for trabalhadora, deve o professor permanecer em fichas de recuperação? Bem, isto para ser comentado com detalhe tinha muito que se lhe dissesse…
este tipo de “avaliação” em contexto nenhum tem validade, é dar ao aluno um papel que não pode ter nem está preparado para desempenhar, nem pode estar. Não faz sentido e prejudica também os alunos por poderem sentir que têm poder sobre os professores, o que só pode ser prejudicial para o processo de ensino-aprendizagem.
Junho 9, 2011 at 7:46 pm
Um dia se tiver de ir a Tribunal, espero que exista uma Ficha deste tipo para avaliar o Juíz. Espero que o primeiro indicador seja:
– “Cumpriu com rigor todos so Procedimentos Jurídicos.”
Eu não sei nada de leis, mas isso não ineteressa para nada.
Junho 9, 2011 at 7:55 pm
Gostava de saber quem o animal racional que criou esta Grelha brilhante?
Penso que qualquer PIDe gostaria de a adoptar para fins de perseguição.
Nesse aspecto é uma “peça” brilhante.
Pior é qu está por detrás disto. Está o pressuposto de que os Professores são Profissionais mediocres, que não cumprem o dever profissional e que os meninos são capazes de fazer uma apreciação isenta e objectiva…
Junho 9, 2011 at 7:59 pm
#27
Isso resolve-se com uma simples chamada e conversa com a direcção. Ou um procedimento disciplinar. A avaliação não é para aqui chamada.
Junho 9, 2011 at 8:04 pm
Quando alguns de V. votaram no PSD esqueceram de ler o programa. A ideia de avaliação externa está lá bem chapada e, sob esse conceito, cabe tudo. Não tarda a terem novamente a ficha para os papás avaliarem o(a) “prof”.
Junho 9, 2011 at 9:41 pm
O que eu gostava de saber é que tipo de “tratamento” (estatístico?) está previsto para a “informação” recolhida desta forma. E em que termos o “resultado” obtido entra na avaliação dos professores (em qual das “vertentes” e com que peso?). E, já agora, que órgão da escola terá produzido e/ou aprovado tudo isto…
Junho 9, 2011 at 9:56 pm
Com questões muito semelhantes mas para o superior em:
http://www.snesup.pt/htmls/EEZyFAFyFusUwqZTdS.shtml
Junho 9, 2011 at 10:45 pm
Quem foi o desavergonhado que inventou os itens destas grelhas?
E depois ainda se admiram que toda a gente escarre em cima dos professores!!!
Olhem meus caros, viva o 25 de Abril, a democracia e mais a bosta de vaca!
Junho 9, 2011 at 10:57 pm
Dá ideia que cada professor aplica uma coisa destas aos seus alunos.
Mas sendo o inquérito anónimo, se for o professor a preencher em vez dos alunos, vai dar ao mesmo, não é?…
Às vezes não é preciso muita discussão, choro e ranger de dentes para deitar estas tretas abaixo. Basta usar a imaginação e a inteligência…
Junho 9, 2011 at 11:00 pm
#50
Isto não tem nada a ver com o 25 de Abril nem com a democracia. Se uma porcaria destas fosse decidida numa ditadura, era comer e calar.
A democracia dá-nos a possibilidade de contestar, de resistir e de contrariar estes ditadorzecos de vão de escada. Mas não faz por nós o trabalho que nos compete…
Junho 9, 2011 at 11:03 pm
#51,
Dá ideia, mas não sei se será assim tão simples. Para mim era preferível que os professores se recusassem a alinhar nestes esquemas bizarros, ou seja, não fossem tão obedientes!
Junho 9, 2011 at 11:14 pm
#52 António Duarte
O que contesto é a porcaria mental que a mania das democracias e das liberdades fizeram a este país. Se as pessoas não entendem, paciência. Estou farto de tretas! A nossa decadencia é bem pior do que o descalabro económico. É uma decadencia mental e basicamente ideológica. DE certeza que os “macaquinhos” que inventaram esta bosta devem ter a mania que são democratas, porque só democratas põem o chumbo a boiar à tona de água…
Ando farto disto!
Junho 9, 2011 at 11:27 pm
#53
Claro! Um levantamento de rancho na sala de professores e os papéis todos para o lixo. Os ditadorzecos entravam na linha num instante! Mas as pessoas acobardam-se e nem percebem o simples que é resolver certas coisas…
Junho 9, 2011 at 11:31 pm
Este Sr Director já não deve saber o que é ser professor, desconhece que tipo de consequências pode ter este tipo de documento na sala de aula: a desautorização, desrespeito, a ideia de que nem a Direcção da escola confia nos seus professores, a vingança, chantagem, por parte dos alunos, que pode causar, a pressão para dar boas notas e ser o prof. “fixe” para não sofrer represálias , etc, etc. Já para não falar na total desmotivação que os professores dessa escola devem sentir para lá trabalharem …
Junho 9, 2011 at 11:32 pm
#54
O decadentismo já faz parte da nossa cultura e da nossa mentalidade colectiva muito antes de haver democracia. Assim como o sebastianismo é muito anterior à mentalidade salazarista e nem um nem outra são a solução para os nossos problemas.
Neste caso em concreto, há uma situação de humilhação, prepotência e abuso de poder que se exerce sobre professores. Não interessa se o ditador se acha ou não democrata. O que interessa aqui é se as pessoas estão dispostas a boicotar esta porcaria. Se têm medo, não adianta chamarmos nomes ao director ou ao 25 de Abril, que não é por aí que o problema se resolve…
Junho 9, 2011 at 11:35 pm
A propósito de dizer não aos poderosos, a propósito também do 25 de Abril, sugiro que leiam:
http://legoergosum.blogspot.com/2011/04/o-medo-de-ouvir-dizer-nao.html
Junho 9, 2011 at 11:44 pm
….nem de propósito !!!… estava a acabar de dar a conhecer aqui em casa uma “sms” de um ex aluno que já completou o 12º ( 3º de um Curso Profissional ) , com nota razoável , e que, por ser dos mais bem educados que tive, me agradece um anuncio de emprego que lhe enviei, dizendo-me : …. setor desculpe “encomudar” …
… e um outro de um primeiro ano CP (10º ano) que me diz que uma determinada ferramenta serve para “perfeissuar” ( ele quer dizer aperfeiçoar ..e é bom rapaz)
…esse director está em matéria de ensino ao nível destes alunos, por isso não lhe levem a mal se ele acha que eles podem avaliar professores, e, ainda por cima, deste modo… esse director só pode ser um frustrado, um demente, um inepto um ..erdas…tratem-se os bois pelo nome…
… penso que ninguém admitiria hoje o regresso do fascismo no figurino clássico, com comboios de gente para destinos de extermínio … por isso os que o tem nos genes , vestem-no de modernidade e tentam exterminar a inteligência dos seus pares, a lucidez que que lhes atrapalha os passos e o sucesso da sua “burrice alourada”… eles são o entulho da cultura, do progresso … se não fossem inimputáveis, por demência, bem me que mereciam
uma coisa que eu cá sei ….
Aristides Adão
Junho 9, 2011 at 11:53 pm
É por estas e por outras semelhantes que a vida nas escolas está virada do avesso e esta já não é a escola com que me identifico. É por estas e por outras que antes ia a todos os arraiais e almoços da escola – no Natal, na Páscoa, no encerramento do ano lectivo – porque me sentia bem com toda a gente – alunos e professores – e hoje não. Quando uma escola produz um documento destes, quando um CP aprova uma vergonha destas, que sentido têm almoços e arraiais?
Junho 10, 2011 at 12:17 am
O problema é ainda mais grave porque este documento não passou por um CP e os professores não sabiam de nada, somente foi ordenado aos DTs para aplicarem este questionário aos alunos das Direcções de Turma e preencherem uma grelha por professor com um resumo e nota atribuída a cada um … e … sim os DTs tiveram medo …
Junho 10, 2011 at 12:27 am
#61
Exigir a ordem por escrito…
Consultar o sindicato…
Reunirem-se…
Recusarem-se a fazer…
Junho 10, 2011 at 2:02 am
# 16 Conheço a escola e o director e por isso posso dizer que é ” gajo porreiro”. Quando há problemas disciplinares, e nao tem sido poucos, chama os pais e coloca-os frente a frente com os professores que já tem sido ameaçados dentro da escola. O resultado é sempre os mesmo: os alunos tem muitos problemas sócio-afectivos e os professores…..
# 18 o “Pertuguês” utilizado na elaboração do questionário está de acordo com o nível literário científico e pedagógico do director e daqueles que o acompanham; todos dizem que são professores….
Junho 10, 2011 at 2:47 am
Ajudem-me ser o que sou sabendo que não sou aquilo que devo ser. Esta frase, escrita por um poeta é inspiração para todos aqueles qeue querem e procuram ser melhores.
Li os V. comentários com muito interesse. Comentários de Professores, comentários de pessoas que dão aulas, mas não são professores e comentários de quem apenas quer insultar, mas estamos em democracia e como tal todos merecem o meu respeito. Mas vou procurar esclarecer um pouco sobre a origem deste questionário que não está relacionado com a ADD, por isso não está ferido de ilegalidade.
