Cursos profissionais representam 15 por cento da amostra do PISA em Portugal
Quinze por cento dos 6298 alunos que, no ano passado, realizaram os testes do PISA, estavam em cursos de vocação profissional, segundo informação divulgada esta tarde pelo Ministério da Educação.
Analisemos agora os dados oficiais sobre as matrículas e frequência do 9º ano e Ensino Secundário em 2008/09, ano da realização dos testes PISA:
No caso do 9º ano, é fácil constatar que os CEF de tipo 2 e 3 são bem mais de 15% do total de conclusões se os considerarmos em conjunto com o chamado ensino regular (32750 alunos em cerca de 117.000).
No caso do Secundário, entre cursos tecnológicos e cursos profissionais de nível 3, esse valor de 15% fica a perder de vista.
Claro que dirão que se trata de alunos de 15 anos… que não estarão assim tantos matriculados em CEF. Há estatísticas com esses detalhes?
As oficiais disponíveis não chegam a esse detalhe.
Mas o problema maior nem sequer é esse, quanto às dúvidas que se têm.
As principais questões são duas:
- Qual o ranking médio da amostra de escolas de 2009 comparado com o da amostra de 2006?
- O trabalho de preparação das escolas, professores e alunos envolvidos. Que eu acho que foi muito melhor em 2009 do que 2006, O que até está certo. Só estranho os pruridos em admiti-lo.
Dezembro 17, 2010 at 5:51 pm
Paulo o/a PISA está quase a cair, de torto/a que estava. Empurra só mais um pouquinho, que é certo que cai.
Dezembro 17, 2010 at 6:03 pm
15 %??
Julgava que estava quase nos 50%, pela propaganda que oiço da equipa Socas-Alçada e os benefícios desta medida…
Smpre que entregam diplomas aos EFAs dizem que a felicidade que vêem nos olhos dos que os recebem, os compensam dos críticos-invejosos…
Dezembro 17, 2010 at 6:06 pm
O que acho ainda mais giro nas conclusões do PISA é confirmarem as expectativas do Socas: os mais fraquinhos ( pobres?) saíram tb muito bem no retrato, logo: as medidas são para continuar, pq temos uma escola verdadeiramente inclusiva.
Um exemplo para o resto da Europa que não sabe o que fazer com os emigrantes. 😉
Parece aquela coisa da colonização portuguesa: os outros tratavam mal os indígenas, nós não, nós até acasalávamos com eles ( elas) . 🙂
Dezembro 17, 2010 at 6:13 pm
#3: porque na altura os sucialistas não foram nas naus,senão acasalavam com eles, e lá se ia o Império.
Dezembro 17, 2010 at 6:24 pm
#4, lololl
Dezembro 17, 2010 at 6:33 pm
Problemas de refluxo?! Problemas de azia?! Pastilhas PISA… e a coisa alisa!
Dezembro 17, 2010 at 6:45 pm
Pois..
Dezembro 17, 2010 at 6:45 pm
O Eça sabia..
Dezembro 17, 2010 at 6:46 pm
E se isto tivesse sido cá?
Dezembro 17, 2010 at 6:47 pm
Dezembro 17, 2010 at 6:47 pm
Concluindo…
Dezembro 17, 2010 at 6:53 pm
Paulo, como é que estamos de dinheiro?
Já chega ou precisas de mais?
Não queremos que gastes o teu subsídio de Natal, a dividir pelos umbiguistas isso não custa nada.
Dezembro 17, 2010 at 6:54 pm
Dezembro 17, 2010 at 6:55 pm
Esta “Teofolia Educativa” foi inspirada por um comentário (#2) da minha amiga Reb, a quem o dedico.
Temos no Mi(ni)stério da Educação uma santa, a Santa Zabelinha. A Sagrada Ministra, como os mais perspicazes já notaram, prodigaliza milagres.
Do ministerial regaço transbordam diplomas NO, que enchem de júbilo as inocentes e crédulas gentes.
De um indubitável milagre se trata. Pois não é que, de ignaras criaturas, surgem jubilosos diplomados, não pelo fortalecimento do conhecimento, mas pela pura fé na Milagreira que assim o certifica.
