Isto num contexto de alargamento da escolaridade para doze anos é obra. Aqui está o relatório orçamental para 2010 (Educação nas pp. 308-313) e aqui o relatório para 2011 (Educação nas pp 275 a 281).

Claro que tudo ainda está ao nível das propostas, mas é interessante ver como é proposto um corte global acima dos 11%, sendo superior a 9% nas despesas com pessoal, diminuindo os encargos previstos de 5262  para 4787 milhões de euros, ou seja perto de 500 milhões de euros a menos.

Ora é este valor que me levanta algumas interrogações, pois não basta acabar com Área de Projecto para conseguir um corte vagamente parecido com este. Atendendo a que se afirma que o corte médio nos salários é de 5% e afirmando-se que se pretende continuar a alargar o pré-escolar e consolidar o secundário, será possível explicar estes números?

É que o congelamento apenas congela, não retrai.

Significa isto que se tentará reduzir o número de professores ou apenas esperam que continue a debandada dos docentes nos escalões mais remunerados?

Mesmo assim perto de 500 milhões de euros a menos em remunerações com o pessoal é muito milhão.

E não vale a pena voltar a falar dos efeitos do acordo, porque essa é uma enorme trafulhice.