Falando do pessoal docente, todos nós sabemos que na escola pública encontramos de tudo, Professores que vivem o ensino com paixão e professores que vivem do ensino pelo tostão. Todos sabemos que existem professores que se preocupam “genuinamente” com os alunos e outros que se preocupam que termine o tempo da aula para se porém a andar da escola que têm mais que fazer. No entanto todos são vistos pelos seus pares como professores competentes, porque leccionam na escola. Mas como são vistos pelos alunos? Como funcionam dentro da sala de aula? Que benefícios ou prejuízos estão a provocar nos nossos alunos, nos nossos filhos? Quem melhor do que os alunos para responder a estas questões. Não vou comentar o juízos de valor que aqui fazem sobre a incapacidade ou incompetência dos alunos para fazerem essa apreciação ou avaliação (para mim vai dar ao mesmo). Se eles são incapazes é porque a nossa missão falhou ou está a falhar.
Mas voltemos ao questionários. Ele foi aplicado agora para aferir da sua aplicabilidade. Concordo que necessite de melhoria. Concordo que é necessário trabalhar os alunos para que o sintam como um instrumentos de lhes dar voz para melhorar o desempenho do professor. Concordo que é necessário trabalhar os professores para o considerem um instrumento de melhoria das suas práticas. Mas também devem de concordar que é necessários mudar muitas das práticas que acontecem dentro da sala de aulas para dar uma resposta melhor aos nossos alunos, razão de existirem das escolas e de existirem os nossos empregos.
O questionário, depois de afinado, será para aplicar no primeiro periodo pelo director de turma. Depois de transpostos para uma folha de excell, o director de turma entrega a cada professor a sua apreciação. O professor esclarecer as questões que achar conveniente e depois em Conselho de Turma os professores são confrontados com as avaliações. O que se pretende é que os professores melhor avaliados transmitam aos restantes professores da turma às sua práticas, o que fazem de diferente para que os colegas possam reflectir e eventualmente alterar algumas das suas formas de actuar perante os alunos da turma. Pretende-se uma partilha, em que o ponto de partida não seja a percepção que cada um tem da sua prática (somos todos excelentes) mas a percepção que os alunos têm das práticas dos professores. Basta recuar ao nosso tempo de estudante e sabemos o como era importante podermos opinar sobre a competência dos professores… temos que dar voz aos alunos, de uma forma construtiva, para não formarmos “carneiros”. Será este o meio mais correcto??? Talvez não, mas também não será incorrecto de todo. No final do segundo período, o questionário seria novamente aplicado, novamente confrontado em conselho de turma e só nessa altura seria dado a conhecer à Direcção. Para que efeitos??? Talvez para pensarmos num plano de formação, talvez para termos uma conversa no gabinete com os professores, talvez para muita coisa, mas sempre com o objectivo final de melhorar as práticas dentro da sala de aula, para melhor o serviço prestado aos alunos. Alunos estes que merecem todo o nosso respeito, alunos que respeito e para os quais darei todo o meu esforço em prol do seu sucesso académico e pessoal. Eu e muitos professores desta escola com a letra B. que ensinam com paixão, com esforço e que vêm o seu trabalho prejudicado com os professores menos capazes que não se esforçam ou que não sabem fazer melhor. Lutamos por uma escola pública de qualidade, ao serviço dos alunos (e não dos professores) que dê a melhor resposta possível aos anseios dos nossos alunos, sejam do ensino regular, CEFs ou profissionais. E a “minha” escola tem um grupo de Docentes, Assistentes Técnicos e Operacionais competentes a quem presto a minha homenagem, mas também tem os outros que merecem a ajuda de todos se quisserem ser melhores ou que merecem o “olho da rua” se estiverem a prejudicar o trabalho dos colegas ou se estiverem a prejudicar asa aprendizagens dos alunos.
Desculpem o meu português, mas acabei de chegar do Jantar de Finalistas, em que estavam presentes o Director, o Subdirector e mais 14 professores, num universo de 50 professores convidados. E acreditem que nos olhos dos professores presentes viamos o orgulho e a saudade dos seus meninos que estavam a sair do ninho e são estes professores que queremos para a nossa escola.
Obrigado pela ajuda dada pelos V. comentários
Junho 10, 2011 at 11:02 am
“Isto” é pior do que EU supunha…
Conseguiram levar à prática o que nem a MLR foi capaz…
Não espanta que de 50, só 15 tenham aparecido (sabe Deus os sapos que tiveram de engolir para que os seus olhos brilhassem…).
Há que aguentar que os tempos não são fáceis e os empregos não chegam para todos!
Junho 10, 2011 at 12:33 pm
#64;
Caro colega:
Li com muita atencao as grelhas, e mais o seu comentario.
A conclusao a que chego e a seguinte:
Se estao mesmo, mesmo interessados na formacao dos vossos alunos, por favor, nao os ensinem a ser sabujos!
Junho 10, 2011 at 1:20 pm
O que me parece é que estão mais interessados em controlar os profs do que melhorar a formação dos alunos da escola que, por acaso, é das últimas dos rankings. A direcção deve ser daquelas que vai “assistir” às aulas dos colegas, entrando nas salas sem avisar.Isso é para quê? Melhorar a qualidade do ensino? Não me façam rir. O despotismo arranja sempre qualquer desculpa para reinar. Não suba o sapateiro além do chinelo e tenham vergonha!
Junho 10, 2011 at 2:02 pm
O mais grave é ver aqui comentários de professores que:
– vêem a avaliação como um instrumento para levar a cabo pequenas vinganças pessoais;
– que dizem que se fossem alunos e tivessem má nota, culpariam sempre o professor, para não admitirem que a falha poderia estar em si;
– e até há um que sugere que podia ele próprio preencher as fichas, em vez dos alunos, cometendo assim uma fraude.
Isto é gravíssimo. E fazem-no sem qualquer vergonha e sem que ninguém os chame à atenção. Este tipo de aldrabões dão mau nome aos professores.
Junho 10, 2011 at 2:09 pm
Quanto à avaliação por parte dos alunos, já me foi feita várias vezes e, no meu entender, sempre foram justas. Este tipo de avaliações é sempre feito nas faculdades e em formações profissionais. E mesmo que não fosse já uma regra imposta pela faculdade, eu próprio, por minha iniciativa pediria aos alunos para me avaliarem, porque é um elemento muito importante para que um professor possa perceber a opinião dos alunos e os aspectos que tem a melhorar.
Os alunos têm capacidade para avaliar se um professor domina bem a matéria ou não, assim como todos os outros itens que lá estão na avaliação.
Claro que pode haver alunos que dêem más notas por vingança e injustamente, mas são excepções e obviamente que quando se olha para as notas dadas pelos alunos, tem-se em conta que isso pode acontecer. Já tive um aluno que me avaliou com 1. Qual é o problema? Foi 1 aluno em 100. É óbvio que foi uma situação excepcional (não sei devido a quê) e não afectou em nada as excelentes avaliações dadas pelos outros 99 alunos.
Junho 10, 2011 at 2:12 pm
Só para concluir, antes de considerarem os vossos alunos como atrasados mentais revanchistas, incapazes de vos avaliar, dêem-lhes uma oportunidade.
Talvez a maior parte perceba que os alunos são justos nas avaliações que fazem.
P.S. – Se a maior parte dos vossos alunos vos der má nota (mas aos outros profs até dão boas notas), experimentem pôr a hípótese de o problema estar em vocês e não em todo o resto do mundo. Vão ver que esse é o primeiro passo para se tornarem melhores pessoas e profissionais.
Junho 10, 2011 at 4:00 pm
Ora bem!
Isto não surpreende após seis anos de regime do imcompetente e manipulador sócrates da covilhã. Espero, não acreditando muito, em algumas alterações ao estalinismo deste ensino.
Mas já agora: porque não dizer qual é a dita escola? Penso ser imperioso fazê-lo, caso contrário, tenho de ver nessa camuflagem alguma hipocrisia.
Junho 10, 2011 at 4:02 pm
Grave é ainda ir na teoria do bom selvagem, é fechar os olhos à realidade, é não entender que contra o terrorismo todas as armas são boas.
E não adianta tentar curar certas doenças quando (Cavaco Silva que me desculpe) ainda não foi inventado o remédio certo.
Junho 10, 2011 at 4:10 pm
69,
É das histórias infantis que só um se atreve a dizer “O rei vai nú!”.
E a história também me ensinou que a clarividência não é para qualquer um: quem sabe se só aquele que o avaliou em um é que conseguiu ser isento e objectivo.
No seu caso, eu …
Junho 10, 2011 at 4:14 pm
Só mais isto, antes de “desaparecer”: no último congresso do PS, Sócrates foi considerado por todos (ou quase) o melhor, o homem providencial…
Junho 10, 2011 at 4:14 pm
#68, 69, 70
Senhor professor do superior EB. Estranho que ainda não tenha reparado que do que aqui se trata é de jovens adolescentes de 14, 15 ou 16 anos.
Junho 10, 2011 at 4:26 pm
71
Escola secundária Daniel Faria Baltar ( Conselho de Paredes ) !!!!!
Junho 10, 2011 at 4:26 pm
71
Escola secundária Daniel Faria Baltar ( Concelho de Paredes ) !!!!!
Junho 10, 2011 at 5:15 pm
#73 Senhora doutora, não me custa nada admitir que o aluno que me deu 1 tenha sido isento e objectivo. O aluno em questão pode ter alguma razão para me ter atribuído justamente um 1. O que é importante é que seja só 1% dos alunos a terem razão de queixa.
#75 Luís, sim, tem razão que é diferente. No caso dos alunos mais novos acredito que haja mais casos de alunos a dar notas injustas por “maldade” ou simples parvoíce. Ainda assim, não me parece que seja o caso da maioria e, mesmo com 10 anos, os alunos são capazes de perceber quem são os melhores e os piores professores.