Mais poderosa prova, porém, esperava os ainda incrédulos: o milagre de PISA.
Por intercessão da Santa, em curto período de tempo (e o que é o tempo para quem tem por ela a Eternidade?), os outrora indigentes estudantes lusos alcandoraram-se ao mais alto e inefável saber (ele está lá, mas só os iluminados o conseguem lobrigar).
Não ficaríamos de bem com a nossa consciência, todavia, de deixássemos na sombra do olvido a Verdadeira Mestra de Zabelinha, a entre todas santa Maria de Lourdes, que obrou o milagre de, nos próximos anos, a Educação no nosso país (que já lhe recomeça a reconhecer o sortilégio) só poder ser desenvolvida na benquista ordem da teofania.
Que Deus as cubra de bençãos!
Dezembro 17, 2010 at 6:59 pm
ÁMEN..BEM VOLTO MAIS PELA NOITINHA…INTÉ..
Dezembro 17, 2010 at 7:06 pm
O que eu gostava mesmo era de um PISA adaptado aos políticos – iam ver a desgraça…
Dezembro 17, 2010 at 7:12 pm
Uma das disciplinas testadas seria a ÉTICA. Mas não a ÉTICA TEÓRICA – a ÉTICA que está na mentira ou na verdade: no dizer isto e fazer aquilo; no prometer uma coisa e fazer outra; na perseguição de uma classe ou sector social, e na protecção de outras…etc..etc…
Dezembro 17, 2010 at 7:15 pm
Cunha Ribeiro querias ter mais uma desilusão? 🙂
Dezembro 17, 2010 at 7:21 pm
#17
Para isso seria melhor um Detector de Mentiras… 🙂
Dezembro 17, 2010 at 7:58 pm
Ouçamos também as outras vozes!
Paulo Guinote garantiu que a última coisa que lhe passava pela cabeça era relativizar os resultados impressionantes do PISA: “Ao contrário de ferozes críticos, eu saúdo estes resultados, não os relativizando.” Afinal, não tem feito outra coisa.
À falta de melhor, o Paulo Guinote continua a cavalgar a ideia de que a amostra do PISA não retrata o alunos e o país que temos. A grande evidência agora, imagine-se, é que os alunos têm muitos telemóveis e computadores em casa e que, por isso, não podem ser uns pobres coitados; os malandros da OCDE andaram, pois, a escolher os meninos ricos.
Parece que, em 2009, ao contrário de 2006, há muito mais computadores nas casas dos meninos. Espantoso. Deve ser milagre, com certeza, dado que ninguém tem conhecimento de qualquer política pública que tenha permitido a todas as crianças ter acesso a computadores pessoais nos últimos anos a baixo preço (ou, em certos casos, de graça). A sério, a OCDE devia mandar investigar.
Quanto aos telemóveis, talvez fique a perceber um pouco mais da realidade portuguesa se ler isto ou isto.
Há uma forma mais simples — e, já agora, um nadinha mais inteligente — de verificar se a amostra, em termos socioeconómicos, é fidedigna em relação a 2006, usando, como proxy, o lugar de Portugal no ranking do Índice Social, Económico e Cultural do PISA (a construção deste índice explicada aqui da página 126 à 131). Atenção, este índice é construído a partir dos alunos que participaram na amostra. Assim, em 2006, no universo da OCDE, Portugal só fica à frente do México e Turquia (verificar aqui, página 45, tabela 2.6., 4.ª coluna). Em 2009, o ranking praticamente repete-se (verificar aqui, página 152, tabela II.1.1, 1.ª coluna), sendo que Portugal aparece à frente do México, Turquia e do Chile, que neste último relatório já é considerado membro da OCDE (o que não acontecia em 2006). A ideia de que se andou a escolher os meninos ricos em 2009 devia cair por aqui.
Se mais for preciso apresentar, podemos olhar para a percentagem de alunos da amostra que, no Índice Social, Económico e Cultural do PISA 2009, estão abaixo do nível -1 definido pelo relatório (o PISA 2006 não revela este indicador, pelo que não podemos comparar directamente 2006 com 2009): 58% no México e Turquia; 37,2% no Chile e, como se seria de esperar em função dos dados acima referidos, Portugal com 33,5% dos jovens inquiridos (página 219, tabela I.2.20; 6.ª coluna).