De qualquer modo, ao analisar a avaliação feita pelos alunos, terá de se ter isso mesmo em conta, que foi feita por alunos e que poderá haver esses casos de avaliações menos justas.
Mas não me parece que isso seja motivo para descartar completamente este tipo de avaliação e, muito menos, insultar quem fez esta grelha e quem concorda com a avaliação por parte dos alunos, como vi por aí em muitos comentários.
Junho 10, 2011 at 5:22 pm
A minha experiência no assunto, com conclusões semelhantes às do EB, decorreu em dezenas de turmas com alunos dos 12 aos 18 anos. Por iniciativa minha, é claro, apenas este ano uma inspecção impôs que a minha escola o tornasse obrigatório nos Cursos Profissionais.
Aconselhava os colegas a experimentarem primeiro, e a opinarem depois.
Junho 10, 2011 at 5:45 pm
É fácil opinar quando se está no ensino superior, não é # 78… Vocês têm todos a mania da sabedoria e de ca#$& leis para os outros. O problema é quando largam o poleiro e voltam às escolas e levam com uns CEFS ou até mesmo com os profissionais. Enfim….
Como aconteceu com aqueles iluminados do ensino superior que regressaram às escolas, aquando da reestruturação do ensino superior.Foi só vê-los a pedir reforma antecipada. Porquê será? Diga lá, já que é tão erudita.
Junho 10, 2011 at 5:54 pm
No futebol, a culpa é sempre do treinador, pois é mais fácil despedi-lo a ele. Há cada coincidência… Nas escolas não se pode despedir os alunos, então culpa-se os profs.
Junho 10, 2011 at 6:17 pm
[…] tecnicamente se chama Avaliação do Desempenho Docente. A publicação pelo Paulo Guinote de um formulário de avaliação dos professores, a ser preenchido pelos alunos, e a discussão que se lhe seguiu, levam-me a fazê-lo agora.Muitas, […]
Junho 10, 2011 at 6:18 pm
EB e MM nao havia necessidade de virem para aqui defender a vossa dama pois ela é indefensável. Arranjem as desculpas e os argumentos que quiserem:
Isto é mau, está mal escrito, é pidesco e outros adjectivos se lhe podiam aplicar mas que por respeito aos demais vou omitir.
Tenham vergonha se se dizem professores.
Cuidado com a vertigem dos cargos, nao sao eternos. A escola existia antes de vós e vai continuar depois de vós ( só espero que gente desta nao se eternize nos cargos )
Junho 10, 2011 at 7:58 pm
Quem está de fora fica com a sensação de que a maioria dos professores o que não quer é ser avaliado.
Não há dúvida que o formulário esta mal concebido, sobretudo se o quiserem aplicar a todas as classes. Mas que é possível conceber formulários razoáveis, e que a sua utilização pode ser muito útil para os professores, isso pode.
E que os professores podem ser avaliados pelos alunos, podem. Mais: pelos alunos e pelos pais do alunos… E dou um exemplo: vi eu o professor do meu neto estar concentrado a “jogar” no seu telemóvel, enquanto os alunos faziam um exercício de leitura em voz alta…
Ora, se me fosse permitido preencher uma ficha com um item onde coubesse aquela “informação”, eu cumpriria o meu dever. Assim…
Junho 10, 2011 at 8:16 pm
Os professores querem ser avaliados, o que não querem é ser enxovalhados com pinoquices de quem há muito esqueceu que tb já foi professor. Mas o poder corrompe, cega e leva os homens a esquecerem a sua efemeridade e a sua PEQUENEZ!
E já a minha avó dizia: homem pequeno ou sacana ou bailarino.
Junho 10, 2011 at 9:00 pm
Com “treinadores” destes não há “balneários” que resistam. O melhor remédio é despedir estes “treinadores”. É, normalmente, remédio santo para se regressar às vitórias! Avaliar? Sempre! Prevaricar? Nunca!
Junho 10, 2011 at 9:30 pm
Tenho seguido com interesse a discussão em torno do inquérito de avaliação dos professores pelos alunos utilizado na Escola Daniel Faria de Baltar, divulgado aqui no blogue.
Resolvi despender algum tempo a pensar sobre as questões que o inquérito levanta, uma vez que prezo muito a pessoa que actualmente exerce a função de director dessa escola, cujas capacidades intelectuais e relacionais admiro. Analisei, por isso, com muito cuidado, e sem envolvimento emocional, o questionário para os alunos sobre cada professor. A minha opinião não é nada favorável à utilização deste inquérito, pelas razões a seguir indicadas.
1 – Conheço este instrumento. É utilizado pelos directores das instituições de ensino privadas. É utilizado pelos directores para recolher informações relacionadas com o “grau de satisfação” dos alunos em relação ao trabalho dos professores. Essa informação é útil ao director na medida em que este toma anualmente decisões sobre a contratação de professores (ajuda-o a decidir se e quem deve despedir e/ou admitir ao serviço). Esta situação, contudo, não se aplica – nem se assemelha – ao ensino público. Na verdade, no ensino público, o quadro legal em que se desenrola a avaliação do desempenho docente está devidamente definida por despacho e não passa sequer pela intervenção do director. Pergunto então: para que servem os dados que o director vai recolher com este inquérito? Para avaliar o professor? Se sim, que implicações poderá ter a avaliação que pessoalmente o director vai fazer? Legalmente, não poderá ter nenhuma. Os únicos procedimentos previsíveis poderão ser: entrevistar o professor que for “mal avaliado” para lhe dar orientações ou sugestões de trabalho em sala de aula; tomar decisões internas à direcção no que respeita à distribuição de serviço para o próximo ano (que turmas a que professor). Não vejo outros procedimentos.
Mas devo dizer que, em relação a entrevistas para orientações, o director deve pensar muito seriamente nas consequências negativas não previstas que essa conversa possa vir a desencadear no seu colega de trabalho – porque dentro de uma escola, apesar de exercermos funções distintas, por vezes, marcadamente hierarquizadas, não deixámos de ser colegas, porque todos estamos integrados na mesma carreira docente. Sobre isto, voltarei a escrever.
2 – Mesmo que este instrumento (o inquérito) seja considerado como de interesse (na minha perspectiva, um interesse meramente académico), teriam de ser consideradas – muito seriamente – modificações que validassem: 1.º o inquérito em si mesmo; 2.º a aplicação do inquérito aos alunos da escola. Explico melhor.
1.º Quanto ao instrumento em si.
a) Um inquérito tem mesmo de ser anónimo. Apesar de se dizer no texto de introdução que o inquérito é anónimo, a verdade é que solicita informação que permite detectar o professor que se pretende avaliar. Pede-se a indicação do ano, da turma e da disciplina acerca da qual a avaliação é feita.
b) o texto introdutório está escrito a partir da perspectiva do professor, como se fosse cada professor a pedir aos seus alunos que avaliassem as suas aulas e os seus métodos de trabalho. Veja-se a formulação: «solicitamos a tua colaboração no preenchimento deste questionário anónimo, na tentativa de melhorarmos a nossa prestação como Professor (…).» Sabe-se, no entanto, que esta afirmação é falsa. A iniciativa partiu do conselho de turma? Foram os professores do conselho de turma que escreveram isto? Se não, quem foi? O director? O conselho pedagógico? O conselho geral? Para que o inquérito seja sério e correcto, a entidade que promove o inquérito deveria assumi-lo e explicar, de facto, o objectivo, isto é a finalidade a que se destina o estudo que se pretende implementar.
Esta questão é muito grave. Por que não assumiu a equipa do director a autoria e a voz enunciativa do texto e do inquérito? Por que deu a entender que partiu genuinamente dos professores se essa não é a verdade?
c) Ainda sobre o texto introdutório, acho muito perigosa a formulação que contém a finalidade do inquérito: «para que possamos contribuir para o Vosso Sucesso Escolar.» Excluindo os erros de concordância (na primeira linha usa-se o “tu” – «a tua colaboração» – agora usa-se o “vós” – «Vosso Sucesso Escolar», o pressuposto da afirmação citada é: “o vosso insucesso escolar deve-se aos vossos professores”. As inferências possíveis são: “avaliem os professores e terão sucesso escolar. Não me parece nada sério transmitir esta mensagem implícita aos alunos, quando sabemos que o (in)sucesso escolar se deve a um complexo de factores e não ao trabalho exclusivo do professor.
d) O inquérito recolhe dados sobre três áreas: a metodologia e a relação com os alunos, a assiduidade e a pontualidade; más práticas do professor relativamente à manutenção da disciplina em sala de aula.
d1) Quanto à primeira área, devo dizer que o juízo de valor sobre a metodologia de trabalho, o domínio científico e a relação do professor com os alunos está consignado na lei apenas para os professores que pedirem observação de aulas, no âmbito da avaliação de desempenho docente. Não é por acaso que isto acontece. É que no ECD, no artigo relacionado com os direitos do professor, se lê: «O direito de intervir na orientação pedagógica através da liberdade de iniciativa, a exercer no quadro dos planos de estudo aprovados e dos projectos educativos das escolas, na escolha dos métodos de ensino, das tecnologias e técnicas de educação e dos tipos de meios auxiliares de ensino mais adequados;».
d2) Nesta área, há 2 tipos de item que me levantam sempre problemas: o primeiro é o de se pedir ao aluno que se pronuncie sobre questões de metodologia e de didáctica. Nunca reconheci nem reconheço a nenhum aluno conhecimentos destas duas áreas para se pronunciar sobre o meu desempenho (o que sabem os alunos sobre “diversificação de instrumentos avaliativos? O que sabe sobre “auto-avaliação periódica”? É quinzenal? É mensal? É trimestral?) O segundo diz respeito a questões tão subjectivas que não dão nenhum tipo de informação útil. Exemplifico: «mostra paciência quando lida com os alunos» O que é mostrar paciência? Dizer mil vezes “Está calado, zezinho?” até o menino fazer o favor de estar calado? Como vão entender os alunos essa questão? O que deixa pressuposto este enunciado? que o professor não tem o direito à indignação dentro da sala de aula? Nem com turmas de perfil comportamental desafiante? O que se infere desse enunciado? Que a paciência do professor é a solução para os problemas disciplinares e de compreensão de conhecimentos? Outro enunciado problemático: «parece estar genuinamente preocupado com os alunos e com o seu sucesso nas aulas.» O que se pretende? Não basta que o professor exerça a sua profissão motivado por uma preocupação profissional com os alunos? “Genuinamente” signica de modo sincero, franco. Não é um juízo de valor excessivamente subjectivo? Como avaliam os alunos a genuinidade da preocupação do professor? Pelo número de conversas? Pelo número de lágrimas do rpofessor?
d3) Quanto à segunda área, devo dizer que num sistema administrativo com programa de registo das faltas dos professores, quer por ausência justificada pelo director, quer por atrasos detectados, as questões colocadas parecem-me inúteis. Conheço este sistema. Nos privados, o argumento dos directores é o de que não querem saber mesmo se os professores faltam muito ou pouco (o sistema informático dá-les esta informação), mas querem captar a percepção que os alunos têm da assiduidade e da pontualidade dos seus professores. Pergunto: é isto que se pretende? Se sim, para quê?
d4) Não sei em que ´”Código de Procedimentos de Professor em Sala de Aula” está a indicação de que o professor deve ser o primeiro a entrar e o último a sair da sala de aula. Dependendo das práticas e dos objectivos, o professor pode ficar à porta do lado de fora, até que todos os alunos entrem e se acomodem. Esta prática é penalizada porquê? Não se estará a fazer uma intromissão naquilo que é a liberade profissional do professor?
d5) A terceira área é a mais crítica, para mim. O conjunto dos enunciados parece que aponta comportamentos ou práticas que indiciam falta de monitorização por parte do professor, o que explicará eventualmente alguma indisciplina. Mas:
(i) o professor não pode deixar o aluno sair da sala para ir beber água ou ir à casa de banho ou resolver algum problema com justificação plausível?
(ii) “deixa-nos utilizar telemóvel…” – mas dando conta ou não dando conta? É que muitas e muitas vezes os alunos usam esses aparelhos sem o professor dar conta da situação (o professor a quem isto nunca aconteceu que atire a primeira pedra… – claro que falo dos professores que estão a dar aulas nos dias de hoje). E na expressão “deixa-nos…” não se pode entender que “fazemos isto sem o professor dar conta?”
(iii) o professor não pode deixar sair um aluno antes do toque de saída se a razão para o fazer for de força maior ou estiver devidamente explicada ao professor (é sempre o professor que gere e toma decisões nestas situações em sala de aula)?
(iv) o professor, de igual modo, não pode decidir quando deve aceitar as explicações ou justificações dos alunos relativamente à marcação de falta ao aluno por atraso na chegada à aula? E se o atraso for provocado por agentes exteriores como horários defeituosos das carreiras dos transportes escolares na primeira aula da manhã?
(v) numa aula laboratorial ou numa aula de trabalho de grupo ou numa aula de debate ou numa aula de educação física ou numa aula de metodologias interactivas ou numa aula, como devem os alunos responder?
Em síntese, esta última área aponta no sentido de dever existir um protocolo de actuação que todos os professores deveriam seguir depois de um diagnóstico comportamental desviante. Pressupõe, então, que detectado o problema de indisciplina, o professor aplicaria o protocolo e a indisciplina ficaria resolvido. Voltarei a escrever sobre isto.
2.º Quanto à aplicação do instrumento.
a) O tratamento estatístico de dados considera o enviesamento e apresentará de forma rigorosa os resultados aos professores avaliados?
b) Algum especialista de estatística se preocupou em desvalorizar x% das respostas dos extremos (o melhor e o pior) analisando devidamente os desvios?
c) Como está feito o tratamento estatístico? A escala de 5 (A, B, C, D, E, que por acaso está explícita de forma numérica) está associada a que cotação? Ou vão ser somadas qualidades? Se tem cotação por trás de cada qualidade, qual foi a ponderação? Estas questões foram debatidas no Conselho Pedagógico?
c) Os professores estão devidamente informados acerca das eventuais consequências deste estudo no seu percurso profissional?
Agora uma observação. Do que conheço da aplicação deste tipo de inquérito nos privados, os resultados mostram uma tendência de resposta curiosa. Como o inquérito tem vindo a ser aplicado nos últimos anos, é possível extrair tendência. Por exemplo, os professores mais “mal avaliados” são sempre os que leccionam oitavos anos, ano correspondente a um perfil de irreverência típica dos alunos com idade própria da frequência desse ano escolar. Os “mais bem avaliados” são os professores que leccionam o 12.º ano. Depois, os professores de Educação Física ou das disciplinas não visadas por exames nacionais são sempre “mais bem avaliados” ” do que os professores de disciplinas com avaliação externa. Destes são “mal avaliados” professores de disciplinas como Física e Química, Português e Matemática.
Podem contar com este tipo de resultados.
Notas finais
– O inquérito é um excelente objecto de análise acerca da concepção de escola que lhe está inerente. É possível encontrar aí a metáfora da escola-empresa (o “grau de satisfação” dos clientes em relação à forma de tratamento dos funcionários), a metáfora da escola-hospital (aliás, a metáfora dos médico e da medicina para explicar a escola era a preferida da Doutora Maria de Lurdes Rodrigues, que nunca conheceu as especificidades destas duas actividades, nobres ambas, mas distintas: a pedagógica e a médica).
– o inquérito criado é a pior forma para o director conseguir mudar as práticas dos professores. Os professores são pessoas e movem-se por motivações intrínsecas e extrínsecas, não por pressões externas e eventualmente perturbadoras. Há verbos (actividades) que não admitem o imperativo, como refere Daniel Pennac a propósito da leitura: amar, ler, gostar. Ensinar? Apender? Respeitar os pares? Seduzir e incentivar e encorajar e motivar?
Não haverá – e dirijo ao meu antigo colega de conselho executivo e amigo a pergunta – um modo mais humanista de envolver os colegas nesta maravilhosa actividade que é ensinar? Nem todos podemos ser os mestres de que fala George Steiner, mas nem todos os mestres tiveram de se submeter a um protocolo pedagógico-didáctico validado por alunos.
E, para terminar, não sabem já vocês – e tão bem – quem são os bons e os maus professores? Por que precisam que sejam os alunos a dar a cara para dizerem a um professor o que pensam dele em termos pedagógicos ou didácticos?
Com toda a cordialidade e mantendo o interesse por esta discussão que poderá ser muito boa se evitarmos os ataques “ad personam”, qualquer que seja a sua direcção.
Sónia Valente Rodrigues
Junho 10, 2011 at 10:58 pm
#87
Fiquei sem palavras … esta sim foi uma “intervenção divina”.
“Os professores são pessoas e movem-se por motivações intrínsecas e extrínsecas, não por pressões externas e eventualmente perturbadoras.” “Não haverá … um modo mais humanista de envolver os colegas nesta maravilhosa actividade que é ensinar? … nem todos os mestres tiveram de se submeter a um protocolo pedagógico-didáctico validado por alunos.”
Considero esta ideia extremamente pertinente, pois não é com um grupo de docentes que se sentem completamente desconsiderados, desmotivados e até ofendidos que se vai conseguir melhorar o ensino … e mais me apetecia dizer mas não devo !!
Junho 11, 2011 at 1:37 am
Contributos positivos são sempre bem vindos e o que pretendemos é melhorar o serviço para o nossos alunos e disso não tenho qualquer dúvida, o ensino público só vai sobreviver se melhorarmos de forma significativa a qualidade da nossa prestação. Quando oiço ou quando leio que alunos dos 13 aos 18 anos não têm capacidades ou competências para avaliar, para fazer uma apreciação do trabalho do professor, isso significa que o ensino/professores falharam de alguma forma. Os alunos de 13 anos podem ser imaturos, mas os seus conhecimentos e as suas competências são muito superiores às nossas, quando tinhamos a idade deles. E eu lembro-me de alguns professores exigentes, que me marcaram e pelos quais tinha muito apreço. Dos “baldas”, que os havia muito naquela altura, não me lembro. Claro que existe muita subjectividade nas suas apreciações, que alguns vão vingar-se, mas também acredito que conseguimos educar os alunos a serem o mais sinceros possíveis nas suas respostas e se continuarem a persistir na “vingança” significa que o professor terá que analisar esse facto com o aluno, ou então ignora-lo e perder o aluno. Eu acredito nos alunos da Escola Secundária Daniel Faria – Baltar – Paredes – Porto, acredito na maioria dos seus professores, por isso tenho lá os meus filhos, tal como outros professores. Mas também acredito que precisamos de mudar. Em quantas escolas, em quantas actas dos Conselhos de Turma, os professores assumem as suas falhas por não conseguirem levar os alunos a um patamar superior? O que vemos é que a culpa é do meio, a culpa é da família, a culpa é dos alunos. Mas os profissionais da educação são os professores. São eles que têm que encontrar soluções para dar resposta as necessidades dos alunos. Alguns professores conseguem isso e o que se pretende é que, através do reconhecimento pelos alunos e não apenas pelos seus pares, possamos fazer com que esses professores liderem equipas de discussão/reflexão que contribuam para a evolução dos professores menos bem apreciados. Porque se o aluno tem uma visão negativa da nossa actuação, deveria merecer uma reflexão da nossa parte, na tentativa de perceber o porquê desse facto. Para melhorarmos, para cativarmos o aluno para a nossa disciplina, para a sua progressão como estudante.