Os telemóveis e os computadores são apenas um dos muitos elementos que entram para a construção do índice; a ocupação e o nível de escolaridade dos pais são bem mais importantes. Se o Paulo Guinote prestasse atenção a isto, não andava a apresentar gráficos sem qualquer interesse.
Por falar em escolaridade dos pais e nível socioeconómico dos alunos portugueses, sabe o Paulo Guinote em que lugar Portugal ficava no PISA se os alunos portugueses estivessem na média do Índice Social, Económico e Cultural do PISA, isto é, se viessem de famílias com os recursos económicos, sociais e culturais médios da OCDE? Não vai mostrar essa tabela, pois não? Talvez seja porque a classificação de Portugal é tão boa que o Paulo Guinote nem quer acreditar. Deixe estar, nós mostramos por si.
Contributo do Pedro T.
in Câmara Corporativa
Dezembro 17, 2010 at 8:16 pm
#20,
Podia ter deixado o link.
Assim deu-me mais trabalho ir lá deixar um bjinho aos abrantinos…
Dezembro 17, 2010 at 8:32 pm
[…] reacção à notícia, mais esclarecedor é o post de Paulo Guinote onde confronta a peso de 15% na amostra de base do PISA 2009 de alunos em cursos de […]
Dezembro 17, 2010 at 8:48 pm
Sou Ceguinha Só Quando Quero
16 de Dezembro de 2010 22:58
Ontem pasmei quando ouvi a ministra da educação a afirmar no Parlamento que o Ministério da Educação não conhece as escolas que participaram no PISA 2009. Fiquei a pensar cá com os meus botões: queres ver que foi a OCDE que contactou as escolas para que estas aplicassem as provas? E será que as escolas participaram no PISA à revelia do M.E.? Será que não deram conhecimento ao M.E.?
Hoje de manhã, depois de tomar café com a “minha” directora acompanhei-a até ao gabinete e lancei o isco:
– Olha, F., foi a OCDE que vos informou de que iam fazer o PISA e vos pediu o nome dos alunos aos quais aplicaram as provas?
– Não, foi o GAVE. Ainda ontem estive a ver o dossiê, tanta tem sido a polémica.
– É que a ministra disse que o ministério não sabia que escolas entraram no estudo…
– Então e os ofícios que o GAVE nos dirigiu? Vê aquele dossiê encarnado que está na mesa da J.
Sentei-me, folheei calmamente o dossiê e vi passarem diante dos meus olhos:
– Ofício do GAVE dirigido à PCE da escola ************************************, a pedir para nomear um “Coordenador de Escola PISA” (CEP)
– Vários ofícios, fax e emails dirigidos ao CEP
– Ofício a convidar o CEP para uma reunião no GAVE, em Abril de 2009
– “Manual PISA” entregue pelo GAVE ao CEP, com cronograma e informações detalhadas
– Pedidos formais para que a Escola enviasse a lista de todos os alunos elegíveis (nascidos entre 1/2/93 e 31/1/1994 de que constasse: o nome, sexo, data de nascimento e ano de escolaridade frequentado
– Ofício a marcar datas de aplicação dos testes
– Ofício do GAVE a devolver à escola a lista dos 40 alunos seleccionados para realizarem o teste
– Questionário e dirigido aos pais dos alunos que realizaram teste. “Questionários aos pais”, designava-se.
Fiquei parva. Era muitíssimo para quem não conhece as escolas que participaram no estudo.
Gostaria que divulgasse, mas sem referências à escola e à minha pessoa.
http://educacaosa.blogspot.com/2010/12/sou-ceguinha-so-quando-quero.html
Dezembro 17, 2010 at 9:07 pm
Vocação profissional é o quê?
Dezembro 18, 2010 at 2:55 pm
[…] não é possível, dado que o Pisa tem por alvo uma faixa etária (15 anos) para a qual não temos informação em detalhe. Mesmo assim, seguem-se os números […]