E não devemos considerar que o ensino é uma batalha, com professores de um lado e o inimigo (alunos) do outro. O ensino é partilhar, é evoluir, é progredir juntos e para isso é importante ouvir o aluno, perceber o aluno, dar voz ao aluno, responsabilizar o aluno pelas suas intervenções, ensina-lo a defender os seus direitos como cidadãos, como alunos, mesmo correndo o risco de eles serem injustos e crueis. Mas nós professores também o somos, quando fazemos juízos de valor, quando avaliamos as suas prestações. Quantas vezes nos questionamos o porquê daquele aluno, em determinada disciplina, ser bom aluno? E a resposta que encontramos dentro de nós é que ou o colega é menos exigente, ou então é porque o aluno não gosta da minha disciplina. Mas será essa a verdade?? Será que o problema não estará em nós, na nossa incapacidade de comunicação com aquele aluno??
Existe um livro publicado pela LIDEL, ” O Professor faz a diferença – na aprendizagem dos alunos, na realização escolar dos alunos, no sucesso escolar dos alunos” de José Lopes e Helena Santos Silva” de 2010. Aconselhava a sua leitura para reflectirem. E depois da sua leitura certamente terão mais argumentos para insultarem aquele director tirano, facista e outras coisas mais. Mas em relação ao “pertuguês” reconheço a sua validade e peço desculpa por isso. Eu não sou o Director mas faço parte da direcção. Quando tirei o curso, não foi para ir trabalhar para empresas, foi para trabalhar na escola e em especial com alunos portadores de deficiência. E trabalhei com eles durante 7 anos e com eles aprendi muito, da mesma forma que aprendi com os seus professores e técnicos, pois nunca desistiam, nunca diziam que não valia a pena insistir, que não valia a pena mudar, para conseguir uma pequena conquista, uma pequena evolução. Eles preocupavam-se “genuinamente” pelos alunos e os seus alunos sentiam isso, tinham essa percepção.
Para concluir, na escola em questão, o problema da ADD nunca se colocou, nem agora nem no passado, porque sempre estivemos ao lado dos professores e nunca lhes colocamos qualquer tipo de problemas. Porque a ADD surgiu para prejudicar a progressão na carreira dos professores e todos os professores sofreram com isso, mesmo os elementos desta direcção, que estiveram presentes em manifestações, em reuniões de directores contra a ADD.
Contudo, volto a reforçar. Este questionário, cheio de defeitos segundo as vossas opiniões, é apenas um documento interno que pretende servir de base para uma partilha de práticas pedagógicas que possam contribuir para a evolução das nossas práticas em sala de aula. Existem outros meios certamente, por isso continuarei a ler os vossos comentário com interesse e na esperança de alguém partilhar algumas das boas práticas que se realizem na vossa escola em contexto de sala de aula.
Obrigado pela colaboração.
Junho 11, 2011 at 10:47 am
Lamentável situação! É real mesmo dos professores em 3 anos terem lutado!
Baile de finalistas com 14 professores, dá cerca de 10% do universo de professores da escola. O colega fica contente? 28% dos convidados? São os que estão “genuinamente” preocupados?
O inquérito, como já foi dito, foi construído e enviado aos DTs sem conhecimento prévio dos professores. Tudo pela calada. Agiram de má fé!
“Genuinamente” , a Direcção encontra-se preocupada com o desempenho dos colegas? Os restantes colegas só tiveram conhecimento porque os Dts sentiram-se indignados e deram-no a conhecer. A grelha de análise está elaborada, os Dts terão de inserir milhares de dados nela. Para que serve? Que análise tiram? São especialista em análise de dados?
Os professores mal baldas estão a ter a melhor classificação e dos que exigem a maior dos alunos estão a vingar-se com má classificação. É assim que a direcção pretende melhorar o sucesso escolar? Desconfiando dos professores? Aplicando um inquérito no qual fala em nome dos docentes, sem estes terem conhecimento? Isto não é exemplo de boas práticas!!! E muita coisa haveria para dizer… Mas custa a crer nesta prepotência da Direccão que não teve coragem de escrever que era a Direcção que está a pedir a colaboração…
Junho 11, 2011 at 11:05 am
“Os professores mal baldas estão a ter a melhor classificação e dos que exigem a maior dos alunos estão a vingar-se com má classificação.”
Bem, quando comprei o meu 1º PC fui aprendendo a lidar com a folha de cálculo experimentando todo o tipo de estatísticas, dentro do pouco que a Matemática para as Ciências Sociais e Humanas me tinha ensinado. Como nesse ano tinha tido 9 turmas, deu-me para fazer as médias das classificações que eu tinha atribuído a cada uma, e que cada uma me tinha atribuído a mim (como expliquei aqui, mais do que formulários interessava-me a justificação da nota).
E os números não enganam: mais centésima menos centésimo, a nota que dás é a nota que recebes.
Junho 11, 2011 at 12:27 pm
Este questionário permite observações do tipo: ” este professor via levar tudo 1, porque não diexa jogar nos computadores.
Esta observação foi efectuada por alunos ao responder ao questionário, porque o professor na sala de aula não deixa jogar nos computadores.
Agora podem concluir : Se o professor deixa fazer o que os alunos querem até tem
óptima avaliação.
Concluindo quanto mais imcompetente melhor.Avaliação final: Excelente.
Junho 11, 2011 at 12:29 pm
Digo:
Este questionário permite observações do tipo: ” este professor via levar tudo 1, porque não deixa jogar nos computadores.
Esta observação foi efectuada por alunos ao responder ao questionário, porque o professor na sala de aula não deixa jogar nos computadores.
Agora podem concluir : Se o professor deixa fazer o que os alunos querem até tem
óptima avaliação.
Concluindo quanto mais incompetente melhor.Avaliação final: Excelente.
Junho 11, 2011 at 1:24 pm
O “socretismo” ou melhor o “socretinismo” deixou marcas. os “lambe-botas” “socretinos” ainda fazem mossa pelas escolas do país. Aguardemos pois a limpeza que o governo saído do dia 05/06 possa fazer. Há nódoas que só saem com benzina.
Junho 11, 2011 at 2:40 pm
Caro MM, cito-o: “Os alunos de 13 anos podem ser imaturos, mas os seus conhecimentos e as suas competências são muito superiores às nossas, quando tinhamos a idade deles.” Obviamente está a falar por si e pelos vistos não amadureceu muito com o passar dos anos. Não os mandem para a faculdade… eles já são mais inteligentes do que nós fomos e até já sabem avaliar professores! Para quê cursos de psicologia, filosofia, ciências da educação? Não percam tempo. Avaliar, afinal, nem tem que se lhe diga, segundo este senhor. Qualquer jovem de 13 anos o faz com toda a competência. Fechem as faculdades de ciências da educação e de psicologia. O poder aos jovens!
Se um dia for a julgamento, não saio de lá sem preencher a folha de avaliação do juiz… tá f…….!
Os melhores Cumprimentos,
E se um dia foi maltratado por professores… perdoe-lhes… eles não sabiam o que faziam (ainda não eram avaliados por alunos).
Junho 11, 2011 at 3:24 pm
Quero trazer um elemento para a discussão que, por ter sido ignorado e, por isso, não pensado, explica o extremar de posições sem que, apesar disso, se clarifique integralmente o bem-fundado da posição contra este tipo de questionário.
É preciso não esquecer que o professor não está diante de uma turma de modo descontextualizado. A realidade-escola e a realidade-Conselho de Turma são determinantes no modo como os alunos apreciam o trabalho de cada professor. Se todos os professores da turma forem baldas (ao nível da disciplina, da organização das práticas lectivas e da avaliação), à excepção de um ou dois que estão preocupados com um ensino de qualidade para salvaguardar as possibilidade de sucesso e progressão efectivas (nomeadamente no caso de alunos socioeconomicamente desfavorecidos), se a Direcção dessa escola considerar os alunos como “coitadinhos” e olhar de lado ou mesmo perseguir os docentes que apresentam classificações inferiores à média, é óbvio que os alunos trucidarão o professor quando forem chamados a pronunciarem-se sobre ele. É que o seu sentido de justiça está totalmente deturpado pela instituição em que está.
Sou contratado. Todos os anos calho em escolas diferentes, o que me permite ter um conhecimento mais amplo da diversidade de práticas assumidas. Em algumas escolas, há um clima e uma cultura organizacionais do pior: a Direcção é despótica, os professores dos quadros são uns lambe-botas ou vivem calados e a medo, os contratados ou assumem uma destas duas atitudes ou são os únicos que se revoltam contra autênticos atentados à educação devidos à complacência com a indisciplina e ao facilistismo mais desavergonhado. É uma revolta inglória a desses poquíssimos colegas. Condenada ao insucesso, desgastante pessoalmente, acompanhada de todas as represálias ao alcance do Director que o actual modelo de gestão permite: ADD e renovação ou não renovação do contrato.
Junho 11, 2011 at 3:28 pm
#87,
Deveria ter enviado esse texto para eu usar como post autónomo.
Junho 11, 2011 at 8:51 pm
Esta grelha foi elaborada por um qualquer medíocre que se julga iluminado num daqueles momentos de terrível frustração que resulta da falta de sexo.
Junho 11, 2011 at 9:16 pm
#24 “O maior mal da escola pública não vem propriamente de cima (do ME) mas sim do seu interior!” Sem dúvida.
Sócrates conseguiu despertar muitos demónios à solta dentro das escolas. Matar esses demónios não é impossível mas é uma tarefa que vai exigir muita resistência por parte de quem honra a liberdade e a responsabilidade.
Junho 12, 2011 at 12:07 am
# 97,
Agradeço o interesse. Se ainda considerar válido, enviá-lo-ei para esse fim. Como fazer? Enviar por correio electrónico?
Cordialmente,
Sónia Valente Rodrigues
Junho 12, 2011 at 12:24 am
Curioso, pelo que sei o resultado deste inquérito numa das turmas foi… o professor que todos conhecem como sendo o mais baldas … do qual os alunos se queixam que praticamente não dá aulas, foi considerado o melhor professor da turma … Vai agora dizer-me caro MM que será este professor a dar o exemplo aos outros e a ensinar aos outros como serem melhores profissionais ??!! Até seria caricato, se lhe seguissem o exemplo ninguém daria aulas, todos os alunos passavam com excelentes notas , e todos os professores seriam avaliados como excelentes … é esta a escola que pretendem ??!! Não terão suficientes evidências que esta situação está a ter o resultado oposto e é um ENORME ERRO ??? Acredito que todo o bom líder deve reconhecer quando erra e bater em retirada (por muito que lhe custe) para não perder os soldados que lhe restam …
Junho 12, 2011 at 2:08 pm
#64
Vou ajudá-lo com um pequeno conselho que poderá fazer toda a diferença no ambiente que se vive na escola. E se começasse por tratar os colegas com mais respeito e dignidade?! E se deixasse de acreditar que o poder é o colega?!
Junho 12, 2011 at 4:41 pm
Conheço, uma, aliás várias escolas, onde o ponto 2 é altamente pertinente…
Junho 12, 2011 at 6:27 pm
#101 Como foi dito na reunião geral, que certamente assistiu, depois de recebermos os questionários e de os analisarmos, tiraremos as nossas conclusões, não estando excluída a hipotese de “bater em retirada”. Mas também como foi dito, não acreditamos que esse professor, em todas as turmas, seja bem avaliado. Mas, também, não está excluída a hipotese de o questionário ser melhorado e continuar a ser implementado, no 1º e 2º perído. No 3º período não se justifica, excepto nesta altura em que decidimos avançar porque sabiamos que iria causar desconforto e achamos preferível testá-lo agora. Como também devem calcular, será mais fácil deixar as coisas andar e ninguém se chatear. Tenho um familiar, administrador de uma empresa privada, que me disse “Porque te estás a chatear com estas coisas se não te vão pagar mais e só ganhas dores de cabeça?? E eu respondi, “Porque me preocupo com a escola e com os alunos”. E como eu também a maior parte dos professores da nossa escola. Mas acredito que seja muito mais fácil continuar nas rotinas … os alunos passam e nós continuamos a receber o nosso. Mas ficam de consciência tranquila com isso?? Com a sensação do dever cumprido??? Mas terei todo o prazer de conversar pessoalmente com os colegas interessados, porque estou devidamente identificado, ao contrario de alguns que utilizam o anonimato para dizer algo que não tem coragem de dizer pela frente.
Junho 12, 2011 at 6:28 pm
#101 Como foi dito na reunião geral, que certamente assistiu, depois de recebermos os questionários e de os analisarmos, tiraremos as nossas conclusões, não estando excluída a hipotese de “bater em retirada”. Mas também como foi dito, não acreditamos que esse professor, em todas as turmas, seja bem avaliado. Mas, também, não está excluída a hipotese de o questionário ser melhorado e continuar a ser implementado, no 1º e 2º perído. No 3º período não se justifica, excepto nesta altura em que decidimos avançar porque sabiamos que iria causar desconforto e achamos preferível testá-lo agora. Como também devem calcular, será mais fácil deixar as coisas andar e ninguém se chatear. Tenho um familiar, administrador de uma empresa privada, que me disse “Porque te estás a chatear com estas coisas se não te vão pagar mais e só ganhas dores de cabeça?? E eu respondi, “Porque me preocupo com a escola e com os alunos”. E como eu também a maior parte dos professores da nossa escola. Mas acredito que seja muito mais fácil continuar nas rotinas … os alunos passam e nós continuamos a receber o nosso. Mas ficam de consciência tranquila com isso?? Com a sensação do dever cumprido??? Mas terei todo o prazer de conversar pessoalmente com os colegas interessados, porque estou devidamente identificado, ao contrario de alguns que utilizam o anonimato para dizer algo que não tem coragem de dizer pela frente.
Junho 12, 2011 at 6:42 pm
# 102 pelo seu nick, quem manda é o colega. Certamente possui dados que eu desconheço, mas estou disponível para conversar e esclarecer. Até hoje poucas foram as situuações em que eu considerei que tenha sido injusto e quando tal aconteceu pedi desculpa. Mas também sei que nas conversas em surdida, muito me foi atribuido, mas houve colegas que vieram ter comigo para serem esclarecidos e chegaram a conclusão que o que era falado não correspondia a realidade. Mas nem todos são assim, preferem falar pelas costas. Mas assumo o meu papel e a responsabilidade que ele me confere, sem qualquer tipo de problema, da mesma forma que obedeço a quem tenho que obedecer. Sou funcionário público e docente, e como tal, tenho que seguir os deveres emandados pelos seus estatutos… concorde ou não concorde … goste ou não goste …. senão só terei uma solução, rescindir o contrato e isso não estou em condiçôes de o fazer bem como a maioria dos professores… não tenho um pai rico, mas tenho um rico pai.
Mas como amanhã será dia de trabalho, a minha intervenção nesta discussão terminará aqui, mas estou disponível para conversar pessoalmente com quem quisser analisar estas questões de uma forma franca e sempre numa tentativa de melhoria.
Bem hajam.
Junho 12, 2011 at 7:08 pm
# 87
Dizer o quê?
Junho 12, 2011 at 7:09 pm
Como se pode ser franco com quem ameaça colegas de lhes instaurar processos?
Junho 12, 2011 at 9:29 pm
Sou professora do 2º ciclo, mas comecei o meu percurso profissional no 1º. Sempre gostei de analisar o resultado do meu trabalho, do meu esforço, do meu empenho. Sei que não sou perfeita e por isso pretendo, tal como diz o ditado, aprender até morrer (espero que demore ainda bastante…). Uma das capacidades que tento desenvolver nos meus alunos, em qualquer idade, é a de avaliar e auto-avaliar. Se não consigo avaliar como posso saber o que quero para mim? Sempre me submeti a avaliação por parte dos alunos e, acreditem, nem sempre foi positiva. Positivo sim foi o diálogo, o debate que estas questões proporcionaram e continuam a proporcionar entre mim e os meus alunos. Nunca me assustou a avaliação por parte dos alunos. É que estão habituados a ser tratados com respeito e é com esse respeito que costumam avaliar-me. Ao contrário do que alguém disse a maioria dos alunos são justos. Pelo menos é o que, através das minhas práticas pedagógicas tento incutir-lhes. Talvez os entenda…é que nunca fui filhinha de papai e senti algumas vezes, os olhares vindos de cima. Relativamente ao instrumento em questão, não será o mais apropriado, mas julgo não ser esse o problema, pelos comentários…
Junho 12, 2011 at 9:40 pm
Esqueci-me de dizer que tenho 31 anos de serviço. Já vi e vivi muitas coisas.
Junho 12, 2011 at 10:47 pm
#108 eu não ameaço, simplesmente faço o que tenho que fazer… como em todas as organizações, existem hierarquias, direitos e deveres. Quando se instaura um processo, o que se vai averiguar é qual dos deveres foi infringido. É obvio que só é considerado culpado, quando as provas assim o demonstram. Por isso, caro colega, quem não deve não teme. E não tenho conhecimento que tenha sido instaurado algum processo disciplinar quando existe respeito pelo papel de cada um e quando as pessoas falam aquilo que lhes vai na alma com boa educação. E do que tenho conhecimento, enquanto professor desta escola, em 10 anos, apenas foram instaurados 2 processos disciplinares e ambos com fundamentos. Não são processos que sejam do agrado de ninguém, por isso o conselho que lhe dou já que me conhece … exprimasse com educação e respeito pela função que desempenho e garanto-lhe que a questão do processo nem se coloca. Mas com isso, não significa que tenha que lhe dar razão… são coisas muitos distintas. Também tem que perceber, que dentro duma organização, o papel que desempenhamos obriga-nos a reflectir e a procurar medidas que levem a uma melhoria da eficácia da organização.
A prática que temos na função já nos comprovou demasiadas vezes que quando os professores se deparam com mudanças que vão mexer com o seu “estatuto” ou rotinas, a primeira coisa que fazem é recusar, criticar, deitar abaixo… e poucos são aqueles que param para reflectir, para pesquisar, para se informarem antes de agirem.
Cada um deve assumir as suas opções e opiniões de uma forma educada e a discussão gerada certamente terá como resultado mais um passo em frente para a melhoria da escola.
Junho 12, 2011 at 10:53 pm
#109 Obrigado Anita pelo seu contributo. Acredito que os primeiros comentários tenham sido fruto de falta de informação, pois associaram o questionário a ADD, o que não correspondia a verdade. Mas mesmo que isso fosse verdade, custa acreditar que certos comentários tenham vindo de pessoas que se dizem educadores. Este é um exemplo como os professores são um classe muito heterogenea, o que também contribui para a sua riqueza.
Junho 13, 2011 at 8:28 am
Esta grelha revela a estupidez que impera actualmente nas nossas escolas, mas atenção esta é uma de tantas que por aí proliferam. O que é estranho, pois não deviamos todos preencher grelhas iguais? Há escolas que as produziram, há escolas que não as fizeram.
Na minha escola temos que preencher , para além do relatório, temos que preencher uma grelha por cada evidência, ou seja no mínimo 6 no máximo 16.
A minha escola é a Secundária de Estarreja. Vão ver as grelhas e pasmem!!!!
Junho 13, 2011 at 10:36 am
Estranho o facto de um elemento de uma direcção dar tanto erro.
Junho 13, 2011 at 11:04 am
# 113 Cara colega, a estupidez da grelha ou de quem a concretizou deve estar no seu desconhecimento sobre os objectivos da mesma. A grelha não está relacionada com a ADD. Aceitámos as percepções dos alunos para a melhoria das nossas práticas em contexto de sala de aula mas temos algum pudor (por ausência de uma reflexão cuidada) em as aceitar para efeitos de progressão na carreira. Quanto a ADD sempre fui a favor de uma uniformização do processo e das grelhas a aplicar, já que tem efeitos ao nível da progressão na carreira e ao nível dos concursos. Essa questão sempre a defendi desde o início, embora seja a favor da existência de um sistema de avaliação credível, que não sei qual é, pois nunca pesquisei sobre o assunto.
Junho 13, 2011 at 11:13 am
# 114 Quanto a isso, mea culpa. Nem sempre releio o que escrevo antes de enviar. Por isso nunca chegarei a Director LOL. Mas contra factos não existem argumentos… só tenho que agradecer a chamada de atenção e tentar melhorar.
Junho 13, 2011 at 11:16 am
A Anita deveria ter dado o seu texto a corrigir. Talvez a um aluno ou assim…
Junho 13, 2011 at 11:24 am
O MM já não vale a pena ser internado…
Junho 13, 2011 at 1:23 pm
MM, tudo o que escreveu até agora é patético e só demonstra que está deveras agarrado à sua “função”.
Justificar o despotismo porque se ocupa determinado cargo é muito fácil e mesquinho. Certamente os nazis tb tinham as suas explicações para os actos que cometiam…
Escreveu “exprimasse com educação e respeito” e é precisamente isso que lhe peço doravante – EXPRIMA-SE COM EDUCAÇÃO E RESPEITO´… COM OS COLEGAS.
Ah… com o meu nick só pretendi usar a ironia e nunca pensei que o interpretasse à letra.
Fique bem.
Junho 13, 2011 at 4:15 pm
# 119 é fácil ser irónico atrás de um nick, mas existem Homens e existem cobardes e certamente pelas suas declarações não está entre os primeiros. Pode continuar com o nível dos seus comentários ou então portar-se como um Homem e falar nos locais apropriados, com quem de direito. (Já agora, não se esqueça de tomar o comprimido para ganhar coragem, já que somos assim tão maus para o colega andar cheio de medo de falar).
Junho 13, 2011 at 4:57 pm
Deplorável a sua intervenção.
Junho 13, 2011 at 6:05 pm
Caro MM, quando erramos devemos ter a humildade de o reconhecer, e não insultar, que tem opinião diferente da nossa.
Eu ainda sou dos que acredita que tudo se paga neste mundo!
Junho 13, 2011 at 8:51 pm
Pi suiça acredite que não tenho qualquer complexo em dar a corrigir os textos que escrevo (como professora que sou, ensino e aprendo todos os dias) e se os alunos tiverem bons professores de Língua Portuguesa poderão, quem sabe, contribuir para o meu enriquecimento. Se quiser e souber esteja à vontade para o fazer. Obrigada
Junho 13, 2011 at 9:21 pm
Laus in ore proprio vilescit.
Junho 14, 2011 at 12:31 am
Não é sem expectativa que acedo ao blogue para acompanhar a troca de opiniões em torno do inquérito de avaliação dos professores feita pelos alunos. E confirmo, de cada vez, como a avaliação continua produtiva em termos de matéria de discussão. De facto, poucos temas de escola possuem uma natureza tão polémica como este.
Uso intencionalmente o termo «polémico», como poderia usar o «controverso», isto é, divide as opiniões de modo radical e dá lugar a uma discussão viva, acalorada, marcadamente emotiva. Emergem emoções, ressentimentos, mágoas, sentimentos.
Embora seja de emoções que se fala quando entramos numa discussão, continuo a defender que é absolutamente necessário um esforço para mudarmos o tom da troca de opiniões e propormos de modo sereno e fundamentado o nosso ponto de vista. Só assim é possível melhorar aquilo por que nos batemos convictamente.
Na discussão até agora havida, há pontos muito interessantes.
1 – A defesa da escola pública. Creio que nenhum dos intervenientes mais activos nesta troca de ideias se demarcou de uma intervenção de MM na qual se assumia explicitamente a defesa da escola pública. Quanto a mim, a escola pública e a escola privada podem coexistir harmoniosamente, porque apontam para objectivos e para camadas populacionais diferentes; ambas são necessárias, sem qualquer complexo de inferioridade ou superioridade.
2 – O (in)sucesso escolar dos alunos. Considero ser um tema bastante consensual entre os professores, os pais e encarregados de educação, os técnicos operacionais e administrativos e os alunos, isto é, creio que ninguém da comunidade educativa é indiferente ao insucesso escolar, que todos desejaríamos resolver na escola.
3 – O lugar importante e insubstituível do professor. É curioso como este é talvez o elemento mais evidente de toda a discussão; nunca é explicitado mas não é difícil conclui-lo por dedução: as medidas nacionais, locais e de cada escola, a avaliação, a formação, os estudos científicos, os debates nacionais relacionados com o professor (o perfil, a formação, as práticas docentes, o comportamento, os valores, o perfil de desempenho, entre tantas outras questões) revelam, no fundo, como se conta tanto – e sobretudo – com o professor para resolver problemas, para preparar as gerações que nos seguem, para fazer evoluir o país, para fazer subir os indicadores de evolução do país em matéria educativa perante os interlocutores estrangeiros com quem o país firmou contratos, protocolos, compromissos de educação. Tudo isto mostra-nos bem como as expectativas da sociedade estão no professor, daí toda esta pressão. Durante décadas, a atenção esteve centrada no “aluno como centro do ensino-aprendizagem”. Assistimos agora a um enfoque muito maior no”professor como centro do sucesso educativo do aluno”. Todos sabemos como o processo do ensino e de aprendizagem é construído pelo professor, em cada aula, a partir, com, para o aluno, mas o ensino regular, formal, diário e sistemático desenvolvido na escola através de um processo presencial de interacção entre o professor e os seus alunos ainda não foi substituído por nenhum outro considerado mais eficaz. E todos estamos de acordo com isto, não é verdade?
4 – As mudanças de organização na escola. Todos somos sensíveis às mudanças produzidas na organização da escola recentemente. Nos últimos 5 ou 6 anos, temos sido confrontados com várias alterações e todos temos estado a tentar definir os papéis profissionais que cabem a cada um de nós, num espaço profissional de grande instabilidade. Se virmos bem, 4 ou 5 anos não são quase nada na História da Educação; são pouquíssimos anos para a desejada estabilidade. Mas mesmo nesse curto espaço de tempo, já houve mudanças consideráveis: de uma organização de eleição entre pares de lugares de chefia passou-se a uma organização fortemente hierarquizada, em que os titulares supervisionavam e avaliavam os professores regulares. Quando todos os professores procuravam a possível adaptação de papéis a esses lugares de acordo com um estatuto hierarquizado, os titulares deixam de o ser e todo o professor pode passar a ser nomeado pelo director. Assim, nuns curtos 5 anos, um colega que fosse Delegado da disciplina X pode ter passado a professor avaliado por um seu colega, que entretanto como titular passou a ser avaliador, que, por sua vez, passou depois novamente a professor regular e, possivelmente, a avaliado daquele que tinha sido seu avaliador. Em suma, em pouco tempo, os papéis foram sendo mudados e os professores tiveram de fazer obrigatoriamente adaptações muito rápidas passando de avaliador a avaliado e depois a avaliador de novo. Como é fácil depreender, nestas mudanças de papéis, o professor leva consigo alguns mal-entendidos, algumas mágoas, algumas experiências menos positivas. Todos temos uma história pessoal destas mudanças.
5 – Somos todos colegas. Pertencemos à mesma carreira profissional, funcionamos sob o mesmo estatuto de carreira, assumimos como professores o mandato para concretização da Lei de Bases do Sistema Educativo Português. Creio que este é também um elemento de consenso.
Então, onde está a divergência?
De um lado, defende-se que os professores devem ser avaliados pelos alunos. A favor desta ideia surgem alguns argumentos.
a) Os alunos têm um conhecimento diário, continuado, da actuação do professor em sala de aula e podem, por isso, fornecer informações úteis acerca do comportamento, dos métodos de ensino, das competências relacionais do professor na interacção com alunos. O reforço deste argumento é dado por alguns colegas a partir de experiências pessoais havidas com alunos seus, em contextos concretos e específicos de aula.
b) Os alunos são o centro da aprendizagem e os seus insucessos escolares são o resultado de uma intervenção frágil do professor no âmbito pedagógico-didáctico-relacional. Este argumento é reforçado através de exemplos pessoais de casos considerados modelares de um ou outro professor que, em determinado contexto-limite, se envolveu emocionalmente com o acto educativo e/ou pedagógico e conseguiu resultados meritórios na melhoria do percurso escolar de determinado aluno.
De outro lado, defende-se que os alunos não devem ser avaliadores dos professores. Os argumentos de defesa desta perspectiva são os seguintes.
c) Os alunos não podem avaliar os seus avaliadores (os professores) sob pena de incorrerem numa avaliação deturpada, movida por sentimentos de vária ordem, inclusivamente alguns sentimentos negativos em relação ao adulto educador, próprios da idade desenvolvimental dos alunos. O reforço deste argumento advém da experiência da aplicação de inquéritos aos alunos acerca dos professores. Mesmo os professores que estão habituados a esses inquéritos, em escolas privadas de ensino regular e de ensino profissional, não valorizam esse instrumento («Não me importo, mas é preciso relativizar a avaliação que os alunos fazem.»).
d) A avaliação dos professores feita pelos alunos produz alguns efeitos adversos na interacção pedagógica. A dinâmica de autoridade (não confundir com autoritarismo) subjacente ao acto pedagógico, já de si tão fragilizada nos nossos dias, por inúmeros factores externos de perturbação do ambiente de trabalho nas escola, pode ser lesada e assumir contornos problemáticos. Este argumento é exemplificado com casos particulares e alguns resultados dos inquéritos já aplicados.
e) A avaliação que os alunos fazem dos professores resulta de percepções, isto é, juízos de valor que resultam do que é percebido pelos sentidos, logo subjectivo, emotivo, intuitivo. Embora alguns alunos sejam perspicazes e argutos, uma avaliação com implicações institucionais deve procurar reduzir maximamente o grau de subjectividade inerente a qualquer processo avaliativo e não basear-se em absoluto em percepções. Só assim se compreende que todas as pessoas envolvidas no processo da ADD (director, comissão de coordenação da avaliação de desempenho, coordenadores de departamento, relatores) despendam tantas horas do seu horário profissional e pessoal a estudar, reflectir, construir e aperfeiçoar instrumentos de avaliação consensuais, imparciais e justos. Se fosse fácil, construía-se um inquérito e a avaliação era até bem rápida.
Independentemente da diferença de opiniões em relação à matéria em causa, o que me pareceu grave nesta questão (e falo a partir de informações transmitidas neste blogue por alguns interveniente e não desmentidas) foi o modo como se desenrolou o processo.
– Sem consulta nem debate nos principais órgãos de gestão educativa – o conselho geral e o conselho pedagógico –, já que a iniciativa foi tomada exclusivamente pelo director (peço desculpa por falar sempre e só no director, não de trata de querer direccionar à pessoa, mas é que o Despacho n.º 75/2008, indica como estrutura de gestão o director – de facto, não existe direcção, mas uma equipa de apoio que o director formou para o exercício da sua função unipessoal). Como matéria sensível no contexto educativo recente, a escola deveria ter tratado o assunto com algum cuidado, procurando obter o envolvimento dos professores nesse processo de melhoria.
– Sem conhecimento por parte dos professores, dos objectivos, do instrumento de recolha de dados, das implicações da avaliação dos alunos nas suas práticas e na sua vida profissional. Um processo de avaliação, para ser eficaz, tem de ser transparente, procurar a colaboração do avaliado. Tomem só o exemplo do que acontece com os alunos na avaliação externa, por exemplo. Ninguém esconde dos alunos os objectivos e a estrutura do exame, as competências em avaliação, as cotações, o direito ao recurso, a data do exame, entre outros elementos.
– Sem discussão prévia para melhorar o instrumento de avaliação. Pelo que percebi, fez-se o trabalho “à portuguesa”, aquele modo que nós costumamos criticar quando são os políticos a decidir: faz-se o documento, faz-se a experiência (quanto mais rapidamente melhor, mesmo que seja inoportuno o momento do ano, porque temos pressa); se corre mal, retira-se; se corre mais ou menos, melhora-se para a próxima vez; se corre bem, acertámos, ainda bem. Seria mais lento, é verdade, mas menos doloroso – para uns – e menos desagradável – para outros (sobretudo para quem tem a tarefa nem sempre fácil, nem sempre agradável, nem sempre simpática, de dirigir uma organização complexa como a escola) – para todos e com resultados talvez bem mais proveitosos.
Bom, peço desculpa por um comentário tão extenso. Não voltarei a participar na discussão (época do ano exigente, não é?) por uma questão de princípio. Causa-me sempre alguma confusão o modo como nós, professores, nos expomos tão despudoradamente em público nas discussões em torno de questões específicas da nossa profissão. Uma coisa é o debate público sobre ideias, outra coisa “as discussões de família” e essas devem ser travadas no interior “da nossa casa”, que é a escola. A palavra pública é completamente diferente da palavra privada. No meio destas fica aquilo que é matéria para os professores conversarem entre si, em sede de escola, e não em canal aberto para toda a sociedade assistir. Há uma imagem profissional que está acima das nossas divergências internas.
Sónia Valente Rodrigues
Junho 18, 2011 at 12:36 pm
Muitos directores não dão aulas há muito tempo, por isso não devemos esperar que compreendem as situações difíceis que os professores experimentam e actuem com humanidade.
No caso desta Escola parece-me que estão a exceder-se e devem compreender, rapidamente, que cada pessoa tem direito a ter as suas próprias opiniões, crenças e valores.
MM, se reflectir um porco, chegará à conclusão de que, estamos, sem dúvida, a viver uma das piores fases das nossas vidas a nível profissional. Não se julgue mais esperto do que os outros!
Colegas, não tenhamos medo…
Junho 21, 2011 at 9:12 pm
O Director da Escola que abra os olhos, enquanto é tempo, e trate desde já da substituição do subdirector, dado que este não possui qualquer tipo de classificação.
Junho 22, 2011 at 8:18 pm
Será que a Direcção não estranha o facto de a maioria ter uma opinião muito negativa da Escola?
Junho 26, 2011 at 11:51 am
Sou docente nessa escola. Durante a semana, nas horas não lectivas trabalhava na preparação das aulas. Todos os fins-de-semana, em tempo de aulas, passei-os a trabalhar ou na preparação das aulas para segunda-feira ou na correcção de testes ou trabalhos dos alunos. Só tirava para a família o domingo de manhã. Fui apenas visitar os meus pais na altura do Natal e da Páscoa. É MUITO TRISTE ver que passei o ano lectivo todo a trabalhar, muito mais que qualquer funcionário público que entra às 9 horas e sai às 18h30 e agora ver um membro da direcção da escola que escreve o seguinte:
“Todos sabemos que existem professores que se preocupam “genuinamente” com os alunos e outros que se preocupam que termine o tempo da aula para se porém a andar da escola que têm mais que fazer. No entanto todos são vistos pelos seus pares como professores competentes, porque leccionam na escola. Mas como são vistos pelos alunos? Como funcionam dentro da sala de aula? Que benefícios ou prejuízos estão a provocar nos nossos alunos, nos nossos filhos? Quem melhor do que os alunos para responder a estas questões. Não vou comentar os juízos de valor que aqui fazem sobre a incapacidade ou incompetência dos alunos para fazerem essa apreciação ou avaliação (para mim vai dar ao mesmo). Se eles são incapazes é porque a nossa missão falhou ou está a falhar.”
Nota-se que o Sr. não dá aulas há algum tempo, ou então era um “baldas” e não as preparava convenientemente caso contrário tinha um modo diferente de ver a situação. Os professores quando não estão na escola têm realmente mais o que fazer, conforme diz, contudo não é o que o Sr. Julga. Quanto aos professores considerados pelos membros da Direcção como exemplares, porque passam o tempo quase todo na escola, algo devem deixar por fazer, já que depois o tempo não chega para tudo. Conforme dizem os ditados populares “ Depressa e bem há pouco quem” ou “A pressa é inimiga da perfeição” ou então “Entre falar e fazer, há muito que dizer” e por último “ Para bom entendedor meia palavra basta”.
Todos sabemos que na escola não há condições nem ambiente para se efectuar convenientemente a preparação das aulas.
Também sabemos que muitos dos alunos não querem mesmo fazer nada, vão para a escola porque são obrigados. Para esse tipo de alunos os bons professores são os que passam o tempo a conversar com eles, a pintar ou então a ver filmes. Ou seja quanto menos trabalhos derem aos alunos, melhor será avaliado o professor, por parte dos alunos e também por parte da direcção já que este professor não teve qualquer conflito com a turma.
Agora um professor que vá para uma turma, desse tipo, obrigar cada aluno a pegar no lápis ou na esferográfica para escrever o que quer que seja é certo que terá a vida BASTANTE dificultada.
Junho 26, 2011 at 11:56 am
Continue assim e depois não diga que a sua mulher o abandonou e os seus filhos nem sabem quem é…existe mais vida para além da escola….
Junho 27, 2011 at 11:04 am
De facto é impressionante como alguém de uma Direcção não sabe escrever… porém??? Devia ser muito mau aluno… e já agora, ter vergonha de vir para um blogue difamar os seus pares. Um pouco de respeito, por favor!
Não esqueceremos………………………
Julho 7, 2011 at 11:55 pm
Eu sou professor e vejo que a ADD só fez brotar a podridão escondida.
Os «titulares escondidos» estes anos todos, os bufos (os idiotas que não sabem fazer nada senão fazer queixinhas ao director para que ninguém saiba que são piores dos que os colegas que acusam) e os directores, como este aqui focado, que copia o que vê na internet (dos USA) e junta vários documentos mas não sabe traduzir (daí o genuinamente).
Vale tudo menos…